Queremos convidar você a fazer uma viagem, uma viagem mágica, por diversos países, culturas, hábitos, épocas, onde sua imaginação quiser e você se permitir...

Viajar pelas páginas de nossos livros, por vários gêneros, escritores anônimos e ilustradores e também os ilustres escritores: romances, aventuras, comédias, mistérios, épicos, auto-ajuda, poéticos, didáticos... toda leitura faz o ser humano conhecer, abranger, crescer...

Neste blog vamos divulgar, sugerir, incentivar, um espaço para interagir com você, que vai ser nosso seguidor ou dar apenas uma espiadinha, mas será sempre bem-vindo, como aquele amigo que senta para tomar um café e conversarmos sobre aquelas páginas de um livro que mais nos marcou, ou aquele que estamos lendo no momento, então fica aqui nosso convite, entre no nosso blog, tome um café, enquanto passeia pelos nossas postagens, interaja conosco sempre, estamos aqui na rede aguardando a sua chegada.


Abraços literários.


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sábado, 30 de março de 2019

A Mula


                                                                             
                                                                  
Os lírios (paixão do protagonista que os cultiva e que com eles ganhou muitos prêmios) são, junto com Earl Stone (A Mula a que se refere o título do filme), os personagens principais desse que é o novo e filme de despedida de Clint Eastwood.

                                                                              

                                                                            
O filme, mistura de drama e road movie existencial dirigido e estrelado por Eastwood, que tem no elenco Bradley Cooper, Laurence Fishburne, Michae Peña, Dianne Wiest e Andy Garcia, é adaptação de um caso real, que gerou o artigo do New York Times, “The Sinaloa Cartel's 90-Year-Old Drug Mule”, por Sam Dolnick.

Na narrativa somos apresentados a um Earl individualista, que ignora a família e os avisos repetidos dos conselheiros financeiros para guardar dinheiro.
A Mula” é aquele personagem que leva a vida inteira para entender que o que importa na vida é a família e os amigos.

Sozinho e falido recebe uma proposta de trabalho no qual tudo o que ele tem que fazer é dirigir.
Sem se dar conta, ou melhor, fingindo que não se dá conta (ele tem sempre um ar de quem não entende o que está acontecendo, o que é antes funcional já que insere à imagem inocência), torna-se um transportador de drogas, uma mula, a serviço de uma quadrilha hispânica.
Aproveitando a “oportunidade” oferecida, (até porque o velhinho é capaz de passar despercebido pelas autoridades que combatem o narcotráfico, e suas excentricidades como a dificuldade em lidar com celulares, por exemplo, o tornam fofinho aos olhos dos mais jovens, e ele sabe como tirar proveiro da situação), Earl acaba fazendo um trabalho tão bom que sua carga cresce e um receptador é designado para trabalhar com ele.

Contudo, o receptador não é o único de olho em Earl, que também entra no radar do agente Colin Bates, do órgão de combate às drogas (DEA). Porém, embora seus problemas financeiros tenham se tornado coisa do passado, os erros cometidos por Earl começam a pesar sobre ele e não se sabe se ele conseguirá corrigi-los antes que as autoridades ou os membros do cartel consigam pegá-lo.
Além disso, o filme fala sobre o preconceito que vem com a idade, a discriminação com os latinos e até um encontro pontual com mulheres motoqueiras.

O veterano Clint Eastwood tem 60 anos de atuação, mais de 70 créditos como ator e 40 anos numa carreira de responsabilidade como diretor, e agora, com quase 89 anos de idade estrela, dirige e produz a sua última película, para um merecido descanso, longe das telonas, entretanto há que se levar em consideração que desde 2008, o ator vem declarando sua aposentadoria e continua lançando filmes :p

Não esperem um “Menina de Ouro” ou um “Gran Torino”, mas como de costume Eastwood está acima da média.

Qual seu filme favorito de Eastwood?
Conta pra mim nos comentários!

Abraços Literários e até a próxima.

sábado, 1 de abril de 2017

Sete Minutos Depois Da Meia-Noite

                                                                                  

Sinopse: Conor é um garoto de 13 anos e está com muitos problemas na vida.
A mãe dele está muito doente, passando por tratamentos rigorosos. Os colegas da escola agem como se ele fosse invisível, exceto por Harry e seus amigos que o provocam diariamente. A avó de Conor, que não é como as outras avós, está chegando para uma longa estadia. E, além do pesadelo terrível que o faz acordar em desespero todas as noites, às 00h07 ele recebe a visita de um monstro que conta histórias sem sentido. O monstro vive na Terra há muito tempo, é grandioso e selvagem, mas Conor não teme a aparência dele. Na verdade, ele teme o que o monstro quer, uma coisa muito frágil e perigosa. O monstro quer a verdade. Baseado na ideia de Siobhan Dowd, Sete minutos depois da meia-noite é um livro em que fantasia e realidade se misturam. Ele nos fala dos sentimentos de perda, medo e solidão e também da coragem e da compaixão necessárias para ultrapassá-los.

