domingo, 2 de novembro de 2014

Jornal Poético: Diversos Versos, Inversos e Reversos #12



 Este espaço,  intitulado Jornal Poético: Diversos Versos, Inversos e Reversos,  foi criado,   porque as poesias, os poemas, as rimas, os cordéis, prosa e verso  não podem ficar restritos a um sarau em  uma sala;  devem estar ao nosso alcance sempre.
Com a leitura podemos, encontrar e descobrir mundos que existem dentro de nós mesmos.
É  por isso que convidamos você, hoje, 2 de novembro, dia em que homenageamos aqueles que amamos e que já não estão entre nós, a embarcar com a gente nesse lindo poema de Carlos Drummond de Andrade, que escolhemos para aliviar um pouco a saudade e diminuir um tanto a tristeza.

Cada uma de nós, à sua maneira, extrai da vida a poesia que nos cabe.


Ausência

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje eu não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
Que rio e danço e invento exclamações alegres,
Porque a ausência, essa ausência assimilada,
Ninguém a rouba mais de mim.

Carlos Drummond de Andrade


Beijos poéticos, enormes e abraços literários.


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