quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Ultra Violet: A cor de 2018, segundo a Pantone-

                                                                                


Desde 2000, a Pantone, instituto considerado autoridade mundial em cores, divulga uma cor para simbolizar o ano.
O Ultra Violet, 18-3838, foi escolhido como a cor de 2018.
Complexa e, ao mesmo tempo, calma, segundo a Pantone, a cor intriga aquilo que está por vir e as descobertas que estão além de onde nos encontramos agora. O vasto e ilimitado céu noturno é simbólico do que é possível fazer para continuar a se inspirar no desejo de perseguir um mundo que está além do nosso.
O Ultra Violet oferece uma complexidade de nuances com toques de originalidade em tudo que tocamos e em paralelo reflete uma direção multi-dimensional, comunicando engenhosidade e pensamento visionário que nos indica o futuro.

O bloguito selecionou alguns livros com a capa nesse tom, ou tons, meio violeta, meio roxo, meio púrpura, meio indefinifo, meio indecifrável e maravilindooooooooo de viver para celebrar a cor de 2018.


                                                                                  

Atrás do Espelho

Em O Lado mais Sombrio, a releitura dark de Alice no País das Maravilhas, Alyssa Gardner foi coroada Rainha, mas acabou preferindo deixar seus afazeres reais para trás e viver no mundo dos humanos. Durante um ano ela tentou voltar a ser a Alyssa de antes, com seu namorado, Jeb, sua mãe, que voltou para casa, seus amigos, o baile de formatura e a promessa de ter um futuro em Londres. No entanto, Morfeu, o intraterreno sedutor e manipulador que povoa os sonhos de Alyssa, não permitirá que ela despreze o seu legado. O mesmo vale para o País das Maravilhas, que parece não ter superado o abandono. Alyssa se vê dividida entre dois mundos - Jeb e sua vida como humana e a loucura inebriante do mundo de Morfeu. Quando o reino delirante começa a invadir sua vida real, Alyssa precisa encontrar uma forma de manter o equilíbrio entre as duas dimensões ou pode perder tudo aquilo que mais ama.



Fallen

Algo parece estranhamente familiar em relação a Daniel Grigori. Solitário e enigmático, ele chama a atenção de Luce logo no seu primeiro dia de aula no reformatório. A mudança de escola foi difícil para a jovem, mas encontrar Daniel parece aliviar o peso das sombras que atormentam seu passado: um incêndio misterioso que provocou a morte de seu namorado levou Luce até ali. Irremediavelmente atraída por Daniel, ela quer descobrir qual é o segredo que ele precisa tanto esconder - uma verdade que poderia matá-la. Algo que, em suas vidas passadas, Daniel não conseguiu evitar.



O Guardião de Memórias

Uma fascinante história sobre vidas paralelas, famílias separadas pelo destino, segredos do passado e o infinito poder do amor verdadeiro. Inverno de 1964. Uma violenta tempestade de neve obriga o Dr. David Henry a fazer o parto de seus filhos gêmeos. O menino, primeiro a nascer, é perfeitamente saudável, mas o médico logo reconhece na menina sinais da Síndrome de Down. Guiado por um impulso irrefreável e por dolorosas lembranças do passado, Dr. Henry toma uma decisão que mudará para sempre a vida de todos e o assombrará até a morte: ele pede que sua enfermeira, Caroline, entregue a criança para adoção e diz à esposa que a menina não sobreviveu. Tocada pela fragilidade do bebê, Caroline decide sair da cidade e criar Phoebe como sua própria filha. E Norah, a mãe, jamais consegue se recuperar do imenso vazio causado pela ausência da menina.



As Aventuras de Alice no País das Maravilhas
Escrita por Carroll, inicialmente para entreter três crianças durante uma viagem, em 1862 e depois, na versão que conhecemos hoje, como um presente para Alice Lidell (uma das três crianças da viagem), publicado em 1865, elevando o termo “surreal” à máxima potência.
Essa versão é composta pelos dois livros, que são uma espécie de continuação. As Aventuras de Alice no País das Maravilhas começa com Alice seguindo um coelho branco, que passa apressado, e caindo em um buraco da toca desse coelho. A partir daí ela vai vivenciar as mais estranhas e imprevisíveis aventuras e conhecer as mais inusitadas criaturas, como a lagarta, o Chapeleiro louco, Bill o lagarto, a lebre de março e tantos outros. Em Através do Espelho, Alice se vê novamente em um mundo mágico, mas, desta vez com outros personagens, não menos improváveis. A história segue a sequência de um jogo de xadrez, como se suas vidas e ações estivessem (ou será que estavam de fato?!) sendo desempenhadas em um tabuleiro gigante.
O caráter surreal é o mesmo nos dois livros e a última frase do segundo livro é uma pergunta que faz você repensar o livro todo e que contém em si mesma a resposta do que aconteceu e nos faz entender o surreal dos personagens e acontecimentos.



