terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

A Arte das Capas #23

   
                                                                             

A capa de livro é a identidade visual de uma obra literária. Uma nobre embalagem, que desperta os sentidos, desejos, sonhos e emoções, e tem muita história para contar...
A Arte das Capas é a coluna em que mostramos  livros e suas capas.
Bacana pra que vocês conheçam novos livros e novas capas também, já que temos  certeza que muita gente, assim como nós, adora capas de livros!

Nesse mês a obra escolhida é O Começo do Adeus, da autora Anne Tyler. 

Sinopse: O Começo do Adeus é um romance sábio, assustador e profundamente tocante, que conta a história de Aaron, um homem de meia-idade, desolado pela morte da esposa, que tem melhorado gradualmente com as aparições frequentes da mulher - em casa, na estrada, no mercado. Com deficiência no braço e na perna direita, Aaron passou a infância tentando se livrar de sua irmã, que adorava mandar nele. Então, quando conhece Dorothy, uma jovem tímida e recatada, vê uma luz no fim do túnel. Eles se casam e tem uma vida relativamente modesta e feliz. Mas quando uma árvore cai em sua casa, Dorothy morre e Aaron começa a se sentir vazio. Apenas as aparições inesperadas de Dorothy o ajudam a sobreviver e encontrar certa paz. Aos poucos, durante seu trabalho na editora da família, ele descobre obras que presumem ser guias para iniciantes durante os caminhos da vida e que, talvez para esses iniciantes, há uma maneira de dizer adeus.

Li muitas resenhas negativas sobre o livro, então eu o li despretensiosamente, sem nenhuma expectativa.
E me surpreendi com a leitura.
Para começar o livro tem poucas páginas, dá para ler de uma sentada, e as folhas amareladas, que conferem conforto visual,  e o ótimo tamanho das letras garantiram uma leitura fluída, apesar de que em alguns momentos a narrativa se torna um tantinho  repetitiva.
O grande problema, creio, foi a sinopse ter vendido algo como um romance sobrenatural, que não é definitivamente o caso, já que não fica claro, se o nosso protagonista vê mesmo a esposa ou se é uma espécie de “loucura” no período do luto.
Também não é uma leitura para jovens, nem posso dizer que é um daqueles livros para pessoas de qualquer idade. É um livro para adultos.
 Aaron tem uma deficiência no braço e pernas direitos, e sempre foi super protegido pela mãe e a irmã.
Ele trabalha na editora da família que tem o esquema de publicação independente especializada no conceito para iniciantes: Guia de Vinhos para Iniciantes, Treinamento de Cães para Iniciantes, Orçamento Mensal para Iniciantes ...
É natural que ao conhecer Dorothy, uma bem sucedida, excêntrica e bastante pragmática médica, ele se apaixone. Eles se casam quatro meses depois e levam uma vida aparentemente (in)comum, até que uma árvore cai em sua casa e Dorothy morre.
Algum tempo depois Aaron passa a “ver” a esposa e suas aparições o ajudam a encontrar certa paz.
Mas o livro é mais que isso!
Seu mote é o da recíproca, do diálogo e do entendimento.
Só que para compartilhar e conviver é preciso antes conhecer a si mesmo.
Aaron tem uma personalidade forte e ele não quer ser tratado como inválido. Assim muitas vezes  ele é bastante desagradável com quer ajudá-lo. Ele simplesmente não conseguia ouvir Dorothy, quanto mais dialogar.
O clímax da obra é a descoberta de que o casamento deles (apesar de se amarem) não era feliz.

Quote: Porque nosso casamento era tão infeliz?
Porque era infeliz, sim. Fora de sincronia. Sem coordenação.
Parece que nunca tínhamos aprendido a ser um casal como os outros.
(página 181)

Os personagens secundários, bem construídos, também carregam uma dose extra de complexidade. Nandina, Luke, Peggy, Charles e o meu favorito Gil Bryan.
O final é fofinho, mas infelizmente rápido demais e meio que óbvio.

A capa é um capítulo a parte ... não encontrei relação com o livro :p
Pensei que pudesse ser um dos livros de medicina de Dorothy, o vestido com rendas de Peggy ou até um dos livros da editora Woolcott: Como dizer adeus para iniciantes.

                                                                           


As outras capas têm mais a ver: A capa com as  duas xícaras representam o quanto Aaron e Dorothy eram diferentes, e a capa florida tanto representa o jardim da casa de Aaron quanto “o arbusto borboleta com seus ramos e flores de um roxo vibrante (página 180)”.

                                                                               



Uma narrativa extravagante, excêntrica e reflexiva, com personagens reais, críveis, prováveis e comuns (e com seus defeitos vistos sob uma lente de aumento) em uma premissa, que apesar de não ser inédita, traz bem representado o ponto de vista de um viúvo, sua dor, resiliência, redenção, recomeço e emoção na medida exata.

Recomendado para o público adulto que procura emoção em uma história tocante.

E aí, qual das capas vcs gostaram mais ???????

Abraços Literários.

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