Sabe aqueles livros que te conquistam logo de cara?
Foi o que aconteceu quando me deparei  com  “Sete minutos depois da meia noite”,
(O Chamado do Monstro) do autor Patrick Ness.
Fiquei intrigada com a capa e com a premissa de uma criança ter o mesmo pesadelo todos os dias às 00:07.
Nunca havia lido nada do Patrick Ness (nem da Siobhan Dowd, de quem foi a ideia original para história), ou seja, não tinha uma pista de como seria sua escrita ou o que esperar.

                                                                               


Não tinha expectativa alguma e nem sabia da adaptação do roteiro pelo próprio autor para as telonas (o filme estreou em janeiro 2017), e encerrei a leitura com um sorriso no rosto.
Os personagens de Ness entram em sua mente, encontram morada em sua consciência, dialogam contigo, e terminado o livro, eles continuam lá.

Conor é um garoto de treze anos que enfrenta grandes problemas levando em consideração sua pouca idade. Seus pais são divorciados, a sua mãe passa por um tratamento rigoroso, seu pai construiu outra família do outro lado do mundo e ele precisa conviver com a avó que mantém abissal distância emocional dele.
No começo foi um pouco difícil criar empatia com Conor, ele não o tipo de menino fofo, que vemos nos sick-lit, nem é o geek cute introvertido. Mas ao chegar a conclusão que ele é só um garotinho normal com  reações normais para alguém da sua idade passando pela sua situação, bom aí  você já virou amiga de infância dele. 
Na escola é invisível exceto para alguns alunos que praticam bullying contra ele.
Daí vocês dizem está de bom tamanho certo? Não!
Para completar todos os dias sete minutos depois da meia noite ele tem o mesmo pesadelo...

Até que um dia a velha árvore que tem em seu quintal assume a forma de uma criatura sobrenatural e faz um acordo com ele em troca da verdade se não irá devorá-lo.
A verdade não é algo tão simples e é o que Conor mais teme.
A princípio achei que o livro mesclaria fantasia e terror, os dois elementos em um enredo me agrada, mas para minha surpresa o destaque maior ficou por conta do drama. Existem siiiim elementos de terror e fantasia, mas essa pegada fica em segundo plano em relação às questões existenciais protagonista, estabelecendo uma linha tênue entre realidade e fantasia.
E é exatamente aí que reside a magia desse livro, na relação entre a vida de uma criança que passa por grandes turbulências e os elementos fantásticos que são apresentados ao longo da trama.
O livro levanta questões sérias como o bullying, a dor da perda, o relacionamento familiar e principalmente sobre a verdade.

Em algum momento, a vida vai te mostrar que você não pode controlar tudo.
 O Chamado do Monstro (ou sete minutos depois da meia-noite) também se apresenta como um dos caminhos para entender toda a frustração e dor que está na descoberta do incontrolável.
Temas abordados de forma intensa e ao mesmo tempo leve pelo fato do narrador ser uma criança. Os conflitos internos vividos são descritos de forma delicada e sensível, o desenvolvimento da narrativa é simples, porém capaz de encantar aos leitores.
A trama não perde o foco principal, todos os fatos se conectam e todas as pontas são devidamente amarradas no final.
A escrita é fluida e envolvente sendo possível ler o livro em algumas horas.
Acredito ainda que cada leitor irá extrair uma lição diferente ao longo da leitura, por isso ouso dizer e asseguro que apesar de ser uma obra infantojuvenil, pode ser lida por leitores de todas as idades e acreditem, vocês vão amar <3


Recomendadíssimo!

Abraços Literários e até a próxima.


quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Como eu era antes de você-

                                                                               

Sinopse: Aos 26 anos, Louisa Clark não tem muitas ambições. Ela mora com os pais, a irmã mãe solteira, o sobrinho pequeno e um avô que precisa de cuidados constantes desde que sofreu um derrame. Trabalha como garçonete num café, um emprego que não paga muito, mas ajuda nas despesas, e namora Patrick, um triatleta que não parece interessado nela. Não que ela se importe.
Quando o café fecha as portas, Lou é obrigada a procurar outro emprego. Sem muitas qualificações, consegue trabalho como cuidadora de um tetraplégico. Will Traynor, de 35 anos, é inteligente, rico e mal-humorado. Preso a uma cadeira de rodas depois de um acidente de moto, o antes ativo e esportivo Will desconta toda a sua amargura em quem estiver por perto. Tudo parece pequeno e sem graça para ele, que sabe exatamente como dar um fim a esse sentimento.
O que Will não sabe é que Lou está prestes a trazer cor a sua vida.
E nenhum dos dois desconfia de que irá mudar para sempre a história um do outro. Como eu era antes de você é uma história de amor e uma história de família, mas acima de tudo é uma história sobre a coragem e o esforço necessários para retomar a vida quando tudo parece acabado.

