sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Feliz 2017-

                                                                                



Desejos de Victor Hugo ou Os Votos de Sergio Jockymann?
Há uma divergência sobre a autoria do referido poema.
“Desejos”  não seria da autoria de Victor Hugo, teria uma versão,  um original intitulado “ Os Votos”  de Sergio Jockymann  publicado originalmente em 1980.
Como não sei dizer se é ou não lenda da “ internetês” publico dando os créditos a quem for de direito, uma vez que em hipótese alguma cometeria uma injustiça com quem quer que fosse.
Victor Hugo ou Sergio Jockymann, Desejos ou Os Votos, o poema é lindo!


 “Pois desejo primeiro que você ame e que amando, seja também amado.
E que se não o for, seja breve em esquecer e esquecendo não guarde mágoa.
Desejo depois que não seja só, mas que se for saiba ser sem desesperar.
Desejo também que tenha amigos e que mesmo inconseqüentes sejam corajosos e fiéis.
E que em pelo menos um deles você possa confiar e que confiando não duvide de sua confiança.

                                                                                


E porque a vida é assim, desejo ainda que você tenha inimigos, nem muitos nem poucos, mas na medida exata para que algumas vezes você interpele a respeito de suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo para que você não se sinta demasiadamente seguro.
Desejo depois que você seja útil, não insubstituívelmente útil, mas razoavelmente útil.
E que nos maus momentos, quando não restar mais nada, essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
Desejo ainda que você seja tolerante, não com que os que erram pouco, porque isso é fácil, mas com aqueles que erram muito e irremediavelmente.
E que essa tolerância nem se transforme em aplauso nem em permissividade, para que assim fazendo um bom uso dela, você dê também um exemplo para os outros.
Desejo que você sendo jovem não amadureça depressa demais,
e que sendo maduro não insista em rejuvenescer,
e que sendo velho não se dedique a desesperar.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e é preciso deixar que eles escorram dentro de nós.
Desejo por sinal que você seja triste, não o ano todo, nem um mês e muito menos uma semana,
mas um dia.
Mas que nesse dia de tristeza, você descubra que o riso é bom.
Desejo que você descubra com o máximo de urgência, acima e a despeito de tudo, talvez agora mesmo, mas se for impossível amanhã de manhã, que existem oprimidos, injustiçados e infelizes.
E que estão à sua volta e que você pode fazer algo para começar a mudar isso.
Desejo ainda que você afague um gato, que alimente um cão e ouça pelo menos um João-de-barro erguer triunfante seu canto matinal.
Porque assim você se sentirá bem por nada.
Desejo também que você plante uma semente e acompanhe seu crescimento dia a dia, para que você saiba de quantas muitas vidas é feita uma árvore.
Desejo que você tenha dinheiro porque é preciso ser prático. E que pelo menos uma vez por ano você ponha uma porção dele na sua frente e diga: Isto é meu.
Só para que fique claro quem é o dono de quem.
Desejo ainda que você seja frugal, não inteiramente frugal, não obcecadamente frugal, mas apenas usualmente frugal.
Mas que essa frugalidade não impeça você de abusar.
Desejo também que nenhum de seus afetos morra, por ele e por você. Mas que se morrer, você possa chorar sem se culpar e sofrer sem se lamentar.
Desejo por fim que, você tenha uma boa pessoa, alguém do bem.
E que se amem hoje, amanhã, depois, no dia seguinte, mais uma vez e novamente de agora até o próximo ano acabar.
E que quando estiverem exaustos e sorridentes, ainda tenham amor pra recomeçar.
E se isso acontecer, não tenho mais nada para desejar”

Fonte: Folha da Tarde – Porto Alegre – 30 de Dezembro de 1978.
Observação: A pontuação e formatação do texto foram mantidas o mais próximo do original com algumas adaptações.

                                                                         


Esse post foi programado.
Agradeço a todos que por aqui estiveram pela presença, o carinho e a amizade.
A gente se encontra em 2017!

O Café com Leitura na Rede deseja aos leitores e amigos um Feliz Ano Novo, cheinho de boas novis, amor, amizade, paz, saúde, alegrias, sucesso e claro, livros!

