terça-feira, 30 de junho de 2015

Marília, mar e ilha-

                                                                               



Marília, mar e ilha, da coleção Jabuti, é um texto juvenil que recebeu o primeiro prêmio na 5ª Bienal Nestlé de Literatura Brasileira.
Nas experiências de nossa protagonista há um pouquinho da vida de todos nós – todo mundo, de vez em quando, se sente feito uma ilha: abandonada no meio do oceano, mal podendo esperar pela hora de nos lançarmos nas ondas, de sentir que fazemos parte do mar. E sabemos que além da arrebentação, as águas prometem nos trazer uma vida nova.
Ao construir sua narrativa em dois planos paralelos que se opõem (no primeiro mostra Marília em seu cotidiano nada extraordinário, banal; no segundo, apresenta-a enquanto autora de um diário fantástico, mágico, inusitado, entre um príncipe do mar, um feiticeiro e sereias) a autora, Rosana Rios,  confere uma tensão inesperada aos conflitos vividos pela protagonista, lançando-a num universo dramático próximo das grandes personagens juvenis que se debatem entre a amplitude de seus sonhos e os poucos recursos oferecidos pela realidade.
Dividido em 12 capítulos, cada um deles contendo em si uma parte do diário de Marília  que está escrito em letra cursiva, recebem os títulos dos meses do ano, de janeiro a dezembro.
Nossa protagonista divide a cena com Marcelo, garoto que estuda na mesma escola que ela e que mora nas imediações de onde ela reside.
Marcelo assim como Marília também é um adolescente que está em um período de mudanças, de novas conquistas e novos espaços num momento em que a perspectiva de crescimento às vezes assusta pelas perdas que traz.
Em suas histórias mesclam-se, encantamento e dor, fascínio e medo em um tempo de descobertas e desafios, mas também de dúvidas e incertezas que aqui são sutil e primorosamente retratadas, desde o primeiro amor, as amizades, o relacionamento com os pais, mudança de residência, primeiro dia de aula na nova escola, as provas de final de ano, as escolhas, os recomeços até a sensação de "pertencimento”.
A edição está lindamente ilustrada.
Livro pequenininho cujas 70 páginas VC lê de uma só sentada, mas que vale muito a pena pela narrativa fluída e envolvente.

Recomendado não só para o público juvenil como para pessoas de todas as idades.

Abraços Literários e até a próxima.


quinta-feira, 25 de junho de 2015

Papel, Lápis de Cor e Relax: Livros de Colorir para Adultos-

                                                                                 



Colorir desenhos virou mania entre os adultos, que estão aproveitando o momento para desestressar e diminuir a ansiedade.
O ato de colorir proporciona organização interna, reequilíbrio emocional, trabalha a autoestima e estimula o sono.
Além dos benefícios para a saúde, investir em colorir é uma forma da distração diferente dos hábitos tecnológicos, tipo assim um detox digital. Uma espécie de jogo terapêutico, para executar uma reprogramação de nossos padrões, através do ato criativo de pintar e interpretar.
Exerce ainda uma função estimulante e criativa aumentando a capacidade de concentração.Isso ajuda a esquecer dos problemas porque ocupa a mente, e,  às vzese, sem nem perceber, você abre espaço para achar soluções para seus problemas de uma forma diferente.

                                                                              


                                                                                 



Eu já tenho os meus e estou amando me jogar nos desenhos e nas tintas.
São lindooooooooooooos!!!!
E VCS leitores ????
O que acham dos livros de colorir para adultos ???

Abraços Literários e até a próxima.



sábado, 20 de junho de 2015

O Livro da Loucura e das Curas-

                                                                              



Meu pai se fora, meu marido morrera e meu coração silenciara.
Gabriella Mondini é uma médica com estranhos poderes de cura, poderes que vão além de seus conhecimentos científicos. No fim do século 16, uma mulher médica — e tão sensível quanto ela — é praticamente uma heresia. Assim, se quiser continuar praticando a medicina, deverá ter o aconselhamento de um homem.
Seu pai, também médico, seria o conselheiro ideal, mas ele a abandonou há dez anos: saiu em busca de curas inimagináveis por uma Europa cheia de crendices e magias. E, agora, por meio de suas poucas cartas, é possível perceber que sua sanidade mental está desaparecendo.
Disposta a reencontrar o pai e, quem sabe, salvá-lo a tempo de continuar praticando a medicina, ela atravessa os Alpes da Suíça e os campos da Alemanha, encontra-se com os maiores médicos da Europa e caminha por cidades e vilarejos estranhos até chegar ao Marrocos.
A jovem médica enfrentará caminhos que lhe ensinarão o que é viver no mundo dos clínicos e herboristas daquela época; um mundo onde as praças públicas exalam cheiro de corpos queimados, onde ervas exóticas destroem todos os desejos e onde doenças como a Inveja (“um verme invisível”) saem do corpo dos mortos para destruir os vivos...
Até o fim de sua aventura, ela tentará conquistar a sabedoria tão desejada, mas também terá que lidar com o conhecimento dos segredos de sua família, que são, afinal, os seus próprios segredos.

