domingo, 30 de novembro de 2014

Caneca Literária #17: Aconteceu em Paris

                                                                         
                                                                       

A Caneca Literária de hoje leva VCS  para uma divertida viagem pelas páginas do chick lit Aconteceu em Paris, na companhia da maluca Evie Dexter. Sirvam-se de uma taça de vinho e deem muitas risadas!

                                                                        


Aconteceu em Paris -  Molly Hopkins 

Evie Dexter quer fazer carreira como guia de turismo. Determinada como é, e cheia de coragem por causa de um ou outro drink, ela logo começa a “melhorar” seu currículo. E consegue um ótimo emprego: acompanhar turistas por toda Paris. Agora é só uma questão de se firmar como profissional demonstrando o seu melhor. Mas os vinhos franceses são tão gostosos... E seu tutor, Rob, é bonito demais!
O primeiro romance de Molly Hopkins é um livro que todo mundo gostaria de ler. É verdade que você pode se incomodar com o comportamento de Evie quando ela descobre que Rob é muito rico, e pode até ser que você ache que Rob é exageradamente controlador. Mas nada é maior que as gargalhadas que você dará quanto mais conhecer a garota descomedida, apaixonada e com um imenso coração que é Evie. Uma moça como muitas que conhecemos

Evie é uma moça de 26 anos, que tem uma enorme dívida no cartão de crédito, que divide o apartamento com sua melhor e “desmiolada” amiga, Lulu,  e está desempregada. Chegando a conclusão que boa parte do seu dinheiro é empregada em roupas, makes, bebidas, comidas e viagens ela tem uma idéia: tornar-se guia turística. Afinal, não seria ótimo fazer todas essas coisas e ainda ser paga para isso?
O problema é que Evie não tem qualificação nenhuma para o emprego,  o que não a impede de mentir no currículo e ser contratada. E é em sua primeira viagem para Paris que ela conhece Rob, o motorista do ônibus de excursão.

Gostar do protagonista é  meio caminho andado para se gostar do livro. Não gostar, especialmente quando o livro é narrado em primeira pessoa e precisamos conviver com as ações e também com os pensamentos do personagem  é um problema.
E o meu problema com “Aconteceu em Paris” começou com Evie. A contracapa do livro a descreve como sendo “destemida”, mas para mim ela não é destemida e sim desajuizada. Isso não seria um problema, e poderia render algumas risadas, se tudo o que ela faz não soasse tão absurdo.
Passa o tempo todo querendo emagrecer, mas não gosta de freqüentar a academia e se afoga bebendo vinho; viaja para um país estrangeiro e ao perceber que esqueceu em casa sua bolsa onde estão seus documentos, passaporte e dinheiro vê como maior problema a falta de maquiagem; arruma um emprego que exige ser responsável por outras pessoas  quando não consegue nem ser responsável por si mesma; inventa mentiras sobre todos os pontos turísticos por onde passa e bebe até passar mal enquanto está trabalhando.

Não bastasse a protagonista ser caricata, Rob – o homem com quem ela se envolve – também tem atitudes incompreensíveis, alternando entre o seu lado machista e o sedutor a cada virada de página.
E esse foi outro problema:  Mesmo que o romance de Evie e Rob fosse para ser apenas caso tórrido (o que não condiz com o transcorrer da narrativa e o final do livro)   o casal não passa química nenhuma. Não senti clima, sentimento e nem mesmo atração de verdade entre eles, parecendo algo do tipo “ame quem está próximo de você (e apenas porque está próximo de você)”.
O romance forçado, não sei dizer se foi porque tudo aconteceu muito rápido, foi também bem confuso

Talvez o maior  problema de “Aconteceu em Paris” é o erro de dosagem.
Ao querer fazer uma personagem meio destrambelhada, a autora abusou tanto de elementos que a fariam assim que a tornou caricata. Ao querer fazer um romance arrebatador e sexy, fez um relacionamento vazio. Ao querer fazer um livro engraçado, o fez completamente absurdo (o que poderia até ser sinônimo de inusitado e divertido, o que não é o caso).
Talvez esse erro de dosagem ocorra porque este é o primeiro livro da autora, ou talvez isso tudo só tenha me incomodado porque realmente não consegui me identificar com a trama.
O enredo não é  elaborado, algumas partes são bem monótonas e chatas, não teve aquele ápice que tanto se espera nos livros (ou talvez eu seja muito exigente)