Abraços Literários!

sábado, 24 de dezembro de 2016

Feliz Natal-

                                                                                 


Em 1897, Virgínia O’Hanlon Douglas, de 8 anos, escreveu para o jornal inglês The Sun perguntando se Papai Noel existia, já que alguns de seus amigos diziam que tudo não passava de fantasia.
O jornal publicou a seguinte resposta: “Seus amiguinhos estão errados. Provavelmente foram afetados pela descrença de uma época em que as pessoas só acreditam  naquilo que veem. Papai Noel existe, sim! Isso é tão certo quanto a existência do amor e da generosidade. Ah, como seria triste o mundo sem Papai Noel!
Não haveria a poesia e a fantasia para fazer a nossa existência suportável.
VC poderia até pedir ao seu pai para contratar homens para vigiar as chaminés e assim flagrar  Papai Noel, mas, mesmo que VC não o visse descendo por elas, o que isso provaria ????
Nada! Ninguém vê o Papai Noel, mas não há sinais de que ele não existe.
O fato é: as coisas mais reais são aquelas que ninguém vê. 
Papai Noel sempre existirá, fazendo felizes os corações das pessoas.”

Portanto, sonhe muito, pois é a partir dos sonhos de ontem que surgem as realizações de amanhã.

Este post e o próximo são programados.
Agradeço a todos que por aqui estiveram pela presença, carinho e amizade!
A gente se vê em 2017!

Que a luz da Estrela de Belém, que guiou os Três Reis Magos até a manjedoura do menino Jesus permaneça com vocês aonde quer que vocês estejam e sempre ilumine seus caminhos!
O Café com Leitura na Rede deseja a todos  um Feliz, abençoado e iluminado Natal!




terça-feira, 20 de dezembro de 2016

O Clube do Biscoito-

                                                                                



Sinopse- Todos os anos, na primeira segunda-feira de dezembro, Marnie e suas amigas  se reúnem para uma confraternização, trazendo um montão de biscoitos caseiros lindamente embrulhados. Além dos biscoitos, todas devem comparecer com quitutes, vinho e, lógico, muitas e deliciosas histórias. Este ano, por diversos motivos, o encontro será especialmente importante. A filha mais velha de Marnie está passando por uma gravidez de risco. Quem sabe, ao fim da reunião, vamos descobrir como terminará essa história. O pai de Jeannie está traindo a esposa com a melhor amiga da filha. Quem mais sabe sobre o caso? O marido de Rosie não quer filhos; ela precisará decidir, muito em breve, se isso é motivo para terminar tudo. Após ser deixada pelo marido, a vida financeira de Taylor está em derrocada...
Cada mulher, cada amiga tem uma história para contar, e elas estão todas entrelaçadas, assim como suas vidas.

O Clube do Biscoito não é um chick lit, por isso não pensem em algo como o O Clube das Chocólatras, é mais  uma literatura temática, é literatura gastronômica, rs
O livro conta a história de amigas que se reúnem toda primeira segunda-feira do mês de dezembro para realizar uma confraternização chamada de “O Clube do Biscoito”
Cada amiga tem que levar um quitute, vinho, muita animação e  histórias.
A intenção é reunirem-se para que todas possam achar conforto e consolo para os dissabores e alegrias que aconteceram em suas vidas durante o ano, um espaço onde possam compartilhar suas vidas. 
Cada biscoiteira leva treze dúzias de biscoitos, uma dúzia para cada uma delas e uma dúzia para doação em uma instituição de caridade, embrulhados para presentes.
Cada capítulo é dedicado a uma personagem e cada início de capítulo vem com a receita do biscoito feito por ela, para que o leitor tente reproduzir em casa como se estivesse participando do clube.

                                                                              



O encantamento da narrativa fica por conta dessas receitas e de informações sobre algum ingrediente  importante, assim conhecemos sobre  a sua origem e a importância dele para a humanidade.
Uma viagem histórica de uma alquimia culinária.
Um enredo simples que esconde uma história emocionante.
A capa do livro é muito fofínea, biscoitos com motivos natalinos, e a diagramação é muito boa.  
É fácil criar empatia e difícil não se emocionar com os relatos que na maioria das vezes são bem reais, assim alguns de nós já vivenciamos ou conhecemos alguém que tenha passado por tal experiência.
À medida que as histórias são compartilhadas, as amigas tentam encontrar soluções para seus respectivos problemas. Cada uma delas tem suas crenças e ideologias, mas isso não impede que elas sejam unidas e amigas acima de tudo.