Acredito que a essa altura quase todo mundo já conhece a história de Lou & Will.
Não sou JojoLovers e rotulei o livro como mais uma modinha literária.
Estava errada. O livro é muito bom!
E enquanto o mundo literário se dividia entre os que fãs ardorosos do casal e os que julgaram a atitude de Will egoísta, eu segui leve, livre e solta passando outros livros na frente dele por mais de quatro anos.
Como estou com uma preguiça danada nesse começo de ano ainda não li nenhum livro (não me julguem) então vou falar dos que li no ano passado e não resenhei ainda.

A sinopse já diz a que veio.
Lou é uma mulher na zona de conforto. Em tudo. Trabalho, relacionamento, família e vida.
Ou talvez não em tudo, já que ela é transgressora em seu modo peculiar de se vestir.
Will era um advogado respeitado e cobiçado, que passava o tempo livre praticando esportes radicais e tinha uma linda namorada, antes de sofrer um atropelamento e ficar tetraplégico, tornando-se então uma pessoa infeliz e amarga.
As primeiras tentativas de aproximação entre cuidadora e paciente não são nada agradáveis, no entanto no transcorrer da narrativa um forte laço se cria entre eles.
O mote é absolutamente provável, creio realmente que algumas pessoas se tornem amargas e difíceis de conviver em situações limites, creio que algumas pessoas deixem a vida passar por comodismo ou falta de motivação.
Lou & Will são personagens bastante reais.
Aí você foi fisgada pelo livro.
Ambos iniciam uma espécie de “pintar a tela em branco que imaginam ser o outro”. 
Will não entende como uma garota como Lou se contenta com tão pouco.
Lou não entende como alguém como Will possa simplesmente desistir.
Então eles se “reinventam”.
Esse reinventar-se é sentir-se vivo, viver plenamente, arriscar-se, rir até não poder mais, encantar-se.
Jojo é mestra na arte de escrever, em nenhum momento ela perdeu o foco.
Acho que muitos leitores perderam.
Lou & Will não são um casal. Não precisavam e nem deveriam ser.
Ou talvez fossem, já que amizade é um tipo de amor <3
Li muitas resenhas dizendo que Will era egoísta. Que em nenhum momento considerou mudar de opinião.
Sem um conceito pré estabelecido, posso não concordar  com a  atitude dele, mas defendo seu ponto de vista, foi coerente desde o princípio.
Uma das preocupações da autora foi exatamente essa. Apresentar o personagem sem julgá-lo nem condená-lo.
Por que julgar? Por que condenar? Por que ser intolerante? Por que não simplesmente respeitar o próximo? Por que o preconceito?
Podemos amar, acalentar, dançar, viajar, celebrar, ouvir música, dar a mão, abraçar, acarinhar, apoiar, estar simplesmente junto. 
Devemos respeitar sempre.

Enfim, não é um romance para entretenimento, mas um lindo livro que fala sobre vida ou sobre como viver da melhor maneira possível.
                                                                               

A minha capa é o estilo Jojo de ser, mas eu não me importaria nadinha em ter a capa com os lindos Sam Claflin e a Ems Clarke.

                                                                               

E siiiiiiiiiiiiiiiiim, VC vai querer muito uma meia de abelhinha!


Recomendadíssimo.

Abraços Literários.

sábado, 30 de abril de 2016

Cine Clube #20: Ponte dos Espiões

                                                                               



Carregando nomes fortes, e indicado ao Oscar 2016, nas categorias melhor filme e melhor ator coadjuvante, Ponte dos Espiões fala por si.
Com Steven Spielberg na direção, Tom Hanks na atuação principal e os irmãos Coen no roteiro fica impossível não desejar conferir o quanto antes esse filme, e essa decisão é mais do que acertada.
Baseado em eventos reais, a história faz VC mergulhar de cabeça no clima de guerra fria onde toda e qualquer informação, e decisão,  pode mudar tudo.

O filme narra o drama do advogado especializado em seguros, James Donovan (Tom Hanks), também autor do livro que deu origem ao filme. Ele  é convocado para defender o espião soviético Rudolf Abel (Mark Rylance), acusado de passar segredos dos militares norte-americanos aos comunistas soviéticos.

