segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Feliz 2019-


                                                                            


Desejos de Victor Hugo ou Os Votos de Sergio Jockymann?
Há uma divergência sobre a autoria do referido poema.
Desejos”  não seria da autoria de Victor Hugo, teria uma versão intitulada “ Os Votos”  de Sergio Jockymann  publicado originalmente em 1980.
Como não sei dizer se é ou não lenda da “ internetês” publico dando os créditos a quem for de direito, Victor Hugo ou Sergio Jockymann, Desejos ou Os Votos, o poema é lindo!

 “Pois desejo primeiro que você ame e que amando, seja também amado.
E que se não o for, seja breve em esquecer e esquecendo não guarde mágoa.
Desejo depois que não seja só, mas que se for saiba ser sem desesperar.
Desejo também que tenha amigos e que mesmo inconsequentes sejam corajosos e fiéis.
E que em pelo menos um deles você possa confiar e que confiando não duvide de sua confiança.
E porque a vida é assim, desejo ainda que você tenha inimigos, nem muitos nem poucos, mas na medida exata para que algumas vezes você interpele a respeito de suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo para que você não se sinta demasiadamente seguro.
Desejo depois que você seja útil, não insubstituivelmente útil, mas razoavelmente útil.
E que nos maus momentos, quando não restar mais nada, essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
Desejo ainda que você seja tolerante, não com que os que erram pouco, porque isso é fácil, mas com aqueles que erram muito e irremediavelmente.
E que essa tolerância nem se transforme em aplauso nem em permissividade, para que assim fazendo um bom uso dela, você dê também um exemplo para os outros.
Desejo que você sendo jovem não amadureça depressa demais,
e que sendo maduro não insista em rejuvenescer,
e que sendo velho não se dedique a desesperar.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e é preciso deixar que eles escorram dentro de nós.
Desejo por sinal que você seja triste, não o ano todo, nem um mês e muito menos uma semana,
mas um dia.
Mas que nesse dia de tristeza, você descubra que o riso é bom.
Desejo que você descubra com o máximo de urgência, acima e a despeito de tudo, talvez agora mesmo, mas se for impossível amanhã de manhã, que existem oprimidos, injustiçados e infelizes.
E que estão à sua volta e que você pode fazer algo para começar a mudar isso.
Desejo ainda que você afague um gato, que alimente um cão e ouça pelo menos um João-de-barro erguer triunfante seu canto matinal.
Porque assim você se sentirá bem por nada.
Desejo também que você plante uma semente e acompanhe seu crescimento dia a dia, para que você saiba de quantas muitas vidas é feita uma árvore.
Desejo que você tenha dinheiro porque é preciso ser prático. E que pelo menos uma vez por ano você ponha uma porção dele na sua frente e diga: Isto é meu.
Só para que fique claro quem é o dono de quem.
Desejo ainda que você seja frugal, não inteiramente frugal, não obcecadamente frugal, mas apenas usualmente frugal.
Mas que essa frugalidade não impeça você de abusar.
Desejo também que nenhum de seus afetos morra, por ele e por você. Mas que se morrer, você possa chorar sem se culpar e sofrer sem se lamentar.
Desejo por fim que, você tenha uma boa pessoa, alguém do bem.
E que se amem hoje, amanhã, depois, no dia seguinte, mais uma vez e novamente de agora até o próximo ano acabar.
E que quando estiverem exaustos e sorridentes, ainda tenham amor pra recomeçar.
E se isso acontecer, não tenho mais nada para desejar”

Fonte: Folha da Tarde – Porto Alegre – 30 de Dezembro de 1978.
Observação: A pontuação e formatação do texto foram mantidas o mais próximo do original com algumas adaptações.

Agradeço a todos que por aqui estiveram, os bons amigos e os que chegaram agora.
Gratidão pela presença de vocês, pelo carinho e pela amizade.

O Café com Leitura na Rede deseja aos leitores e amigos um Feliz Ano Novo, cheinho de boas novis, amor, amizade, paz, saúde, alegrias, sucesso, café e muitos livros!
Feliz 2019!


Abraços Literários e até a próxima.



terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Feliz Natal


                                                                                


O mundo é o reflexo das nossas ações;  toda ação gera uma reação:  sorrisos geram sorrisos, alegria gera alegria, fazer o bem gera um mundo melhor para todos.

Então ... a mão que se estende a alguém
Retorna a VC também
Trazendo paz ao seu coração
Os braços que abraçam o mundo
E fazem do raso o profundo
Lhe dão a força da inspiração
É na busca por mais alento
Que surge esse pensamento:
Partilhar nunca será em vão.
Assim se constrói a vida
Às mãos, a terra partida
A recompensa dos frutos, então!

