Sinopse-
Dos clássicos às histórias contemporâneas não faltam heróis,
meninos e homens estão por todo lugar empunhando espadas, usando
varinhas mágicas, atirando flechas ou duelando com sabres de luz.
Mas os tempos mudaram e está na hora de as histórias mudarem
também.
Com
discursos sobre empoderamento feminino, meninas e mulheres desejam
se enxergarem naquilo que consomem.
Este é o livro de um tempo
que exige que as mulheres ocupem todos os espaços, incluindo o
protagonismo em histórias de heróis.
Laura
Conrado imaginou as Três mosqueteiras como veterinárias de uma ONG,
que de repente contam com a ajuda de uma estudante que não hesita em
levantar seu escudo para defender os animaizinhos.
A Távola
Redonda de Pam Gonçalves é liderada por Marina, que diante do
sumiço do dinheiro que os alunos de sua escola pública arrecadaram
para a formatura, desembainha a espada e reúne um grupo de meninas
para garantirem a festa que planejaram.
E Roberta é a Robin Hood
de Ray Tavares que indignada com a situação da comunidade em que
vive usa sua habilidade como hacker para corrigir algumas
injustiças.
Este é um livro no qual as meninas salvam o dia, no
qual são o que são todos os dias na vida real: heroínas!
Heroínas reúne
três autoras brasileiras: Laura Conrado, Pam Gonçalves e Ray
Tavares, que recontam três clássicos em uma obra com capa e
diagramação fofas que entrega já no título a mensagem que
pretende passar.
Gosto muito da
criatividade com que os autores reinventam obras, então adorei essa
releitura de clássicos com representatividade feminina, sem serem
contos das princesas e com a pegada contemporânea amei ainda mais a
proposta.
Em “Uma por
todas e todas por uma”, acompanhamos a história da Daniela
d'Artagnan.
Narrado em primeira
pessoa, a protagonista às vésperas das provas finais, determinada a
cursar Medicina Veterinária na Universidade Federal e candidata a
voluntária da clínica de uma ONG de proteção animal nomeada
Mosqueteiros se depara com uma cena de agressão a um cachorro na rua
e defende o animalzinho. Até que uma heroína aparece para
auxiliá-la a salvar o dia. Uma das mosqueteiras da ONG. Assim começa
a história da nossa protagonista.
“Formandos
da Távola Redonda”, é narrado em terceira pessoa e traz a
história de Marina.
Faltando oito
semanas para a formatura ela é escolhida para assumir a liderança
da comissão do terceiro ano da Escola de Ensino Médio, mas o
dinheiro que juntaram para a formatura sumiu.
Para que não tenham
o sonho interrompido e correndo contra o tempo ela reúne um grupo de
meninas para reverter o prejuízo.
Em meio aos anseios
comuns da adolescência: amores, desamores e dúvidas, a jornada da
protagonista lhe proporciona autodescoberta numa escrita coesa e
madura.
“Robin, A
Proscrita” se inicia com um prólogo contando num pergaminho a
história inicial de Roberta, a protagonista da vez que foi deixada
com poucos meses de vida na porta de um casal humilde, na comunidade
Selva de Pedra.
Anos depois, ela é
conhecida pela Polícia Federal como Robin Hood, a pessoa por trás
de um esquema de desvio de dinheiro pela internet.
Roberta
pratica crimes cibernéticos e guarda muito bem sua identidade
justiceira de roubar dinheiro de parlamentares, empresários e
religiosos para doar aos menos favorecidos.
Em uma história
com muitas referências, a autora insere elementos atuais em uma
narrativa que apresenta ação o tempo todo.
Em comum as três
histórias reúnem mensagens sobre coragem, amizade, justiça, força
e sororidade, além é claro e romance e aventuras.
Com personagens
femininas em papéis de protagonismo e falando sobre empoderamento
feminino, Heroínas vem para contar histórias de garotas que lutam
pelo o que acreditam.
Pessoalmente
acho que não precisava incluir tantos “movimentos” em um livro
tão curto, o simples fato de se tratarem de protagonistas em
clássicos já deixa claro a proposta sobre a força feminina.
De qualquer maneira
é uma boa obra nacional, divertida e interessante indicada para
adolescentes, mas que pode agradar leitores de todas as idades.
Abraços Literários
e até a próxima.