                                                                         


Por sua atuação, Rylance venceu o Oscar de melhor ator coadjuvante deste ano.

Mesmo sem experiência na área criminal, Donovan consegue dobrar um juiz intransigente e livra Abel da execução sumária, para a fúria dos americanos. O advogado passa, então, a ser hostilizado pela população em geral e perseguido até mesmo por seus vizinhos.
Seu desafio se torna ainda maior quando sua relação com seu cliente, se estreita.
Ao mesmo tempo em que desperta a raiva da nação, Donovan passa a ocupar um papel importante nas negociações entre Estados Unidos e a União Soviética. Habilidoso ele é enviado pela CIA rumo a Berlim, na Alemanha, a fim de negociar a troca de Abel por um soldado americano capturado pelos inimigos.
Donovan é (literalmente) uma ponte que liga dois pontos extremamente distintos.
Ser golpeado várias vezes, mas sempre se levantar faz com que ele desenvolva a resiliência necessária para tornar-se um “homem persistente”.

Peças fundamentais da história são pinceladas no desenrolar da trama: o muro de Berlin na Alemanha, o clima de tensão entre Estados Unidos e a União Soviética, o incidente do avião norte americano U-2 e como ele foi construído são alguns dos pedaços dessa colcha de retalhos que nosso protagonista vai costurando durante o desenrolar da trama.
Com perfeita ambientação, fica difícil acreditar que a obra foi filmada nos dias atuais. A fotografia principal do filme começou em setembro de 2014 em locações de Nova York, Alemanha e Polônia, incluindo locais onde os fatos realmente aconteceram. A produção europeia iniciou-se em Berlim, onde foi realizada a troca dos prisioneiros Abel e Powers, literalmente a “Ponte dos Espiões”. Para filmar as sequências que mostrariam o “Muro de Berlim”, a produção viajou para Wrolcaw, Polônia, local que se assemelha com mais precisão com a Berlim Oriental de 1961 que a própria Berlim atual.
Ponte dos Espiões é destaque em um ano recheado de espionagem. Com momentos cômicos que quebram o gelo, o filme narra de forma linear esse desafio que caiu como uma bomba no colo de Donovan.
Impossível não se envolver com Abel e torcer muito para vê-lo fora do território americano.
Até a mão pesada do patriotismo americano de sempre, ficou mais leve nessa narrativa.
           

Recomendadíssimo.


Abraços Literários e até a próxima.

terça-feira, 5 de maio de 2015

Proteja-me

                                                                                   


Todos os meses separo alguns livros para ler e comentar aqui no bloguito.
Dentre esses livros escolho aquele que será “a cereja do bolo”, aquele que vai estrelar na coluna Caneca Literária.
É bem verdade que tem meses em que nenhum livro aparece na coluna L
Pois bem, esse mês literalmente três dos livros que li mereciam (segundo meus critérios de preferência) estar na Caneca Literária.
Foi dificílimo me decidir por um deles.
Fiquei em dúvida se postava três Canecas Literárias ou guardava as fichas de leitura para os  próximos meses.
Enfim, decidi que por hora vou continuar postando entre os livros do mês uma Caneca Literária.
Mas carinhosamente vou postar Proteja-me com esse simbolozinho meigo e fofo de Livro que me fez chorar.
Esse foi o primeiro livro que me fez chorar em 2015!

                                                                                  


Quatro meses após a morte do marido, Janie LaMarche continua tomada pela dor e pela raiva. Seu luto é interrompido, no entanto, pela chegada inesperada de um construtor com um contrato em mãos para a obra de uma varanda em sua casa. Conforme Janie permite, que a construção comece, ela se apega aos assuntos paralelos à sua tristeza: cuidando de seus dois filhos de forma violentamente protetora, ignorando amigos e família e se afundando em um sentimento de ira do qual não consegue se livrar. Quando a varanda vai tomando forma, Janie descobre que o território desconhecido do futuro fica melhor com a ajuda dos outros.
Até daqueles com os quais menos esperamos contar.


''A força para recomeçar pode vir de onde menos esperamos”.

Primeiro devo dizer que este não é só um livro de entretenimento, seu drama mais do que emocionar te dá umas “sacudidas”, te faz chorar, compreender, desesperar e sofrer com os personagens. Te dá uma lição!
Particularmente não sou muito fã de drama, por isso achei que ia tirar de letra essa narrativa e que em “uma sentada” terminaria o livro, mas não. O que me levou a devorar o livro foi a maneira instigante que a leitura fluída proporcionou. Não conseguia parar de ler e assim fui devorando cada página.

