domingo, 3 de maio de 2015

O Espião- Uma Aventura de Isaac Bell

                                                                                


É 1908 e acumulam-se tensões internacionais enquanto o mundo caminha inexoravelmente para a guerra. Após um talentoso projetista de canhões de couraçados morrer em um aparente suicídio, sua filha, angustiada, recorre à lendária Agência Van Dorn para limpar o nome do pai. Van Dorn põe seu principal investigador no caso, Isaac Bell, que logo percebe que as pistas apontam não para suicídio, mas para assassinato. E quando se seguem outras mortes mais suspeitas, fica evidente que alguém — um ardiloso espião — está orquestrando a eliminação das mentes tecnológicas mais brilhantes.
Mas isso é apenas o começo...

A história  começa com a morte de um artilheiro chamado Arthur Langner, um dos responsáveis pelo aperfeiçoamento de um projeto secreto que visa desenvolver navios de guerra mais resistentes e belicamente abastecidos para a frota norte-americana.
A autoridade naval toma a morte do oficial por suicídio. Inconformada, a filha do artilheiro resolve procurar a Agência de Detetives Van Dor e contrata o detetive Isaac Bell para acompanhar paralelamente o caso, na esperança de descobrir algo que foi ignorado.
Logo, o detetive se vê às voltas com um perigoso caso de espionagem industrial que pode lhe custar a própria vida.
A trama envolve a tentativa de sabotagem no desenvolvimento dos Dreadnoughts da Marinha norte-americana que possuía uma frota de navios de guerra atrasados tecnologicamente, com pouca velocidade e  imprecisão da artilharia.
A narrativa descortina personagens bem construídos – membros de gangsters de Nova York, sabotadores alemães, chineses, japoneses e uma lista de candidatos ao Espião do título.
A primeira coisa que me atraiu foi a arte da capa, com sofisticado e elegante toque vintage. A sinopse, por sua vez, também me atraiu, parecendo ser bastante instigante.
Infelizmente, em minha opinião, os diálogos afiados e as sequências de ação não conseguiram prender a atenção até o final, foi uma leitura que se arrastou e eu sinceramente contava as páginas para acabar logo.
A sucessão de assassinatos, os métodos do Espião cruel e trechos dos pensamentos do próprio vilão nos fazem saber o momento exato em que ele consegue despistar o detetive. Não é difícil para o leitor descobrir com as dicas apresentadas no decorrer da narrativa quem é o  Espião, difícil é achar interessante a motivação.
Então, rapidamente a trama se encaminha para as revelações e o desfecho
Interessante a reconstituição de época, mas a descrição minuciosa de expressões técnicas da indústria naval cansa o leitor e embora contribuam para a atmosfera realista, não acrescentou à trama.
Talvez eu tenha lido o livro com altas expectativas, por isso a minha decepção com a leitura.
Talvez o tema, o aprimoramento dos navios de guerra da Marinha norte-americana, na primeira década do século XX, diante a iminência de uma guerra entre as principais potências na época, onde o desenvolvimento das novas tecnologias era alvo de espionagem industrial e sabotagem, não tenha feito a minha cabeça nesse momento.
Talvez eu não tenha criado empatia com o protagonista, na verdade acho que só gostei um pouquinho de um ou dois personagens secundários.
No entanto, não há o que questionar com relação ao contexto histórico, muito bem trabalhado e  excelente apresentação.

Se VC se interessa pelo tema, sem dúvida, uma leitura recomendada.

 Abraços Literários e até a próxima.

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