sábado, 26 de novembro de 2016

Passarinha-

                                                                               



Sinopse: No mundo de Caitlin tudo é preto ou branco. As coisas são boas ou más. Qualquer coisa no meio do caminho é confuso. Essa é a máxima que o irmão mais velho de Caitlin sempre repetiu. Mas agora Devon está morto e o pai não está ajudando em nada. Caitlin quer ajudar o pai – a si mesma e a todos a sua volta -, mas sendo uma menina de dez anos de idade, com Síndrome de Asperger, ela não sabe como lidar com isso. Quando ela lê a definição de desfecho no dicionário, ela percebe que é o que ela e seu pai precisam. Em sua busca por ele, Caitlin descobre que nem tudo é preto ou branco: o mundo está cheio de cores, confuso e bonito.” 


Caitlin é uma menina de 10 anos, inteligente, perspicaz, educada e com síndrome de Asperger (um transtorno do espectro autista que se diferencia do autismo clássico por ser uma forma mais leve da síndrome) que precisa lidar com a perda de seu irmão, Devon, e suas próprias dificuldades.
O irmão era quem melhor a compreendia, lhe ensinava habilidades comportamentais úteis e a ajudava a compreender o mundo.
Mas ele foi morto em um tiroteio na escola onde estudava.
Depois do “dia em que tudo desmoronou”  Caitlin precisa lidar sozinha, com a ausência do irmão, a tristeza do pai e a vida.
Na escola, mesmo com sessões diárias com a orientadora, a Sra Brooks, que tenta ajudá-la, Caitlin tem dificuldades em se relacionar,  sofre bullying por parte dos outros alunos e preconceito até dos professores que querem que ela viva conforme os “padrões”, mas ninguém tenta compreender que apesar das percepções diferentes, seus sentimentos são iguais aos de todo mundo.
 Curioso é a interpretação de como Caitlin lida com isso: na maior parte das vezes parece não se importar com o que os outros pensam e descreve a rejeição como um fato simples e sem importância, porém  o leitor sente a empatia com a protagonista, acentuada pela narração em primeira pessoa (assim sendo apresentando uma leveza sem igual e profundos significados) e se coloca no lugar dela enxergando o mundo com seus olhos.
Essa premissa é muito importante já que é um livro para se colocar no lugar do outro,  faz a gente sair da zona de conforto.
Durante a leitura a terapeuta de Caitlin, tenta fazê-la desenvolver sua empatia, mas  todos nós precisamos desenvolver essa “ferramenta”.  Quantas vezes  realmente nos colocamos no lugar dos outros? Tentamos entender seus sentimentos?
Caitlin tem dificuldade em lidar com as emoções e, portanto, tem reações que, para quem vê de fora do contexto parecem inusitadas, mas fazem sentido, quando compreendemos os seus porquês.
Tudo parece simples  aos seus olhos,  não faz rodeios e não diz o que não quer dizer.
Ela nos convida a “captar o sentido” (expressão que usa para dizer que entendeu algo) do mundo pela perspectiva de uma criança com Asperger.
Você vai sorrir com seus pensamentos práticos e chorar com suas tristezas.
Mas a síndrome não define Caitlin. Ela é uma personagem vibrante, cheia de personalidade, vívida, talentosa, especialmente para desenhar, e inteligentíssima.
Seu livro preferido é o Dicionário. Sua busca pelo significado é uma pequena aventura, tocante, cheia de sensibilidade e ternura. Quando descobre a palavra desfecho, entende que é disso que ela e seu pai precisam após o que aconteceu a Devon.
A leitura é uma imersão.
Você vibra e torce por ela, sente o que ela sente (a tal da empatia), sente intensamente e se emociona na medida exata.
No início do livro há nota de tradução da Editora Valentina, “Passarinha”  é um romance de símbolos, impossíveis de traduzir fielmente para o português. 
 O livro fala do filme O sol nasce para todos, (filme favorito de Caitlin e Devon) que se traduzido literalmente  seria Matar Passarinho.
As pouquíssimas vírgulas e os diálogos não sinalizados por travessões ou aspas simbolizam os pensamentos rápidos da protagonista, no estilo  Caitlin, de narrar.

