terça-feira, 30 de setembro de 2014

A Arte das Capas #12

                                                                         
 

A capa de livro é a identidade visual de uma obra literária. Uma nobre embalagem, que desperta os sentidos, desejos, sonhos e emoções, e tem muita história para contar...
A Arte das Capas é a coluna em que mostramos  livros e suas capas.
Bacana pra que vocês conheçam novos livros e novas capas também, já que temos  certeza que muita gente, assim como nós, adora capas de livros!
Nesse mês de setembro nós trazemos esse que é um livro encantador e absolutamente recomendado, pelo qual eu sou completamente apaixonada e que é um dos meus favoritos, Esposa 22, de Melanie Gideon.

                                                                       




 Sinopse- Alice e William Buckle se casaram apaixonados. Mas, dois filhos e quase vinte anos depois, Alice está entediada. Por isso, quando recebe um convite por e-mail para participar de uma pesquisa on-line sobre casamentos, ela aceita num impulso. Respondendo às perguntas enviadas por um pesquisador anônimo e carismático (Pesquisador 101), Alice (Esposa 22) tem a oportunidade de reexaminar a história do próprio relacionamento.

                                                                           



Cativante, interessante e espirituoso, Esposa 22 chama a atenção pela linda capa lilás e uma boca em forma de coração.
Mas é muito mais do que uma linda capa. É uma deliciosa, instigante e bacanérrima comédia romântica contemporânea, um chick lit de alta qualidade, sem dúvida um dos meus favoritos, me fez parar o mundo e devorar cada página.
Um retrato fiel de como a internet (e suas inúmeras redes sociais) se tornou algo imprescindível para a maioria das pessoas, nos dias atuais.
Quantos perfis públicos você tem? E anônimos?
Qual a sua relação com o Google? Já pensou sobre isso? Com tantos tópicos comuns a todos nós, o mote do livro é bastante interessante.
E apesar do título, não é só dedicado às casadas, mas a todas nós que vivemos nesse mundo maluco.
Para quem é casado e tem filhos, irá se identificar imediatamente com toda a dubiedade de sentimentos da protagonista. Porém, quem não viveu essa experiência ainda, terá um perfeito panorama das responsabilidades que o casamento e a criação dos filhos exigem.
O conjunto dos temas e a dinâmica da leitura fazem de Esposa 22 um livro maravilhoso.

                                                                          



Alice Buckle é uma mulher de quarenta e quatro anos, vinte anos de casada, dois filhos adolescentes, um perfil assíduo no Facebook, um no twitter, um email e um celular inseparável, sem contar as frequentes visitas ao site de pesquisa do Google, itens de total apego e necessidade constante. 
Entre uma clicada e outra, Alice resolve pesquisar no Google sobre felicidade no casamento e dias depois recebe em sua caixa de span, uma solicitação para participar de uma pesquisa sobre o assunto, pela qual ela receberá no final, mil dólares.
Ela é então encaminhada a um endereço eletrônico com o pseudônimo de Esposa 22, e lhe foi designado um pesquisador sob o pseudônimo de Pesquisador 101.
Devidamente cadastrada, ela começa a receber as perguntas e enviar as respostas. Com o tempo, e as interações entre o questionário, as respostas e as dúvidas, a Esposa 22 se apaixona pelo Pesquisador 101, e o Pesquisador 101 também se apaixona pela Esposa 22.
Paralelo a obsessão que se transformou essa pesquisa e protegida sob a sua identidade secreta, Alice tem uma vida bem atribulada. Seu marido, William Buckle, perde o emprego e surgem inesperados problemas com seus dois filhos adolescentes, o que a faz refletir sobre o seu casamento e a vida em família.
Uma divertida leitura que aborda além dessa desenfreada dependência da internet, o acesso com toda e qualquer pessoa, o anonimato e exposição nas redes sociais, também trata assuntos complexos como homossexualismo e uso de drogas. Vale ressaltar a diagramação do livro, bem variada.
A narrativa é sob a perspectiva de Alice, personagem muito bem construída, divertida, bem humorada, que cativa o leitor, e marcada pelo excessivo uso de diálogo e pouca descrição. Como se estivéssemos lendo uma peça teatral. Aliás, Alice é professora de teatro. Desta forma a leitura criativa flui numa dinâmica sem freios. 
Alice é uma personagem tão palpável, que em muitos momentos parecia que eu era sua amiga, tomando um café e ouvindo sua história.   
Além das mensagens de e-mails trocadas entre Alice e o pesquisador 101, temos acesso as atualizações do seu facebook, e também suas pesquisas pelo Google. Este formato, cria uma atmosfera tão agradável, que as páginas passam voando.
Um ponto positivo é a consistência de todos os personagens, graças aos diálogos espirituosos e envolventes,
e as cenas enxutas e diretas. A autora dessa forma consegue construir um enredo grandioso, atual e original. Seus personagens possuem sentimentos reais e críveis, de forma que o leitor consegue criar uma identificação imediata com todos.Os personagens secundários são absolutamente apaixonantes e muitas vezes roubam a cena encantadoramente.

                                                                        


O pesquisador 101 designado a lhe fazer as perguntas, é um simpático homem, que se mostra sensível e atencioso. Os dois acabam criando perfis no facebook, para se comunicarem mais abertamente, e é justamente quando tudo se torna um jogo perigoso.
Alice está cada vez mais viciada em se comunicar com o misterioso pesquisador 101, e enquanto revela detalhes minuciosos de sua vida conjugal, sente que não sabe nada sobre ele.

“ (...) Eu nem preciso olhar pela janela para ver como está o clima. Posso ter a previsão do tempo todas as manhãs, enviada diretamente para o meu laptop. Existe coisa melhor?

Cordialmente, Esposa 22.

(...)Existe: ser pego de surpresa pela chuva.

Tudo de bom,

Pesquisador 101.”



O pesquisador 101 é apaixonante. Suas mensagens, sua percepção sobre os sentimentos de Alice, e especialmente o seu modo de ler nas entrelinhas, são altamente irresistíveis, motivo pelo qual não dá para culpar Alice por não resistir aos seus encantos.

Esposa 22: Essa é a sua mão na foto do seu perfil?

Pesquisador 101: É

Esposa 22: Por que você postou uma foto da sua mão?

Pesquisador 101: Por que eu queria que você a imaginasse na sua nuca.”


Mais do que mostrar o desgaste causado pelos anos de casamento, o livro traça um paralelo sobre as consequências de sermos tão apegados as redes sociais, como se fosse extremamente necessário expor nossas vidas e rotinas, a fim de sentirmos que nossas experiências são reais.
Será que a acessibilidade é tão essencial assim em nossas vidas?

Leitura mais do que recomendada.

                                                                       



Agora o que nós queremos saber é: Qual dessas capas é a sua favorita?????

Abraços Literários e até a próxima.

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