Assim como muitos saíram emocionados dos cinemas ao
assistir “Lion” que conta a história, comovente na medida exata é difícil ler o
livro que inspirou o filme, “Uma longa jornada para casa”, sem se impressionar
com a saga do indiano Saroo Brierley.
No relato autobiográfico, ele conta sua trajetória, um
garotinho pobre de cinco anos, que ajuda a família em um vilarejo na Índia e
que um dia, ao se perder do irmão mais velho, não consegue mais voltar para
casa e precisa sobreviver sozinho em uma metrópole, chegou a morar nas ruas
antes de ir para um orfanato e ser adotado por um casal australiano.
Durante a vida de oportunidades na Austrália, Saroo nunca
se esqueceu de quando dividia uma casa de um cômodo com a mãe e os irmãos.
É impressionante a memória que tem de quando atravessou a Índia,
chegando a Calcutá. Não que deva ser fácil esquecer-se do que passou nas ruas,
criança, analfabeto, sem saber o próprio sobrenome nem o endereço de casa.
Foi justamente o sofrimento, visto de perto, que fez a mãe
australiana de Saroo escolher sua missão no mundo: adotar órfãos de países
necessitados.
Saroo é profundamente grato e ama os pais adotivos, que o criaram
com amor e carinho e o enchem de orgulho e admiração. Mas a investigação que
fez para descobrir o paradeiro da família biológica, desafiando os limites da
memória, é o que torna sua história universal.
A adaptação cinematográfica que teve direção de Garth
Dennis, contou com Sunny Pawar, interpretando Saroo garotinho e Dev Patel, já
adulto.
Na busca por um sentido para sua existência, ele acabou
encontrando mais do que a própria identidade.
Um sentimento capaz de unir suas duas famílias e que surge
onde existe amor: esperança!
Um livro que traz a reflexão da importância de valorizar a
família e emociona ao propor a busca de uma essência humana baseada no amor.
Abraços Literários e até a próxima.