Janie é uma jovem viúva, seu marido Robby morre de forma abrupta em um acidente de bicicleta  e é claro dá para entender a raiva que ela sente, a maneira como passa a se comportar entre sarcasmo, raiva, desesperança, depressão e desespero.
Com um filho pequeno e uma filha recém nascida, ficar viúva de forma inesperada é algo desesperador. 
Ela opta pela raiva para poder lidar com sua dor e solidão.
As pessoas mais próximas a ela são sua tia Jude, tios e o primo Cormac, um amável confeiteiro, muito simpático e fofinho, além da vizinha e  amiga Shelly que  fazem de tudo para apoiá-la.
Já sua mãe, Noreen,  por ser muito “sensível”  prefere manter distância nesse momento tão difícil e delicado de sua vida e seu irmão gêmeo Mike com  Síndrome de Asperger não é uma pessoa que se possa considerar  presente.
No entanto, apesar do amor, preocupação e  afeto das pessoas que tentam de alguma forma ajudá-la, ela tudo desdenha, reclama, destila seu humor negro, pessimismo e revolta, destratando e afastando todos.

A narrativa nos contempla com várias camadas, umas mais sutis, outras mais explícitas, todas entretanto, absolutamente inseridas no contexto e muitíssimo bem costuradas na trama.

O Padre Jake,  um homem maduro, bonito e misterioso que a pedido da tia Jude frequenta regularmente as sextas-feiras a casa de Janie para conversar, uma vez que ela se recusa a participar de grupos de apoio. Suas visitas no começo tortuosas e cheia de farpas por parte de Janie,  são responsáveis por criar a primeira “rachadura” na armadura que ela compõe.
O empreiteiro Tug,  que foi contratado por seu falecido marido para lhe fazer uma varanda também é um personagem enigmático, mais leve que o Padre Jake, mas não menos importante e também um personagem sofrido que se infiltra tão sorrateiramente na vida de Janie que nem nós leitores percebemos quando foi que ele se tornou tão essencial.  
Temos ainda Heidi, a mãe de um amigo de seu filho Dylan; Barb,  anoiva de seu primo Cormac; Beryl e Malcolm sem tetos que tia Jude auxilia, Katya do curso de autodefesa, e Emmett e Fran dois personagens secundários que se transformaram em ícones de redenção e perdão na história de Janie.

Somos totalmente envolvidos na narrativa e  nos tornamos parte do dia a dia de Janie  através do diário que ela escreve e que nos leva a conhecer seus pensamentos mais íntimos, somos transportados à sua vida e assim se torna  cada vez mais difícil nos mantermos neutros e firmar opiniões contrárias (ou a favor de) a  alguém.
Durante a história  somos envolvidos por dramas familiares, amorosos e espirituais, sofremos, torcemos e vamos  aprendendo junto dos personagens o quanto pode ser difícil passar por isso tudo, e como é importante o apoio e os cuidados de quem nos ama.
A autora levanta a importante questão do porque quando mais precisamos de ajuda é o momento em que mais nos fechamos em nós mesmos e nos “apegamos” ao nosso sofrimento.

Uma das partes adoráveis do livro e a explicação para a tradição familiar  do ''bolo de desculpas'”.  Inclusive com a receita no final do livro!


''Sábado, 5 de Maio

Tive de deixar um bolo na casa paroquial para o padre Jake. Era de limão com cobertura de creme de manteiga. Doce, mas não gosmento. Discreto sem ser abertamente humilhante. Diz que eu tinha razão, mas eu não tinha razão em dizer.
Espero que o padre Jake entenda bolonês”.


Os filhos de Janie, Dylan de 6 anos é um elo com o pai falecido e Carly, um bebê de 6 meses é a ponte entre o que aconteceu e a vida que acontece e nos surpreende exatamente porque “continua”.
O enredo é complexo, mas de uma complexidade que encanta, envolve, instiga. O fluxo de informações tem um tempo perfeito, liberando tudo aos poucos.
As folhas amareladas conferem conforto à leitura e as letras são de bom tamanho.
Confesso que não gostei da capa, talvez porque na verdade, não a entendi  rs
Cheguei a traçar um paralelo entre Janie e sua filha Carly, mas a bebê tem alguns meses e a criança da capa é maiorzinha. Talvez tenha a ver com “ver” a vida na varanda onde tudo tem uma razão de ser ... ou olhar para o futuro ...

E o final do livro ainda nos reserva boas surpresas! E no meu caso, muitas lágrimas!

Temos ainda alguns extras como uma entrevista com a autora, perguntas sobre o livro para discussão, receitas culinárias, além de um bônus sobre o manuscrito original.

Eu amei <3 a história toda.
Foi esplêndida, me acabei em lágrimas, quase desidratei de tanto chorar, mas também dei boas risadas, suspirei bastante e aprendi muito.
Simplesmente perfeito!
Mais do que recomendado, imperdível.


