Sinopse- Neste mundo
criado por Philip Reeve, a Terra está destruída, o mundo virou um
descampado, a tecnologia foi praticamente extinta e todos os esforços
humanos se voltaram para um único objetivo: fazer suas cidades
sobreviverem.
Para isso, elas
precisam se mover em grandes rodas gigantes, as chamadas
Cidades-Tração, e lutarem umas com as outras para conseguirem
recursos naturais.
Londres é uma
grande cidade que está sempre em busca de outras para se alimentar,
como dita o Darwinismo: metrópoles consomem cidades menores, que
consomem vilas, assim como as vilas comem vilarejos e vilarejos pegam
pequenos assentamentos.
Quando Londres se
envolve em um ataque à uma cidadezinha, Hester Shaw, uma menina com
uma cicatriz no rosto, tenta matar Thaddeus Valentine, o maior
arqueólogo da metrópole que é salvo por Tom Natsworthy, um
historiador aprendiz.
Hester e Tom são
lançados para fora de Londres e agora no vasto Campo de Caça, sem
proteção, os dois precisam unir forças para sobreviver em um
caminho cheio de saqueadores, piratas e outras Cidades-Tração. Além
disso, ao que tudo indica a metrópole está planejando um ato
desumano, envolvendo uma arma que pode dar fim ao pouco que restou
do planeta.
Máquinas Mortais
não é original, mas ressignifica o pós-apocalíptico.
Aqui as pessoas
buscam sobreviver num futuro imaginado (e sucumbido) em cidades que
se movimentam.
Máquinas gigantes
sobre rodas, que abrigam diversos níveis sociais, administrativos,
militares e culturais, verticalizados, que devoram cidades menores
para aumentarem suas riqueza e capacidade de sobrevivência.
Em termos de
imaginação o filme foi mais competente em apresentar essas
cidades-tração.
O casal de
protagonistas, Tom e Hester, são órfãos que sofrem as
consequências da ganância (e de pertencerem a uma classe humilde).
Tom poderia ser
facilmente incluído no esteriótipo do politicamente correto, mas
ele surpreende indo de garoto sonhador à sobrevivente, aprendendo a
ver os mundos estático e de tração, com outros olhos conforme a
trama vai se desenrolando e é nítido seu amadurecimento.
Compreende que as histórias têm muitas verdades, que são muitos os
pontos de vista e que sua relação com Londres talvez estivesse do
lado errado do game.
Hester Shaw é uma figura misteriosa e solitária envolta em desejo de vingança que não almeja nada além de matar Valentine, o homem que arruinou sua vida. A história deles foi bem inserida na trama e os motivos que guiaram ambos a fazerem o que fizeram são convincentes; o motivo se torna parte do arco da personagem e seu desenvolvimento é uma das peças principais da narrativa, é o tipo de arco que dá emoção à trama, muito além de apenas fugir e correr - como Tom e ela precisam fazer.
Valentine, é um cientista que faz a descoberta da sua vida e comete o erro de não perceber o quanto isso é nocivo, é um vilão com camadas multifacetadas que carrega toda uma crueldade inerente ao personagem.
Katherine, filha de Valentine, é uma garota que não tem nada a questionar sobre a vida e sobre seu pai - até que começa a questionar tudo numa surpreendente evolução de personagem frágil e delicada aos grandes momentos de coragem.
Hester Shaw é uma figura misteriosa e solitária envolta em desejo de vingança que não almeja nada além de matar Valentine, o homem que arruinou sua vida. A história deles foi bem inserida na trama e os motivos que guiaram ambos a fazerem o que fizeram são convincentes; o motivo se torna parte do arco da personagem e seu desenvolvimento é uma das peças principais da narrativa, é o tipo de arco que dá emoção à trama, muito além de apenas fugir e correr - como Tom e ela precisam fazer.
Valentine, é um cientista que faz a descoberta da sua vida e comete o erro de não perceber o quanto isso é nocivo, é um vilão com camadas multifacetadas que carrega toda uma crueldade inerente ao personagem.
Katherine, filha de Valentine, é uma garota que não tem nada a questionar sobre a vida e sobre seu pai - até que começa a questionar tudo numa surpreendente evolução de personagem frágil e delicada aos grandes momentos de coragem.
Adoráveis os personagens secundários Anna Fang (Flor do Vento) e o assassino ressuscitado Shrike que abrilhantaram a narrativa enriquecendo a trama central e servindo de suporte para o desenvolvimento da história em momentos de maior tensão.
Máquinas Mortais é uma ótima pedida se você gosta de aventura, ação, suspense, perseguições, boas tramas paralelas e reviravoltas.
Tudo isso sem
compromisso com finais felizes e sem estereótipos onde ninguém é só mocinho ou só vilão.
Com final redondinho
dentro da proposta, mais do que uma velha distopia é um sci-fi, pós-apocalíptico e steampunk reflexivo sobre a natureza
humana que vale muito a pena uma conferida.
Super recomendo.
Abraços Literários
e até a próxima.