Após o desaparecimento repentino de seu pai, Gabriella Mondini enfrenta uma crise: sem seu aconselhamento ela não pode mais praticar a medicina. Então, junto de seus dois fiéis servos, Olmina e Lorenzo, ela explora toda a Europa para descobrir para onde e por que ele se foi.
Seguindo pistas ocasionais e enigmáticas cartas do pai ela vasculha as capitais européias expandindo os horizontes de seu mundo e acrescentando conhecimentos ao imenso livro das curas que está escrevendo.
Ela conhece então não apenas os limites físicos do continente, mas também, os mistérios do amor, da perda e da mortalidade. Mistérios que estão na alma de cada viajante.

A história é bem escrita e a narrativa é fluída.
Cada novo capítulo revela algo sobre seu pai e a cada página ficamos mais curiosos para saber onde está busca vai dar.
Nessa busca nossa protagonista vai descobrir muito sobre si mesma, seus sentimentos,  o amor e as doenças da alma.
A torcida é principalmente para que Gabriella encontre um rumo para sua vida, o amor que julga estar perdido e a paz de espírito que merece.

Se os protagonistas são por si só uma força da natureza, os personagens secundários são encantadores e inesquecíveis.
Lorenzo e Olmina  são inesquecíveis. 
Assim como Hamish e Malina  são encantadores.

Falar sobre a diagramação é fácil,  o livro é cheio de detalhes, contribuindo, e muito, para uma leitura agradável. A linda capa emborrachada traz a imagem de Gabriella e um barco, na sua amada Veneza. De tão linda poderia ser uma maravilhosa tela!
Logo no início temos um mapa com todo o trajeto dela em busca do pai. Além de lindos provérbios, u prólogo e um epílogo. Vocês sabem o quanto eu amo epílogos em livros não é mesmo?
As folhas são amareladas contribuindo para que a leitura seja bem agradável, as letras são de tamanho confortável.
As cartas de seu pai são em letras cursivas, todo um acabamento e cuidado para que esse livro se torne inesquecível.

Um livro encantador, adorável e inesquecível.
Super recomendado.


Abraços Literários e até a próxima.


segunda-feira, 15 de junho de 2015

A Luz Através da Janela-

                                                                              



A Segunda Guerra Mundial na França deixou muitos destroços e segredos familiares na família de Emilie, os De la Martinières. Quando sua mãe faleceu, deixando para ela, como única herdeira, o legado do Château de la Martinères em Gassin, no Sul da França, Emilie fica devastada e quer vender tudo para que possa voltar à sua rotina como veterinária. Entretanto, o misterioso Sebastian Carruthers aparece em sua vida para ajudá-la a cuidar de toda a documentação e a consola nos momentos mais difíceis. Emilie se apaixona pela sua gentileza e decide se casar com ele. Assim, ela se muda para a casa do marido, Blackmoor Hall, em Yorkshire (UK). Contudo, a vida que ela, ingenuamente, pensa estar começando bem, trará a ela muitas surpresas e revelações - do presente e de um passado desconhecido que, ao ser desvendado, modificará a história pessoal de toda uma geração - carregando com os ventos da mudança, nova esperança de vida e amor...


