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quarta-feira, 19 de abril de 2017

Temática Indígena-

                                                                                  

O Brasil é um celeiro fértil para a mitologia. 
Nosso país é formado a partir da diversidade de mitos de  diferentes grupos que aqui se estabeleceram, trazendo consigo narrativas que contavam seus sonhos, seus medos, seus deuses e suas origens.
Esses povos atracaram em uma terra onde já havia um conjunto de saberes ancestrais mantidos por povos nativos, os indígenas.
Os colonizadores ignoraram totalmente os saberes nativos e dizimaram ou reduziram a diversidade em um único (pré)conceito que chegou até os dias atuais.
Resgatar essa diversidade é um trabalho árduo, é preciso começar  explicando os fenômenos naturais utilizando uma linguagem simbólica e, assim, aproximando os homens dos feitos dos deuses.
Povos do mundo todo usaram esse método, conhecemos muitos deles por conta da educação que recebemos ter origem na Grécia Antiga, o berço da civilização ocidental.
Do mesmo modo, os povos indígenas brasileiros desenvolveram essa leitura do mundo para explicar o que para eles era inexplicável: a origem do mundo e das coisas, os ciclos da natureza, a condição humana de homem ou mulher, os lugares sociais de cada um, a grandiosidade do cosmos, a vida e a morte.

A proposta de hoje é ousada!
Indicações de livros indígenas, alguns escritos por índios, outros por pesquisadores.
Um resgate da cultura indígena.


                                                                                 

A Terra sem Males: Mito Guarani
Jackson de Alencar

O mito guarani de A Terra sem Males é o foco desta obra direcionada para o público infantojuvenil. À simplicidade da narrativa somam-se a complexidade do mito e sua relevância na cultura guarani. O leitor não índio, possivelmente, construirá um diálogo de parte do mito com a narrativa bíblica do Dilúvio, mas a narrativa abre as portas para uma discussão sobre as especificidades da cultura desse povo. Informações que seguem a narrativa são acompanhadas por grafismos geométricos, que dialogam com formas de expressões indígenas. Questões diversas, como a história dos guarani, a resistência e diversidade indígena no Brasil, as migrações e a demarcação das terras podem ser aprofundadas, servindo como propostas para pesquisa.


Das Crianças Ikpeng para o Mundo Marangmotxíngmo Mïrang
Rita Carelli

Os pequenos ikpeng são os guias de uma narrativa que descreve 24 horas em sua aldeia. O texto, acompanhado do filme que o inspirou, em um enredo circular e edição bilíngue, é ideal para apresentar a cultura do povo ikpeng, do Mato Grosso. A linguagem é sucinta, mas cheia de informações e possibilidades de discussão sobre o que aproxima e o que diferencia o povo ikpeng de outras culturas.
Tarefas, brincadeiras, costumes passados e presentes, festas e rituais, objetos ancestrais e cotidianos, papéis sociais, medos e perigos da floresta, além de mudanças incorporadas pelo contato com culturas europeias, fazem parte da obra. O texto promove a abertura cultural ao outro e constrói pontes para a compreensão das diferenças sem preconceitos.


Kurumi Guaré no Coração da Amazônia

De autor amazonense Yaguarê Yamã
, a obra narra aventuras infantis e descreve o povo maraguá. Além de acompanhar registros da memória do narrador e  ensinamentos dos povos da floresta, o leitor pode observar a composição  do texto e os símbolos maraguá. Grafismos indígenas constituem uma poética que traduz uma  expressão de identidade e contam histórias complementares.
 A compreensão da obra envolve uma leitura dos símbolos maraguá, do Glossário Nheengatú e de termos regionais amazônicos.
Há um enredo nos desenhos da obra de Yamã que lança o leitor para uma rede de significados construídos na interação entre palavra e imagem.


Wamrêmé Za’ra: Nossa palavra – Mito e história do povo xavante, de Sereburã; Hipru; Rupawê; Serezadbi; Sereñimirâmi.

Uma carta nas páginas iniciais desta obra marca o tom do texto xavante.
Um envelope contendo a carta inclui cartões-postais com ilustrações que narram histórias encontradas nos objetos de arte dos povos indígenas.
Como um prefácio, as imagens anunciam as palavras da aldeia Pimentel Barbosa. Suas vozes foram gravadas e traduzidas para a escrita por xavantes do Núcleo de Cultura Indígena. Em edição bilíngue, o texto é acompanhado por desenhos de jovens artistas da aldeia, fotos dos xavante e dos warazu, não índios, e por um panorama histórico que vai do século XVI ao século XX.


Sepé Tiaraju: Romance dos Sete Povos das Missões
Alcy Cheuiche

Há obras que buscam reconstruir, pela ficção, figuras indígenas heroicas.
É o caso do romance que, narrado pela perspectiva de um jesuíta, em um vaivém da memória, destaca a resistência dos Sete Povos das Missões (RS) e de um dos líderes e guerreiros indígenas do Sul do Brasil, Sepé Tiaraju.
No texto, Tiaraju é apresentado pela visão do colonizador, Michael, ou Padre Miguel. Seu olhar constrói o herói indígena e a história da colonização dos povos indígenas pela missão catequizadora dos jesuítas e pela política europeia. Documentos históricos, como os tratados de Tordesilhas e de Madrid, além de conflitos e migrações indígenas formam o contexto da obra.