Um livro com gostinho de Natal que dá vontade de comer.
E por que não devorar cada página dessa leitura leve e gostosa que tem aroma, sensação e emoção transmitidas ao longo de suas páginas?


 Recomendado.

Abraços Literários e até a próxima.


sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Jornal Poético: Diversos Versos, Inversos e Reversos #30

                                                                                


Este espaço, intitulado Jornal Poético: Diversos Versos, Inversos e Reversos,  foi criado, porque as poesias, os poemas, as rimas, os cordéis, prosa e verso  não podem ficar restritos a um sarau ou uma sala de aula;  devem estar ao nosso alcance sempre.
É  por isso que convidamos você, nesse mês de dezembro,  a embarcar com a gente nesse poema de Fernando Pessoa sobre o Natal!
Fernando Antônio Nogueira Pessoa (Lisboa-1888/1935), poeta, escritor, publicitário, crítico literário, inventor, empresário, tradutor, filósofo e comentarista político.
Alguns de seus heterônimos conhecidos e igualmente espetaculares são Alberto Caeiro, Álvaro Campos, Ricardo Reis e Bernardo Soares.

Cada uma de nós, à sua maneira, extrai da vida a poesia que nos cabe.


Natal
Fernando Pessoa

O sino da minha aldeia,
Dolente na tarde calma,
Cada tua badalada
Soa dentro de minha alma.

E é tão lento o teu soar,
Tão como triste da vida,
Que já a primeira pancada
Tem o som de repetida.

Por mais que me tanjas perto
Quando passo sempre errante,
És para mim como um sonho.
Soas-me na alma distante.

A cada pancada tua,
Vibrante no céu aberto,
Sinto mais longe o passado,
Sinto a saudade mais perto.


Abraços Literários, beijos poéticos e até a próxima.



segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Sábado na Livraria-

                                                                             



Sábado na livraria é uma homenagem a este lugar tão familiar a nós amantes da literatura.
O livro convida os leitores a uma prática muito prazerosa: visitar a loja sem pressa, descobrir tesouros escondidos nas prateleiras, mergulhar na leitura de um título, mesmo sem comprá-lo.
Tematizando a livraria como local de convívio e transformação, Sylvie Neeman conta a história de uma menina que cultiva o hábito de ir à livraria  se perder em meio as obras literárias, por lá ficar, gastar o tempo, tocar os livros, descobrir títulos escondidos e se deliciar devorando com quadrinhos.
Esperta e observadora a garotinha repara em um senhor que assim como ela é frequentador assíduo do lugar.
Ele se senta sempre na mesma poltrona, se debruça emocionado sobre o mesmo livro, um enorme livro de guerra, e depois o guarda na prateleira desejando que ninguém o compre.
Enquanto a imaginação da garota voa em suas histórias ela fica pensando o que se passa com aquele senhor e o espera ansiosamente todos os sábados.
E essa espera cria uma ligação emocional com esse solitário homem.
As ilustrações a óleo do premiado artista francês Olivier Tallec são de uma sensibilidade singular, excelente sintonia com o texto e revelam essa atmosfera de sonhos da livraria, misturando às prateleiras cenas dos livros lidos pelos personagens.
Juntos, escritora e ilustrador nos conduzem por um percurso misterioso e inesperado ao longo desses sábados na livraria.
"Sábado na Livraria” é o primeiro título da escritora suíça Sylvie Neeman para crianças e jovens, mas não o primeiro de sua carreira literária: em 2002, Neeman recebeu o Prix de La Bibliothèque Pour Tous, pelo romance "Rien n'est arrivé”.
Sua estreia na literatura infantojuvenil é inspiradora, o livro é lindo e a narrativa mostra um pouco de solidão ao mesmo tempo em que fala de encontros.
Encontros com personagens fictícios que podem fazer parte do nosso dia a dia e encontros com pessoas que de repente cruzam o nosso caminho e dão um sentido diferente a nossa vida.
"Sábado na Livraria” é uma narrativa terna, doce, carinhosa, agradável e emocionante que pode ser interpretado como um delicado convite para apresentar e cultivar nas crianças o hábito de passar adoráveis e fantásticas tardes entre os livros.

Recomendadíssimo!