A viagem do tigre

Perigo. Desolação. Escolhas. A eternidade é tempo demais para esperar pelo verdadeiro amor?
Em sua terceira busca, a jovem Kelsey Hayes e seus tigres precisam vencer desafios incríveis propostos por cinco dragões mítico. O elemento comum é a água, e o cenário de mar aberto obriga Kelsey a enfrentar seus piores temores.
Dessa vez, sua missão é encontrar o Colar de Pérolas Negras de Durga e tentar libertar seu amado Ren tanto da maldição do tigre quanto de sua repentina amnésia. No entanto o irmão dele, Kishan, tem outros planos, e os dois competem por sua afeição, além de afastarem aqueles que planejam frustar seus objetivos.
Em a Viagem do tigre, terceiro volume da série A maldição do tigre, Kelsey, Ren e Kishan retomam a jornada em direção ao seu verdadeiro destino numa história com muito suspense, criaturas encantadas, corações partidos e ação de primeira.


Dezesseis Luas

Ethan conhece a mulher dos seus sonhos quando Lena aparece em sua cidade, e os dois acabam se apaixonando. Mas, para salvar o romance, eles precisam descobrir os segredos obscuros de suas famílias, guardados a sete chaves.



Hibisco roxo

Protagonista e narradora de Hibisco Roxo, a adolescente Kambili mostra como a religiosidade extremamente "branca" e católica de seu pai, Eugene, famoso industrial nigeriano, inferniza e destrói lentamente a vida de toda a família. O pavor de Eugene às tradições primitivas do povo nigeriano é tamanho que ele chega a rejeitar o pai, contador de histórias encantador, e a irmã, professora universitária esclarecida, temendo o inferno. Mas, apesar de sua clara violência e opressão, Eugene é benfeitor dos pobres e, estranhamente, apoia o jornal mais progressista do país. Durante uma temporada na casa de sua tia, Kambili acaba se apaixonando por um padre que é obrigado a deixar a Nigéria, por falta de segurança e de perspectiva de futuro. Enquanto narra as aventuras e desventuras de Kambili e de sua família, o romance também apresenta um retrato contundente e original da Nigéria atual, mostrando os remanescentes invasivos da colonização tanto no próprio país, como, certamente, também no resto do continente.

E vocês o que acham da cor que a Pantone escolheu para este ano?
Eu achei muito fofis, adoro essa pegada chique, misteriosa e mística da violeta <3
Qual desses livros vocês já leram ou gostariam de ler??
Quais livros com a capa Ultra Violet vocês fazem a indicação???


Beijos estalados, abraços Literários e até a próxima.


sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Cine Clube #33: Dunkirk

                                                                                     


Dunkirk retrata a evacuação de soldados ingleses de uma zona cercada por alemães na Segunda Guerra Mundial, enaltecendo três diferentes formas de sobreviver a essa batalha específica que garantiu a vida de muitos soldados. É um filme de guerra por excelência, mas sem o tom crítico.
Já faz algum tempo que Nolan vem sendo apontado como um dos autores do industrial cinema americano (produção em escala), sendo comparado (com algum exagero) a Kubrick e Spielberg. Longe da exaltação é necessário entender como o cineasta pensa Dunkirk e do que é constituído esse cinema de Nolan que transborda nesse longa.
Se Nolan remete aos filmes do final da década de 40, Dunkirk é um longa baseado em preceitos básicos do cinema. Em um primeiro momento, a obra parece destituir o cinema do diretor, filmes eloquentes, pretensiosos e complexos. Aqui, até mesmo em sua duração, o projeto se apresenta como uma obra mais concisa que busca ser direta nas ideias que apresenta.
É um filme sobre esforços, sobre como a sobrevivência é uma guerra diária, inglória e sem nenhuma arma. O filme traz homens despidos de qualquer esperança que apenas podem resistir. Nesse jogo, todos os trajetos e atalhos são permitidos, a missão não é por um país ou objetivo e sim por se manter humano, seja lá o que isso signifique.