O final foi inesperado, mas não de um jeito bom. Pelo menos eu não gostei.
Não posso negar que o livro é divertido, dei boas risadas com alguns dos personagens secundários, que foram  melhor construídos, especialmente o núcleo grego, a total sem noção da Lexie, irmã da Evie  e as sobrinhas gêmeas são encantadoras, sendo uma super fofa e a outra que parece saída de um livro do Stephen King, adorável projetinho de gótica e sinistra..

Enfim, não espere um romance arrebatador, coisa que a capa pode facilmente induzir,  nem crie grandes expectativas ao ler o livro pelo fato de ser um chick lit.
No geral é só uma boa opção de leitura descompromissada


Abraços Literários e até a próxima..



quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Wishbone-

                                                                        



Quem se lembra do Wishbone levanta a mão \o/ \o/\o/ \o/\o/ \o/
Acho que as crianças de hoje não tem a menor ideia de quem é esse carismático personagem, e isso é uma pena, já que esse é um daqueles programas imperdíveis, absolutamente recomendadíssimo!
Os que acompanharam a gloriosa época em quem a Cultura exibia nosso heroi sabem que Wishbone era um Jack Russell Terrier muito inteligente e protagonista de um seriado batizado com seu nome. O cachorro vivia com seu dono, Joe Talbot, na cidade fictícia e contemporânea de Oakdale, Texas. Adorador da literatura clássica, se imaginava no papel de diversos personagens importantes (como Robin Hood e Dom Quixote) toda vez que enfrentava problemas e precisava encontrar soluções inusitadas.

                                                                            



A narrativa dos episódios era formada pelos paralelos entre a situação real vivida pelo cão com seus amigos e os devaneios de Wishbone dentro dos contos literários, dos quais ele retirava inspiração para resolver os problemas e enrascadas em que se metia. Em tais devaneios, o cachorro era capaz de incorporar os principais personagens da história, falando e sendo compreendido pelo telespectador e demais personagens de suas traquinagens, que não o viam como um cão, mas sim como personagem famoso que ele estivesse retratando.
Wishbone era um programa bastante educativo e ganhou diversos elogios por não adocicar os aspectos tristes ou desagradáveis das histórias narradas, mantendo uma releitura bastante fiel e original dos contos independentemente de ser um seriado infantil.
O programa foi ao ar de 1995 a 1998 e teve reprises de 1998 a 2001 nos Estados Unidos. No Brasil passou primeiro na Cultura e, anos mais tarde, reprisou na FoxKids. Ao todo foram 48 episódios de 30 minutos cada, criados pelo produtor executivo Rick Duffield. O show também inspirou diversas séries de livros, sendo mais de cinqüenta volumes publicados até 2001, mesmo após a série de TV ter terminado. Entre eles temos Wishbone Classics, Wishbone Mysteries e The Adventures of Wishbone, que eram  similares a série de TV.
Em 1998, também tivemos o lançamento de um filme chamado Wishbone’s Dog Days of The West, baseado em Heart of the West.
Somente uma parte dos episódios de Wishbone foram liberados para VHS e DVD. Alguns jogos de computador entraram em cena em 1996, como Wishbone Activity Center e Wishbone and the Amazing Odyssey. Wishbone também apareceu em um pedacinho do vídeo Kids for Character: Choices Count, uma sequêcia do vídeo Kids for Character, de 1996.

Prêmios
Academy of Television Arts & Sciences First Honor Roll of Children’s Programming, 1999
George Foster Peabody Award, 1998
Emmy Award – Art Direction/Set Decoration/Scenic Design, 1997
Emmy Award – Costume Design/Styling, 1997
Emmy Award – Graphics and Title Design, 1997
Emmy Award – Costume Design/Styling, 1996
Emmy Award Nominations, 1998, “WISHBONE’s Dog Days of the West”
Directing in a Children’s Special
Art Direction/Set Decoration/Scenic Design
Main Title Design
Costume Design/Styling
Television Critics Association – Best Children’s Show, 1996 and 1997.