A Luz Através da Janela se passa em duas épocas distintas, 1940 e 1999, tendo como protagonistas a intensa Constance Carruthers e a ingênua Emilie De La Martinières.
A autora magistralmente nos convida a entrar em uma máquina do tempo e mescla a vida dessas duas  mulheres para nos narrar de forma absolutamente real sobre guerra, amizade, lealdade, coragem, sofrimento, segredos, perspectivas,  e amor.
Emilie é a única herdeira de uma família aristocrata e herda o antigo château da família  junto de um vinhedo no sul da França. Sozinha para resolver toda a documentação ela se sente perdida e dividida entre vender o château e seguir com sua profissão como veterinária ou abandonar sua carreira e cuidar das vinhas.
É quando ela conhece Sebastian Carruthers, um inglês ambicioso que se aproveitando da carência de Emilie, manipula seus sentimentos e a conquista.
Entretanto a história dele está de alguma forma ligada a história da família de Emilie no passado.
Depois de descobrir uma sala secreta no château e um misterioso diário, Emilie embarca em uma jornada para desvendar a ligação entre as duas famílias.
E esta viagem nos ao passado e as aventuras de Constance Carruthers, Connie, uma espiã inglesa que trabalha com a Resistência, na França ocupada pelos nazistas que ao chegar em Paris se vê diante a mansão dos La Martinières e seus segredos.
Daí por diante a vida de Connie está em constante perigo e a autora nos mostra a qualidade de pesquisa na qual ela se esmerou para descrever os horrores da guerra. Sua narrativa é tão rica em detalhes que nos proporciona uma verdadeira imersão na época.
Contada em dupla narrativa o livro revela lentamente as aventuras de Connie e seu impacto sobre a vida de Emilie.
Passado e presente, Inglaterra e França, as histórias e a narrativa  se entrelaçam de varias maneiras e são muito bem articuladas.
 A autora conduz essa linha do tempo de forma eficaz sem perder nossa atenção no meio do processo.

“Conhecer seu passado é a chave para libertar seu futuro”.

O livro é rico em personagens bem construídos, tanto as protagonistas como os personagens secundários Alex, Jacques, Jean, Anton, Venetia, Frederick e Sarah, tornando a leitura extremamente fluída e com as reviravoltas que acontecem o enredo é absolutamente instigante.
Aliás a história começa mesmo a ficar boa, daquelas que a gente não consegue mais parar de ler, quando Alex entra em cena!
O epílogo é especialmente bom, bem alinhavado só com uma pontinha solta, com relação a Jean,  achei que ele tinha uma quedinha pela Emilie ... e não ficou bem explicado.

Uma leitura emocionante e recomendadíssima.

Abraços Literários e até a próxima.


sexta-feira, 12 de junho de 2015

Loja Virtual Café com Leitura na Rede: Romance

                                                                                


Nós do Café com Leitura na Rede estamos em clima de romance.
 Romance neste contexto quer dizer livro,  assim como romance policial, romance erótico, romance distópico.
No sentido literário da palavra, aquela do dicionário onde se lê  que romance é um substantivo masculino e cujo significado é narrativa ou enredo.
Romance  aqui tem um significado mais abrangente,  não quer dizer apenas amor, mas  uma outra maneira de designar livros.
Para a frase ficar mais romântica, em vez de dizer livro, usamos “romance”.

Neste dia dos namorados desejamos a todos os nossos leitores e leitoras muitooooo romance!

Nesse mês de junho VCS  podem comprar por preços imperdíveis livros bacanérrimos na nossa lojinha virtual, aqui e no Livronauta aqui.
Aguardamos vcs com carinho e com um atendimento vip que vai encantar nossos clientes-parceiros.
Confiram!

Abraços Literários.


quarta-feira, 10 de junho de 2015

Iscas Vivas-

                                                                                



Com a sabedoria despretensiosa de quem nunca se leva muito a sério, mas sabe tocar a alma das coisas, Fabio Genovesi apresenta um romance inteligente e inspirador, que conquistou milhares de leitores quando lançado na Itália.  
O autor dá expressão a uma face autêntica da província italiana falando de ciclismo e de pescarias, de música e de amor, de esperanças e de desilusões, das mutilações externas e internas que cabem a cada um de nós. E com sua escrita ligeira, viva e palpitante, perfura a superfície da vida e atinge as profundezas como uma isca que mergulha na água escura e nos carrega consigo.
Um livro que ensina como lidar com as diferenças.
Fiorenzo não pode ser considerado um jovem de sorte. Vive em Muglione – no interior da Toscana diferente dos cartões-postais -  e aos catorze anos, perdeu a mão direita por culpa de um rojão e, embora tenha reagido com garra e criatividade, dedicando-se ao heavy metal com o entusiasmo típico da adolescência, logo descobriu que, na vida, o que falta conta muito mais do que aquilo que existe.
Tiziana tem 32 anos e, em comum com Fiorenzo, apenas a cidade natal, de onde fugiu para fazer mestrado no exterior, o que lhe abriu inúmeras possibilidades de trabalho. Mas ela tomou uma decisão inusitada: voltar para casa e colocar o próprio conhecimento a serviço da comunidade. Ao mesmo tempo, um complicado amor chega para abalar sua vida.
Por fim, temos Mirko, o Campeãozinho, o menino prodígio que o pai de Fiorenzo descobriu em uma estrada perdida do sul do país e levou para Muglione.
Mirko é um completo mistério, uma contradição viva: inteligente, mas ingênuo; potência imbatível no ciclismo, mas desengonçado e frágil no cotidiano; ídolo dos fãs de ciclismo e alvo predileto de seus cruéis colegas de escola.