                                                                                      


É abordada a questão na guerra como uma luta incessante, num movimento insistente contra a morte, os personagens praticamente não possuem nomes, são soldados tentando sair do local.
Como em qualquer filme de guerra, aqui não se trata de uma filosofia ou psicologia, mas de tensão e do ritmo frenético da fuga. Dunkirk assume a máxima do cinema narrativo que consiste na participação do público cujo objetivo é j fazer com que o espectador experimente o que é estar encurralado no local.
Essa identificação é o plot do filme colocando a audiência nos convés dos navios, nos cockpits dos aviões e nas caminhadas na praia encurralada.
Para que isso seja alcançado são utilizados três elementos cinematográficos básicos: a montagem paralela, a música e a fotografia. A primeira colocando lado a lado três histórias que ocorrem quase ao mesmo tempo e que sempre estão num mesmo ponto narrativo – se uma está no clímax, a outra também estará. A montagem paralela é a base do filme isso acontece mostrando um controle absoluto da narrativa, unindo períodos de tempo diferente em uma mesma linha narrativa – a trajetória de um personagem é de uma semana, a do outro um dia e do terceiro de apenas uma hora, mas fazem com que haja um tempo único em Dunkirk. O segundo ponto traz a música como forma de conduzir seu espectador a uma tensão crescente. E o terceiro, a fotografia, aqui entra como um elemento que transforma toda ação em algo extremamente realista colocando suas câmeras acopladas nos atores e máquinas.
Nolan tem obsessão pela singularidade e uma leitura em que Dunkirk seria o estilo do diretor de maneira simplista é equivocada. Há sempre, nesses três pontos, uma motivação em se distanciar do “mais do mesmo”.
Ás vezes nas frases simples e na gramática básica do cinema gênero é dito muito sem dizer quase nada.
Quer mais motivos para assistir??????
                                                                     


É um filme de guerra diferente de qualquer outro que vocês já tenham assistido, tem Kenneth Branagh, Harry Stiles (éééééé o do One Direction) e Tom Hardy, dá para arriscar a estatueta do Oscar na direção/roteiro de Nolan e trilha sonora de Hans Zimmer e tem best-seller recém-lançado pela Harper Collins.
Sinopse do livro : Em 1940, no porto francês da cidade de Dunkirk, 300 mil tropas Aliadas foram salvas da destruição pelas mãos da Alemanha Nazista em uma extraordinária evacuação pelo mar. Esta é a história de soldados, marinheiros, pilotos e civis envolvidos no resgate de 90 dias que se tornou uma lenda. Agora, a história que o primeiro-ministro britânico Winston Churchill descreveu como um “milagre” é narrada pelo autor best-seller Joshua Levine, incluindo entrevistas com veteranos e sobreviventes. Contada do ponto de vista de quem estava na terra, no ar e no mar, o livro “Dunkirk” é um relato dramático da derrota que levou à vitória da guerra e preservou a liberdade de gerações por vir.

Recomendadíssimo.
Abraços Literários e até a próxima.




quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Armas na Mesa-

                                                                                


Sinopse: A história de Elizabeth Sloane (Jessica Chastain), poderosa estrategista política que arrisca sua carreira a fim de passar com sucesso uma emenda com leis de controle de armas mais rígidas.

Como vemos nos noticiários, os bastidores da política não devem nada à ficção, tanto que serviram de base para histórias como House of Cards.
Aqui o foco é o poder do lobby sobre os políticos e suas decisões, e até onde uma pessoa pode chegar por uma causa que acredita.
                                                                                          


O filme começa com Sloane em um tribunal e os flashbacks mostram como ela foi se sentar no banco dos réus.
O roteiro bem construído promove a ideia de um jogo viciante onde para vencer, a protagonista deve estar sempre um passo à frente.
Dirigido por John Madden somos apresentados ao esquema político americano já conhecido só que através da função pouco explorada do lobby.
Lobista é uma pessoa que representando um grupo exerce pressão sobre políticos e poderes públicos para, de alguma forma, levar o governo a beneficiar a empresa que representa, através de investimentos, financiamentos, alterações favoráveis dos regulamentos ou através de parcerias estratégicas.
Atualmente este sistema é ilegal no Brasil.”