Para aqueles que assim como nós são apaixonadamente apaixonados por cães e em se tratando de gênero literário, de um excelente, inteligente e instigante narrativa histórica!
Uma das minhas séries favoritas! 


 Abraços Literários e até a próxima.

sábado, 22 de novembro de 2014

A Arte das Capas #14

                                                                            



A capa de livro é a identidade visual de uma obra literária. Uma nobre embalagem, que desperta os sentidos, desejos, sonhos e emoções, e tem muita história para contar...
A Arte das Capas é a coluna em que mostramos  livros e suas capas.
Bacana pra que vocês conheçam novos livros e novas capas também, já que temos  certeza que muita gente, assim como nós, adora capas de livros!
Nesse mês nós trazemos esse que é um livro encantador e absolutamente recomendado,
As Vantagens de Ser Invisível - Stephen Chbosky

                                                                            


                                                                        


Elogiado pela crítica e adorado pelos leitores, As vantagens de ser invisível – que foi adaptado para os cinemas com Emma Watson, a Hermione de Harry Potter, e Logan Lerman, de Percy Jackson, no elenco – é o livro de estreia do roteirista Stephen Chbosky.
Ao mesmo tempo engraçado e atordoante, As vantagens de ser invisível reúne as cartas de Charlie, um adolescente de quem pouco se sabe - a não ser pelo que ele conta nessas correspondências -, que vive entre a apatia e o entusiasmo, tateando territórios inexplorados, encurralado entre o desejo de viver a própria vida e ao mesmo tempo fugir dela.
As dificuldades do ambiente escolar, muitas vezes ameaçador, as descobertas dos primeiros encontros amorosos, os dramas familiares, as festas alucinantes e a eterna vontade de se sentir “infinito” ao lado dos amigos são temas que enchem de alegria e angústia a cabeça do protagonista em fase de amadurecimento. Stephen Chbosky capta com emoção esse vaivém dos sentidos e dos sentimentos e constrói uma narrativa vigorosa costurada pelas cartas de Charlie endereçadas a um amigo que não se sabe se real ou imaginário.

                                                                          





                                                                           


                                                                          



Íntimas, hilariantes, às vezes devastadoras, as cartas mostram um jovem em confronto com a sua própria história presente e futura, ora como um personagem invisível à espreita por trás das cortinas, ora como o protagonista que tem que assumir seu papel no palco da vida. Um jovem que não se sabe quem é, mas que poderia ser qualquer um, em qualquer lugar do mundo.
A partir do momento em que você conhece um amigo – um verdadeiro amigo -, muita coisa na sua vida muda por completo. Charlie, o protagonista, comprova isso e ainda mostra que nem sempre é preciso ter mais do que quatro, cinco ou seis amigos verdadeiros. Mas quem é que hoje em dia consegue a proeza de ter seis amigos verdadeiros do lado? Não que seja impossível, mas a probabilidade de esses seis ficarem do seu lado por bastante tempo é mínima.
Tentando reerguer-se interiormente, Charlie começa a frequentar o ensino médio e lá se depara com dois veteranos com personalidades incríveis. Sam, uma garota bonita, inteligente, sensível e extrovertida, por quem ele se apaixona, e Patrick, é um garoto autoconfiante que não deixa que nada o abale. Quando Charlie se envolve com os dois, sua vida praticamente se transforma.  Ele que começa como um verdadeiro “invisível”,  começa a se sentir “parte” de algo. Seus problemas familiares, suas ‘alucinações’, são quase todos esquecidos e muitos momentos felizes pairam sobre o trio.