Fiorenzo, Tiziana e Mirko.
Três mundos distintos que se encontram, por acaso, em um lugar desolado e improvável, três destinos que se cruzam  e dão vida a uma narrativa divertida, comovente e poética.

Genovesi descreve a realidade e os hábitos de uma pequena cidade, com ênfase nos sentimentos e mazelas dos personagens. Vale notar a forma como o autor delineia e prova que, apesar das aparências, todos os seres humanos, jovens, adultos ou idosos, têm problemas e os mantêm enclausurados dentro de si. E, segundo o próprio, é nesse momento que os instintos ficam mais à flor da pele e que todos acabam tomando as atitudes mais importantes de suas vidas.

Essa foi minha primeira experiência com um livro italiano e posso dizer que fiquei bastante impressionada com a fluidez da narrativa, quase que dá para ler de “uma sentada”, as descrições  não são cansativas e apesar do livro ter 448 páginas a  atenção se mantém até o final da leitura.
Só não gostei dos inúmeros palavrões que compõe  a parte narrada em primeira pessoa por Fiorenzo, apesar dele ser um adolescente de 19 anos, achei  exagerado. E a maneira como ele trata o Campeãozinho dá vontade de dar “uns cascudos”  nele.
Aliás Fiorenzo não foi um personagem do qual gostei de cara.
Por outro lado como não se emocionar, não se encantar e não torcer pelo querido Mirko?????
Um livro instigante e inspirador com uma maravilhosa capa emborrachada.
Recomendado.


Abraços Literários e até a próxima.


sexta-feira, 5 de junho de 2015

A Arte das Capas #19

                                                                             



A capa de livro é a identidade visual de uma obra literária. Uma nobre embalagem, que desperta os sentidos, desejos, sonhos e emoções, e tem muita história para contar...

                                                                                



A Arte das Capas é a coluna em que mostramos  livros e suas capas.

                          


Bacana pra que vocês conheçam novos livros e novas capas também, já que temos  certeza que muita gente, assim como nós, adora capas de livros!

                                                                                  



Nesse mês de junho, mês em que comemoramos o dia dos namorados, trazemos esse que é um livro  absolutamente recomendado, pelo qual eu sou completamente apaixonada e que é um dos meus favoritos, Charlotte Street de Danny Wallace.

                                                                                



                                                                                  


O que queremos saber é ... qual capa VCS  elegem como a favorita ????



Abraços Literários e até a próxima.


segunda-feira, 1 de junho de 2015

Caneca Literária #23: Charlotte Street

                                                                                  



A Caneca Literária de hoje é para VCS que assim como nós amam romances!

                                                                            


Charlotte Street
Um romance engraçado e irreverente. Uma história de amor...

Tudo começa com uma garota... (porque sim, sempre há uma garota...) Jason Priestley acabou de vê-la. Eles partilharam de um momento incrível e rápido de profunda possibilidade, em algum lugar da Charlotte Street. E então, em um piscar de olhos, ela partiu deixando-o, acidentalmente, segurando sua câmera descartável, com o filme de fotos completo....
E agora Jason — ex-professor, ex-namorado, escritor e herói relutante — se depara com um dilema. Deveria tentar seguir a garota? E se ela for A Garota? Mas aquilo significaria utilizar suas únicas pistas, que estão ainda intocáveis em seu poder...
É engraçado como as coisas algumas situações se desenrolam...

