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Viajar pelas páginas de nossos livros, por vários gêneros, escritores anônimos e ilustradores e também os ilustres escritores: romances, aventuras, comédias, mistérios, épicos, auto-ajuda, poéticos, didáticos... toda leitura faz o ser humano conhecer, abranger, crescer...

Neste blog vamos divulgar, sugerir, incentivar, um espaço para interagir com você, que vai ser nosso seguidor ou dar apenas uma espiadinha, mas será sempre bem-vindo, como aquele amigo que senta para tomar um café e conversarmos sobre aquelas páginas de um livro que mais nos marcou, ou aquele que estamos lendo no momento, então fica aqui nosso convite, entre no nosso blog, tome um café, enquanto passeia pelos nossas postagens, interaja conosco sempre, estamos aqui na rede aguardando a sua chegada.


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segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Primavera



Primavera
Cecília Meireles

A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.

Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.

Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.

Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.

Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.

Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.

Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.

Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.

Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem na rotação da eternidade.
Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.


Texto extraído do livro "Cecília Meireles - Obra em Prosa”
Volume 1- pág. 366
Editora Nova Fronteira


Abraços literários e beijos floridos!



sábado, 22 de setembro de 2018

Saudação à Primavera de Cecília Meireles-




Para celebrar a Primavera que tem início hoje as 22h54min vamos de Cecília Meireles!

Saudação à Primavera

A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.

Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.

Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.

Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.

Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.

Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.

Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.

Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.

Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem na rotação da eternidade.
Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.

Texto extraído do livro "Cecília Meireles - Obra em Prosa”
Volume 1- pág. 366
Editora Nova Fronteira


Abraços Literários, beijos floridos e até a próxima.



quinta-feira, 5 de maio de 2016

Jornal Poético: Diversos Versos, Inversos e Reversos #24

                                                                                 


Este espaço,  intitulado Jornal Poético: Diversos Versos, Inversos e Reversos,  foi criado,   porque as poesias, os poemas, as rimas, os cordéis, prosa e verso  não podem ficar restritos a um sarau em  uma sala;  devem estar ao nosso alcance sempre.Com a leitura podemos, encontrar e descobrir mundos que existem dentro de nós mesmos.
É  por isso que convidamos você a embarcar com a gente nesse lindo poema do príncipe dos poetas, Mário Quintana, que escolhemos para compartilhar nesse mês de maio.

Cada um de nós, à sua maneira, extrai da vida a poesia que nos cabe.


Mãe
(Poema de Mário Quintana)

Mãe... São três letras apenas
As desse nome bendito:
Também o Céu tem três letras...
E nelas cabe o infinito.

Para louvar nossa mãe,
Todo o bem que se disse
Nunca há de ser tão grande
Como o bem que ela nos quer...

Palavra tão pequenina,
Bem sabem os lábios meus
Que és do tamanho do Céu
E apenas menor que Deus!


Beijos poéticos, enormes e abraços literários.


domingo, 4 de outubro de 2015

Jornal Poético: Diversos Versos, Inversos e Reversos #18



 Este espaço,  intitulado Jornal Poético: Diversos Versos, Inversos e Reversos,  foi criado,   porque as poesias, os poemas, as rimas, os cordéis, prosa e verso  não podem ficar restritos a um sarau em  uma sala;  devem estar ao nosso alcance sempre.
Com a leitura podemos, encontrar e descobrir mundos que existem dentro de nós mesmos.
É  por isso que convidamos você, hoje a embarcar com a gente nessa linda oração, que com a devida licença poética, é uma doçura em forma de poesia,  que escolhemos para desejar neste Dia  Mundial dos Animas  e em todos os outros dias, paz, amor, esperança, fé, união e alegria!

Antes vamos conhecer um poquitito da vida do santinho padroeiro dos animalitos!

                                                                                 