A trama trata de assuntos como preconceito, falta de compreensão, amadurecimento e luto de forma simples e eficaz.  
A narrativa é clara, objetiva, e os capítulos curtos com temas pré-definidos ajudam a leitura a fluir ao mesmo tempo em que convidam a refletir.
É um daqueles livros de premissa simples e delicada, também é um daqueles livros que fazem você perceber o mundo de uma forma diferente, que fazem mudar o modo de pensar.
E que todo mundo deveria ler.


Recomendadíssimo.


Abraços Literários e até a próxima.


quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Novembro Azul Literário-

                                                                                



O Novembro Azul, que tem como símbolo o laço azul e o bigode, é uma campanha de conscientização dirigida aos homens que tem como objetivo alertar sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce com relação ao  câncer de próstata e outras doenças masculinas.
O bloguito traz hoje uma seleção de livros com capas azuis para compartilhar com vocês.

                                                                                 


A Batalha do Apocalipse
Eduardo Spohr

Há muitos e muitos anos, há tantos anos quanto o número de estrelas no céu, o Paraíso Celeste foi palco de um terrível levante. Um grupo de anjos guerreiros, amantes da justiça e da liberdade, desafiou a tirania dos poderosos arcanjos, levantando armas contra seus opressores. Expulsos, os renegados foram forçados ao exílio, e condenados a vagar pelo mundo dos homens até o dia do Juízo Final. Mas eis que chega o momento do Apocalipse, o tempo do ajuste de contas, o dia do despertar do Altíssimo. Único sobrevivente do expurgo, o líder dos renegados é convidado por Lúcifer, o Arcanjo Negro, a se juntar às suas legiões na batalha do Armagedom, o embate final entre o Céu e o Inferno, a guerra que decidirá não só o destino do mundo, mas o futuro do universo. Das ruínas da Babilônia ao esplendor do Império Romano; das vastas planícies da China aos gelados castelos da Inglaterra medieval. 
A Batalha do Apocalipse não é apenas uma viagem pela história humana, mas é também uma jornada de conhecimento, um épico empolgante, cheio de lutas heroicas, magia, romance e suspense.


                                                                                  


Peter Pan
James Matthew Barrie

Peter Pan quer ser eternamente menino.
Na história criada pelo escritor escocês J.M. Barrie e publicada pela primeira vez no início do século XX, Peter e a fada Sininho levam seus amigos Wendy, João e Miguel para conhecer o lugar em que vivem, a Terra do Nunca, onde o tempo não passa.
Uma sucessão de aventuras espera a turma, eles vão se deparar com um navio pirata e ter que enfrentar o temível Capitão Gancho, conhecer a aldeia dos índios e os meninos perdidos em uma história cheia de emoções e mensagens.


                                                                                


Confie em mim
Harlan Coben

Preocupados com o comportamento cada vez mais distante de seu filho Adam – principalmente depois do suicídio de seu melhor amigo, Spencer Hill –, o Dr. Mike Baye e sua esposa, Tia, decidem instalar um programa de monitoração no computador do garoto. Os primeiros relatórios não revelam nada de importante. Porém, quando eles já começavam a se sentir mais tranquilos, uma estranha mensagem muda completamente o rumo dos acontecimentos: "Fica de bico calado que a gente se safa."
Perto dali, a mãe de Spencer, Betsy, encontra uma foto que levanta suspeita sobre as circunstâncias da morte de seu filho. Ao contrário do que todos pensavam, ele não estava sozinho naquela noite fatídica. Teria sido mesmo suicídio?
Para tornar o caso ainda mais estranho, Adam combina de ir a um jogo com o pai, mas desaparece misteriosamente. Acreditando que o garoto está correndo um grande perigo, Mike não medirá esforços para encontrá-lo.
Quando duas mulheres são atacadas por um assassino, uma série de acontecimentos faz com que a vida de todas essas pessoas se cruzem de forma trágica, violenta e inesperada.
Confie em mim é um suspense eletrizante, mas também um convite à reflexão sobre temas mais profundos. Neste livro, Harlan Coben aborda assuntos atuais, como a facilidade de acesso às informações na era da internet, e questiona os limites no relacionamento entre pais e filhos: quando é hora de intervir? Quando o melhor é simplesmente confiar? Até onde você iria para proteger as pessoas que mais ama na vida?





