quinta-feira, 27 de junho de 2019

Série: O Jardim de Bronze- Primeira Temporada


                                                                              


No thriller policial de suspense, na primeira temporada da série O Jardim de Bronze (adaptação do livro argentino El Jardín de Bronce de Gustavo Malajovich) acompanhamos a vida do arquiteto Fabián Danubio (interpretado por Joaquin Furriel) que muda drasticamente após o misterioso desaparecimento de sua filha Moira de 4 anos.
Entre falta de respostas e sem vestígios, pistas, testemunhas nem o auxílio da polícia, ele conta com a ajuda do detetive Doberti (Luis Luque) numa jornada ao longo de 10 anos para encontrar a garotinha.
O primeiro episódio desenvolve o arco principal, que é o sequestro da Moira.
Daí iniciamos uma jornada através de uma estruturada narrativa ágil combinada com reviravoltas, flashbacks e passagens de tempo.
O roteiro é instigante; ótimos elenco, direção e fotografia; qualidade de filmagem em 4K e tendo locações especiais em Buenos Aires como cenário transformando a cidade em mais uma protagonista da obra.
Impecável e impactante vale muito a pena uma conferida.
Alguém aí já leu o livro ou assistiu a série?????
Conta aí!
                                              
                                     


Abraços Literários e até a próxima.


quarta-feira, 19 de junho de 2019

Heroínas


                                                                              

Sinopse- Dos clássicos às histórias contemporâneas não faltam heróis, meninos e homens estão por todo lugar empunhando espadas, usando varinhas mágicas, atirando flechas ou duelando com sabres de luz. Mas os tempos mudaram e está na hora de as histórias mudarem também.
Com discursos sobre empoderamento feminino, meninas e mulheres desejam se enxergarem naquilo que consomem.
Este é o livro de um tempo que exige que as mulheres ocupem todos os espaços, incluindo
o protagonismo em histórias de heróis.
Laura Conrado imaginou as Três mosqueteiras como veterinárias de uma ONG, que de repente contam com a ajuda de uma estudante que não hesita em levantar seu escudo para defender os animaizinhos.
A Távola Redonda de Pam Gonçalves é liderada por Marina, que diante do sumiço do dinheiro que os alunos de sua escola pública arrecadaram para a formatura, desembainha a espada e reúne um grupo de meninas para garantirem a festa que planejaram.
E Roberta é a Robin Hood de Ray Tavares que indignada com a situação da comunidade em que vive usa sua habilidade como hacker para corrigir algumas injustiças.
Este é um livro no qual as meninas salvam o dia, no qual são o que são todos os dias na vida real: heroínas!


Heroínas reúne três autoras brasileiras: Laura Conrado, Pam Gonçalves e Ray Tavares, que recontam três clássicos em uma obra com capa e diagramação fofas que entrega já no título a mensagem que pretende passar.
Gosto muito da criatividade com que os autores reinventam obras, então adorei essa releitura de clássicos com representatividade feminina, sem serem contos das princesas e com a pegada contemporânea amei ainda mais a proposta.

Em “Uma por todas e todas por uma”, acompanhamos a história da Daniela d'Artagnan.
Narrado em primeira pessoa, a protagonista às vésperas das provas finais, determinada a cursar Medicina Veterinária na Universidade Federal e candidata a voluntária da clínica de uma ONG de proteção animal nomeada Mosqueteiros se depara com uma cena de agressão a um cachorro na rua e defende o animalzinho. Até que uma heroína aparece para auxiliá-la a salvar o dia. Uma das mosqueteiras da ONG. Assim começa a história da nossa protagonista.

“Formandos da Távola Redonda”, é narrado em terceira pessoa e traz a história de Marina.
Faltando oito semanas para a formatura ela é escolhida para assumir a liderança da comissão do terceiro ano da Escola de Ensino Médio, mas o dinheiro que juntaram para a formatura sumiu.
Para que não tenham o sonho interrompido e correndo contra o tempo ela reúne um grupo de meninas para reverter o prejuízo.
Em meio aos anseios comuns da adolescência: amores, desamores e dúvidas, a jornada da protagonista lhe proporciona autodescoberta numa escrita coesa e madura.

“Robin, A Proscrita” se inicia com um prólogo contando num pergaminho a história inicial de Roberta, a protagonista da vez que foi deixada com poucos meses de vida na porta de um casal humilde, na comunidade Selva de Pedra.
Anos depois, ela é conhecida pela Polícia Federal como Robin Hood, a pessoa por trás de um esquema de desvio de dinheiro pela internet.
Roberta pratica crimes cibernéticos e guarda muito bem sua identidade justiceira de roubar dinheiro de parlamentares, empresários e religiosos para doar aos menos favorecidos.
Em uma história com muitas referências, a autora insere elementos atuais em uma narrativa que apresenta ação o tempo todo.

Em comum as três histórias reúnem mensagens sobre coragem, amizade, justiça, força e sororidade, além é claro e romance e aventuras.
Com personagens femininas em papéis de protagonismo e falando sobre empoderamento feminino, Heroínas vem para contar histórias de garotas que lutam pelo o que acreditam.