Elizabeth Sloane (Jessica Chastain), uma das mais renomadas lobistas dos Estados Unidos é um dia abordada para apoiar a poderosa bancada do congresso americano para a aprovação de uma lei mais branda em relação à compra de armas. Rodolfo Schmidt (Mark Strong), chefe de uma outra agência de lobby, ao perceber que ela é contrária a essa lei a convida para trabalhar do lado oposto.
Ao entrar no “jogo”, utilizando suas “armas” profissionais e buscando realizar ambições pessoais ela começa a sofrer uma série de ameaças.
O filme tem uma pegada de enquadramento de câmeras, figurinos e atuações que remete aos filmes policiais.
A protagonista é uma mistura de personagens conhecidos das películas de agentes secretos, sem família, sem amigos, sem namorados e sem uma vida que não seja o trabalho.
Sloane é uma mulher inteligente, ambiciosa, manipuladora, estrategista, dura, sem sentimentos, sem laços, fria, mas não sociopata, com muitas camadas e nuances de sentimentos e conflitos internos que se deixam captar.
O cinema tem descoberto a força das protagonistas femininas, e Sloane é uma das mais fortes dos últimos tempos. Ela é uma personagem que suja as mãos para obter o que quer, quebra códigos éticos e morais, e de algum modo isto a torna ainda mais crível e real.
Com as no cenário político mundial, Armas na Mesa saiu com um timing perfeito, num roteiro que foge do maniqueísmo, sem mocinhos nem vilões, mostrando a imprevisibilidade de um jogo e uma personagem cheia de surpresas.
A construção narrativa explora de maneira inteligente o suspense e o transcorrer da trama é tão bem orquestrada e com tamanha habilidade que até o mais leigo do espectador fica a par da situação.
A obra nos mostra o lado obscuro da política norte-americana de forma ficcional (talvez nem tão exagerada) desde o conflito de interesses aos escândalos de corrupção fazendo refletir sobre ética e moral.
Um filme iminentemente político e ousado o suficiente para tocar em uma questão delicada, como o livre comércio de armas mostrando que o poder de decisão, mesmo em um estado democrático, pode ser manipulável por grupos de interesse como mídia, política, força econômica e opinião pública.
A história pessoal de Elizabeth Sloane é inspiradora e a atuação de Jessica Chastain retrata visceralmente uma mulher que ascendeu em um campo dominado por homens e que enfrenta adversários poderosos sem receios atuando como uma força da natureza e com todas as nuances de uma personagem complexa e ainda “humanizada”.
O ponto de vista feminino presente como pano de fundo, concentra em uma segunda camada ressignificados mais amplos e novos questionamentos.  

Com críticas contra a política americana atual e contra a violência, a cartada final de Sloane além de tudo é contra o Congressista/Senador Ron M. Sperling (John Lithgow), que recebeu propina para aceitar o caso de Miss Sloane.
Armas na Mesa é um filme atual e necessário!

Abraços Literários e até a próxima.



segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Um tom mais escuro de magia-

                                                                                      


Sinopse: Entre em um universo de aventuras audaciosas, poder eletrizante e Londres múltiplas.
Kell é um dos últimos Viajantes — magos com uma habilidade rara e cobiçada de viajar entre universos paralelos conectados por uma cidade mágica.
Existe a Londres Cinza, suja e enfadonha, sem magia alguma e com um rei louco — George III. A Londres Vermelha, onde vida e magia são reverenciadas, e onde Kell foi criado ao lado de Rhy Maresh, o boêmio herdeiro de um império próspero. A Londres Branca: um lugar onde se luta para controlar a magia, e onde a magia reage, drenando a cidade até os ossos. E era uma vez... a Londres Negra. Mas ninguém mais fala sobre ela.
Oficialmente, Kell é o Viajante Vermelho, embaixador do império Maresh, encarregado das correspondências mensais entre a realeza de cada Londres. Extra-oficialmente é um contrabandista, atendendo pessoas dispostas a pagar por mínimos vislumbres de um mundo que nunca verão.
É um hobby desafiador com consequências perigosas que ele agora conhecerá de perto.
Fugindo para a Londres Cinza, Kell esbarra com Delilah Bard, uma ladra com grandes aspirações. Primeiro ela o assalta, depois o salva de um inimigo mortal e finalmente o obriga a levá-la para outro mundo a fim de experimentar uma aventura de verdade.
Magia perigosa está à solta e a traição espreita em cada esquina. Para salvar todos os mundos, Kell e Lila primeiro precisam permanecer vivos.