                                                                        



 O livro é baseado em cartas enviadas à alguém que o personagem conhece mas não diz quem é. 
A impressão que fica é aquela de “será que ele manda as cartas para alguém” ou “acontece tudo na cabeça dele e ele nem mesmo chega a escrever tais cartas” ou “tudo realmente acontece e ele escreve as cartas e não as envia para ninguém, mantendo assim uma espécie de diário”.
Cheguei a conclusão de que Charlie é o “nosso” remetente. Ele chega até nós contando sua história, seus sentimentos confusos, seus problemas familiares, na escola, o autoconhecimento.
Ele destina todas elas para uma só pessoa, o “querido amigo”. No caso, o destinatário é o leitor, eu e você somos esse querido amigo. Quem lê o livro irá literalmente receber as cartas e acompanhará a vida de Charlie e todos os seus acontecimentos. É uma maneira de o personagem desabafar, o que se tornou uma ótima estratégia por parte do autor tornando a narrativa envolvente e inserindo o leitor na trama.
Somos um pouco Charlie. Ele sou eu, ele é você. Todos nós em algum momento nos identificamos com o personagem ou com sua personalidade.
O livro é extraordinário, apesar de abordar um tema simples, faz VC se sentir infinito.
É aquele tipo de história tocante que te surpreende no final, e, se você, assim como eu, tem pânico em relação a mudanças de rotina e tem medinho do futuro, vai se emocionar.

                                                                          


Quando acaba, você quer mais. Esse é um daqueles livros que tem o poder de despertar o melhor em nós.Uma experiência maravilhosa!

                                                                          



E aí, qual a capa favorita de VCS ???????



Abraços Literários e até a próxima.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Definição: Thriller-

                                                                           


Thriller ou suspense é um gênero da literatura, filmes, jogos eletrônicos e televisão que usa o suspense, tensão e excitação como principais elementos.
O seu principal subgênero é o "thriller psicológico”. Depois do assassinato do presidente estadunidense John F. Kennedy, os filmes de thriller político se tornaram muito populares. Um grande exemplo de thrillers são os filmes de Alfred Hitchcock.
Tanto o ato de esconder informações importantes do leitor/espectador como cenas de perseguições são características comuns em todos os subgêneros de thrillers, embora cada gênero tenha características próprias.
Outra grande característica do thriller são os clímax criados para prender os leitores/telespectadores. Esses momentos ocorrem geralmente quando o personagem principal é colocado em uma situação ameaçadora, misteriosa, em uma fuga ou uma perigosa missão da qual parece impossível escapar. A sua própria vida é ameaçada, geralmente porque o personagem principal é inocente ou inconscientemente está envolvido na trama.
"A Odisseia de Homero é uma das mais antigas histórias no mundo ocidental e é considerado um protótipo do thriller”,  uma trama controlada por um vilão, em que ele apresenta obstáculos que o herói deve superar.

O thriller contém alguns subgêneros:
Thriller de conspiração
No thriller de conspiração, os protagonistas costumam ser jornalistas ou investigadores amadores que, geralmente sem saber, "puxam um fio”  e acabam por descobrir uma grande conspiração e a investigam até descobrir todos os segredos por trás dela, se tornando, assim, uma ameaça e alvo para os conspiradores. A complexidade de fatos históricos são muito utilizadas nesse gênero, onde se faz um jogo de moralidade, o vilão faz coisas ruins e os mocinhos tem que derrotá-lo.
Algumas características desse gênero são pessoas com a vida colocada em risco pela conspiração  e as narrações feitas, como em suspenses policiais. Um fato comum nas mídias desse gênero é a frustração do personagem por não conseguir provas sobre a conspiração, já que os vilões sempre encobrem todos os fatos com mentiras.

Thriller criminal
O thriller criminal é uma mistura de filmes sobre crimes e o thriller, que mostra uma sequência de crimes bem-sucedidos, em que o protagonista tem de investigá-los, fazer sua detecção e descobrir quem são os criminosos e os seus motivos. Nesse gênero, geralmente se foca no criminoso e não no investigador/policial. Geralmente, se enfatiza a ação sobre os aspectos psicológicos dos personagens. Os temas mais comuns são serial killers, assassinatos, assaltos, perseguições e tiroteios.