Amazonas: Pátria da água
Water Heartland

Com prosa e poesia, Thiago de Mello  conduz os leitores em uma viagem pela extensão do Rio Amazonas, percorrendo sua história e dos homens que nele navegaram: os índios que chegaram à Amazônia, as icamiabas, os exploradores e cronistas europeus e o poeta. Nesta edição bilíngue, que conta com as fotografias de Luiz Cláudio Marigo, o poeta descreve com suavidade a beleza das águas, da floresta, das plantas e dos animais da Amazônia e trata de seus espíritos protetores, que tentam defender a floresta da ganância, do lucro e  da caça predatória, retratando os cantos dos índios, suas angústias e suas esperanças.




Maíra
Darcy Ribeiro

O entrelaçamento das culturas indígenas e europeias nunca esteve tão em evidência quanto neste romance de Darcy Ribeiro. Nele, o autor emprega seus conhecimentos para criar uma obra com esferas culturais e vozes narrativas que se cruzam: dos índios, dos não índios e dos seres sobrenaturais.
O texto revela o encontro de Avá/Isaías, um índio mairum que se torna sacerdote cristão, e Alma, jovem carioca que vive com os índios. A história tem início com uma investigação policial, mas conduz à investigação das identidades culturais brasileiras, em uma narrativa cuja confluência de discursos é projetada no capítulo final.
Vale muito a pena ler esta obra para apreciar seu caráter multicultural e literário.




Abraços Literários e até a próxima.


terça-feira, 19 de abril de 2016

Jornal Poético: Diversos Versos, Inversos e Reversos #23

                                                                                   



Este espaço,  intitulado Jornal Poético: Diversos Versos, Inversos e Reversos,  foi criado,   porque as poesias, os poemas, as rimas, os cordéis, prosa e verso  não podem ficar restritos a um sarau em  uma sala;  devem estar ao nosso alcance sempre.
Com a leitura podemos, encontrar e descobrir mundos que existem dentro de nós mesmos.
É  por isso que convidamos você, hoje,  a embarcar com a gente nesse lindo poema de Antonio Gonçalves Dias, intitulado Canção do Tamoio.

Se alguém conseguiu falar magistralmente do índio brasileiro, esse alguém foi Antonio Gonçalves Dias, poeta maranhense (Caxias a 10 de agosto de 1823 — Guimarães, 3 de novembro de 1864) que se orgulhava de ser filho de português com mulher cafuza. Tinha, portanto, sangue branco, negro e índio, a mescla étnica que domina a formação cultural brasileira.  Embora cantasse a bravura do índio, ele também lamentava o recolhimento físico e cultural do povo indígena.
Deixou muitas obras indianistas, dentro do romantismo que abraçou como conceito literário de sua época. Em homenagem ao Dia do Índio, que se comemora hoje, 19 de abril, publicamos um de seus poemas mais conhecidos.


Canção do Tamoio

I
Não chores, meu filho;
Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar.

II
Um dia vivemos!
O homem que é forte
Não teme da morte;
Só teme fugir;
No arco que entesa
Tem certa uma presa,
Quer seja tapuia,
Condor ou tapir.

III
O forte, o covarde
Seus feitos inveja
De o ver na peleja
Garboso e feroz;
E os tímidos velhos
Nos graves conselhos,
Curvadas as frontes,
Escutam-lhe a voz!

IV
Domina, se vive;
Se morre, descansa
Dos seus na lembrança,
Na voz do porvir.
Não cures da vida!
Sê bravo, sê forte!
Não fujas da morte,
Que a morte há de vir!

V
E pois que és meu filho,
Meus brios reveste;
Tamoio nasceste,
Valente serás.
Sê duro guerreiro,
Robusto, fragueiro,
Brasão dos tamoios
Na guerra e na paz.

VI
Teu grito de guerra
Retumbe aos ouvidos
D’imigos transidos
Por vil comoção;
E tremam d’ouvi-lo
Pior que o sibilo
Das setas ligeiras,
Pior que o trovão.

VII
E a mão nessas tabas,
Querendo calados
Os filhos criados
Na lei do terror;
Teu nome lhes diga,
Que a gente inimiga
Talvez não escute
Sem pranto, sem dor!

VIII
Porém se a fortuna,
Traindo teus passos,
Te arroja nos laços
Do inimigo falaz!
Na última hora
Teus feitos memora,
Tranqüilo nos gestos,
Impávido, audaz.

IX
E cai como o tronco
Do raio tocado,
Partido, rojado
Por larga extensão;
Assim morre o forte!
No passo da morte
Triunfa, conquista
Mais alto brasão.

X
As armas ensaia,
Penetra na vida:
Pesada ou querida,
Viver é lutar.
Se o duro combate
Os fracos abate,
Aos fortes, aos bravos,
Só pode exaltar.


Beijos poéticos, enormes e abraços literários.