 Charlotte Strett foi uma agradabilíssima  surpresa, um dos melhores livros que li nesse ano.
Fala sobre ser golpeado pela vida, dar o seu melhor, agarrar o momento, perseguir seus sonhos, reinventar-se, fazer acontecer, pertencimento e esperança.
Mostra que é possível sair da frustração não manifestada que se transformada em foco e canalizada corretamente te faz ser surpreendido com coisas boas.
Ensina que VC pode se curvar na vida ou VC pode se dobrar e se desdobrar.
Fala sobre games, música e fotografias. Como são essas fotos, quem está nelas e quais as histórias que elas contêm e apresentam pistas para montar o grande quebra-cabeça que é o livro.
Principalmente descreve como as palavras-chave da nossa vida formam um conjunto de características único, mas que essas palavras podem ser outras.
Comecei a ler despretensiosamente e sem nenhuma expectativa,  depois de te lido muitas resenhas falando o quanto o livro era maçante.
Vou começar essa resenha dizendo que talvez o equívoco esteja no marketing da editora que fez muitos leitores esperarem uma coisa, e encontrarem outra.
"Um romance engraçado e irreverente”, não se refere a um relacionamento amoroso especificamente.
Romance neste contexto quer dizer livro,  assim como romance policial, romance erótico, romance distópico. No sentido literário da palavra, aquela lá do dicionário onde se lê que romance é um substantivo masculino e cujo significado é narrativa ou enredo. Romance  aqui tem um significado mais abrangente,  não quer dizer apenas amor, mas  uma outra maneira de designar livros. A editora  quis deixar a frase bonita, em vez de dizer livro, usou “romance”.
Em "Uma história de amor...” está o segundo engano.   Existem vários tipos de amor, e ele não só se refere a amor entre duas pessoas.  No caso desse livro ouso dizer que amor está mais para uma amizade super bacanérrima, tudo de bom e daquelas que todo mundo deveria ter uma para chamar de sua.
As reticências  ali dão o sentido de continuidade, deixando algo oculto, pra chamar sua atenção.
VC vai ler o livro pensando encontrar um romance leve e engraçado.  #sóquenão

A história de Jason (Jase) Priestley é absurdamente real, assim como a de alguém tão possível que parece  alguém que conhecemos, que encontramos em algum momento de nossas vidas.

Começa com nosso protagonista narrador infeliz e fracassado.
Ele acaba de perder a namorada, e agora Sarah está noiva e grávida de Gary, que é um homem  bem-sucedido.
Jason (Jase) Priestley (não, não é o ator  que interpretou Brandon  Walsh da série Beverly Hills)  ainda não superou o término do seu namoro  e isso o faz parar de acreditar em esperança. Ele mora com seu melhor amigo nerd-gamer-geek-sem noção-super fofo da faculdade, Dev Patel, e a vida dos dois é beeeem rotineira. Em meio a conversas papo(furado) cabeça e filosofia de botequim, Jase e Dev discutem sobre como “ agarrar o momento”.
Quando Jase ajuda uma garota cheia de compras a entrar em um táxi na Charlotte Street,  e sem querer, fica com sua câmera descartável 35 mm, de alguma forma pensa que deixou o Momento passar. E se aquela fosse A Garota de sua vida?
Então, com a ajuda de seus amigos  e de suas únicas pistas, 12 fotos e 12 momentos, parte em busca da Garota.

A premissa é boa, e o transcorrer da narrativa é tão intima que te leva para dentro da trama e você se sente fazendo parte daquele momento, ligada  à história.
Muita gente não gostou porque simplesmente "esperava mais”, mas você não pode reclamar se  encontrar algo diferente.
Charlotte Street não é um livro que fala sobre um romance que surge de forma inusitada, onde o protagonista vai atrás da garota -misteriosa, afim de lhe devolver a câmera, mas querendo conhecê-la.
Charlotte Street é mais do que isso. Está em suas entrelinhas toda a mensagem que o autor quis passar.

"Acredito que realmente as coisas mudam, é claro. Mas, na minha experiência, acredito que, frequentemente, as coisas mudam porque as pessoas não mudam”.
Página 108 

Eu amei o livro, tem personagens memoráveis, o protagonista e os personagens secundários são tão bem construídos que você sente carinho por eles, se torna amiga deles e sente falta deles quando termina a leitura.
Além de Dev, Sarah e Gary, temos  Abbey, Matt, Zoey e Shona que é a garota.
Ao longo do livro vemos que através de pequenas coisas, pequenos momentos, Jase vai se construindo e mudando de “fase”.

A narrativa é descontraída com Jase conversando com o leitor de maneira informal e irônica.
Apesar de você não cair na gargalhada, alguns momentos são bem divertidos assim como são inteligentes os diálogos e as tiradas são de gênio!

Charlotte Strett mais do que me surpreender, me encantou!
Danny Wallace me encantou com sua narrativa direta e crua.
Da leitura reflexiva tirei diversas lições, a mensagem que o livro passa é muito construtiva e possível.
É um livro que vale muito a pena ler, se divertir e refletir.
Além do mote bem interessante, ainda tem dois plus na minha opinião,  começa com um prólogo autoexplicativo e termina com um epílogo super bacanérrimo.
Quem me conhece e quem lê as resenhas aqui do bloguito sabem que eu amo epílogos.


Abraços Literários e até a próxima.