Com bons argumentos, excelente pesquisa e histórias reais, O Poder dos Quietos questiona os valores no mundo de hoje no qual o potencial de
liderança dos introvertidos é negligenciado.
De modo inspirador, nos oferece inestimáveis conselhos
sobre como é possível tirar vantagem da timidez.
O Poder dos Quietos contempla também as crianças
introvertidas, em capítulo especial com dicas para pais e professores.
Em um estudo realizado com bebês, onde se buscou
identificar se quando adultos tais crianças seriam introvertidas ou
extrovertidas, as crianças foram expostas a diversas situações com iluminação,
sons e contato com pessoas desconhecidas. Os que mais reagiram aos estímulos
tendiam a se tornarem adultos introvertidos e os menos reativos e mais quietos tendiam a serem
mais autoconfiantes e extrovertidos.
Ela apresenta a ideia de que a nossa personalidade é
mutável até determinado ponto, pois muitas características vêm do nosso temperamento, que é determinado
biologicamente.
Como ponto de partida do livro, a autora retrata um
acontecimento marcante no Alabama, Estados Unidos, em 01 de dezembro 1955 época
de grandes tensões devido à segregação entre negros e brancos. Nesse dia
uma mulher chamada Rosa Parks, para surpresa de todos, se recusa a ceder seu lugar
no ônibus para um branco. Rosa é presa, mas seu ato foi decisivo para o
movimento contra o preconceito nos EUA. Susan deixa claro que sempre imaginou
que Rosa Parks fosse uma mulher imponente, de temperamento ousado, mas o que se
dizia sobre ela é que uma mulher tímida
e reservada, mas muito corajosa. Com essas informações, Susan traz dois
questionamentos: “Por que o quieto não deveria ser forte?” “O que mais os
quietos podem fazer a que nós não damos crédito?”.
A autora põe em xeque o culto a extroversão ao relatar que
algumas das maiores ideias e invenções da humanidade vieram de pessoas
introvertidas, como Albert Einstein, Isaac Newton, Frédéric Chopin, Bill Gates,
entre outros.
Apresenta como os norte-americanos no inicio do século XX
constituíram a grande virada em que o “Culto ao Caráter” (comportamento,
disciplina, seriedade e honra) deu lugar ao Culto à Personalidade (onde o homem
passou a se preocupar em como os outros o viam e a ter atração pelos ousados).
Retrata a liderança carismática apontando que não existe
uma liderança que seja melhor que a outra, mas que essas lideranças devem ser
colocadas em prática de acordo com o tipo de situação que se apresenta e das
características dos liderados.
A autora apresenta ainda a ideia de que em situações onde a
criatividade e a eficiência são as prioridades, o trabalho individual funciona
melhor e nos apresenta os exemplos da Wikipédia e do Sistema Linux, como
resultados do trabalho individual de uma rede de introvertidos.
Com grandes conhecimentos acerca dos acontecimentos relacionados com a temática do livro, a
autora apresenta de forma clara as circunstâncias e características que cercam
o mundo dos introvertidos, nos mostrando uma contextualização histórica e
experimental onde o objetivo não é rotular e sim aceitar nossas características
e fazer o nosso melhor com isso.
Erroneamente, o livro parece em um primeiro momento, ser
técnico e pode até mesmo ser confundido com autoajuda, mas é um livro
interessantíssimo que tem o poder de mudar a maneira como os tímidos e
introvertidos se veem e, talvez mais importante, como as outras pessoas os
veem, além de trazer uma mudança na
forma como as pessoas vêm o mundo.
Por fim, outro aspecto
importante na obra é fato de que não há a afirmação da existência de
superioridade entre os indivíduos introvertidos ou extrovertidosm mas sim
mostra que ambos podem interagir em diversos ambientes.
Com uma abordagem rica e uma linguagem agradável, "O
poder dos quietos” é um livro que pode
ser apreciado pelos mais diversos públicos como jovens (introvertidos e
extrovertidos), pais, educadores e demais interessados em fazer essa viagem
literária.
É o tipo de livro que deve ser degustado e guardado para
futuras consultas.
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