quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Caneca Literária #30: Casablanca

                                                                             



A Caneca Literária de fevereiro é para VCS que assim como nós são apaixonados pela sétima arte.
Daqui a alguns dias vamos conhecer os ganhadores do Oscar, então nossa homenagem às telonas é essa memorável produção que desde a sua estreia tem encantado cinéfilos e tornou-se um dos imortais!
Um filme que apaixona, comove e emociona, uma obra prima  arrebatadora!

                                                                              


 Chegar em Casablanca, no Marrocos, significa acima de tudo uma passagem para a liberdade,  em plena II Guerra Mundial.
No entanto, nem todos conseguem sair de Casablanca.
No filme, a obra-prima de Michael Curtiz, tudo conspira a favor da obra, ao longo de uma narrativa recheada de cenas memoráveis, falas inesquecíveis, magníficas interpretações, uma realização segura do diretor e um eficaz trabalho de fotografia.
Tendo como pano de fundo o cenário de Casablanca, durante a II Guerra Mundial, a história acompanha o norte-americano Rick Blaine (Humphrey Bogart), um indivíduo melancólico, soturno, cínico e frio,  dono do famoso Rick's Café Américain, um local que todos frequentam, alemães, franceses, norte-americanos e marroquinos, naquela que é a mescla de culturas e povos.
Após apresentar o território de Casablanca e o contexto histórico ao espectador, a narrativa logo avança para uma intriga relacionada com dois passaportes que se encontram na posse de um criminoso que pretende vendê-los a dois clientes importantes. Rick fica com os passaportes sem imaginar que se destinam ao revolucionário checoslovaco Victor Laszlo (Paul Henreid) e... Ilsa Lund (Ingrid Bergman). 
A chegada de Ilsa ao Rick's Café Américain é um dos vários momentos memoráveis do filme, sobretudo quando a personagem pede a Sam (Dooley Wilson) para cantar "As Time Goes By”,  quando os closes exploram o impacto desta cena para o drama romântico do antigo casal.  Longos anos se passaram desde que Ilsa abandonou Rick sem uma explicação em Paris, mas os sentimentos entre os dois claramente não mudaram muito.
Com os passaportes em mãos, Rick terá de decidir entre manter a neutralidade, ajudar Victor e Ilsa, procurar reconquistar o seu antigo amor ou ceder ao desejo do Major Strasser (Conrad Veidt), um dos líderes nazis no território e entregar Laszlo.
Não falta intriga política, romance, traições, ação e melancolia a "Casablanca”.
Com o argumento de esmiuçar o contexto histórico fomos presenteados com um romance magnificamente elaborado que resistiu ao tempo e continua a conquistar grande parte dos cinéfilos.
 “Casablanca” não poupa nos elementos marcantes e apaixonantes, onde tudo parece dar certo.  Ver Sam a tocar "As Time Goes By” é simplesmente encantador. Ver Ilsa e Rick em Paris é de partir o coração.  Ver Rick a apontar a arma ao Capitão Renault expõe de maneira emocionante o verdadeiro caráter deste complexo personagem, capaz de sacrificar o amor por uma causa.
Poucos filmes tiveram a capacidade de arrebatar  o espectador como Casablanca e é aqui que reside um dos fatores de força do filme.
 Constituído por um belíssimo trabalho de fotografia do qual sobressai a utilização do claro-escuro, a utilização sublime  dos closes,  um conjunto de cenários que se tornaram míticos, "Casablanca” junta a essa atenção ao pormenor uma história soberba interpretada magnificamente por atores inspirados e uma trilha sonora memorável.
Matizado pelo contexto histórico, social e econômico da época, o que surpreende em "Casablanca”  é que a temática poderia facilmente descambar, mas tudo resulta em uma enorme empatia, sendo capaz de se transformar em uma obra marcante, digna de reconhecimento ao longo dos anos.


Absurdamente recomendadíssimo.


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