Cisne
Eleonor  Hertzog

Ninguém sabe exatamente quais são os critérios de seleção da Escola Avançada de Champ-Bleux, mas não há como discutir sua eficácia. Seus exames de ingresso não erram nunca! Entre milhares de candidatos de todos os pontos da Terra, apenas duzentos e cinquenta são escolhidos a cada semestre. E, num mundo onde ser cientista é o maior status que alguém pode desejar, a Escola Avançada de Champ-Bleux forma aqueles que são disputados a peso de ouro.
Doris e Henry Melbourne são cientistas formados por Champ-Bleux.
Aparentemente, são biólogos marinhos. Aparentemente, suas vidas se centram no Cisne, barco de pesquisas onde moram com os filhos. E, também aparentemente, são terráqueos... Seus filhos acreditam em todas essas aparências – ao menos por enquanto. Seguindo os passos dos pais, os jovens Melbourne fizeram os exames de ingresso para Champ-Bleux. Enquanto, cheios de expectativa, aguardam os resultados para saber se ao menos um deles entrou na Escola Avançada, veem-se envolvidos numa questão diplomática entre Terra e Tarilian, o único outro mundo habitado que os terráqueos conhecem. Inesperadamente, o futuro das relações entre os dois mundos vai ser decidido em um barco no meio do oceano! Mal sabem eles que isso é apenas o começo...





A culpa é das estrelas
John Green

Hazel é uma paciente terminal.
Ainda que, por um milagre da medicina, seu tumor tenha diminuido — o que lhe dá a promessa de viver mais alguns anos —, o último capítulo de sua história foi escrito no momento do diagnóstico.
Mas em todo bom enredo há uma reviravolta, e a de Hazel se chama Augustus Waters, um garoto bonito que certo dia aparece no Grupo de Apoio a Crianças com Câncer. Juntos, os dois vão preencher o pequeno infinito das páginas em branco de suas vidas.


                                                                                 


A teoria de tudo
Jane Hawking

A história de Stephen Hawking é contada pela luz da genialidade e do amor que não vê obstáculos. Quando Jane conhece Stephen, percebe que está entrando para uma família que é pelo menos diferente. Com grande sede de conhecimento, os Hawking possuíam o hábito de levar material de leitura para o jantar, ir a óperas e concertos e estimular o brilhantismo em seus filhos entre eles aquele que seria conhecido como um dos maiores gênios da humanidade, Stephen.
Descubra a história por trás de Stephen Hawking, cientista e autor de sucessos como Uma breve história do tempo, que já vendeu mais de 25 milhões de exemplares. Diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica aos 21 anos, enquanto conhecia a jovem Jane, Hawking superou todas as expectativas dos médicos sobre suas chances de sobrevivência a partir da perseverança de sua mulher. Mesmo ao descobrir que a condição de Stephen apenas pioraria, Jane seguiu firme na decisão de compartilhar a vida com aquele que havia lhe encantado. Ao contar uma trajetória de 25 anos de casamento e três filhos, ela mostra uma história universal e tocante, narrada sob um ponto de vista único. Stephen Hawking chega o mais próximo que alguém já conseguiu de explicar o sentido da vida, enquanto Jane nos mostra que já o conhecia desde sempre: ele está na nossa capacidade de amar e de superar limites em nome daqueles que escolhemos para compartilhar a vida.
O livro que inspirou o filme A Teoria de Tudo.



E aí, já leram algum desses livros?
Qual gostariam de ler??
Qual seu livro com capa azul???
Conta para a gente!



Abraços Literários e até a próxima.


domingo, 20 de novembro de 2016

Dia Nacional da Consciência Negra-

                                                                                



O Dia Nacional da Consciência Negra é comemorado no Brasil, no dia 20 de novembro, data da morte de Zumbi dos Palmares, em 20/11/1695, um escravo que foi líder do Quilombo dos Palmares e simbolizou a luta do negro contra a escravidão.
Zumbi morreu enquanto defendia a sua comunidade e lutava pelos direitos do seu povo.
A data foi incluída em 2003 no calendário escolar nacional. Contudo, somente a Lei 12.519 de 2011 instituiu oficialmente o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.
No dia da Consciência Negra o objetivo é fazer uma reflexão sobre o relevo da cultura e do povo africano e o impacto que tiveram na evolução da cultura brasileira.

