domingo, 30 de novembro de 2014

Caneca Literária #17: Aconteceu em Paris

                                                                         
                                                                       

A Caneca Literária de hoje leva VCS  para uma divertida viagem pelas páginas do chick lit Aconteceu em Paris, na companhia da maluca Evie Dexter. Sirvam-se de uma taça de vinho e deem muitas risadas!

                                                                        


Aconteceu em Paris -  Molly Hopkins 

Evie Dexter quer fazer carreira como guia de turismo. Determinada como é, e cheia de coragem por causa de um ou outro drink, ela logo começa a “melhorar” seu currículo. E consegue um ótimo emprego: acompanhar turistas por toda Paris. Agora é só uma questão de se firmar como profissional demonstrando o seu melhor. Mas os vinhos franceses são tão gostosos... E seu tutor, Rob, é bonito demais!
O primeiro romance de Molly Hopkins é um livro que todo mundo gostaria de ler. É verdade que você pode se incomodar com o comportamento de Evie quando ela descobre que Rob é muito rico, e pode até ser que você ache que Rob é exageradamente controlador. Mas nada é maior que as gargalhadas que você dará quanto mais conhecer a garota descomedida, apaixonada e com um imenso coração que é Evie. Uma moça como muitas que conhecemos

Evie é uma moça de 26 anos, que tem uma enorme dívida no cartão de crédito, que divide o apartamento com sua melhor e “desmiolada” amiga, Lulu,  e está desempregada. Chegando a conclusão que boa parte do seu dinheiro é empregada em roupas, makes, bebidas, comidas e viagens ela tem uma idéia: tornar-se guia turística. Afinal, não seria ótimo fazer todas essas coisas e ainda ser paga para isso?
O problema é que Evie não tem qualificação nenhuma para o emprego,  o que não a impede de mentir no currículo e ser contratada. E é em sua primeira viagem para Paris que ela conhece Rob, o motorista do ônibus de excursão.

Gostar do protagonista é  meio caminho andado para se gostar do livro. Não gostar, especialmente quando o livro é narrado em primeira pessoa e precisamos conviver com as ações e também com os pensamentos do personagem  é um problema.
E o meu problema com “Aconteceu em Paris” começou com Evie. A contracapa do livro a descreve como sendo “destemida”, mas para mim ela não é destemida e sim desajuizada. Isso não seria um problema, e poderia render algumas risadas, se tudo o que ela faz não soasse tão absurdo.
Passa o tempo todo querendo emagrecer, mas não gosta de freqüentar a academia e se afoga bebendo vinho; viaja para um país estrangeiro e ao perceber que esqueceu em casa sua bolsa onde estão seus documentos, passaporte e dinheiro vê como maior problema a falta de maquiagem; arruma um emprego que exige ser responsável por outras pessoas  quando não consegue nem ser responsável por si mesma; inventa mentiras sobre todos os pontos turísticos por onde passa e bebe até passar mal enquanto está trabalhando.

Não bastasse a protagonista ser caricata, Rob – o homem com quem ela se envolve – também tem atitudes incompreensíveis, alternando entre o seu lado machista e o sedutor a cada virada de página.
E esse foi outro problema:  Mesmo que o romance de Evie e Rob fosse para ser apenas caso tórrido (o que não condiz com o transcorrer da narrativa e o final do livro)   o casal não passa química nenhuma. Não senti clima, sentimento e nem mesmo atração de verdade entre eles, parecendo algo do tipo “ame quem está próximo de você (e apenas porque está próximo de você)”.
O romance forçado, não sei dizer se foi porque tudo aconteceu muito rápido, foi também bem confuso

Talvez o maior  problema de “Aconteceu em Paris” é o erro de dosagem.
Ao querer fazer uma personagem meio destrambelhada, a autora abusou tanto de elementos que a fariam assim que a tornou caricata. Ao querer fazer um romance arrebatador e sexy, fez um relacionamento vazio. Ao querer fazer um livro engraçado, o fez completamente absurdo (o que poderia até ser sinônimo de inusitado e divertido, o que não é o caso).
Talvez esse erro de dosagem ocorra porque este é o primeiro livro da autora, ou talvez isso tudo só tenha me incomodado porque realmente não consegui me identificar com a trama.
O enredo não é  elaborado, algumas partes são bem monótonas e chatas, não teve aquele ápice que tanto se espera nos livros (ou talvez eu seja muito exigente)

O final foi inesperado, mas não de um jeito bom. Pelo menos eu não gostei.
Não posso negar que o livro é divertido, dei boas risadas com alguns dos personagens secundários, que foram  melhor construídos, especialmente o núcleo grego, a total sem noção da Lexie, irmã da Evie  e as sobrinhas gêmeas são encantadoras, sendo uma super fofa e a outra que parece saída de um livro do Stephen King, adorável projetinho de gótica e sinistra..

Enfim, não espere um romance arrebatador, coisa que a capa pode facilmente induzir,  nem crie grandes expectativas ao ler o livro pelo fato de ser um chick lit.
No geral é só uma boa opção de leitura descompromissada


Abraços Literários e até a próxima..



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