Que as nossas mãos sejam sempre portadoras de afagos e carinhos. Que delas deslizem sentimentos de amor  e coragem. Que a harmonia encontre morada em nossos corações. Que o respeito prevaleça. Que as tristezas sejam banidas dando lugar  as alegrias.  Que a luz refaça nossa fé e esperança no futuro. Que a paz reine absoluta aos que anseiam evoluir , pra quem busca o entendimento e  a todos os que habitam o nosso  planeta.
Feliz Natal pra você que teve gesto amigo, deu alento e carinho!

O Café com Leitura na rede  deseja a todos  um Feliz Natal  pleno de  alegrias, sorrisos, abraços, carinho, saúde, paz, bem, luz, amor e claro, muitoooooooos livrooooooos!

Abraços Literários e até a próxima.


terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Jurassic World: Reino Ameaçado- 25º aniversário da franquia


                                                                                  


Celebrando os 25 anos da bem-sucedida franquia de dinossauros iniciada com Jurassic Park, 1993, pelo cineasta Steven Spielberg, a sequência Jurassic World: Reino Ameaçado, quinto filme, tem início após os desastrosos eventos mostrados em Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros, 2015, que culminaram com a destruição do parque e o domínio dos dinossauros sobre a Ilha de Nublar.
                                                                                


Um vulcão ameaça entrar em erupção e extinguir os animais da face da Terra mais uma vez.
A missão dos protagonistas Claire (Bryce Dallas Howard) e Owen (Chris Pratt) é voltar à ilha e salvar a maior quantidade de espécies possível.
Não é mais sobre pessoas resgatando pessoas. É sobre pessoas resgatando dinossauros.
A discussão é mais ampla. Pessoas e dinos tentam escapar de um desastre natural num cenário apocalíptico. Os mocinhos se tornam ativistas e arriscam as próprias vidas para salvar os dinos.
E uma questão ética é colocada: deve-se deixar os animais pré-históricos entrarem em extinção novamente ou deve-se aplicar a eles as tradicionais normas de defesa aos animais?
Personagens marcantes das versões anteriores, como o matemático Ian Malcolm (Jeff Goldblum) e o geneticista Henry Wu (B.W. Wong), aparecem como uma referência a trilogia original.
E se em um primeiro momento é a ação quem domina o longa, na segunda metade da história, há uma dose inesperada de suspense, elementos de terror e a criação de cenas assustadoras, quando, por exemplo, um dino geneticamente modificado se confunde com um monstro que veio de um pesadelo perseguindo uma criança.
Dirigido pelo espanhol J.A. Bayona e com Spielberg entre os produtores executivos, o longa marca a volta dos robôs dinos, os animatrônicos.
Apesar do fraco desenvolvimento dos personagens e cenas previsíveis, impossível não fazer uma analogia sobre como o ser humano maltrata os animais por ganância e as falhas humanas, como querer dominar e controlar o que não pode ser controlado.
E se em O Mundo dos Dinossauros, subi na poltrona e gritei como se não houvesse amanhã: “Tiiiiiiiiii Récksiiiiiiii”, aqui chorei de desidratar na cena em o braquiossauro é deixado pra trás :(
O resultado não é um filme coeso, aqui tem mais emoção do que ação e com um final que deixa espaço para mais sequências, massssssss se você tb é dinolover certamente vai amar <3

Abraços Literários e até a próxima.


segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Vidas Secas- 80 anos


                                                                            

Conto de uma emblemática cachorrinha

A edição comemorativa de 80 anos de Vidas Secas (março de 1938), obra-prima universal de Graciliano Ramos, com a saga de família pensada pelo doce animalzinho, carrega na capa e na figura emblemática do livro a cadelinha Baleia.
                                                                                  

A edição especial com capa dura, lombada inspirada em livros antigos, ilustrações, manuscritos nunca publicados, incluindo o capítulo-conto “Baleia” original com as emendas e subscrições de próprio punho do autor.
A trama se passa na caatinga, bioma brasileiro presente no Nordeste do país.
Ao acompanharmos a saga de uma família de retirantes, cabe à cachorrinha ressignificar a trajetória dos personagens.
Em meio à seca, a escassez (metáfora para como os personagens viviam) de comida torna a falta de palavras menos importante.
A comunicação entre os personagens é rasa por simples falta de vocabulário.
Então, Graciliano Ramos confere ao animal consciência, humanizando-o.
Carinhosa com os donos e cuidadosa com as crianças, Baleia demonstra muitas emoções.
Seus olhos parecem com os “de gente” e enchem seus companheiros de jornada com ternura.
Foi a partir de um conto que leva o nome da cachorrinha que a história teve início.
                                                                             