Thriller psicológico
No thriller psicológico, os personagens não são dependentes da força física para superar seus inimigos (que é frequentemente o caso típico de thrillers de ação), mas dependem de suas capacidades mentais, seja pela inteligência lutando com um oponente formidável, ou por tentar se manter em perfeito estado psicológico.
Uma das características nesse gênero é que o escritor/roteirista busca descrever os eventos do ponto de vista do personagem, sendo assim, na maioria das vezes, narrados em primeira pessoa, ou seja, o próprio personagem é quem conta a história. Esse recurso é muito usado pois faz o leitor ficar mais envolvido com o personagem e ser capaz de entender como funciona sua mente. Outra característica desse tipo de thriller é que a narração volta muitas vezes no tempo, em que o personagem conta algo que aconteceu em seu passado, mais especificamente para justificar suas atuais motivações, ou mostrar como algo mudou sua percepção sobre seu passado/presente.
Muitos thrillers psicológicos têm surgido nos últimos anos, em vários tipos de mídias Apesar das diferentes formas de representação, tendências gerais têm aparecido ao longo das narrativas. Alguns destes temas são: a percepção do personagem do mundo à sua volta, sua tentativa de distinguir o verdadeiro do irreal, sua mente confusa, busca por sua identidade e medo/fascínio pela morte.


Esse é um gênero bem interessante, já que as narrativas são quase sempre instigantes, interessantes e prendem a atenção do início ao fim.
VCS gostam desse gênero???
Quais livros do gênero leram e recomendam ????
Estamos curiosos para saber.
Ao visitar nosso cantinho, sentem na rede, peguem uma xícara de café e deixem seus comentários.



Abraços Literários e até a próxima.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Viva para contar – Lisa Gardner

                                                                          



Em uma noite quente de verão, em um bairro de classe média de Boston, um crime inimaginável foi cometido: quatro membros da mesma família foram brutalmente assassinados. O pai — e possível suspeito — agora está internado na UTI de um hospital, entre a vida e a morte. Seria um caso de assassinato seguido por tentativa de suicídio? Ou algo pior? D. D. Warren, investigadora veterana do departamento de polícia, tem certeza de uma coisa: há mais elementos neste caso do que indica o exame preliminar. Danielle Burton é uma sobrevivente, uma enfermeira dedicada cujo propósito na vida é ajudar crianças internadas na ala psiquiátrica de um hospital. Mas ela ainda é assombrada por uma tragédia familiar que destruiu sua vida no passado. Quase 25 anos depois do ocorrido, quando D. D. Warren e seu parceiro aparecem no hospital, Danielle imediatamente percebe: vai acontecer tudo de novo. Victoria Oliver, uma dedicada mãe de família, tem dificuldades para lembrar exatamente o que é ter uma vida normal. Mas fará qualquer coisa para garantir que seu filho consiga ter uma infância tranquila. Ela o amará, independentemente do que aconteça. Irá protegê-lo e lhe dar carinho. Mesmo que a ameaça venha de dentro da sua própria casa. Na obra de suspense mais emocionante de Lisa Gardner, autora best-seller do The New York Times, a vida dessas três mulheres se desdobra e se conecta de maneiras inesperadas. Pecados do passado são revelados e segredos assustadores mostram a força que os laços de família podem ter. Às vezes, os crimes mais devastadores são aqueles que acontecem mais perto de nós.

“Eu procurava por uma resposta que nunca encontrei. Meu pai matou a família inteira, exceto a mim. Será que aquilo significava que me amava mais do que aos outros, ou me odiava mais do que aos outros?
- O que você acha? - Era o que o Dr. Frank sempre respondia. Acho que essa é a história da minha vida.”