São Francisco de Assis
04 de outubro

Giovanni di Pietro di Bernardone, mais conhecido como São Francisco de Assis (Assis, 1181 ou 1182 – 3 de outubro de 1226), foi um famoso frade e santo católico da Itália. Depois de uma juventude mundana, voltou-se para uma vida religiosa de completa pobreza, fundando a ordem mendicante dos Frades Menores, mais conhecidos como Franciscanos, que renovaram o Catolicismo de seu tempo.
Com o hábito da pregação itinerante, quando os religiosos de seu tempo estavam mais ligados aos mosteiros rurais, e com sua crença de que o Evangelho devia ser seguido à risca, imitando a vida de Cristo; desenvolveu uma profunda identificação com os seus semelhantes e com a humanidade do próprio Cristo.
Sua atitude foi original também quando afirmou a bondade e a maravilha da Criação, quando se dedicou aos mais pobres e quando amou todas as criaturas chamando-as de irmãos.
Alguns estudiosos afirmam que sua visão positiva da natureza e do homem, que impregnou a imaginação de toda a sociedade de sua época, foi uma das forças primeiras que levaram à formação da filosofia da Renascença.
Dante Alighieri, disse que ele foi uma “luz que brilhou sobre o mundo” e para muitos ele foi a maior figura do Cristianismo desde Jesus.
Sua vida e sua mensagem deram origem a inúmeras representações na arte, na pesquisa acadêmica, nos aspectos políticos de sua atuação e em seu misticismo pessoal.
Sua posição como um dos grandes santos da Cristandade se firmou quando ele ainda era vivo e permanece inabalada até os dias de hoje.
Foi canonizado pela Igreja Católica menos de dois anos após falecer, em 1228, e por seu apreço à natureza é mundialmente conhecido como o santo patrono dos animais e do meio ambiente.


Cada uma de nós, à sua maneira, extrai da vida a poesia que nos cabe.


Senhor!

Faça de mim um instrumento da tua paz!
onde houver ódio,
que eu leve o amor
onde houver ofensa
que eu leve o perdão,
onde houver discórdia
que eu leve a união,
onde houver dúvidas
que eu leve a fé,
onde houver erros
que eu leve a verdade,
onde houver desespero
que eu leve a esperança,
onde houver tristeza
que leve a alegria,
onde houver trevas
que eu leve a luz!

Ó Mestre! Faça que eu procure mais
Consolar, que ser consolado,
Compreender que ser compreendido,
Amar que ser amado...

Pois:
É dando que se recebe,
É perdoando que se é perdoado,
E é morrendo que se nasce para a Vida Eterna.


Beijos poéticos e abraços literários!
Até a próxima.




quinta-feira, 30 de julho de 2015

Jornal Poético: Diversos Versos, Inversos e Reversos #16

                                                                                     
                                                      


Este espaço,  intitulado Jornal Poético: Diversos Versos, Inversos e Reversos,  foi criado,   porque as poesias, os poemas, as rimas, os cordéis, prosa e verso  não podem ficar restritos a um sarau em  uma sala;  devem estar ao nosso alcance sempre.
Com a leitura podemos, encontrar e descobrir mundos que existem dentro de nós mesmos.
É  por isso que convidamos você  a embarcar com a gente nesse lindo poema de Ana Jácomo, que escolhemos para desejar seu caminho seja abençoado com risonhas surpresas!
Cada uma de nós, à sua maneira, extrai da vida a poesia que nos cabe.


Abençoadas sejam as surpresas risonhas do caminho.
As belezas que se mostram sem fazer suspense.
As afeições compartilhadas sem esforço.
Às vezes em que a vida nos tira pra dançar sem nos dar tempo de recusar o convite.
As maravilhas todas da natureza, sempre surpreendentes, à espera da nossa entrega apreciativa.
A compreensão que floresce, clara e mansa, quando os olhos que veem são da bondade.

(Ana Jácomo)


Beijos poéticos, enormes e abraços literários.









domingo, 2 de novembro de 2014

Jornal Poético: Diversos Versos, Inversos e Reversos #12



 Este espaço,  intitulado Jornal Poético: Diversos Versos, Inversos e Reversos,  foi criado,   porque as poesias, os poemas, as rimas, os cordéis, prosa e verso  não podem ficar restritos a um sarau em  uma sala;  devem estar ao nosso alcance sempre.
Com a leitura podemos, encontrar e descobrir mundos que existem dentro de nós mesmos.
É  por isso que convidamos você, hoje, 2 de novembro, dia em que homenageamos aqueles que amamos e que já não estão entre nós, a embarcar com a gente nesse lindo poema de Carlos Drummond de Andrade, que escolhemos para aliviar um pouco a saudade e diminuir um tanto a tristeza.

Cada uma de nós, à sua maneira, extrai da vida a poesia que nos cabe.


Ausência

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje eu não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
Que rio e danço e invento exclamações alegres,
Porque a ausência, essa ausência assimilada,
Ninguém a rouba mais de mim.

