terça-feira, 9 de setembro de 2014

Cine Clube #12: Toque de Mestre

                                                                       



Toque de Mestre chama a atenção de qualquer espectador já que é um filme que se passa em um único cenário. É no mínimo corajoso esse ponto de vista e  merece ser dado a oportunidade de assistir a todo cinéfilo.
Por Um Fio que se passa em um telefone público é exemplo de um bom filme assim, funcionou e conseguiu prender a atenção do espectador.
Toque de Mestre  promove esse intuito e convence do risco eminente à um pianista, que toca em um concerto musical.
A trama gira em torno de Tom Selznick (Elijah Wood) que decide retornar aos palcos depois de uma pausa de cinco anos na carreira, por conta de um trauma, um colapso que sofreu durante uma apresentação. Atendendo aos pedidos de sua esposa Emma (Kerry Bishé), uma famosa atriz, ele aceita o desafio de fazer parte de um importante evento para homenagear seu falecido mestre, tocando em um raro e customizado piano que pertencia ao seu mentor.
Logo no início de sua apresentação, Selznick descobre que  seu retorno aos palcos  será mais complicado do que  poderia imaginar, além de sua insegurança ele se vê imerso em um jogo psicológico, pois alguns recados deixados em suas partituras lhe informam que ele e sua esposa estarão durante a apresentação sob o alvo de um atirador, e não lhe é permitido errar uma nota sequer, mais ainda, lhe é exigido tocar a “inexecutável” obra La Cinquete, a mesma na qual ele “travou” cinco anos atrás.

                                                                       



A ideia dos roteiristas é  interessante e a direção do espanhol Eugenio Mira que tem como referência Brian de Palma, consegue criar um ambiente tenso que prende a atenção enquanto a trama se desenrola.
O filme de curta duração, aproximadamente 80 minutos, passa rapidamente e cumpre o papel de entreter o espectador.
Alguns momentos criam um clímax bacana, como a interação entre o assassino e o alvo através de um ponto de comunicação ou como a troca de mensagem em meio ao toque de notas musicais.
Reparem também na quantidade de vermelho que compõe as cenas e a preocupação em equilibrar conteúdo e forma
Há ainda alguns toques na direção que são no mínimo interessantes, como uma cena que transmite a sensação de estarmos acompanhando fatos consecutivos, quando na verdade se tratava de split screen, dois planos diferentes em uma tela dividida.
As atuações estão corretas. Elijah Wood não  decepciona e John Cusack consegue fazer bem o trabalho de voz.
O motivo e ambição do antagonista são interessantes, fogem do clichê; a inserção é feita em um plano maior que é jogado com critérios pré-estabelecidos.
           

Abraços Literários e até a próxima.



Nenhum comentário:

Postar um comentário