quinta-feira, 20 de junho de 2013

Na Companhia das Estrelas de Peter Heller-

                                                                                



Com simplicidade emocionante em  meio a policiais e romances melodramáticos, livro de ficção científica surpreende com prosa fluente de escritor americano.
Em seu romance de estreia, o nova-iorquino Peter Heller (considerado um mestre em narrar histórias de aventuras) conseguiu praticar uma literatura diferente da que vem cultivando alguns dos escritores mais vendidos da atualidade.
Na Companhia das Estrelas, inova tanto no conteúdo quanto na forma. A trama é construída a partir de uma possibilidade real: mostra os Estados Unidos pós-apocalíptico, cuja população foi quase totalmente dizimada por uma gripe fatal. Aos que sobraram, resta a tarefa de se matarem uns aos outros ou formar alianças a fim de conseguir sobreviver em meio à escassez de comida e de recursos.
Nesse contexto, o protagonista é Hig, um viúvo solitário que tem como melhor amigo seu cachorro, Jasper, e costuma sobrevoar o que restou de sua cidade a bordo de um avião dos anos 1950 em busca de suprimentos. O único ser humano com quem ele tem contato é uma figura tão antissocial que acaba sendo carismática: um idoso que não hesita em matar todos os que se aproximam do hangar onde eles vivem.
O que surpreende é que Heller consegue dar conta de construir toda essa tragédia a partir do fluxo de pensamento do protagonista, que conta a história passados nove anos do apocalipse.
É aos poucos, conforme Hig alterna os tempos presente e passado, que o leitor vai descobrindo o que aconteceu. Tudo conforme flui a linguagem simples com a qual Heller traduz as emoções.
Lançado originalmente no ano passado, no Reino Unido, com o título de The Dog Stars, Na Companhia das Estrelas, fez tanto sucesso por á que não demorou a ganhar uma tradução em  português. Ao todo, o livro já é vendido em 14 países além do Brasil. O reconhecimento do autor também não tardou. O romance de estreia de Heller foi selecionado por vários veículos especializados, como o respeitado site Publishers Weekly, um dos melhores livros de 2012.
Vale a pena.



Abraços literários e até a próxima.

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