Carlos Drummond de Andrade


Beijos poéticos, enormes e abraços literários.


segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Jornal Poético: Diversos Versos, Inversos e Reversos #11

                                                                         



Este espaço,  intitulado Jornal Poético: Diversos Versos, Inversos e Reversos,  foi criado,   porque as poesias, os poemas, as rimas, os cordéis, prosa e verso  não podem ficar restritos a um sarau em  uma sala;  devem estar ao nosso alcance sempre.
Com a leitura podemos, encontrar e descobrir mundos que existem dentro de nós mesmos.
É  por isso que convidamos você, hoje, 22 de setembro,  a embarcar com a gente nesse lindo poema de  Cecília Meireles, que escolhemos para desejar neste Início de Primavera e em todos os outros dias, flores, pássaros, borboletas, perfumes e cores!
Cada uma de nós, à sua maneira, extrai da vida a poesia que nos cabe.

                                                                          



Primavera
Cecília Meireles

A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.

Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.

Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.

Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.

Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.

Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.

Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.

Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.

Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.

Texto extraído do livro "Cecília Meireles - Obra em Prosa - Volume 1”, Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 1998, pág. 366.


Beijos poéticos, enormes e abraços literários.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Jornal Poético: Diversos Versos, Inversos e Reversos #10

                                                                        



Este espaço,  intitulado Jornal Poético: Diversos Versos, Inversos e Reversos,  foi criado,   porque as poesias, os poemas, as rimas, os cordéis, prosa e verso  devem estar ao nosso alcance sempre.
Com a leitura podemos, encontrar e descobrir mundos que existem dentro de nós mesmos.
É  por isso que convidamos você, hoje, 1º de agosto,  a embarcar com a gente nesse lindo poema de Roseana Murray, que escolhemos para desejar um mês de agosto pleno de invenções e luares!



Invento luares de agosto
e auroras boreais
invento as noites mais frias
invento as noites mais quentes
invento crisântemos transparentes
guirlandas de silêncios minerais
invento algas cristalinas
cavernas de cristais
invento o que só com amor
se pode inventar
o que já foi dito mil vezes
e que sempre se dirá

(Roseana Murray)



Beijos poéticos, enormes e abraços literários.


segunda-feira, 14 de julho de 2014

Jornal Poético: Diversos Versos, Inversos e Reversos #9

                                                                                  



Este é um espaço para que a magia do nosso Cantinho de  Leitura esteja disponível  para VCS  24 horas por dia.
Isto porque as poesias, os poemas, as rimas, os cordéis, prosa e verso  não podem ficar restritos a um sarau em  uma sala; devem estar ao nosso alcance sempre.
Os poemas que os lábios proferem, os ouvidos alcançam e encontram eco no coração, no espírito, na própria alma,  e enleva.
É por isso que convidamos você a embarcar com a gente!


E para esse mês de julho, das férias de inverno, nossO Jornal Poético: Diversos Versos, Inversos e Reversos traz para  leitor mais uma vez  Carlos Drummond de Andrade e seus desejos!

VCS conferem Carlos Drummond de Andrade também neste post aqui.
         

“DESEJOS”

Desejo à você...
Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Filme do Carlitos
Chope com amigos
Crônica de Rubem Braga
Viver sem inimigos
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Música de Tom com letra de Chico
Frango caipira em pensão do interior
Ouvir uma palavra amável
Ter uma surpresa agradável
Ver a Banda passar
Noite de lua cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Não ter que ouvir a palavra não
Nem nunca, nem jamais e adeus.
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho.
Sarar de resfriado
Escrever um poema de Amor
Que nunca será rasgado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender uma nova canção
Esperar alguém na estação
                                                      Queijo com goiabada                                
Pôr-do-Sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria
Uma tarde amena
Calçar um velho chinelo
Sentar numa velha poltrona
Tocar violão para alguém
Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco
Bolero de Ravel
E muito carinho meu.”

Carlos Drummond de Andrade

 Abraços Literários e até a próxima.


quinta-feira, 10 de abril de 2014

Jornal Poético: Diversos Versos, Inversos e Reversos #7

                                                                                   
                                                                              
                                                                                    
Nesse mês em que comemoramos a Páscoa onde coelhinhos botam ovos e ainda por cima de chocolate, escolhemos um inspirador poema para a época do renascimento de Cristo, poema que  a cada manhã traz consigo a promessa de recomeço, uma doçura sonhada e possível!