Abraços Literários e até a próxima.


quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Caneca Literária #38: Especial de Natal

                                                                                   


No mês de dezembro, nos anos  anteriores,  fizemos alguns especiais temáticos, Livros sobre o Natal para ler no Natal (aqui),  Especial Natal Clássicos da Literatura (aqui)  e Caneca Literária especial de Natal (aqui) onde vocês conferem um pouquinho de O Expresso Polar, Um Conto de Natal, Milagre da Rua 34 (aqui), Quebra-Nozes, O Natal de Poirot, O Pinheirinho de Natal, O Presente de Natal, Anjos à Mesa (aqui), Festa de Natal, Em casa para o Natal, Feliz Natal Alex Cross, Cartas do Pai Noel , Deixe a Neve Cair e Dom de Natal.

Esse ano para entrar no clima vamos mais uma vez unir o útil ao agradável e viajar nas histórias da maneira que mais gostamos: lendo!
Confira a seguir algumas dicas de livros na temática Natal com títulos para de todas as idades e das mais diversas preferências literárias!
           

                                                                                 


O Natal do Snoopy
Charles M. Schulz

O livro reúne as melhores tiras com temática natalina publicadas por Charles Schulz, de 1950 a 1999. São mais de 230 tiras em que Sally questiona a existência do Papai Noel, Linus encara a timidez para participar da peça de Natal, Lucy exige cartões de Schroeder, Patty Pimentinha sofre com as redações de férias solicitadas pela professora e, claro, Snoopy enfeita a árvore e a casinha, veste-se de Papai Noel e abre todos os presentes antes da hora.





Mistério de Natal
Jostein Gaarder

O livro traça um histórico do cristianismo ao contar a saga do menino Joaquim, que acompanha um grupo de peregrinos que voltam ao tempo para chegar a Belém para homenagear um recém-nascido. Todas as paradas de Joaquim têm um roteiro histórico especial, contando com os sentimentos típicos dos festejos natalinos.



A Lista de Natal
Richard Paul Evans

Três semanas antes do Natal, James Kier, megaempresário egoísta e indiferente aos sentimentos dos outros, lê no jornal a seguinte notícia: “Magnata do ramo imobiliário morre em acidente de carro, o incorporador imobiliário de Utah, James Kier, faleceu após seu carro colidir com um poste de concreto na rodovia I-80. Autoridades acreditam que Kier pode ter sofrido um ataque cardíaco antes de desviar para fora da estrada. Ele era conhecido como um homem de negócios feroz e muitas vezes impiedoso”.
Ele nem fazia ideia do que aquele artigo estava prestes a desencadear. A lista de Natal é uma bela e comovente história, que consegue ser emocionante sem cair na pieguice, falar de Deus sem cair na pregação religiosa, e transmitir mensagens de amor, esperança e redenção. Fazendo rir, chorar, odiar a humanidade e amá-la, esta obra singela e muito contemporânea nos convida sobre valores frequentemente deixados de lado, mas não de todo esquecidos, como lealdade, solidariedade, sacrifício – o verdadeiro sentido do Natal.





Encantos de Natal

Encantos de Natal é um livro criado a partir da união de dez autoras amigas, com o intuito de criar uma Antologia de contos diferenciada tendo como temática o NATAL.
São contos de diversos gêneros literários: comédia, drama, romance, erótico e terror.
Um livro, dez contos, dez autoras, dez motivos maravilhosos para se surpreender.



Contos Para Um Natal Brasileiro

Este livro apresenta, em diferentes estilos em alguns contos já conhecidos e outros inéditos, de Drummond, Machado, Callado, Rubem Fonseca, Trevisan, João Ubaldo e Lygia Fagundes Telles entre outros, a solidariedade e a esperança, o Natal e os sentimentos que desperta.



 Noite de Reis
Trisha Ashley

O Natal sempre foi uma época triste para a jovem viúva Holly Brown, por isso, quando lhe pedem para cuidar de uma casa remota no Lancashire, surge a oportunidade  perfeita para esquecer as festividades.
Jude Martland, decidiu que este ano não haverá Natal depois de o irmão ter fugido com a sua noiva, e faz questão de evitar a casa da família. No entanto, terá de voltar na Noite de Reis, quando a aldeia de Little Mumming celebra as suas festividades e toda a família é obrigada a comparecer.
De repente, uma tempestade de neve surge do nada e toda a aldeia fica isolada. Sem fuga possível, Holly e Jude encontram muito mais do que esperavam - parece que o Natal vai ser bastante interessante!





