Kazuo Ishiguro nasceu
em Nagasaki, no Japão, em 1954, e mudou-se para a Inglaterra aos
cinco anos. Ganhou
o prêmio Nobel de Literatura em 2017 no
último dia 5.
É
autor de sete livros, entre eles Os
vestígios do dia, vencedor
do Booker Prize, e Não
me abandone jamais, ambos
com adaptações para o cinema.
Os Vestígios
do Dia
O
mordomo Stevens, já próximo da velhice, vai ao encontro de miss
Kenton, antiga companheira de trabalho. Em viagem de carro pelo
interior da Inglaterra, ele relembra as três décadas dedicadas à
casa de um nobre britânico, lord Darlington,hoje ocupada por um
milionário norte-americano e reflete sobre a profissão e o papel
dos mordomos na história britânica. Num estilo contido, o
narrador-protagonista acaba por revelar aspectos sombrios da
trajetória do ex-patrão,simpatizante do nazismo, ao mesmo tepo eque
deixa escapar sentimentos pessoais em relação a miss Kenton
reprimidos durante anos.
O
romance recebeu o Booker Prize 1989 e virou filme de prestígio.
A
edição traz o conto inédito "Depois do anoitecer".
Não
Me Abandone Jamais
Kathy,
Tommy e Ruth são clones criados para doar órgãos. Tendo esse
cenário de ficção científica por pano de fundo, e o triângulo
amoroso como gancho, o autor fala de perda, de solidão e da sensação
que às vezes temos de já ser "tarde demais". Finalista do
Man Booker Prize 2005.
Kathy
tem 31 anos e está prestes a encerrar sua carreira de cuidadora.
Enquanto relembra o tempo que passou em Haisham, um internato inglês
que dá enfase às atividades artísticas.
No
entanto esse local idílico esconde uma terrível verdade. Todos os
alunos são clones, produzidos com a única finalidade de servir como
peças de reposição. Assim ao se tornarem adltos, e depois de terem
cumprido um período como cuidadores, terão o mesmo destino – doar
seus órgãos até “concluir”.
Embora
à primeira vista pareça um sci-fi, o livro lança mão desses
doadores em tudo parecidos com nós, para falar da existência, da
solidão e da desilusão onde, vez ou outra, nos sentimos prestes a
atolar.
O
Gigante Enterrado
Em
seu primeiro romance em dez anos, Kazuo
envereda pelo universo da fantasia para abordar temas universais como
o amor, a guerra e a memória.
Uma
terra marcada por guerras e amaldiçoada por uma misteriosa névoa do
esquecimento.
Uma
população desnorteada diante de ameaças múltiplas.
Um
casal que parte numa jornada em busca do filho e no caminho terá seu
amor posto à prova.
Será
nosso sentimento forte o bastante quando já não há reminiscencias
da história que nos une?
Épico
arturiano, o romance envereda pela fantasia e se aproxima do universo
de George R.R.Martin e Tolkien, comprovando a capacidade do autor de
se reinventar a cada obra.
Noturnos
Aqui
Kazuo Ishiguro narra histórias tocantes e divertidas sobre o
contraste entre a genialidade e as exigências cotidianas de
instrumentistas e amantes da música, em lugares como Veneza, Londres
e Estados Unidos.
Tony
Gardner, um velho crooner americano, já não desfrutado mesmo
prestígio, mas para o jovem músico Jan ainda é um ícone. O
consagrado cantor o surpreende ao convidá-lo para uma parceria
inusitada.
Um
professor de inglês que vive na Espanha, amante dos standards
americanos, vai a Londres visitar um casal de amigos, e se descobre
numa roda viva de ressentimentos e neuroses.
Na
mesma cidade um músico procura emprego em uma banda, mas decide
recuperar a inspiração nas colinas britânicas.
Um
saxofonista competente se rende à ideia de fazer uma plástica
facial em Beverly Hills para entrar para o primeiro time da música.
Um
violoncelista húngaro procura se estabelecer na Itália,mas acaba
seduzido por uma viajante americana.
Nessas
histórias emoções suscitadas por melodias convivem com as
limitações do mundo da música. Se o poder de tocar o sentimento
faz dos músicos seres próximos da genialidade, as exigências do
senso comum e da profissionalização os submetem a situações
muitas vezes absurdas e inimagináveis.
E
aí o que vocês acharam do ganhador do Nobel de Literatura deste ano
bebês?
Leram
algum de seus livros??
Assistiram
algumas das adaptações para as telonas??
Confesso
que gostei beeeeeeeeeeem mais do que Bob Dylan que ganhou no ano
passado e praticamente esnobou o prêmio.
Ishiguro
tem uma maneira única de abordar temas universais e atemporais como
memória, amor, autoilusão e a passagem do tempo.
A
Academia Sueca explicou que ele foi o escolhido pois “em seus
romances de grande força emocional, revelou o abismo sob nossa
sensação ilusória de conexão com o mundo”.
Uma
excelente definição para sua literatura sutil.
Abraços
Literários e até a próxima.