quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Cine Clube #19: No Coração do Mar-

                                                                               
  

Inverno de 1820. O navio baleeiro Essex parte em busca de óleo de baleia. O navio é liderado pelo inexperiente capitão George Pollard (Benjamin Walker), que tem Owen Chase (Chris Hemsworth) como seu primeiro oficial. Owen sonha em ser capitão e tem o objetivo de superar a meta traçada por seu empregador. Eles navegam por meses em busca de baleias, mas quando encontram,  se deparam com uma grande ameaça, uma gigantesca baleia branca que irá lutar por sua sobrevivência e acabará atacando o navio e sua tripulação com sua determinação e “vingança” quase humanas.
No Coração do Mar  revela as terríveis consequências do encontro, à medida que a tripulação sobrevivente do barco é levada aos seus limites e forçada a fazer o impensável para permanecer viva. Enfrentando tempestades, fome, pânico,  desespero e sacrifício, os homens são levados a questionar suas crenças mais profundas, do valor de suas vidas à moralidade de sua atividade, enquanto o capitão busca orientação no mar aberto e seu primeiro suboficial tenta derrotar a grande baleia.

                                                                               



Qual é o grande mérito do filme?
“No Coração do Mar”, dirigido pelo lendário Ron Howard (de “Uma Mente Brilhante” e “O Código Da Vinci”) e estrelado por Chris Hemsworth (o Thor no Universo Marvel),  conta a história verídica que inspirou parcialmente o livro “Moby Dick”.
Baseado no livro “No Coração do Mar: A História Real”, do escritor americano Nathaniel Philbrick, autor que foi atrás da real história que inspirou o clássico “Moby Dick”, escrito por Herman Melville.
Philbrick reuniu informações e dados históricos para relatar como barqueiros americanos enfrentaram uma gigantesca baleia com instinto assassino.
A parte histórica do filme, fala da importância do óleo de baleia para a iluminação pública, para a indústria e até para a construção civil. Assim, a caça à baleia era um negócio altamente lucrativo durante o século XIX.
Dá arrepios só de imaginar! É absolutamente inadmissível para nós que amamos e defendemos os animais  pensar que se estabeleciam metas de 2000 litros de óleo de baleia!
Outro momento histórico está no embate entre o capitão do Essex e seu primeiro imediato. Pollard só conseguiu o comando do baleeiro por ser de família influente, em detrimento da competência.
Era prática corrente no Antigo Regime e, como pudemos atestar  ainda dava o ar de sua graça em pleno século XIX numa sociedade liberal como a americana. Chase, por sua vez, já tinha estado em alto mar e cumprido, inclusive com eficiência, metas de produção de coleta de óleo de baleia. Mas como tinha origem humilde e camponesa, perdeu o posto de capitão para o aristocrático Pollard.
O filme também faz uma crítica à ganância dos grandes empresários que praticavam o lucro à qualquer custo, inclusive desvirtuando a verdade sobre o naufrágio para que os negócios não fossem prejudicados.

Não é uma adaptação do clássico, mas sim da história que o inspirou.
E o resultado da empreitada cinematográfica  é um épico triunfal como não vemos há algum tempo.
A trama acompanha Owen Chase (Chris Hemsworth, de Thor), depois de uma promessa não cumprida de que iria comandar o seu próprio barco baleeiro na próxima viagem que fizesse, e é obrigado a servir como primeiro comandante para o inexperiente capitão George Pollard Jr (Benjamin Walker, de Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros).
O filme começa com ele se despedindo da sua família para mais uma jornada longa no mar, sem imaginar que encontraria “um monstro” no meio do caminho.
Eles embarcam no Essex, que acaba afundando após encontrar a gigantesca baleia branca. Anos depois, um dos sobreviventes da embarcação (Brendan Gleeson, de No Limite do Amanhã) resolve contar esta história para o homem que tornaria famoso o clássico Moby Dick, Herman Melville (Ben Wishaw, de 007 Contra Spectre).
Atenção especial deve ser dada a Tom Holland (que será o novo Homem-Aranha no Universo Marvel) e Cillian Murphy, simplesmente perfeito no papel de Matthew Joy!

“No Coração do Mar” não é exatamente um filme de ação como foi “vendido”.
Ele é uma aventura sim, mas com um grande apelo dramático que mantém o interesse do início ao fim, especialmente para os cinéfilos que querem com paciência e com discernimento “ouvirem” uma boa história.
O filme tem relevância não é apenas uma mera refilmagem.
Não deixa de ser uma adaptação, mas certamente, é também  um “blockbuster” com imagens incríveis e boas atuações que merece ser visto.
Altamente recomendável.


Abraços Literários e até a próxima.


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