Eu queria fazer um post diferente para comemorar a data, andei navegando por aí e encontrei dois posts bacanas de blogs bacanudos.
O Listas Literárias, que é um dos blogs mais bacanérrimos que eu conheço, escrito pelo Douglas e a Gislaine, e é uma referência para todos os blogueiros literários, fez uma lista dos grandes escritores negros, que vcs leem aqui, e o Amor Livrônico da linda da Débora que entende tudo de literatura e que fez um post fofíssimo sobre autores nordestinos que vcs conferem aqui.
Inspirações para o nosso bloguito compartilhar alguns dos livros que temos e que foram escritos por grandes escritores negros da literatura nacional.




Castro Alves, o poeta dos escravos
O navio negreiro



Machado de Assis
Dom Casmurro



Cruz e Souza, o mestre do simbolismo brasileiro
Broquéis



Lima Barreto
Clara dos Anjos



Luís Gama
Primeiras Trovas Burlescas



Solano Trindade
Canto Negro



Maria Firmina dos Reis
Úrsula
O primeiro romance abolicionista da literatura brasileira e também  o primeiro da literatura afro-brasileira


E aí já leram algum desses livros?
Qual deles gostaria de ler??


Abraços Literários e até a próxima


quarta-feira, 16 de novembro de 2016

O Pessegueiro-

                                                                               



Sinopse- Willa Jackson vem de uma antiga família que ficou arruinada gerações antes. A mansão Blue Ridge Madam, construída pelo bisavô de Willa durante a época áurea de Walls of Water, e outrora a mais grandiosa casa da cidade, foi durante anos um monumento solitário à infelicidade e ao escândalo. Mas Willa soube há pouco que uma antiga colega de escola – a elegante Paxton Osgood – da abastada família Osgood, restaurou a Blue Ridge Madam e a devolveu à sua antiga glória, tencionando transformá-la numa elegante pousada. Talvez, por fim, o passado possa ser deixado para trás enquanto algo novo e maravilhoso se ergue das suas cinzas. Mas o que se ergue, afinal, é um esqueleto, encontrado sob o solitário pessegueiro da propriedade. Os ossos, pertencentes ao carismático vendedor ambulante Tucker Devlin, que exerceu os seus encantos sombrios em Walls of Water setenta e cinco anos antes, não são tudo o que está escondido longe da vista e do coração. Surgem igualmente segredos há muito guardados, aparentemente anunciados por uma súbita onda de estranhos acontecimentos em toda a cidade.

 Um livro que surpreende pela história simples, mas cheia de mistérios, lições e valores que encantam por apresentarem diferentes perspectivas e pela sensibilidade com a qual é contada.

“Bem-vindo a Walls of Water, um lugar onde o aroma das flores envolve o ar e os pássaros parecem ter algo a dizer.”

A narrativa em terceira pessoa nos apresenta, Willa Jackson e Paxton Osgood, moradoras da pequena cidade Walls of Waterum, e suas avós  Georgie Jackson e Agatha Osgood que foram grandes amigas no passado.
A vida dessas mulheres se cruzam e elas descobrem que juntas precisam desvendar os mistérios que envolvem suas famílias.
A família Jackson detinha  grande poder e a posse da maior propriedade da cidade,  a mansão Blue Ridge Madam até que do dia para a noite tudo mudou! Os Jackson perderam tudo e um grande escândalo se abateu sobre eles. 
Georgie nunca mais foi a mesma, e Agatha muito menos. Unidas por um grande segredo, e um pessegueiro, suas vidas afetaram de forma indireta o futuro de suas netas, assim como suas percepções e conhecimento de si mesmas.

“Qual é o segredo que une as famílias Jackson e Osgood?
Será que a verdadeira amizade consegue transpor as barreiras do tempo?”

