Este espaço, intitulado Jornal Poético: Diversos Versos, Inversos e Reversos, foi criado, porque as poesias, os
poemas, as rimas, os cordéis, prosa e verso não podem ficar restritos a
um sarau ou uma sala de aula; devem
estar ao nosso alcance sempre.
É por isso que
convidamos você, nesse mês de dezembro,
a embarcar com a gente nesse poema de Fernando Pessoa sobre o Natal!
Fernando Antônio Nogueira Pessoa (Lisboa-1888/1935), poeta, escritor, publicitário, crítico
literário, inventor, empresário, tradutor, filósofo e comentarista político.
Alguns de seus heterônimos
conhecidos e igualmente espetaculares são Alberto
Caeiro, Álvaro Campos, Ricardo Reis e Bernardo Soares.
Cada uma de nós, à sua maneira, extrai da vida
a poesia que nos cabe.
Natal
Fernando
Pessoa
O sino da minha aldeia,
Dolente na tarde calma,
Cada tua badalada
Soa dentro de minha alma.
E é tão lento o teu soar,
Tão como triste da vida,
Que já a primeira pancada
Tem o som de repetida.
Por mais que me tanjas perto
Quando passo sempre errante,
És para mim como um sonho.
Soas-me na alma distante.
A cada pancada tua,
Vibrante no céu aberto,
Sinto mais longe o passado,
Sinto a saudade mais perto.
Abraços Literários, beijos poéticos e até a próxima.