                                                                               

Kell é um dos últimos Antari, um dos poucos que ainda consegue atravessar as diversas Londres com sua magia já que desde que o que aconteceu com a Londres Negra, e ninguém sabe ao certo o que foi, é proibido viajar entre as Londres sem ser a mando do Rei ou Rainha.
Por ter “carta branca” para atravessar e viajar entre as Londres, Kell aproveita para contrabandear alguns itens com outras pessoas que possuem esse mesmo “hobby”, uma troca perigosa que pode ter consequências perigosas. E é num desses momentos que ele entra em uma missão arriscada e que coloca sua vida em risco.
Possuindo algo que pode trazer guerra e escuridão para o seu mundo ele precisa descobrir como devolver ou destruir aquele objeto, mas antes acaba sendo roubado por Lila e assim o caminho dos dois convergem para um ponto em comum.
O viajante acaba tendo sua vida salva pela ladra e é obrigado a levá-la em sua missão, fazendo com que a garota se aventure entre esses “mundos” até então desconhecidos por ela.
Lila tem um passado nada agradável, no entanto é divertida, forte, perspicaz, inteligente, observadora e sarcástica. Podem esperar cenas hilárias quando ela entra cena junto com o Kell.
Kell é um jovem Antari  que carrega uma marca que designa quem ele é para as outras pessoas; para uns é respeitado e temido, para outros é desejado e odiado, para o Rei e a Rainha é como um filho, já que foi adotado por eles aos cinco anos de idade. Aliás, antes dessa idade ele não se lembra de quase nada, sabe poucas coisas sobre si, como seu nome, mas não sabe de onde veio nem quem são seus pais.
Holland é o último Antari. Diferente de Kell, sua Londres é a pior de todas, com exceção da Negra; seus reis são os piores possíveis, personagens aterrorizantes e desprezíveis cujas atrocidades que cometem e a forma como vivem são mesquinhas e cruéis.
A história de como surgiu as quatro Londres é instigante e ao mesmo tempo pesarosa, há injustiça, egoísmo e autoproteção nas ações dos personagens que dividiram as Londres, e consigo até entender um pouco do ódio de alguns, afinal até onde é justo e certo cultivá-lo para proteger-se?
A narrativa é uma obra que proporciona questões para talvez compreender as ações de muitos personagens.
Com uma escrita ágil, fantástica e brilhante, Schwab nos faz aventurar-se entre as múltiplas Londres com destreza e de maneira emocionante. Os leitores se sentem inseridos na história enquanto acompanham os desafios que os personagens enfrentam; os lugares nos quais entravam e fugiam nos deixa aflitos já que os becos e esquinas de Londres não são confiáveis. Com a intensidade que adicionou à história a autora faz com que juntos desbravemos a magia e a aventura contidas nas páginas e embarquemos nessa odisseia junto aos personagens. Kell e Lila são duas pessoas completamente diferentes, mas que encontram um mesmo ideal pelo qual lutar.

Para quem gosta de fantasia, mistérios e uma boa dose de diversão, recomendo embarcar nessa aventura junto com Kell e Lila e descobrir a magia que existe entre as quatro versões de Londres.