Muitos anos depois com a reforma da famosa propriedade, segredos que deveriam ficar enterrados para sempre vêm à tona.
A partir daí vários mistérios surgem envolvendo a mansão, as duas famílias e um pessegueiro plantado no jardim da casa.
Willa e Paxton se unem para desvendar os mistérios que ligam suas avós e, acabam encontrando apoio uma na outra.
Com o objetivo de descobrirem a verdade e o sentido de suas próprias motivações, iniciam uma jornada de amores, amizade e sensações que com a qual jamais poderiam sonhar.
Mais do que uma leitura sobre um mistério o livro é mágico e encantador não só pela história em si, mas pela forma como é contada, com elementos que nos proporcionam sensações e emoções como os cenários da cidade muito bem descritos e os mitos. Durante a leitura vc se sente como se realmente estivesse em Walls of Water.
A leitura é envolvente do início ao fim e a trama bem delineada.
Os personagens são bem reais, bem construídos e Sarah Addison Allen, a autora consegue nos transportar para a mente de cada um deles nos apresentando seus sentimentos, angústias e sonhos.
Da autora já havia lido Encantos do Jardim e A garota que perseguiu a lua, e fiquei fascinada com sua narrativa poética e mágica.
 O Pessegueiro nos traz muito mais do que romance,  fala sobre o família, amizade, sentimentos, sensações, felicidade, lealdade, tradição, reflexão, sonhos, segredos e significados, e vai além, fala sobre a vida.

Um livro que pode ser julgado pela capa já que a suavidade, delicadeza e beleza estão presentes também em cada página da obra, e pela diagramação que está linda com suas páginas amareladas, diferentes galhos de pessegueiro que iniciam cada capítulo assim como as primeiras frases formando uma onda.

                                                                              



Recomendadíssimo.

Abraços Literários e até a próxima.
                                 

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Caneca Literária #37: Mogli - O Menino Lobo

                                                                                 


A Caneca Literária de hoje é para VCS que assim como nós amam os clássicos sejam em livros ou em adaptações cinematográficas!
                            
                                             


Com mistura de cenas reais com animação em 3D, Mogli – O Menino Lobo, conta a fábula do menino que foi criado por lobos em plena selva.
A produção apresenta um olhar contemporâneo para um dos maiores clássicos da Disney, originalmente desenhado à mão, em 1967.
Se antes os personagens ganharam vida com lápis e papel, agora tudo é fruto da tecnologia.
Todos os bichos e a selva foram criados por meio de computação gráfica, e o resultado impressiona por ser extremamente realista.
A direção é do ator Jon Favreau, dos dois primeiros filmes da franquia O Homem de Ferro. 
O diretor retrata a selva “digital”- por mais incrível que pareça totalmente criada dentro de um estúdio de Los Angeles – como se estivesse diante de um cenário real, com cenas de ação verossímeis e alta sofisticação para inserir o espectador na tela.
Baseado na obra O Livro da Selva de 1984, do escritor inglês Rudyard Kipling (1865-1936), o filme conta o momento em que Mogli, amado por todos os animais, é ameaçado de morte pelo tigre Shere Khan, que não aceita um humano vivendo na selva.
A família de lobos (oooowwwwnnnnnn overdose de fofurice) e o melhor amigo de Mogli, a pantera Bagherah, decidem que o menino precisa partir.
A partir daí, Mogli começa uma aventura pela selva a caminho da aldeia mais próxima.
O ator Neel Sethi, de 13 anos, faz o filme praticamente sozinho, sua atuação encanta e a interação amorosa de seu personagem com os animais traz à vida a narrativa.
Os animais que interagem com ele são divertidas animações de animais falantes, dublados por vozes conhecidas, mas o cuidado na criação dos animais, em detalhes como pelos e olhares extremamente expressivos são o ponto alto do filme.
                             
