Sinopse: Conor é um garoto de 13 anos e está com muitos
problemas na vida.
A mãe dele está muito doente, passando por tratamentos
rigorosos. Os colegas da escola agem como se ele fosse invisível, exceto por
Harry e seus amigos que o provocam diariamente. A avó de Conor, que não é como
as outras avós, está chegando para uma longa estadia. E, além do pesadelo
terrível que o faz acordar em desespero todas as noites, às 00h07 ele recebe a
visita de um monstro que conta histórias sem sentido. O monstro vive na Terra
há muito tempo, é grandioso e selvagem, mas Conor não teme a aparência dele. Na
verdade, ele teme o que o monstro quer, uma coisa muito frágil e perigosa. O
monstro quer a verdade. Baseado na ideia de Siobhan Dowd, Sete minutos depois
da meia-noite é um livro em que fantasia e realidade se misturam. Ele nos fala
dos sentimentos de perda, medo e solidão e também da coragem e da compaixão
necessárias para ultrapassá-los.
Sabe aqueles livros que te conquistam logo de cara?
Foi o que aconteceu quando me deparei com “Sete minutos depois da meia noite”,
(O Chamado do Monstro) do autor Patrick Ness.
Fiquei intrigada com a capa e com a premissa de uma criança
ter o mesmo pesadelo todos os dias às 00:07.
Nunca havia lido nada do Patrick Ness (nem da Siobhan Dowd,
de quem foi a ideia original para história), ou seja, não tinha uma pista de
como seria sua escrita ou o que esperar.
Não tinha expectativa alguma e nem sabia da adaptação do
roteiro pelo próprio autor para as telonas (o filme estreou em janeiro 2017), e encerrei a leitura com um sorriso
no rosto.
Os personagens de Ness entram em sua mente, encontram
morada em sua consciência, dialogam contigo, e terminado o livro, eles
continuam lá.
Conor é um garoto de treze anos que enfrenta grandes problemas
levando em consideração sua pouca idade. Seus pais são divorciados, a sua mãe
passa por um tratamento rigoroso, seu pai construiu outra família do outro lado
do mundo e ele precisa conviver com a avó que mantém abissal distância
emocional dele.
No começo foi um pouco difícil criar empatia com Conor, ele
não o tipo de menino fofo, que vemos nos sick-lit, nem é
o geek cute introvertido. Mas ao chegar a conclusão que ele é só um
garotinho normal com reações normais
para alguém da sua idade passando pela sua situação, bom aí você já virou amiga de infância dele.
Na escola é invisível exceto para alguns alunos que
praticam bullying contra ele.
Daí vocês dizem está de bom tamanho certo? Não!
Para completar todos os dias sete minutos depois da meia noite
ele tem o mesmo pesadelo...
Até que um dia a velha árvore que tem em seu quintal assume
a forma de uma criatura sobrenatural e faz um acordo com ele em troca da
verdade se não irá devorá-lo.
A verdade não é algo tão simples e é o que Conor mais teme.
A princípio achei que o livro mesclaria fantasia e terror,
os dois elementos em um enredo me agrada, mas para minha surpresa o destaque
maior ficou por conta do drama. Existem
siiiim elementos de terror e fantasia, mas essa pegada fica em segundo plano em
relação às questões existenciais protagonista, estabelecendo uma linha tênue
entre realidade e fantasia.
E é exatamente aí que reside a magia desse
livro, na relação entre a vida de uma criança que passa por grandes
turbulências e os elementos fantásticos que são apresentados ao longo da trama.
O livro levanta questões sérias como o bullying, a dor da
perda, o relacionamento familiar e principalmente sobre a verdade.
Em algum momento, a vida vai te mostrar que você não pode
controlar tudo.
O Chamado do Monstro (ou sete minutos
depois da meia-noite) também se apresenta como um dos caminhos para
entender toda a frustração e dor que está na descoberta do incontrolável.
Temas abordados de forma intensa e ao mesmo tempo leve pelo
fato do narrador ser uma criança. Os conflitos internos vividos são descritos
de forma delicada e sensível, o desenvolvimento da narrativa é simples, porém
capaz de encantar aos leitores.
A trama não perde o foco principal, todos os
fatos se conectam e todas as pontas são devidamente amarradas no final.
A escrita é fluida e envolvente sendo possível ler o livro
em algumas horas.
Acredito ainda que cada leitor irá extrair uma lição
diferente ao longo da leitura, por isso ouso dizer e asseguro que apesar de ser
uma obra infantojuvenil, pode ser lida por leitores de todas as idades e
acreditem, vocês vão amar <3
Recomendadíssimo!
Abraços Literários e até a próxima.