quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Alice no País das Maravilhas - Lewis Carroll

                                                                         



Quando decidiu seguir um coelho que estava muito atrasado, Alice caiu em um enorme buraco. Só mais tarde descobriu que aquele era o caminho para o País das Maravilhas, um lugar povoado por criaturas que misturam características humanas e fantásticas, como o Gato, o Chapeleiro e a Rainha de Copas - e que lhe apresentam diversos enigmas...

Alice no País das Maravilhas é uma das histórias infantis mais queridas pelos adultos. Nela existe encanto, beleza, magia e absurdo, como em toda história infantil inteligente; mas também mensagens subliminares escondidas em cada episódio, cada aventura vivida pela adorável menina que cai na toca de um coelho e esbarra em outro mundo, onde nada parece fazer sentido, dando margem às interpretações mais diversas.
Alguns até duvidam que Alice no País das Maravilhas tenha sido escrito para crianças. O jogo de espelhos, a loucura do chapeleiro, as obsessões da rainha de copas, o esconde-esconde com o gato, as variações de tamanho da personagem (ora minúscula e insignificante, ora gigantesca, desproporcional, sempre inadequada) dizem muito mais para um adulto do que para uma criança. Embora, originalmente, a história tenha sido escrita para uma menina de dez anos. No entanto, uma criança do século XIX. Alice e, por tabela, Lewis Carrol, seu criador, são enigmas que se reconfiguram e não perdem a juventude, o ineditismo, a surpresa, mesmo mais de século e meio depois da primeira publicação do livro na Inglaterra da época vitoriana, em 1865.
Considerada uma das obras mais importantes da literatura inglesa, Alice no País das Maravilhas é a história infanto-juvenil que mais coleciona adaptações para o cinema, seriados de televisão, teatro, quadrinhos ou é inspiração para outras obras do gênero. Dois escritores saídos do universo HQ, contemporâneos, já declararam sofrer influência do estilo surrealista de Lewis Carrol: Neil Gaiman (Stardust) e Allan Moore (A Liga Extraordinária). Encontro ainda traços de Alice em Charlie e a fantástica fábrica de chocolates, de Roald Dahl.
As edições da história de Lewis Carrol são igualmente inesgotáveis. Das comentadas, luxuosas, integrais, às simplificadas para os menorzinhos, sempre existe uma “alice” adequada ao senso crítico ou idade do leitor. É uma história que, quando lida na infância, é interpretada de um jeito e quando lida na idade adulta, ganha outros significados.
As meninas quando pequenas, querem viver as aventuras da pequena Alice, apenas pelo gosto de conhecer o exótico, o diferente, a transgressão.
No nosso mundo lúdico, sempre há lugar para as coisas aparentemente sem sentido, mas recheadas de significados. Ao crescer, encontramos em vários rostos pela vida afora, diversas versões da rainha de copas, do gato de cheshire e do chapeleiro louco.
De certa forma, toda menina traz dentro de si, mesmo quando mais velha, um pouco de Alice, seja no país das maravilhas ou de um dos dois lados do espelho.


As mil faces de Alice é um obra clássica e atemporal, para crianças e adultos.
Super recomendado.


Abraços Literários.

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