                                       


A loba que cria o menino como filho é Raksha, dublada em inglês por Lupita Nyong’o, estrela de 12 Anos de Escravidão e na versão em português pela atriz Julia Lemmertz.
Em seu trajeto pela selva, Mogli se depara com vários perigos e com animais que querem pegá-lo, como a serpente Kaa, dublada pelas vozes de Scarlett Johansson e Alinne Moraes (divasssss). Baghera foi dublado por Ben Kingsley e o nacional por Dan Stulbach. Já o urso Ballo, um dos personagens mais cativantes, em português é dublado pelo fofo do Marcos Palmeira e lá fora foi teve como dublador Bill Murray que foi muito elogiado pelo trabalho.
A saga do pequeno na fuga, com a ajuda de seus aliados, leva para os pequenos a importante reflexão da interação home-natureza celebrada no clássico de Kipling.
Há ainda o recado sustentável da música do urso Baloo, que prega a vida simples, só com o “necessário”.
O longa faz parte da série de refilmagens em live action da Disney.
O sucesso do filme, que emocionou com seu maravilhoso espetáculo tecnológico, e ainda com a história à qual parte do público ainda dedica nostálgica empatia empolgou o estúdio, que já prepara uma sequência, também pilotada por Favreau.


Mais do que recomendadíssimo!


Abraços Literários e até a próxima.


terça-feira, 8 de novembro de 2016

Cine Clube #25: Star Trek- Sem Fronteiras

                                                                               



Comemorando em 08/09/2016 os 50 anos do início do universo Star Trek, “Jornada nas Estrelas” que teve seu reinício em 2009 estreou na data seu terceiro filme da saga “Star Trek: Sem Fronteiras”.                               





O enredo foi considerado inclusivo, agradando tanto os fãs como um público mais abrangente e principalmente dividindo bem o tmepo na as telonas entre os personagens valorizando cada um deles.
Na produção, Kirk (Chris Pine), Leonard Lindo, tá o lindo é por minha conta (Karl Urban), Scotty (Simon Pegg) e Spock (Zachary Quinto) se encontram com a tripulação da nave Enterprise, no terceiro ano da missão de exploração do espaço, programada para durar cinco anos.
Após receber um falso pedido de socorro, eles vão parar em um planeta desconhecido onde travam batalhas épicas.
Quem está por trás do golpe é o vilão Krall (Idris Elba) interessado em um objeto que está em poder do líder da nave.
No tal planeta, os tripulantes são divididos em pequenos grupos e precisam se virar sozinhos, mas têm dúvidas com relação às suas funções na Enterprise.
A tripulação está estressada com o tempo de clausura, o que torna a aventura no planeta desconhecido um verdadeiro teste de sobrevivência para todos.
O filme faz uma série de referências a episódios anteriores da saga “Star Trek”, inclusive ao programa americano de TV de 1966 que deu origem à aventura.
Altamid, o planeta rochoso onde se passa o segundo ato do filme, por exemplo, foi inspirado nos planetas visitados pelo capitão Kirk e sua turma na década de 1960.
“Star Trek: Sem Fronteiras” também faz homenagens a Leonard Nimoy (1931-2015), que viveu o Spock na antiga série de tv e nos primeiros filmes da história.
Além de Chris Pine, Zachary Quinto e Karl Urban, o elenco conta com Anton Yelchin (que interpretava o personagem Checov, morto em um acidente de carro em junho), Simon Pegg, Sofia Boutella e Zoe Saldana.
A direção é de Justin Lin, responsável por três filmes da franquia “Velozes e Furiosos”.


Quem aí é fã da série????
Abraços Literários e até a próxima.




domingo, 6 de novembro de 2016

Em Algum Lugar Nas Estrelas-

                                                                              


Sinopse: O enredo é sobre a difícil arte de crescer em um mundo que nem sempre parece satisfeito com a nossa presença. Pelo menos é desse jeito que as coisas têm acontecido para Jack Baker. 
A Segunda Guerra Mundial estava no fim, mas ele não tinha motivos para comemorar. Sua mãe morreu e seu pai... bem, seu pai nunca demonstrou se preocupar muito com o filho. Jack é então levado para um internato no Maine (o mesmo estado onde vivem Stephen King e boa parte de seus personagens).
O colégio militar, o oceano que ele nunca tinha visto, a indiferença dos outros alunos: tudo aquilo faz Jack se sentir pequeno.
Até ele conhecer o enigmático Early Auden...