A sinopse do livro poderia resumi-lo perfeitamente, porém, Viva para Contar supera qualquer expectativa criada.
Nesse instigante e eletrizante thriller de suspense e de investigação policial, que é ao mesmo tempo dramático e humano, Lisa Gardner nos apresenta  a história de duas mulheres: Danielle Burton e Victoria Oliver. Duas vidas com grande carga dramática, cujos atos e destino se entrelaçam para compor uma trama de suspense, renúncia, amor, psicose e morte que fará você se emocionar, sofrer e torcer a cada página lida.  
A narrativa é contada na primeira e terceira pessoa. E esse é um dos pontos fortes do romance. Ao mesmo tempo em que temos uma visão geral da trama, por conta do narrador, por outro lado, a autora promove nossa inserção na história quando nos conduz pelo mundo conturbado das protagonistas  através da visão e do pensamento de cada uma delas. São duas visões com emoções diferentes de um mesmo problema: a psicose infantil.
Viva para Contar não é só drama, embora a carga emocional e dramática seja marcada de maneira intensa e profunda, é bom que vocês tenham em mente que o romance também é um thriller policial. E todo o suspense causado pela investigação policial é administrado pelas mãos competentes da veterana D.D. Warren, sargento de homicídios na cidade de Boston. Por conta das investigações de D.D. Warren, as descrições feitas por Lisa Gardner para as cenas de crime é uma das melhores, que já li em um romance policial. A parte que descreve o trabalho de Danielle, na Clínica de Avaliação Pediátrica de Boston, também me causa alguns bons arrepios.
Assim, entre drama e suspense investigativo, Lisa Gardner, com deliciosa maestria de quem sabe como escrever um excelente romance policial, nos cativa a cada página com seu estilo caprichoso, numa narrativa rica de detalhes e repleta de meandros, onde, a cada novo capítulo, vamos nos dando conta de que temos diante dos olhos o mundo que nos cerca e que vivenciamos todos os dias. Danielle, Victoria e Warren são tão reais quanto qualquer um de nós, buscando um lugarzinho ao sol que brilha com igual intensidade para todos, mas que está cada vez mais difícil de ser compartilhado.
Amei esse livro. Foi uma lição de vida e uma obra literária fantástica, um excelente thriller com muito suspense e alta dramaticidade, além de ser uma grata surpresa ler cada página, acreditando numa coisa e, em interessantes reviravoltas, descobrir outra.
Gostei muito da capa que resume com perfeição a história, a diagramação ficou excelente e a tradução está ótima.
Os personagens são cativantes, apaixonantes mesmo, e muito bem construídos, os diálogos são primorosos e as descrições que apesar de riquíssimas em nenhum momento se tornam enfadonhas ilustram com perfeição cada minúcia da trama.
A narrativa é feita sob o ponto de vista dessas três mulheres, que tem igual importância no desenvolvimento da trama. A forma como a autora troca de narradora é muito bem feita e perceptível, não deixa o leitor confuso.
A autora sabe como mesclar momentos descritivos com diálogos, imprimindo ritmo constante e fluído de leitura.
O enredo é ousado, trata de temas pesados, crianças psiquiátricas, vítimas de maus tratos, xamãs, serial killer e sobreviventes.
No desenrolar da trama tudo está bem encaixado, nenhuma ponta solta, pequenos detalhes que irão compor o quadro final são muito bem alinhavados.
Leitura recomendada para quem gosta de um bom thriller policial, serial killer e leitura frenética
Mais do que recomendado, é  uma leitura indispensável.



Abraços Literários e até a próxima.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Revenge - Treinamento Para Vingança - Jesse Lasky

                                                                         


Ava Winters é jovem, bonita e herdeira da premiada vinícola Starling. Ela está apaixonada pelo cara perfeito e acredita que nada pode dar errado. Pelo menos é o que ela pensa até ele ajudar a tirar tudo o que um dia foi dela. Sem ter para onde ir, Ava vai parar em Rebun, no Japão, na escola de vingança do mestre Takeda, onde ela treina para ser mentalmente e fisicamente forte o suficiente para se vingar de quem a traiu. Na ilha, Ava encontra Emily Thorne, que recentemente voltou a treinar com Takeda. Emily compartilha sua sabedoria com Ava sobre a vingança e a importância de procurar a justiça em um mundo onde os inimigos são os que prosperam. Outras quatro pessoas estão na ilha se preparando para sua própria vingança pessoal, mas e se descobrissem que suas missões estão interligadas e seus destinos entrelaçados?