Abraços Literários e até a próxima.




quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Cine Clube #13: O Pagador de Promessas

                                                                        


Hoje se comemora o dia de Santa Bárbara e também é homenageada Iansã.
No sincretismo religioso Iansão é representada por Santa Bárbara.
Sem me deter no aspecto religioso (sou adepta da livre religiosidade, onde a bondade, o amor e o respeito ao próximo devem necessariamente vir junto com toda e qualquer religião, não importa qual nome as denomine) e sim no cultural já que sou apaixonada por mitologia (o candomblé está representado na mitologia africana) e também por hagiografia (A história da vida dos santos católicos) lembrei-me desse extraordinário filme que assisti há muitos anos, um filme antigo e ao mesmo tempo tão atual!
Como sou muito sensível a tudo que se refere aos animaizinhos e sou total, radical e inteiramente dedicada a eles O Pagador de Promessas me marcou muito na época que assisti e que até hoje me faz refletir.
Claro que quando assisti somente assimilei a história e não me dei conta das infinitas camadas que a história pretensamente simples encerra em si e que se transformam em complexas e grandiosas nuances.
Hoje compartilho com vcs esse que é um clássico e premiado filme do nosso cinema nacional.


A obra-prima do cinema brasileiro, O Pagador de Promessas, baseado na narrativa de Dias Gomes, lançado em 1962, amplamente premiado, foi roteirizado e dirigido por Anselmo Duarte. As filmagens foram realizadas em Salvador, capital da Bahia. Premiado com a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes, na categoria de melhor filme, conquistou também outros inúmeros prêmios e uma indicação para o Oscar de 1963, no qual concorreu como melhor filme estrangeiro.
O Pagador de Promessas foi concebido em 1961, quando o cineasta Anselmo Duarte assistiu a transcrição cênica da peça de Dias Gomes, levada aos palcos por Flávio Rangel, protagonizada por Leonardo Vilar, que seria convidado também para a versão cinematográfica.
O diretor pelejou antes de obter a permissão de Dias Gomes para a realização do filme, pois nessa época havia dirigido apenas uma produção, Absolutamente Certo.  Com certeza o dramaturgo não esperava um retorno tão bom nas bilheterias e no rol das premiações. Os direitos foram finalmente adquiridos a um custo de 400 cruzeiros, valor recorde na história das adaptações de obras brasileiras. Não foi necessário recorrer a um montante financeiro tão alto para custear o filme, que foi realizado com apenas R$ 20 milhões.
A trama é singela, porém tocante e bem construída. Zé do Burro, interpretado brilhantemente por Leonardo Vilar, é uma pessoa simples que, ao tentar apenas concretizar o cumprimento de uma promessa concebida em um terreiro de candomblé – levar ao longo de um caminho extenso uma cruz de grande peso -, se vê diante da intolerância da Igreja.
Zé detém uma pequena fração de terra no Nordeste brasileiro, a uma distância de 42 Km de Salvador. Quando seu grande amigo, um burro de estimação, fica enfermo ao ser fulminado por um raio, ele imediatamente sai em busca de uma mãe-de-santo ligada ao Candomblé. O dono do animal promete que se seu burro ficar bom, dará aos pobres suas terras e levará uma cruz de madeira até a Igreja de Santa Bárbara, localizada na capital da Bahia, e lá a doará ao padre responsável pela instituição.
Assim que o burro se restabelece, ele põe o pé na estrada, ao lado de sua esposa Rosa, vivida por Glória Menezes. A abertura do filme mostra Zé do Burro e a mulher alcançando a catedral durante a madrugada. Quando o padre se inteira do contexto que marcou a promessa de Zé, a rejeita imediatamente, pois aponta nela raízes não cristãs, mas sim pertencentes ao Candomblé.
É quando Zé se torna famoso na cidade, tornando-se instrumento de protesto para os adeptos do Candomblé; massa de manobra para a mídia atrelada ao sistema, que o acusa de ser defensor da Reforma Agrária, uma vez que doou suas terras aos desprovidos da sorte; e meio de reafirmação do monopólio religioso exercido pela Igreja Católica.
Um caloroso confronto com a Polícia tem início quando se tenta impedir à força a entrada de Zé na Igreja. E a trama caminha para um desfecho trágico.
Tudo contribuiu, nesta produção, para transformá-la em um clássico do cinema brasileiro, que chegou a ser transmitido na própria Casa Branca, aclamado então pelo Presidente Kennedy em pessoa.
Fonte- Wikipédia


Recomendadíssimo.
Abraços Literários e até a próxima.


sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Viva para contar – Lisa Gardner

                                                                          



