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domingo, 15 de abril de 2018

As Asas do Desejo-


                                                                             


O filme começa com o anjo Damiel no alto da Gedachtniskirche, igreja berlinense bombardeada durante a Segunda Guerra Mundial (e mantida em ruínas após o conflito como símbolo histórico) olhando a humanidade, numa antítese do anjo que vê dos céus os homens e sua destruição.
Nos primeiros minutos a câmara (subjetiva, que simula o olhar de um personagem) está no alto, vendo lá embaixo a cidade, e nós vemos o mesmo que os anjos veem.
E eles descem à Terra, caminham entre nós, estão nos carros, trens, bus e metrô, ouvem nossas súplicas e (principalmente) nosso silêncio e observam tudo (e às vezes intervêm).
Numa época dividida (literalmente) pelo muro, e pela guerra fria, ideologias, economia, política insegurança, dores e saudades, num cenário devastado e pessoas oprimidas, os anjos Damiel e Cassiel tentam consolar.
A relação entre os anjos e os humanos é enriquecida pelo fluxo de consciência (stream of consciousness, técnica literária que usa associação de ideias; raciocínio lógico e impressões pessoais) e está presente na cena em que Damiel tenta aplacar o desespero de um homem acidentado e na que Cassiel tenta evitar o suicídio de um rapaz, que pula do prédio, apesar dos seus esforços.
Ainda que a ambientação remeta à política o diretor fala sobre humanos – e anjos. E se os anjos de Wim Wenders estão em Berlim é porque era a metrópole do país do cineasta. O muro dividindo a cidade não importa, para os anjos, a cidade dividida em duas é uma só, e Berlim, mais do que cenário é um personagem.
As Asas do Desejoé um filme reflexivo que observa a vida, a passagem do tempo, a consciência a respeito de si, a descoberta da própria identidade e o existencialismo.
Os anjos reconhecem as dores mais profundas da humanidade e imaginam reações, mas não são capazes de sentir as alegrias e a materialidade, nem podem experimentar o amor, que Damiel começa a sentir por Marion. Em uma conversa com Cassiel ele revela seu desejo de se tornar humano e experimentar um mundo, como ele mesmo diz: de poder “achar” em vez de saber.
Se na sociedade racional não acreditamos mais em anjos, então eles não existem.
Se existem, são infelizes. Se são infelizes, merecem ser salvos sendo reconduzidos à condição de mortais para então receberem a graça de ter um anjo em suas vidas :p
Na Alemanha,  Der Himmel über Berlin, O Céu Sobre Berlim, o título original.
Em todo o mundo, As Asas do Desejo, sem dúvida exprime o plot: anjos que desejam e Asas do desejo é um longo voo.
O divino e o humano estão presentes na cena em que Damiel e Cassiel estão na biblioteca pública de Berlim num travelling (movimento de câmera em que ela se desloca no espaço ao contrário da panorâmica em que ela gira sobre o próprio eixo sem se deslocar) em que a câmera não para um instante passeando por todo o local, enquanto as pessoas leem, com os anjos ao seu lado, mistura dos mundos, numa referência ao conhecimento, maneira com a qual os homens vivem na posteridade.
O desejo de Damiel para se tornar humano é atendido e o anjo caído descobre a primeira dor humana ao ser atingido na cabeça por um objeto e sente fome pela primeira vez.
A fotografia, até então em preto e branco, se transforma cheia de cores com todos os tons da vida.
Wim Wenders nos mostra que enquanto muitos de nós queremos mais do que o tempo que nos foi dado para viver, alguns anjos, cansados da eternidade, gostariam mesmo era provar o gosto de um café, um aperto de mão, um abraço, e claaaaaaaro, o amor.

Premiado em Cannes, e considerado um dos melhores da década de 80, o filme tem força e beleza que instauram uma atmosfera de mistério absoluto.

Agradeço ao Hugo, do blog Cinema – Filmes e Seriados (aqui) pela indicação.
Uma aula de cinema, de história e  existencialismo.
Assistam, quem se envolve na sua poetice, sempre irá recordar-se dele.


Abraços Literários e até a próxima.