Como fã da série de televisão Revenge, não poderia deixar passar a oportunidade de ler esse da Editora Planeta, baseado na série. Confesso que pensei  ser uma simples transcrição dos acontecimentos da série, mas não, o que encontrei, foi algo muito melhor!
O mote foi excelente. Utilizar o mesmo universo de "Revenge", mas sem que a história de Emily fosse recontada, abrindo possibilidade para que os fãs da série conheçam mais a fundo as motivações de Takeda e ainda dá abertura para, quem sabe, um spin-off.
O livro conta a história de outras pessoas em busca de vingança, todas realizando seu treinamento com Takeda,com participação especial da diva Emily Thorne.
Essa foi a maior e melhor surpresa da série, não a participação diminuta de Ems, a loira vingativa, mas sim a oportunidade de conhecer mais sobre Takeda (Takeda é um velho conhecido de quem acompanha a série e o mistério do personagem televisivo também acompanha sua composição no livro) e seus outros pupilos, visto que na série ficou claro que Emily não foi a única. Assim como finalmente conhecer suas motivações para auxiliar os personagens em busca de suas vinganças.

A narrativa segue o enredo da série "Revenge".
Dessa vez a protagonista é Ava Winters, que teve sua vida completamente mudada ao perder a vinícola da família.
Conhecemos Ava chegando na escola da vingança de Takeda e se preparando para formular sua vingança. O treinamento é físico e psicológico.
Nossa protagonista terá a companhia de mais quatro pessoas durante sua estadia: Reena, Cruz, Jon e Jane, todos em inicio de treinamento. Aos poucos vamos conhecendo os personagens, os motivos que os levaram a procurar esse caminho e vivenciamos seus treinamentos.
A premissa é acompanhar um pouco do treinamento dos personagens para então a vingança ter seu início.
Com o tempo nós, e os personagens, descobrimos que suas motivações pessoais estão intrinsecamente conectadas e antes de darem fim ao seu treinamento, fogem das asas protetoras de Takeda e partem para a ação. Despreparados, cometem erros, porém o desejo de vingança é maior e sendo assim eles se reerguem e tentam uma ultima cartada para desmascarar os autores de tanto sofrimento.
Com narrativa dinâmica, fluída, instigante e envolvente, o autor consegue mesclar bem cenas de ações com descobertas sobre o passado tornando a leitura rápida apesar de algumas falhas no enredo.
Faltou na minha opinião elaborar mais a história e alinhavar as pontas soltas, mas a leitura é agradável.
Assim como na série, a história possui desmembramentos e descobrimos que os responsáveis pelos crimes podem ser meros fantoches de um plano maior.
Esse é o primeiro livro de uma série, a autora deixa um grande cliffhanger no final.
A capa do livro é linda e expressa bem o sentimento da Ava além de ser um ótimo auxílio visual para um momento chave da história.

Leitura obrigatória para conhecer mais sobre esse universo de vingança e traições.



Abraços Literários

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

O que significa "Cliffhanger"?????

                                                                       