Em uma noite quente de verão, em um bairro de classe média de Boston, um crime inimaginável foi cometido: quatro membros da mesma família foram brutalmente assassinados. O pai — e possível suspeito — agora está internado na UTI de um hospital, entre a vida e a morte. Seria um caso de assassinato seguido por tentativa de suicídio? Ou algo pior? D. D. Warren, investigadora veterana do departamento de polícia, tem certeza de uma coisa: há mais elementos neste caso do que indica o exame preliminar. Danielle Burton é uma sobrevivente, uma enfermeira dedicada cujo propósito na vida é ajudar crianças internadas na ala psiquiátrica de um hospital. Mas ela ainda é assombrada por uma tragédia familiar que destruiu sua vida no passado. Quase 25 anos depois do ocorrido, quando D. D. Warren e seu parceiro aparecem no hospital, Danielle imediatamente percebe: vai acontecer tudo de novo. Victoria Oliver, uma dedicada mãe de família, tem dificuldades para lembrar exatamente o que é ter uma vida normal. Mas fará qualquer coisa para garantir que seu filho consiga ter uma infância tranquila. Ela o amará, independentemente do que aconteça. Irá protegê-lo e lhe dar carinho. Mesmo que a ameaça venha de dentro da sua própria casa. Na obra de suspense mais emocionante de Lisa Gardner, autora best-seller do The New York Times, a vida dessas três mulheres se desdobra e se conecta de maneiras inesperadas. Pecados do passado são revelados e segredos assustadores mostram a força que os laços de família podem ter. Às vezes, os crimes mais devastadores são aqueles que acontecem mais perto de nós.

“Eu procurava por uma resposta que nunca encontrei. Meu pai matou a família inteira, exceto a mim. Será que aquilo significava que me amava mais do que aos outros, ou me odiava mais do que aos outros?
- O que você acha? - Era o que o Dr. Frank sempre respondia. Acho que essa é a história da minha vida.”

A sinopse do livro poderia resumi-lo perfeitamente, porém, Viva para Contar supera qualquer expectativa criada.
Nesse instigante e eletrizante thriller de suspense e de investigação policial, que é ao mesmo tempo dramático e humano, Lisa Gardner nos apresenta  a história de duas mulheres: Danielle Burton e Victoria Oliver. Duas vidas com grande carga dramática, cujos atos e destino se entrelaçam para compor uma trama de suspense, renúncia, amor, psicose e morte que fará você se emocionar, sofrer e torcer a cada página lida.  
A narrativa é contada na primeira e terceira pessoa. E esse é um dos pontos fortes do romance. Ao mesmo tempo em que temos uma visão geral da trama, por conta do narrador, por outro lado, a autora promove nossa inserção na história quando nos conduz pelo mundo conturbado das protagonistas  através da visão e do pensamento de cada uma delas. São duas visões com emoções diferentes de um mesmo problema: a psicose infantil.
Viva para Contar não é só drama, embora a carga emocional e dramática seja marcada de maneira intensa e profunda, é bom que vocês tenham em mente que o romance também é um thriller policial. E todo o suspense causado pela investigação policial é administrado pelas mãos competentes da veterana D.D. Warren, sargento de homicídios na cidade de Boston. Por conta das investigações de D.D. Warren, as descrições feitas por Lisa Gardner para as cenas de crime é uma das melhores, que já li em um romance policial. A parte que descreve o trabalho de Danielle, na Clínica de Avaliação Pediátrica de Boston, também me causa alguns bons arrepios.
Assim, entre drama e suspense investigativo, Lisa Gardner, com deliciosa maestria de quem sabe como escrever um excelente romance policial, nos cativa a cada página com seu estilo caprichoso, numa narrativa rica de detalhes e repleta de meandros, onde, a cada novo capítulo, vamos nos dando conta de que temos diante dos olhos o mundo que nos cerca e que vivenciamos todos os dias. Danielle, Victoria e Warren são tão reais quanto qualquer um de nós, buscando um lugarzinho ao sol que brilha com igual intensidade para todos, mas que está cada vez mais difícil de ser compartilhado.
Amei esse livro. Foi uma lição de vida e uma obra literária fantástica, um excelente thriller com muito suspense e alta dramaticidade, além de ser uma grata surpresa ler cada página, acreditando numa coisa e, em interessantes reviravoltas, descobrir outra.
Gostei muito da capa que resume com perfeição a história, a diagramação ficou excelente e a tradução está ótima.
Os personagens são cativantes, apaixonantes mesmo, e muito bem construídos, os diálogos são primorosos e as descrições que apesar de riquíssimas em nenhum momento se tornam enfadonhas ilustram com perfeição cada minúcia da trama.
A narrativa é feita sob o ponto de vista dessas três mulheres, que tem igual importância no desenvolvimento da trama. A forma como a autora troca de narradora é muito bem feita e perceptível, não deixa o leitor confuso.
A autora sabe como mesclar momentos descritivos com diálogos, imprimindo ritmo constante e fluído de leitura.
O enredo é ousado, trata de temas pesados, crianças psiquiátricas, vítimas de maus tratos, xamãs, serial killer e sobreviventes.
No desenrolar da trama tudo está bem encaixado, nenhuma ponta solta, pequenos detalhes que irão compor o quadro final são muito bem alinhavados.
Leitura recomendada para quem gosta de um bom thriller policial, serial killer e leitura frenética
Mais do que recomendado, é  uma leitura indispensável.