“Então, que seja doce. Repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou o cinza dos dias, bem assim: que seja doce.
Quando há sol, e esse sol bate na minha cara amassada do sono ou da insônia, contemplando as partículas de poeira soltas no ar, feito um pequeno universo, repito sete vezes para dar sorte: que seja doce,  que seja doce,  que seja doce e assim por diante.”

Caio Fernando Abreu                                                                                          



Abraços Literários e beijos doces.

segunda-feira, 31 de março de 2014

Eu Me Chamo Antônio- Pedro Gabriel

                                                                              



Antônio é um freqüentador assíduo de bares e despeja comentários sobre a vida em desenhos e frases escritas em guardanapos, com grandes doses de irreverência e pitadas de poesia. 

                                                                                



Do bar, onde Antônio se apóia para escrever e desenhar, ele vê tudo acontecer, observa os passantes, aceita conversas despretensiosas por aí e atrai olhares curiosos. Caso falte alguém especial a seu lado (situação bastante comum), Antônio se acomoda na companhia dos muitos chopes pela madrugada.



Abraços Literários e até a próxima.

sexta-feira, 14 de março de 2014

14 de Março: Dia da Poesia-

                                                                               



A data foi criada em homenagem a Antônio Frederico de Castro Alves, poeta brasileiro nascido em 14 de março de 1847.

                                                                                 



Castro Alves foi um dos maiores poetas brasileiros, tendo marcado sua carreira como homem de honra, que lutou por causas nobres, como defensor da República e da Abolição da Escravidão.
Conhecido como o poeta dos escravos, escreveu clássicos como “Espumas Flutuantes” e o famoso poema “Navio Negreiro”, onde relatava sobre as condições de sofrimento durante o transporte dos escravos, além de detalhes de suas vidas, manifestando sua opinião contra esses atos de maus tratos e abusos.
Sua carreira foi premiada com a cadeira número sete da Academia Brasileira de Letras.

Antigamente, as poesias eram cantadas, acompanhadas pela lira, um instrumento musical muito comum na Grécia antiga.
Por isto, diz-se que a poesia pertence ao gênero lírico.
Na verdade a poesia se divide em três tipos: a lírica, a dramática e a épica.
Nas poesias líricas os poetas descrevem seus sentimentos e suas experiências de vida; as dramáticas aparecem em peças teatrais, como diálogos ou monólogos; e a épica é a que retrata fatos históricos de heróis.
No Brasil, uma das formas de poesia mais presentes na cultura popular é o repente (literatura de cordel), encontrado na região nordeste do país. A declamação é feita de forma improvisada, onde dois cantores se desafiam através das palavras, provocando situações para o outro responder.
O mais famoso repentista do país foi o cearense Patativa do Assaré, Antônio Alves da Silva, que cantava em seus versos o sofrimento do povo nordestino. Suas obras podem ser encontradas nos livretos de cordel.

A poesia é uma obra literária que expressa sentimentos, sensações e impressões, através de palavras ritmadas, musicadas, combinadas de forma harmônica, formando os versos.
Se no passado as  poesias tinham que apresentar a métrica e as rimas, hoje, com a modernidade, perderam essa característica, não precisando obedecer às regras da língua.
Poesia é hoje e sempre uma forma de se expressar e transmitir sentimentos, emoções e pensamentos.

Para comemorar o dia da poesia, convidamos nossos leitores a pensar como poetas!

Estejam convidadíssimos!
Abraços Literários e beijos poéticos!

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Exposição Cazuza Mostra a sua Cara no Museu da Língua Portuguesa-

                                                                                



O Museu da Língua Portuguesa apresenta até o dia 23, a exposição Cazuza Mostra a sua Cara, dedicada à poesia contida nas letras do cantor e compositor Cazuza (1958-1990) – ícone do rock brasileiro nos anos 80.
Planejada para aproximar as pessoas da escrita do artista, a mostra se divide entre ambientes interativos e informativos, sem se prender à biografia do cantor.
Uma das salas propõe uma espécie de imersão na mente de Cazuza, para mostrar como ele pensava e criava suas músicas, apresentando o contexto histórico em que vivia. E incentivar as pessoas, a elaborarem suas letras.
Vídeos com depoimentos de artistas que conheceram Cazuza, bem como do próprio homenageado, comentando temas como sexo e família, serão exibidos.
Fotos e frases do compositor libertário também terão destaque.

Alguns destaques da exposição:
Mostra sua Cara- O público poderá ter seu retrato incluso em uma parede revestida com fotos de desconhecidos incrementadas com frases do artista.