Abraços Literários e até a próxima.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Caneca Literária #45: Minha Vida Fora dos Trilhos-

                                                                                      

Sinopse: A protagonista de Minha Vida Fora dos Trilhos, Abilene Tucker, tem apenas 12 anos, mas é corajosa e impetuosa o suficiente para encontrar aventuras na pequena cidade de Manifest, Kansas, para onde seu pai a enviou de trem para passar o verão sob a tutela de um velho conhecido enquanto ele trabalha em uma ferrovia.
O que parecia ser o período mais solitário e entediante de sua vida ganha um novo e surpreendente rumo quando Abilene encontra uma velha caixa de charutos com cartas antigas e pequenas lembranças de outros tempos. Aos olhos curiosos da menina, a caixa se torna uma verdadeira arca do tesouro, onde segredos enterrados conectam dois momentos da cidade. A partir de então, o livro se divide em duas narrativas cronológicas: passado e presente se misturam, daquela maneira mágica que só um bom livro consegue contar
                                                             
                                                                               

Nesse infantojuvenil os acontecimentos vão da Primeira Guerra Mundial à Grande Depressão norte- americana dos anos 30, com soberba fidelidade histórica que ajuda muito na construção da narrativa sobre perdas e redenção.
Da autora americana Clare Vanderpool é narrado pela jovem Abilene Tucker, que nos conta sua história e compartilha conosco seus pensamentos.
Abilene tem 12 anos e vive com o pai, Gideon, indo de cidade em cidade de trem a procura de trabalho, porém quando ela se machuca o pai vê que os trilhos não são o melhor lugar para uma garotinha e a envia a Manifest, Kansas, para ficar com Howard Shady, o pastor da primeira igreja batista da cidade.
Lá ela faz amizades e entre objetos antigos (uma chave, um dólar de prata, uma isca de pesca, uma rolha e uma bonequinha de madeira) encontrados em um caixa de charutos Lucky Bill, jornais velhos e histórias contadas pela vidente Srta. Sadie tenta descobrir um pouco mais da vida de seu pai e do legado deixado por ele no lugar, além de tentar solucionar o misterioso caso de um espião.
Em paralelo temos a história dos amigos Ned e Jinx que se passa na época da Primeira Guerra Mundial e que a Srta Sadie vai contando a Abilene durante sua estadia em Manifest.
E
nossa protagonista que acredita em verdades universais e se envolve em confusões e aventuras, vai descobrir que histórias necessariamente possuem começos, meios e fins e nelas é possível encontrar respostas para as inquietudes.
A construção da obra apresenta entre as viradas de cada capítulos, recortes de jornais e postais, que nos proporcionam uma visão mais ampla e nos dá pistas sobre a história no passado.
É um livro fluído e rápido com personagens jovens que buscam por algo maior que eles
e querem encontrar seu lugar no mundo.
A leitura, embora leve, tem seus momentos reflexivos e faz rir, chorar, ficar com raiva, se emocionar e se apaixonar pela leitura de amneira que somos teletransportados para os eventos e conhecemos as pessoas da cidade Manifest e seus locais.
Os personagens são bem construídos com papel significativo na história em algum momento e apresentam evolução no decorrer da narrativa.
                                                                                        

A edição do livro é lind
a, o que é uma redundância em se tratando da DarkSide: capa dura, folhas amareladas, imagens de trens, os recortes de jornal da Srta Hatie Mae, a fitinha dourada e cartão postal do Kansas.
Além de ser interessante pela forma como foi apresentada e pelo conteúdo em si, a história também mostra fatos que realmente aconteceram, como a desconfiança sobre os estrangeiros que iam para os Estados Unidos em busca de uma vida melhor, as grandes dificuldades pelas quais passavam, a importância de se ter uma origem e um nome de família naquela época —
talvez até hoje — e o impacto que foi a Guerra na vida das pessoas.
E Manifesto é uma palavra que diz mais que seu sentido literal, além de verbo e adjetivo é também texto programático de  movimento literário e  substantivo, significa uma lista de passageiros ou mercadoria a bordo de um navio, e define com propriedade a cidade que iremos conhecer, cidade do Kansas compreendida basicamente de imigrantes reclusos de sua terra natal e vitimados pelas suas histórias de vidas, de dor, perda, saudades e redenção.

Um final em que todas as pontas são alinhavadas na medida exata do sorriso e da lágrima e se mostra surpreendente.