A trama do livro, um infantojuvenil para leitores de todas as idades, é em torno desses  dois personagens no fim a segunda guerra mundial: os garotos Jack Baker e Early Auden que apesar de serem completamente diferentes, se complementam e estabelecem uma forte ligação, ainda que eles próprios não se dêem conta disso naquele momento.
Jack é filho de um capitão da marinha que cresceu sob rígida influência militar e com a ausência do pai que passa a maior parte do tempo em alto-mar. Leitor assíduo de National Geographics é um garoto solitário, mas curiosamente independente.
Quando acontece uma tragédia Jack é enviado à Morton Hill, um colégio interno para garotos.
Assim que chega ao internato de Morton Hill ele precisará conviver com as diferenças, a solidão e a exclusão; todas as coisas que os novos garotos frequentemente atravessam ao chegar a um novo local. É lá que ele conhece Early, o garoto que tenta conter o mar.
Do outro lado temos Early Auden, o personagem que dá vida e forma ao livro.
Tudo o que acontece está ligado de alguma maneira a ele.
Extremamente inteligente, teimoso,  cheio de imaginação e manias como selecionar as músicas que deve ouvir em cada dia da semana: Louis Armstrong às segundas; Sinatra às quartas; Glenn Miller às sextas; Mozart aos domingos e Billie Holiday sempre que estiver chovendo; terça, quinta e sábado, são dias sem músicas, a não ser que esteja chovendo.
Se fosse um personagem atual seria diagnosticado com TEA (Transtorno do Espectro Autista), mas como na época ainda não existia esse diagnóstico ele é considerado estranho, esquisito como é descrito na história, por apresentar dificuldade na interação social.
Enquanto Early representa a inocência e vivacidade das crianças, Jack tem uma característica mais adulta e descrente, porém, pleno de amor infantil.
Dois jovenzinhos com dores e experiências diferentes que acabam se encontrando e vivem grandes aventuras em busca de um sentido para  as teorias de Early, que  envolve o número Pi e seu irmão que foi morto durante um combate, mas que ele acredita está vivo e perdido.
Assim, eles pegam um barco e navegam embaixo das estrelas procurando por respostas. E irão encontrar muito mais durante essa jornada fascinante de aprendizado, perigos e  fortalecimento de uma grande amizade.
É interessante acompanhar os diálogos que os dois protagonizam do meio do livro em diante, quando a história tem uma reviravolta.
São as corridas de barco que unem os dois em uma história cativante.
Ajudando o amigo, Jackie se reencontra consigo mesmo, a fim de superar um coração machucado e marcado por perda e rejeição.
Em paralelo, há outra história, que complementa e faz referência a história dos dois garotos. Os matemáticos, físicos e apaixonados pelas ciências exatas vão adorar essa parte: a autora costurou a trama dos garotos à história de Pi, o número que intriga a humanidade há séculos. Um número racional, eterno e não repetitivo que em seus dígitos possui uma história a ser contada.
Durante a cruzada de Jackie e Early, vulcões em erupção, piratas e ursos enormes atravessam as páginas.





A fantasia brinca com a imaginação do leitor promovendo um olhar de memória afetiva aos tempos de criança.
Poucas vezes um título fez tanto jus a sua história.
Em Algum Lugar Nas Estrelas é sobre a busca irrefreável do homem por respostas, por se reencontrar, sobre recomeço e aceitação.
Uma fábula contemporânea repleta de significados.
Tudo no livro é fluido e delicado.
A narração em primeira pessoa mostrou-se acertada, esta ferramenta quando bem utilizada aproxima o leitor dos personagens; faz ver a história com o olhar do protagonista criando um vínculo, tornando tudo próximo e real.
Um livro que fala de relacionamento pai e filho, de amizade, esperança e inocência. Uma narrativa detalhada, sem ser cansativa, e ao mesmo tempo cativante e criativa.
                                     
                                         



A edição é linda, todas as ilustrações têm relação com o enredo e as páginas são aquelas queridinhas amarelas que conferem conforto visual.
                                                    
                        



Recomendadíssimo.


Abraços Literários e até a próxima.


quarta-feira, 2 de novembro de 2016

A Noiva Fantasma-

                                                                                


Sinopse- 1893, Malaia (atual Malásia e Cingapura), Li Lan é uma jovem de 18 anos que recebeu educação e cultura, mas que vive sem grandes perspectivas depois da falência de seus pais. Até surgir uma proposta capaz de mudar sua vida para sempre: casar-se com Lim Tian Ching, o herdeiro de uma família rica e poderosa.
Há apenas um detalhe: seu noivo está morto.