Pessoalmente acho que não precisava incluir tantos “movimentos” em um livro tão curto, o simples fato de se tratarem de protagonistas em clássicos já deixa claro a proposta sobre a força feminina.
De qualquer maneira é uma boa obra nacional, divertida e interessante indicada para adolescentes, mas que pode agradar leitores de todas as idades.

Abraços Literários e até a próxima.

quarta-feira, 12 de junho de 2019

Feliz Dia dos nAMORados

                                                                               


O dia dos namorados do seu jeito <3
Adoro uma data comemorativa, e sim, celebro o Dia dos nAMORados.
E acho que cada um deve comemorar à sua maneira.
Do seu jeito, com ou sem presentes, de forma romântica ou de maneira prática.
Quem inclusive não estiver disposto que deixe a data passar em branco de boa.
Se você não comemora, zero problema.
Estado civil são só duas palavrinhas, e uma característica de alguém. 
Não é, nunca foi nem será condição para felicidade.
Se quem está na pista quiser comemorar, bora festejar também.
E incluo no pacote, os casados. Abram espaço na agenda para curtirem como desejarem.
No final das contas, ninguém precisa esperar o dia 12 de junho para aproveitar, seja com ou sem companhia.
Divirta-se sempre e com quem quiser.
E se quiser :p

(Texto de Fabricio Pellegrino)



Vamos agora embarcar no mais conhecido soneto de Camões para comemorar o Dia dos Namorados?

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

(Luís Vaz de Camões)


Abraços literários, beijos poéticos e até a próxima.

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sexta-feira, 7 de junho de 2019

Creed II


                                                                              


Não poderia haver melhor argumento para uma sequência da história de Adonis Creed (Michael B. Jordan) que o relacionado a Ivan Drago (Dolph Lundgren), clássico adversário de Rocky Balboa (Sylvester Stallone).

Adonis chegou ao topo, tornando-se campeão mundial da sua categoria e planeja uma vida a dois com Bianca (Tessa Thompson) além de lidar com as diferenças entre ele e Rocky que não aceita lhe treinar na luta com Viktor Drago. A relação Rocky-Creed é levada a um outro nível, e ao mesmo tempo, ambos sabem que precisam ter suas próprias vidas e prioridades.

Ivan Drago prepara seu filho, Viktor (Florian Munteanu), para desafiar Creed.
Aqui temos um antagonista cheio de ódio por tudo que lhe aconteceu após sua derrota há 30 anos, e é com esse sentimento que ele nutre o filho, vendo nele a oportunidade de uma revanche. Lundgren traz novamente a frieza que fez de Drago o emblemático vilão da franquia e Munteanu não é somente músculos, mas um personagem com camadas que compõe um excelente Viktor.
A humanização da família Drago é desenvolvida simultaneamente. De modo harmonioso, vemos que não foi só Rocky e Adonis que perderam algo ou alguém. Ivan também ganha sua própria ótica humanizada

Drago e Balboa se enfrentam através de Viktor e Adonis, dois jovens que, por mais talentosos que sejam, estão à sombra de um passado.
Em uma luta cheia de ódio, rancor e lembranças, Viktor e Adonis, confrontam o legado que compartilham.
Algo positivo que a trama entrega é o fato de conseguir trabalhar bem os dois lados da luta. Em Rocky IV, a missão era a de ser patriota em um filme marcante pela Guerra Fria.
Já em Creed II, Rússia e Estados Unidos são meros detalhes. A missão aqui é pessoal e sua identidade se dá através de lutadores que receberam como "herança" a sede de vingança e a ausência de identidade. Tanto Viktor quanto Adonis são vítimas de suas próprias histórias e isso fica cada vez mais claro com a falta de palavras que Drago expressa ou com o desespero interno e crescente de Creed.

A montagem une com esmero todas estas áreas resultando em um drama comovente sem apelar para o melodrama. 

A direção de Steven Caple Jr. (que junto com Stallone é responsável também pelo roteiro) traz uma história sensível que homenageia os filmes anteriores (em especial o 4º filme, diretamente ligado aqui), mas também finaliza de maneira OK o arco em que todos os personagens estavam inseridos.
A direção não experimenta muito a câmara e os planos sequenciais para jogar o espectador no ringue com os lutadores, mas isso não desmerece em nada a película e a direção fluida valoriza cada punch e treinamento.

Aqui não temos o fator novidade, Creed II acrescenta mais uma boa história aos já bons filmes da franquia, humanizando-os, e talvez seja o mais contemplativo da saga.
Partindo da premissa que as relações interpessoais são o foco desta sequência, é justo dizer que este é um filme de família. Inclusive a família Drago entrega uma importante parcela da carga emocional que o roteiro possui.

Creed II mescla nostalgia com frescor, homenageando seus princípios na dose exata e fortalecendo com sensiblidade uma trama já conhecida. Aqui não há vilões nem heróis e, por mais que os golpes dados no ringue nos façam torcer por alguém, é o que vem depois do sino que possui mais força. A empatia, a vulnerabilidade e a compreensão também são personagens nessa franquia que sempre mostrou que a família é o que temos de mais importante, que a vida não é só demonstrar força o tempo todo e que mais importante que lutar é pelo que se luta.

Se você é fã da franquia se joga, recomendadíssimo.

Abraços Literários e até a próxima!