Abraços Literários e até a próxima.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

A Improvável Jornada de Harold Fry-

                                                                                 




Em A Improvável Jornada de Harold Fry, acompanhamos a peregrinação do aposentado Harold, ao longo da Inglaterra, numa tentativa desesperada de salvar uma vida. Uma jornada incerta, com resultados inesperados.

         
                                                                               



A gente tem que acreditar. É o que eu penso.  A gente tem que acreditar que a pessoa pode melhorar. Tem tanta coisa na mente humana que a gente não entende. Mas sabe se a gente tem fé, pode fazer qualquer coisa. (Pág. 18)

O trecho acima foi determinante para Harold Fry começar a sua jornada.
A vida de Harold Fry toma um rumo totalmente novo quando, numa manhã, ele recebe uma carta de Queenie Hennessy, antiga amiga, que ele não vê há mais de vinte anos, dizendo que está doente em estado terminal.
Decidido a dar a Queenie uma resposta, Harold saí de casa rumo à uma caixa de correio. Ele passa pela primeira caixa de correio, a segunda, a terceira, e sem saber o porquê, não consegue parar. Até que resolve, de súbito, sem avisar a ninguém, que caminhará ao encontro da velha amiga, que se encontra do outro lado da Inglaterra, na esperança de que enquanto ele caminhar, ela permanecerá viva. Começa aí a peregrinação de Harold Fry. Apenas com a roupa do corpo, sem preparo nem planejamento,  ele parte em sua improvável jornada, deixando para trás sua casa e sua esposa. Assim Harold vive uma jornada dentro de si mesmo, revisitando antigos traumas, medos, conflitos, erros, culpas e fantasmas do passado.
Ele passa por inúmeros lugares, conhece todo tipo de gente, As pessoas que cruzam o caminho de Harold durante sua jornada sempre possuem algo para acrescentar, “doam” um pouco de si mesmos, um ensinamento, compartilhando coisas que são proveitosas, e me fazem pensar em quantas vezes vivemos tão apressados que não percebemos o que está a nossa volta!
Cada parada que Harold Fry faz é uma lição que aprende, principalmente com as pessoas que encontra, e isso é interessantíssimo no livro.
No inicio não sabemos bem o porquê dele caminhar para tentar salvar Queenie, se eles tiveram um caso, se ele esta apaixonado por ela...mas tudo no tempo certo é explicado.
Existe vários "mistérios" na história que serão contados no decorrer dessa caminhada.
Harald vive situações impensáveis, enfrenta seus temores e encara a própria escuridão, numa viagem que acaba transformando a própria vida, e onde ele encontra, enfim, sua redenção em um novo caminho, um recomeço!


                                                                             

O mais encantador nesse livro é o poder da mudança e superação. Fiquei pensando durante a leitura, como a autora pôde juntar tantos elementos e tantas lições de vida num mesmo livro.
Uma história emocionante, cativante e sensível em um livro comovente que nos leva à uma peregrinação pela alma humana, que nos apresenta as diversas formas de sentimentos como em um leque, todos abertos para quem quiser explora. E é realmente possível se ver refletindo sobre a própria vida e as escolhas que fazemos e o que deixamos de fazer, seja por medo ou por simples e puro comodismo naquela que denominamos zona de conforto.

Rachel Joyce teve uma sensibilidade imensa ao criar seus personagens, tão peculiares e com histórias individuais tão complexas. E também teve a delicadeza de, através de Harold, nos fazer lembrar de que sempre podemos nos lançar na nossa própria jornada, e que tudo fica mais tolerável quando levamos conosco apenas o essencial, sem bagagens e pesos desnecessários. Tudo o que precisamos, está dentro de nós mesmos. A peregrinação vale a pena.


                                                                              


                                                
Eu gostei bastante da capa, a revisão está excelente e diagramação do livro é um encanto!!
As páginas estão recheadas de imagens com textos fofos como os que inseri nesse post!
Para aqueles que estão buscando uma história reflexiva esse livro vai agradar em cheio!


Até a próxima e abraços literários!