domingo, 17 de março de 2013

Em Cartaz: Anna Karenina de Tolstói-


                                                                                 


A rigorosa sociedade russa vivia de aparências no século 19, quando o escritor Tolstói decidiu escrever o romance homônimo sobre a personagem Anna Karenina.
A jovem que representa a insatisfação e depressão da aristocracia da época, já foi para o cinema 4 vezes e estreou sexta-feira 15/03/13 nas telonas pela quinta vez, no longa de Joe Wright.
Clássico de roupa nova, com figurinos vencedores do Oscar e direção de arte impecável, o diretor começa as tomadas em plano aberto, nos quais mostra uma moldura ao redor da cena, dando a impressão que tudo se passa dentro de uma pintura, a adaptação da obra de Tolstoi faz bem à mente a aos olhos.
Com roteiro de Tom Stoppard (Shakespeare Apaixonado e O Império do Sol), trata-se de um filme inovador em formato, misturando elementos teatrais, plásticos e cinematográficos para contar a história da mulher casada que ousa ter um caso extra-conjugal na Rússia de 1874.
Anna Karenina tem o que todas as mulheres de São Petersburgo gostariam de ter na época, um marido, Alexei Karenin,  rico e respeitável funcionário do governo, ótima posição social e um filho. Sua vida é dividida entre chás, jantares e idas à ópera.
Um dia ela recebe uma carta de seu irmão Oblonsky pedindo que ela vá a Moscou para ajudá-lo a salvar seu casamento após uma traição. A missão é bem sucedida, mas a viagem também serve para que Anna conheça e se apaixone pelo oficial da cavalaria Vronsky.
Apesar do dilema moral, Anna não consegue ignorar a atração pelo oficial e os dois começam a ter um caso que inesperadamente é tolerado pelo extremamente virtuoso marido de Anna. Porém, boatos começam a surgir e, para o horror de Anna, sua vida secreta torna-se pública. A sociedade então passa a  tratá-la como uma pária.
Agora, Anna precisa contar com a compaixão do marido para que ele não a afaste de seu filho adorado, enquanto lida com a rejeição e o preconceito de amigos, que não aceitam que uma mulher adultera freqüente os mesmos lugares que eles.
A situação chega a tal ponto que Karenin se vê obrigado a pedir o divórcio, e Anna perde todo seu dinheiro e o filho para poder ficar com o amado. Mas mesmo com sua situação “oficializada” ela continua sendo hostilizada, e começa a perceber que ao perder seu status, perdeu também sua liberdade.
Anna Karenina é o terceiro trabalho da atriz Keira Knightley com o diretor Joe Wright. Keira foi a estrela de mais dois filmes de época, “Orgulho e Preconceito” (2005) baseado no livro de Jane Austen, e “Desejo e Reparação” (2007) Baseado em um livro de Ian McEwan.

                                                                              

Apesar da belíssima e interessante fotografia que dá a impressão de se passar dentro de uma pintura ou em um palco de teatro, e dos figurinos vencedores do Oscar, o ponto alto aqui ainda é o texto de Tolstói, seu humor refinado e o retrato que o escritor faz da sociedade russa, um deleite tanto para quem já leu o livro quanto para quem ainda não folheou suas páginas.


Como VCS já sabem aqui tudo termina (ou começa) em literatura.

Abraços literários.

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