sábado, 21 de junho de 2014

Caneca Literária #12: Jardim de Inverno de Kristin Hanna

                                                                           
       

Esse é o livro que escolhemos para a nossa caneca literária de junho, nesse dia 21,  que marca o início do inverno.
Pura emoção!

                                                                             



Meredith e Nina Whiston são tão diferentes quanto duas irmãs podem ser. Uma ficou em casa para cuidar dos filhos e da família. A outra seguiu seus sonhos e viajou o mundo para tornar-se uma fotojornalista famosa. No entanto, com a doença de seu amado pai, as irmãs encontram-se novamente, agora ao lado de sua fria mãe, Anya, que, mesmo nesta situação, não consegue oferecer qualquer conforto às filhas. A verdade é que Anya tem um motivo muito forte para ser assim distante: uma comovente história de amor que se estende por mais de 65 anos entre a gelada Leningrado da Segunda Guerra e o não menos frio Alasca. Para cumprir uma promessa ao pai em seu leito de morte, as irmãs Whiston deverão se esforçar e fazer com que a mãe lhes conte esta extraordinária história. Meredith e Nina vão, finalmente, conhecer o passado secreto de sua mãe e descobrir uma verdade tão terrível que abalará o alicerce de sua família… E mudará tudo o que elas pensam que são.
“Difícil não rir um tanto e chorar ainda mais com a história de mãe e filhas que se descobrem no último momento.” – Publishers Weekly. A história que sua mãe conta é como nenhuma outra já ouvida por elas antes — uma história de amor cativante e misteriosa que dura mais de sessenta anos e parte da Leningrado congelada e devastada pela guerra até o Alasca, nos dias atuais. A obsessão de Nina por descobrir a verdade as levará a uma inesperada jornada ao passado de sua mãe, onde descobrirão um segredo tão chocante, que abala a estrutura da família e muda quem elas acreditam ser.

O livro começa em 1972 com Meredith e Nina ainda crianças encenando uma peça de teatro baseada em uma das muitas histórias que a mãe lhes conta, com o único intuito de agradá-la, mas Anya reage de modo inesperado e cruel.
Após esse episódio, as meninas passam a evitar qualquer tipo de envolvimento emocional com a sua mãe, passam a conviver sob o mesmo teto como estranhas. 

"Mamãe havia mudado naquele dia, e Meredith também. Fiel à sua palavra, a irmã nunca mais ouvira os contos de fadas da mãe, mas essa fora uma promessa fácil de cumprir, já que mamãe jamais voltara a contar uma história.”  (p. 55)
O momento dos "Contos de fadas” era o único momento em que Anya demonstrava algum tipo de calor humano com relação às filhas.

A história dá um pulo para o ano de 2000 e observamos uma Meredith mãe de família, casada com o melhor amigo Jeff. Com medo de se tornar fria emocionalmente como sua mãe, ela se transforma numa dedicada e extremada mãe para Maddy e Jillian, tão dedicada que abriu mão da própria vida e de seu relacionamento.
Já Nina tornou-se uma fotógrafa internacional. Capaz de captar através de suas lentes momentos preciosos,  foge de relacionamentos sérios, mas no momento está saindo com Danny, um atraente irlandês de 39 anos que é correspondente de guerra.
Vivendo em mundos diferentes, as duas vão ter que se reunir após vários anos quando  seu pai fica doente. Cumprindo uma promessa feita a ele, as garotas vão ter que se unirem, abrandarem as mágoas do passado, para descobrirem o que realmente aconteceu com a sua mãe.
Anya é uma personagem surpreendente. Conforme vamos conhecendo sua verdadeira história, nos deixamos envolver e vivemos com ela  através de suas lembranças os horrores da guerra, as perdas, a insanidade e é impossível não se emocionar. Ela é uma sobrevivente. Absolutamente tocante.

A capa é linda, delicada e está totalmente relacionada com a trama, inclusive a borboleta. O livro certamente se tornou um dos meus favoritos.

"Pelo que pareceu uma eternidade, nenhuma das duas disse nada. Por fim, mamãe falou:
- Seu pai pensa que não posso lidar com a morte dele.
- E você pode? - Nina perguntou com simplicidade.
- Você ficaria surpresa com o que o coração humano pode suportar.”

Em “Jardim de Inverno”, Kristin Hanna nos apresenta a uma história emocionante do inicio ao fim. Já nas primeiras páginas o jeito de narrar da autora chama a atenção, é uma escrita doce, que transmite ao leitor todas as sensações referidas no livro. Conseguimos sentir as emoções dos personagens. Hannah é uma autora que não tem pressa ao escrever, e constrói seus personagens de forma única.
Meredith e Nina, apresentam personalidades distintas. Anya num primeiro momento se mostra como uma mulher fria emocionalmente, entretanto, ela tem uma história de vida. O único momento que ela chegava a transparecer algum carinho com Nina e Mere era quando lhe contava contos de fadas, esse era o momento que as filhas sentiam a ternura na voz de sua mãe. Mas esse conto de fadas não estava completo, Anya ainda não o contou por inteiro. E quando o marido falece, ele a faz prometer que contará toda a história às filhas.
Assim através desse conto, ela revive a própria vida. Somos levados à Segunda Guerra Mundial, e vamos conhecer a história de uma mulher que foi obrigada a fazer muitas escolhas, uma mais difícil que a outra.
A autora criou uma obra que mescla contos de fadas, segunda guerra, personagens marcantes, envolventes, reais, que carregam suas cruzes, e que possibilitam a identificação do leitor com eles. 
A narrativa viaja entre o passado e presente, e na trama  uma história dentro da outra se mescla. 
É admirável a forma como esse livro foi escrito, e ainda nos presenteia com um epílogo surpreendente.
É um livro para se emocionar e para aprender. Aprender que não há amor maior que o de uma mãe por um filho e que o perdão (inclusive  perdoar a si mesmo) é libertador.


Abraços literários e até a próxima.



Um comentário:

  1. Olá tudo bem?
    Excelente resenha, passou muitíssimo bem a essência do livro que é esplêndido, também para mim, um dos melhores que já li.
    Escolha mais do que acertada para o mês de junho.
    ; *

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