O Presente dos Magos
O. Henry

Este conto do norte-americano O. Henry (1862-1910), recolhido em livro em 1906, é um dos textos mais populares da língua inglesa e emociona com a história de um jovem casal apaixonado, que entrelaça amor e pobreza, destino e acaso na Nova York do começo do século XX.





Uma Chance Para Recomeçar
Lisa Kleypas

Holly é uma garotinha que precisa de uma família.
Mark Nolan é um homem que precisa de uma esposa.
Maggie Collins é uma mulher que acredita na magia.
Proprietária de uma loja de brinquedos, Maggie vive do que ama. E, quando conhece Holly Nolan, o que ela vê é uma garotinha necessitando desesperadamente de um pouco de mágica.
... Para transformar os sonhos em realidade!
Três vidas solitárias. Três sonhos que se cruzam. Três pessoas que estão prestes a descobrir que o Natal é a época em que tudo é possível, quando os desejos dão um jeito de encontrar o caminho para casa.


Qual o  livro de Natal  favorito de vocês?
Qual livro vocês indicam??
Qual livro vocês gostariam de ler???

Fico por aqui com uma vontade enooooooorme de comer rabanadas.
Abraços Literários e até a próxima.



terça-feira, 6 de dezembro de 2016

A Arte das Capas #29

                                                                              

                                                             
 A capa de livro é a identidade visual de uma obra literária. Uma nobre embalagem, que desperta os sentidos, desejos, sonhos e emoções, e tem muita história para contar...
                     
    





Essa é a coluna em que mostramos os  livros e suas capas pelo mundo.
Temos  certeza que muita gente, assim como nós, adora capas de livros!
                                                                              

                                                                              

                                                                                

                                                                                   

                                                                              

                                                                               


Nesse mês escolhemos para a coluna as diferentes capas pelo mundo de A Garota no Trem de autoria da Paula Hawkins, um thriller psicológico que se tornou um dos maiores fenômenos editorial dos últimos tempos.    
(1) Brasil, (2) Estados Unidos, (3) Bangladesh, (4) Bulgária, (5) Eslováquia, (6) Espanha, (7) Israel, (8) Pérsia, (9) Turquia e (10) Geórgia.
Apesar de achar que as capas tem mais ou menos os mesmos elementos e todos esses elementos estarem inseridos na trama, minhas preferidas são a do Brasil, da Bulgária e da Pérsia, a 1, 4 e 8 respectivamente.

E VCS  qual capa elegem como a favorita ????


A resenha vocês conferem aqui.


Abraços Literários e até a próxima.


sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

As Gêmeas do Gelo-


Eu sou a Kirstie.
Eu sou a Lydia.
Eu sou confiante e animada.
Eu sou pensativa e sossegada.
Eu estou viva.
Eu estou morta.
Qual delas sou?


Sinopse- Um ano depois de Lydia, uma de suas filhas gêmeas idênticas, morrer em um acidente, Angus e Sarah Moorcroft se mudam para a pequena ilha escocesa que Angus herdou da avó, na esperança de conseguirem juntar os pedaços de suas vidas destroçadas.
Mas quando sua filha sobrevivente, Kirstie, afirma que eles estão confundindo a sua identidade — que ela é, na verdade, Lydia — o mundo deles desaba mais uma vez. Quando uma violenta tempestade deixa Sarah e Kirstie (ou será Lydia?) confinadas naquela ilha, a mãe é torturada pelo passado — o que realmente aconteceu naquele dia fatídico, em que uma de suas filhas morreu?

