Em pleno século XXI, os irmãos Allgood, With e Whisty são
arrancados de sua casa no meio da noite e jogados na prisão, acusados de
bruxaria. Vários outros jovens como eles foram sequestrados, presos e outros
desapareceram. Tudo isso acontece porque o mundo foi comandado por um novo
governo “Nova Ordem”, que acredita que todos os menores de dezoito anos são
suspeitos e que praticam bruxaria. Quem comanda a N.O é O Único Que É O Único,
e seu objetivo é tirar tudo que faz parte da vida de um adolescente normal,
livros, música, arte, comandar o mundo e desvendar todos os segredos da magia.
Qualquer forma de protesto contra a N.O será punida com muita rigidez e
tortura, até que a pessoa possa completar dezoito anos, e assim ser condenado a
morte. A missão dos irmãos Allgood é livrar o mundo desse novo regime e
resgatar seus pais desaparecidos. Mas será que eles conseguirão enfrentar a
Nova Ordem, salvar todos dessa tortura e encontrar seus pais?
Acordar em uma nova era, onde a democracia não existe mais,
o poder agora é totalitário e seu líder se intitula “O Único Que É O Único”, é
o começo de um pesadelo para Wisty e With, em uma nova realidade chamada Nova
Ordem.
Wisty (Wisteria) e With (Whitford) são dois irmãos adolescentes; With é um
jogador popular, gigante, estabanado, doce e gentil; Wisty é uma garota ruiva,
esquisita, amarga e hostil, jovens de 15 e 17 anos que em uma noite foram
acordados por um poder militar fortemente armado que invadiram sua casa e os
levaram sobre a alegação “ bruxos extremamente perigosos”.
Começa nessa noite uma distopia fantástica onde o mundo como o conhecemos não
existe mais depois que um regime
totalitário pretende governar através de táticas de guerra, opressão, tortura e
abolição de qualquer tipo de arte, de liberdade de expressão ou magia.
No decorrer da narrativa, os irmãos descobrem seus dons e
que realmente são bruxos, viajam para outras dimensões, conhecem outros
mundos, falam com espíritos, se aliam com outros jovens da resistência e fazem o
livro se tornar uma louca confusão.
Com uma narrativa ágil o livro é dividido em capítulos que
contam a história de Wisty e With sob perspectivas alternadas entre os
protagonistas e o que aconteceu desde esse noite que foram acusados e presos.
O que me atraiu nesse livro foi James Patterson
se aventurar no mundo dos YA e da distopia, ele que é um romancista
nova-iorquino conhecido por seus livros de suspense, mistério e magia; ícone da
cultura pop; ganhador do prêmio autor do ano em 2010 pela revista Forbes e
também recordista de vendas do The New York Times.
Como se trata de uma distopia tudo é proibido: livros,
revistas, músicas, filme. Quem dá as cartas é a Nova Ordem e eles não querem
seres pensantes para questionar suas ações. Os “seres” mais perigosos são os
adolescentes, afinal são eles que estão em constante questionamento do mundo.
Mas os irmãos Allgood têm que se preocupar com outro fato além de serem
adolescentes. Eles são bruxos. No
decorrer do livro e ao conhecer mais jovens como eles, os irmãos descobrem que
têm um papel importante contra a Nova Ordem.
A escrita de Patterson é rápida, (nesse livro rápida demais), os
capítulos são bem curtos e cortados bruscamente. Outro ponto relevante é o fato
dos irmãos não terem a mínima ideia do que está acontecendo, algo como Harry
Potter bem no comecinho, quando ele não sabia que era um bruxo.
O livro é uma caça às bruxas, onde os dois personagens principais, são tão poderosos
que nem sabem o quanto e em contrapartida existe um poder tirano, que no
caso é a NOVA ORDEM que é mais
precisamente ditada pelo tirano de nome O Único Que É O Único. Isso lembra os livros de Harry Potter da J.K Rowling onde Aquele-Que-Não-Se-Deve-Pronunciar povoa a mente da sociedade e leva medo e
terror a todos.
A obra é uma ficção estranha. Parece um “misturadão” de motes. Das HQ’s de
X-Men, em que a personagem da Wisty pega
fogo, levita ou consegue se metamorfosear ou quando o Whit ultrapassa paredes, tenta abraças sua namorada que é um espírito
ou dirige pelos trilhos de um metrô sendo perseguido por um trem em alta
velocidade.
O livro é juvenil, os diálogos muitas
vezes parecem escritos por alguém com 12 anos para uma criança de 8!
O duelo final entre a protagonista e O ÚNICO QUE JULGA (Juiz) é risível!
A ideia até que é boa, mas não foi bem desenvolvida, nem prima por personagens bem
construídos.
Bruxos e Bruxas é um livro para quem quer uma leitura descompromissada, para
ler “de uma sentada”, não é uma leitura desagradável, mas não encanta. Tem seus
momentos, até conseguimos torcer pelos
protagonistas!
Se VCS procuram por algo instigante, interessante,
memorável, que prenda a atenção e tire o fôlego, algo que prima pelo
ineditismo, passe longe do livro.
Só para constar, a capa é linda, toque meio emborrachado e
com a letra B capslock alaranjada em relevo com a imagem dos irmãos em destaque. Linda demais!
Até a próxima e abraços literários.