Cliffhanger, na tradução literal para a língua portuguesa “à beira do precipício”, ou “à beira do abismo”, é um recurso de roteiro utilizado em ficção, que se caracteriza pela exposição do personagem a uma situação limite, como um dilema ou o confronto com uma revelação surpreendente. Geralmente, o cliffhanger é utilizado para prender a atenção da audiência e, em casos de séries ou seriados, fazê-la retornar ao filme, na expectativa de testemunhar a conclusão dos acontecimentos.
O termo teve sua origem por volta do início do século XX, e foi dicionarizada em 1937, no Oxford English Dictionary. Na época o recurso foi utilizado como fim de episódio para os seriados do cinema mudo, quando o personagem ficava literalmente “à beira do precipício”, e muitas vezes as frases "To be continued,” ou "The End?” instigavam a curiosidade da audiência para o próximo episódio.
A idéia do cliffhanger como arremate de episódio se constrói sobre o valor do suspense como garantia de audiência, em que o espectador aguarda com ansiedade o desenrolar da solução, a despeito de essa solução ser, de certa forma, previsível. A situação envolvida no cliffhanger permanece clara na memória do espectador, mantendo-o interessado na história, mesmo com um intervalo considerável entre a situação apresentada e a solução oferecida.
Seria o que se pode chamar, em psicologia, de “efeito Zeigarnik". Tal efeito estabelece que as pessoas costumam se recordar de tarefas incompletas ou interrompidas melhor que de tarefas completadas.
A idéia de terminar a história num ponto onde a audiência ficasse em suspense, à espera da conclusão, remonta a uma época tão antiga quanto à existência das histórias. Foi o tema central e o recurso construtivo de alguns contos conhecidos, tais como As Mil e uma Noites, em que Sherazade, em face da ameaça da execução matinal ordenada por seu marido, o rei Shahryar, conta suas histórias sempre terminando com um cliffhanger, forçando assim o rei a adiar sua execução diariamente, mediante a curiosidade de conhecer o resto da história.
O termo cliffhanger pode ter se originado com o romance em série de 1873, A Pair of Blue Eyes, de Thomas Hardy. Na época, os jornais publicavam romances em capítulos, geralmente um capítulo por mês. Para que o interesse na história permanecesse, alguns autores empregavam diferentes técnicas. Quando sua história foi transformada em série no Tinsley's Magazine, entre setembro de 1872 e julho de 1873, Hardy decidiu levar um de seus protagonistas, Henry Knight, literalmente para a “beira do precipício”, encarando os olhos de pedra de um trilobita fossilizado, iniciando o literal cliffhanger na literatura vitoriana.
Desde que Hardy criou a situação, todos os escritores passaram a utilizar o cliffhanger, e Wilkie Collins ficou famoso por comentar sobre a técnica: "Make 'em cry, make 'em laugh, make 'em wait – exactly in that order" (“Fazendo chorar, fazendo rir, fazendo esperar – exatamente nessa ordem”).
O cliffhanger pode ter migrado para o cinema no mais popular seriado do cinema mudo, The Perils of Pauline (1914), exibido em episódios semanais que apresentavam Pearl White como a atriz principal, uma permanente “donzela em perigo”. Especificamente, um episódio filmado nos arredores de New Jersey Palisades terminava com a heroína literalmente à beira do precipício.
A partir de então, vários seriados utilizaram o recurso, tais como The Hazards of Helen, The Timber Queen, entre outros, em que a heroína sempre terminava o episódio sob uma situação de perigo extremo e, aparentemente, sem solução.
Um outro exemplo cinematográfico, possivelmente o mais famoso cliffhanger, foi o fim do filme de 1969, The Italian Job (Um Golpe à Italiana), onde o veículo usado na fuga ficava literalmente balançando à beira do abismo.


Fonte: Wikipédia


 Abraços Literários.

domingo, 2 de novembro de 2014

Jornal Poético: Diversos Versos, Inversos e Reversos #12



 Este espaço,  intitulado Jornal Poético: Diversos Versos, Inversos e Reversos,  foi criado,   porque as poesias, os poemas, as rimas, os cordéis, prosa e verso  não podem ficar restritos a um sarau em  uma sala;  devem estar ao nosso alcance sempre.
Com a leitura podemos, encontrar e descobrir mundos que existem dentro de nós mesmos.
É  por isso que convidamos você, hoje, 2 de novembro, dia em que homenageamos aqueles que amamos e que já não estão entre nós, a embarcar com a gente nesse lindo poema de Carlos Drummond de Andrade, que escolhemos para aliviar um pouco a saudade e diminuir um tanto a tristeza.

Cada uma de nós, à sua maneira, extrai da vida a poesia que nos cabe.


Ausência

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje eu não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
Que rio e danço e invento exclamações alegres,
Porque a ausência, essa ausência assimilada,
Ninguém a rouba mais de mim.

Carlos Drummond de Andrade


Beijos poéticos, enormes e abraços literários.