Cazuza, Juventude e Rock’n Roll- Exibição de depoimentos de amigos, como Ney Matogrosso e Lobão. Especialistas comentam a rebeldia e a transgressão de Cazuza.

O Tempo não Para- A vida de Cazuza é associada à história brasileira por meio de animações.

A Arte de Escrever Canções- Monitores interativos trazem a estrutura poética das músicas do artista

Cazuza por Cazuza- Sobre livros cenográficos gigantes, o público assiste a depoimentos de Cazuza sobre o tema que escolher. Também há painéis com fotos do artista.


Anotem na agenda para conferirem-
No Museu da Língua Portuguesa, Pça da Luz, s/nº, centro, São Paulo/ SP
Tel. 0/XX/11-3322-0080
Terça, das 10h às 22h; e de quarta a domingo, das 10h às 18h.
Sábados- Grátis e R$ 6 nos demais dias.
Até 23/02/2014.


Abraços literários e até a próxima

domingo, 5 de janeiro de 2014

Jornal Poético: Diversos Versos, Inversos e Reversos #4

                                                                                



Este é um espaço para que a magia do nosso Cantinho de  Leitura esteja disponível  para VCS  24 horas por dia.
Isto porque as poesias, os poemas, as rimas, os cordéis, prosa e verso  não podem ficar restritos a um sarau em  uma sala; devem estar ao nosso alcance sempre.
Os poemas que os lábios proferem, os ouvidos alcançam e encontram eco no coração, no espírito, na própria alma,  e enleva.
É por isso que convidamos você a embarcar com a gente!


E para começar o novíssimo 2014,  O Jornal Poético: Diversos Versos, Inversos e Reversos traz para  leitor  Carlos Drummond de Andrade e sua  Receita para o Ano Novo!
         

                                                                                  



Receita de Ano Novo
Carlos Drummond de Andrade


Para você ganhar um  belíssimo Ano Novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido
(mal vivido ou talvez sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?).
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano-novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo  novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Texto extraído do "Jornal do Brasil", Dezembro/1997.



Um Feliz 2014 com muito café e bastante leitura na rede para todos nós!


Abraços Literários.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Jornal Poético: Diversos Versos, Inversos e Reversos #2

                                                                                 




Este é um espaço que foi inaugurado no mês passado por ocasião do aniversário do blog e intitulado Jornal Poético: Diversos Versos, Inversos e Reversos,  porque as poesias, os poemas, as rimas, os cordéis, prosa e verso  não podem ficar restritos a um sarau em  uma sala; devem estar ao nosso alcance sempre.
Com a leitura podemos, encontrar e descobrir mundos que existem dentro de nós mesmos. É por isso que convidamos você a embarcar com a gente!
Um brinde à leitura!


                                                                               




E como não poderia deixar de ser neste mês em que abraçamos a primavera nossas letras tem tudo a ver com a estação mais florida, colorida e perfumada do ano.


"A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la."
(Cecília Meireles)

"Primavera não é uma simples estação de flores, é muito mais, é um colorido da alma." 
(Jack Bosmans)

" Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas,
... mas jamais conseguirão deter a primavera inteira. "
(Che Guevara)



Beijos poéticos e até a próxima.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Jornal Poético: Diversos Versos, Inversos e Reversos #1

                                                                                 



Este é um espaço pra que a magia do nosso Cantinho de Leitura esteja disponível pra você, leitor, 24 horas por dia.
Isto porque as poesias, os poemas, as rimas, os cordéis, prosa e verso  não podem ficar restritos a um sarau em  uma sala; devem estar ao nosso alcance sempre.
Com a leitura podemos, encontrar e descobrir mundos que existem dentro de nós mesmos.
Os poemas que os lábios proferem, os ouvidos alcançam e encontram eco no coração, no espírito, na própria alma,  e enleva.
É por isso que convidamos você a embarcar com a gente!
Um brinde à leitura, e sejam muito bem-vindos a nossa novíssima coluna Jornal Poético: Diversos Versos, Inversos e Reversos.


Os poemas são a arte de elaborar composições poéticas. / Tratado de versificação. / Conjunto de recursos expressivos, especialmente quanto à técnica do verso, de um escritor, de uma época.


Para inaugurar nossa coluna o clássico do imortal  Mário Quintana

                                                                             
                                                                         



Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto;
alimentam-se um instante em cada
par de mãos e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...


(Mario Quintana)



Beijos poéticos e até a próxima.