Ao ler o romance As Gêmeas do Gelo, que se desenrola grande parte em uma ilha inóspita, o leitor tem a sensação de estar ele próprio preso em uma pequena porção de terra sendo conduzido pelo enredo.
A cada página, o autor S.K.Tremayne ou Tom Knox (ambos pseudônimos do escritor e jornalista britânico Sean Thomas) não dá nenhuma alternativa a não ser se deixar levar pela narrativa em primeira pessoa da protagonista, Sarah, que combina habilmente momentos de reflexão profunda com outros de puro delírio.
Esse devaneio a acompanha nas profundezas mais obscuras de sua alma abalada pela perda de uma das filhas gêmeas, Lydya, que morreu ao cair de uma varanda.
Sarah tenta seguir a vida ao lado do marido, Angus (que acaba de herdar uma ilha da avó), e da outra filha, Kirstie, de 7 anos. Até que a menina diz que foi Kirstie quem morreu e que ela é Lydia.
Como as duas são idênticas, a mãe logo se dá conta que há poucas evidências palpáveis que as diferenciem.
Quando o inverno chega e uma violenta tempestade deixa mãe e filha isoladas na ilha, Sarah tem de encarar seus medos.
 A história  é instigante, mas não acho que  lembra A Garota no Trem a não ser pelo fato de ser um drama/thriller psicológico, também não é exatamente incrível. 
O enredo é bem construído e prende mesmo o leitor do início até ... bom se você assim como eu é fã incondicional dos thrillers psicológicos/suspenses então lá pela metade você já matou a charada e descobriu o que aconteceu, porque e “o” porque do comportamento dos três personagens do livro, embora seja incongruente.
As peças vão se encaixando milimetricamente e cada detalhe é calculado, mas me perdoem os fãs, não é exatamente original e (pecado capital numa obra literária) apresenta resquício de moralidade.
Por mais que seja um bom romance e não digo o contrário, é bom mesmo, mas não senti peninha dele acabar, tipo quero desvendar o mistério, mas não quero terminar de ler o livro. 

''E foi então que ouvi o grito de uma das minhas filhas. Aquele grito que nunca irá desaparecer. Nunca irá me deixar. Nunca.”
 Olha só o quote acima, como é possível os pais confundirem por tanto tempo qual filha morreu no acidente?
Como em todo thriller acontecem reviravoltas, mas aqui as peças se encaixam naturalmente, não é preciso muito esforço para decifrar o enigma.
No começo há sim uma dúvida que paira no ar, os pontos de vista são concretos, estudados e os argumentos são bons, mas no decorrer da narrativa o vilão não é tão vilão, a mocinha que não consegue angariar a empatia tem seus esqueletos guardados no armário e os dramas psicológicos são óbvios ao contrário das situações estranhas e aparentemente inusitadas.
Eu gosto de preparar o ambiente para ler um livro assim com em um ritual e se são livros de suspense ou terror leio à noite para dar criar maior envolvimento nos momentos de tensão e olha  o ar misterioso desse livro não dá medinho não.

''Tudo o que eu mais desejo, naquele instante, é que Kirstie vá embora. E, talvez, Lydia também. Estou com medo das minhas filhas, dos dois fantasmas daquela casa, dos dois fantasmas em minha cabeça. As gêmeas do gelo, derretendo uma dentro da outra.”
Para proporcionar os dois pontos de vista da história o autor escreve em primeira pessoa quando conhecemos a visão de Sarah, em terceira pessoa em alguns capítulos onde acompanhamos Angus e a surpresinha final que levando em consideração a leitura não é tão surpresa assim.
O que se passa na cabecinha dos pequenos é sempre instigante, a confusão em seus pensamentos é perturbador, mas também é reconfortante perceber como são espertos, inteligentes e autênticos. Em As Gêmeas do Gelo não sabemos exatamente o que se passa na cabeça da gêmea sobrevivente, entretanto é através dos pais que nos damos conta do que acontece na família. Percebemos a confusão na cabeça deles e como isso influência os pensamentos da filha.

Talvez o mote do livro não seja o suspense, mas sim sobre casamentos que se desgastam com o tempo, a falta de confiança no parceiro, a falta de confiança em si mesma, dúvidas em relação aos filhos, culpa por ter mais afinidades com um filho do que com o outro,  filhos que se sentem distantes dos pais, irmãos que não sabem delinear a própria personalidade e definir quem é o outro. Nesse sentido o livro é muito bom, tudo tratado de maneira profunda e que o autor consegue acrescentar  temas e elementos no enredo.
Alguns acham que o final foi deixado em aberto.
A principal deixa está nas palavras da filha sobrevivente quando acontece o acidente, mas também você encontra pistas nas imagens que estão distribuídas pelas páginas do livro.
O final não é arrebatador nem surpreendente e talvez não pudesse ser outro.     
Se recomendo? Sim.
A leitura é acessível e instigante e como sempre digo, cada leitor tem uma interpretação pessoal, o que um não gosta o outro pode simplesmente amar.



Abraços Literários e até a próxima.