Esse livro foi uma agradável surpresa, comecei a ler despretensiosamente e fiquei encantada.
A Noiva Fantasma, publicado pela DarkSide, é o romance de estreia de Yangsze Choo.
Por mais fantásticas que pareçam, as noivas fantasmas existem até hoje em parte da cultura asiática. A prática, que chegou a ser banida por Mao Tsé-Tung durante a Revolução Cultural, foi muito frequente na China e na Malásia no final do século XIX.
O casamento era usado para tranquilizar um espírito inquieto, e garantir um lar e estabilidade para as mulheres que diziam sim a maridos já falecidos.
É claro que elas tinham um preço alto a pagar, e com Li Lan não seria diferente.
Lin Lan não aceita a proposta e acaba sendo assombrada todas as noites pelo espírito do pretendente a noivo. Disposta a se livrar do espírito e apaixonada pelo primo dele, Tian Bai, ela descobre que estava prometida a seu amado desde criança, mas que não poderia casar-se com ele.
Cheia de raiva Lin Lan acaba se envenenando acidentalmente e isso faz com que seu espírito desprenda do corpo e a deixe vagueando pelo mundo dos mortos.
Em sonhos, Lin Lan havia ouvido de Lim Tian Ching de que ele teria sido assassinado por Tian Bai.
Sem acreditar que seu amado seria capaz de cometer um crime, acaba se envolvendo em uma investigação sobrenatural (adorei esse negócio de investigação sobrenatural gente).
A Noiva Fantasma é uma história doce e encantadora que te transporta para um mundo desconhecido e surpreendente.
O livro abrange muito da cultura e da crença chinesa, principalmente as superstições em relação aos mortos/espíritos.
Mas vai além do sobrenatural e sem se emaranhar num drama.
Nossa protagonista é interessante, corajosa, forte e intensa, alguém que nos deixa curiosos e prende nossa atenção por toda a narrativa.
Durante a leitura os clichês sobre os prováveis acontecimentos são quebrados a cada página, deixando um gostinho de quero mais, de encontrar os culpados e desvendar os mistérios.
A história ainda nos mostra que há um fio que nos liga a vida toda àqueles que amamos. Esse fio pode se esticar, emaranhar-se, mas nunca se parte. 
A história é quase um conto de amor, exceto a parte do amor. 
Tudo indica um romance, mas na verdade é uma jornada onde Li Lan traça um caminho e trilha tomando decisões e fazendo escolhas racionais. Simples assim.
Os outros personagens também são interessantes, retratados como pessoas reais, com bons e maus sentimentos convivendo em conjunto dentro de cada um. Ninguém é só uma coisa ou outra, todos tem segredos que gostariam de não compartilhar, passados que gostariam de esquecer e, principalmente, são humanos, cometem erros e  terão que conviver com as conseqüências deles.
Na ânsia de sobreviver Li Lan percebe que não estava vivendo, descobre que estava desperdiçando sua energia vital.
Acompanhar esse despertar e vivenciar os detalhes entre realidade e fantasia tornam essa história encantadora.
O livro é rico em detalhes, mas não cansativo, e mesmo que você não saiba nada da cultura asiática não vai se perder na leitura. 
O mundo espiritual, por exemplo, é muito bem caracterizado.
                                                                             
A edição é linda, o livro tem capa dura e revestimento soft touch (aquele meio aveludado), a folha de guarda é cor de rosa e tem ilustrações em formato de flores, a ficha catalográfica apresenta elementos de origami espalhados, o início de cada capítulo traz ilustrações de tsurus, o tamanho da letra é bom e as páginas amarelas conferem conforto visual.

                                                                             



As últimas páginas do livro,  padrão folha de guarda, em preto e branco são para destacar e montar seu  próprio origami!
Muito amor esse livro <3
                             
                                             


Com uma trama bem elaborada e com uma escrita fluída é um livro surpreendente!
Recomendadíssimo.


Abraços Literários e até a próxima.