A capa de livro é a identidade visual de uma obra literária. Uma nobre
embalagem, que desperta os sentidos, desejos, sonhos e emoções, e tem muita
história para contar...
A Arte das Capas é a coluna em que mostramos livros e suas capas.
Bacana pra que vocês conheçam novos livros e novas capas também, já que
temos certeza que muita gente, assim como nós, adora capas de livros!
Nesse mês a obra escolhida é O
Começo do Adeus, da autora Anne Tyler.
Sinopse: O Começo do Adeus é um romance sábio, assustador e profundamente
tocante, que conta a história de Aaron, um homem de meia-idade, desolado pela
morte da esposa, que tem melhorado gradualmente com as aparições frequentes da
mulher - em casa, na estrada, no mercado. Com deficiência no braço e na perna direita,
Aaron passou a infância tentando se livrar de sua irmã, que adorava mandar
nele. Então, quando conhece Dorothy, uma jovem tímida e recatada, vê uma luz no
fim do túnel. Eles se casam e tem uma vida relativamente modesta e feliz. Mas
quando uma árvore cai em sua casa, Dorothy morre e Aaron começa a se sentir
vazio. Apenas as aparições inesperadas de Dorothy o ajudam a sobreviver e
encontrar certa paz. Aos poucos, durante seu trabalho na editora da família,
ele descobre obras que presumem ser guias para iniciantes durante os caminhos
da vida e que, talvez para esses iniciantes, há uma maneira de dizer adeus.
Li muitas resenhas
negativas sobre o livro, então eu o li despretensiosamente, sem nenhuma
expectativa.
E me surpreendi com a leitura.
Para começar o livro
tem poucas páginas, dá para ler de uma sentada, e as folhas amareladas, que
conferem conforto visual, e o ótimo
tamanho das letras garantiram uma leitura fluída, apesar de que em alguns
momentos a narrativa se torna um tantinho
repetitiva.
O grande problema,
creio, foi a sinopse ter vendido algo como um romance sobrenatural, que não é
definitivamente o caso, já que não fica claro, se o nosso protagonista vê mesmo
a esposa ou se é uma espécie de “loucura” no período do luto.
Também não é uma leitura
para jovens, nem posso dizer que é um daqueles livros para pessoas de qualquer
idade. É um livro para adultos.
Aaron tem uma deficiência no braço e pernas
direitos, e sempre foi super protegido pela mãe e a irmã.
Ele trabalha na
editora da família que tem o esquema de publicação independente especializada
no conceito para iniciantes: Guia de Vinhos para Iniciantes, Treinamento de
Cães para Iniciantes, Orçamento Mensal para Iniciantes ...
É natural que ao
conhecer Dorothy, uma bem sucedida, excêntrica e bastante pragmática médica,
ele se apaixone. Eles se casam quatro meses depois e levam uma vida
aparentemente (in)comum, até que uma árvore cai em sua casa e Dorothy morre.
Algum tempo depois
Aaron passa a “ver” a esposa e suas aparições o ajudam a encontrar certa paz.
Mas o livro é mais que
isso!
Seu mote é o da
recíproca, do diálogo e do entendimento.
Só que para
compartilhar e conviver é preciso antes conhecer a si mesmo.
Aaron tem uma
personalidade forte e ele não quer ser tratado como inválido. Assim muitas
vezes ele é bastante desagradável com
quer ajudá-lo. Ele simplesmente não conseguia ouvir Dorothy, quanto mais
dialogar.
O clímax da obra é a
descoberta de que o casamento deles (apesar de se amarem) não era feliz.
Quote: Porque nosso casamento era tão infeliz?
Porque era infeliz, sim. Fora de sincronia. Sem coordenação.
Parece que nunca tínhamos aprendido a ser um casal como os outros.
(página 181)
Os personagens
secundários, bem construídos, também carregam uma dose extra de complexidade.
Nandina, Luke, Peggy, Charles e o meu favorito Gil Bryan.
O final é fofinho, mas
infelizmente rápido demais e meio que óbvio.
A capa é um capítulo a
parte ... não encontrei relação com o livro :p
Pensei que pudesse ser
um dos livros de medicina de Dorothy, o vestido com rendas de Peggy ou até um
dos livros da editora Woolcott: Como dizer adeus para iniciantes.
As outras capas têm
mais a ver: A capa com as duas xícaras
representam o quanto Aaron e Dorothy eram diferentes, e a capa florida tanto
representa o jardim da casa de Aaron quanto “o arbusto borboleta com seus ramos
e flores de um roxo vibrante (página 180)”.
Uma narrativa
extravagante, excêntrica e reflexiva, com personagens reais, críveis, prováveis
e comuns (e com seus defeitos vistos sob uma lente de aumento) em uma premissa,
que apesar de não ser inédita, traz bem representado o ponto de vista de um viúvo,
sua dor, resiliência, redenção, recomeço e emoção na medida exata.
Recomendado para o
público adulto que procura emoção em uma história tocante.
E aí, qual das capas
vcs gostaram mais ???????
Abraços Literários.
Nenhum comentário:
Postar um comentário