Abraços Literários e até a próxima.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Minissérie- Entre Irmãs

                                                                                      


Ano Novo: 12 capítulos com 365 folhas em branco para vocês escreverem o que quiserem!
Saúde, paz, amor, sucesso, amizade, prosperidade, respeito, tolerância, fé, esperança e finais felizes <3
Feliz Ano Todo para todos e vamos ao primeiro post de 2018 \0/

                                                                               

Das relações entre os moradores na pequena cidade onde a história começa até o mundo aristocrático e de aparências da capital, Entre Irmãs, baseado no livro de 2009, A Costureira e o Cangaceiro, de Frances de Pontes Peebles, encanta pelas suas personagens enquanto expõe inúmeras nuances do ambiente que as cercam, especialmente no que diz respeito às relações de poder.
                                                                                     


Nesse romance enraizado no estado de Pernambuco, que segue a vida de duas irmãs, muito conectadas desde pequenas, mas com objetivos de vida completamente diferentes, conhecemos a romântica Emília que sonha se casar com um príncipe encantado e se mudar para a capital e Luzia, que quando criança sofre uma queda eque a deixa com uma deficiência em um dos braços, é pragmática e acredita na liberdade do sertão onde vive. Criadas para serem costureiras, o destino faz com que cada uma siga caminhos completamente diferentes.
Apesar de lutas, conquistas e derrocadas, as duas irmãs separadas pela distância e pelas escolhas, sempre cultivaram uma mesma certeza: sabiam que só podiam contar uma com a outra.
                                                                               

Ao longo da narrativa aprendemos sobre o Brasil, a política regional e a oligarquia brasileira. Acompanhamos não só a vida de duas mulheres fortes e corajosas, mas também os caminhos do país compreendendo a duplicidade das vidas urbana e do sertão com a precisão de detalhes dados de forma interessante sobre o período específico e reconstituição histórica incrível baseada nos trajes de época que marcam a vida das costureiras.

                                                                          


Entre Irmãs, de Breno Silveira (2 Filhos de Francisco, À Beira do Caminho e Gonzaga: De Pai pra Filho) atesta mais uma vez a capacidade do cineasta em conduzir belas histórias do interior do Brasil.
No filme estrelado por Marjorie Estiano (Emília) e Nanda Costa (Luzia), no Brasil da década de 30, duas irmãs são separadas pelo destino e enquanto uma delas passa a viver em meio a alta sociedade da capital, a outra se junta a um grupo de cangaceiros no interior.
Das excelentes atuações das protagonistas e também de Letícia Colin (Lindalva), Júlio Machado (Carcará) e Rômulo Estrela (Degas), e com uma ambientação perfeita da época, o filme aproveita a turbulenta atmosfera política daquele momento e de figuras conhecidas da história do país para traçar um paralelo com inúmeras questões que continuam a ser debatidas (ainda) nos dias de hoje.
O uso de montagem paralela, alternando os núcleos narrativos entre a vida de Emília na capital e Luzia junto ao bando de Carcará no interior funciona de maneira efetiva e concede a trama um bom ritmo.
Sem esse recurso, 2h40 se tornariam cansativos, algo que definitivamente não ocorre, embora tenha funcionado mutitíssimoooooooo melhor na minissérie.
Genuinamente brasileiro, o filme se reconecta com figuras da história e mesmo que a narrativa que se passe na década de 30 do século passado apresenta temas atuais para o país e é assustador que algumas questões ainda estejam em discussão hoje.
A adaptação caminha por segmentos bastante discutidos, como homossexualidade, preconceito, feminismo e machismo.
Temos a impressão de que Emília viverá um conto de fadas enquanto Luzia viverá um pesadelo, mas não acontece assim, Emília se dá conta de que nem todos os sonhos se tornam realidade e ao se casar com Degas, percebe que a vida na capital não é fácil para uma moça vinda do sertão, uma vez que o preconceito e o machismo falam mais altos. Príncipe encantado? Nada disso.
Por outro lado, ainda que a vida de Luzia não seja um conto de fadas, a garota se sente livre lutando pelo sertão que tanto ama e ela que nunca sonhou com o amor conquista um “príncipe” singular.
Embora durante parte da narrativa haja uma carência de conflitos imediatos , o ritmo, os contrastes, os paralelos, as diferenças e particularidades dos personagens e as atuações têm força para manter a cadência, prender a atenção, emocionar e ainda segue conosco muito tempo depois de ter acabado.

2h40 ou 600 páginas podem parecer exagerado, mas acreditem é essencial!
Uma bela história que ganha contornos poéticos, femininos e intimistas com voz narrativa forte e sedutora e personagens complexos nem um pouco estereotipados.
Maravilhoso!


Abraços Literários e até a próxima.