Marco do romance regionalista brasileiro, o livro é narrado em terceira pessoa e mostra os desafios físicos, psicológicos e morais do pai de família Fabiano, analfabeto, com a mulher, sinhá Vitória e os dois filhos pelo sertão.
Uma característica importante sobre a narrativa é a ausência de ordem cronológica.
Com exceção dos capítulos “Fuga” e “Mudança” - os únicos que apresentam uma conexão.
Vidas Secas já vendeu 1,8 milhão de exemplares desde sua primeira publicação e é um livro fundamental!
Como não amar Baleia e se emocionar com o animalzinho ???????
Como não tê-la registrada para todo o sempre no imaginário ???
Esse é certamente um livro que permanece conosco muito e muito tempo depois de terminar de ler, se é que algum dia será possível esquecer ...


Abraços Literários e até a próxima.


quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Tudo e todas as coisas-


                                                                             

Sinopse- A doença que Madeline tem é rara. Basicamente, é alérgica ao mundo. Qualquer coisa pode desencadear uma série de alergias. Não sai de casa. Não saiu uma vez sequer em 17 anos.
As únicas pessoas que vê são sua mãe e sua enfermeira, Carla.
Então, um dia, um caminhão de mudança para na frente ­da ­casa ao lado. Ela olha pela janela e o vê. Ele é alto, magro e está todo de preto: blusa, calça jeans, tênis e um gorro que cobre o cabelo. Ele percebe que ela está olhando e a encara. Seu nome é Olly.

Talvez não seja possível prever tudo, mas algumas coisas, sim. Por exemplo, vou me apaixonar por Olly. Isso é certo.
E, é quase certo que isso vai provocar uma catástrofe.”

                                                                                 

Enquanto todos curtiam a experiência de ler esse livríneo (é uma experiência) nem liguei para a modinha (sick-lit não é meu gênero literário favorito) até assistir o filme, amar a narrativa ágil e... ser surpreendida pelo final.
Todos dizem que acertaram o desfecho, para mim foi uma surpresa.

                                                                              

Tudo e Todas as Coisas tem seus clichês, mas isso não o desmerece de forma alguma, o carisma dos personagens, a escrita fluída da Nicola Yoon e as diferentes formas que ela criou para representar a trama como ilustrações, tabelas, listas, relatórios de vigia, prontuários médicos, desenhos, short reviews ou a presença de um astronauta atento, além da dinâmica estendida às mensagens trocadas entre Madeline e Olly que dão o tom fofiiiiiiiiinho à narrativa prendem o leitor no início ao fim.


                                                                               

O livro é narrado por Maddy, uma garota de 18 anos que sofre de uma rara doença chamada Imunodeficiência Combinada Grave (IDCG), também conhecida como “doença da criança na bolha”, o que quer dizer que ela é basicamente alérgica ao mundo.
Madeline vive em uma casa adaptada e passa os dias em seu quarto branco, de paredes brancas e prateleiras brancas.
No seu mundo tudo é branco, exceto as lombadas coloridas de seus livros devidamente descontaminados e selados à vácuo.
Suas únicas companhias são sua mãe, e médica; sua enfermeira e amiga Carla, e seus livros.
O bacana é que Maddy não é como as outras mocinhas dos sick-lit, ela não se queixa o tempo todo da sua doença, não se deixa definir nem se abalar pela sua condição e procura viver a vida da melhor maneira que consegue.
Até o dia em que Olly se muda para a casa ao lado.
Somente quando ele entra em sua vida que Madeline começa a pensar em possibilidades e acompanhar esse relacionamento tão puro (e fadado ao fracasso) foi emocionante.

Será que Maddy colocaria em risco a própria vida por amor? Como sua mãe super protetora vai lidar com a situação? E como fica Olly no meio de tudo isso, sendo que ele próprio tem bastante com o que lidar na própria casa?

Eu amei Tudo e Todas as Coisas, ele é incrivelmente fofo com um final inesperado que superou minhas expectativas.
Os capítulos são bem curtos e é o tipo de livro que você lê de uma sentada.

Aos amantes de YA (Jovem Adulto) digo para se jogarem nessa obra que não chega a ser inovadora, mas conquista pela química entre os personagens cativantes e a doçura do que está sendo contado.
E para quem não é fã de romances (como eu) acredito que todo leitor vai encontrar algo interessante nesse livro, nem que seja repensar o privilégio que é ser livre, conheçam a trama e se permitam surpreender com a história de Madeline.

Abraços Literários e até a próxima.