O cinema sempre nos presenteou com adaptações
dos heróis dos quadrinhos, dos livros, dos video-games e dos anime/mangá para as
telonas. Ao longo de todo o tempo, tivemos acertos e erros, grandes sucessos e memoráveis
fracassos, surpresas e decepções, expectativas frustradas e acasos de sorte.
No caso dos animes/mangás a dificuldade sempre foi maior. Vários têm
universos próprios com excentricidades e peculiaridades. Alguns possuem uma
ligação estreita com a cultura oriental, o que requer um cuidado e pesquisa
diferenciados para serem transpostos para outra mídia. Inclusive vários jogos
funcionam muito bem quando são adaptados em animações japonesas (Street
Fighter, Megaman e Pokemon, por exemplo) até por terem muitas características
de anime.
O desafio de se adaptar um anime/mangá é
muito diferente do desafio de se adaptar um quadrinho americano.
No caso de Samurai X funcionou que foi uma maravilha! Talvez por isso a
escolha. A história em si é até bem realista, sem grandes exageros nem elementos
fantasiosos (Se VC assistiu e se apaixonou por
O Tigre e o Dragão sabe do que estou falando).
Existem sim elementos que fogem da realidade,
e não são poucos até, mas nada que comprometa a narrativa. A dificuldade está
numa história bem inserida na própria
história do Japão e vários personagens densos.
O filme é ótimo. Destaque para a atuação do
protagonista, que encarnou de uma forma soberba o personagem Kenshin Himura/Battousai. O ator fez um
Kenshin perfeito. Consegue ser calmo, tranquilo e amigável nos momentos em que
o personagem é aquele amável, pacato e tímido andarilho que chamamos de
Kenshin, consegue ser um espadachim sério, imponente e temível quando empunha a
espada, convence muito bem nas cenas mais dramáticas onde ele precisa
demonstrar sabedoria e experiência de vida e consegue ser frio e assustador
quando é Battousai, o retalhador e convence no seu conflito e juramento de
nunca mais matar.
De uma maneira geral, todos os personagens
estão muito bem caracterizados, assim como a ambientação. A fotografia do filme
é belíssima. Há várias cenas sombrias e há cenas serenas. Há todo um cuidado
com o filme que impressiona.
Não poderia deixar de falar das cenas de ação
que são excelentes. Coreografias de combate fantásticas e uso de cabos para
cenas com saltos e acrobacias, que ficou sensacional. Ação com fluidez, nitidez e velocidade. O filme é violento. Não foi poupado sangue
quando preciso. Não é um filme para crianças, é um filme adulto, tenso e intenso.
Não há o humor do anime.
Nem tudo é perfeito. O filme é um pouco corrido já que tem
muitos personagens. Em duas horas fica difícil
desenvolver a amizade e o afeto entre os personagens, uns se tornam
amigos dos outros muito rápido. Há aquela sensação de que tem muita coisa
acontecendo e que poderiam diminuir o número de tramas paralelas para dar mais
tempo para os personagens. Deve ter sido extremamente complicado selecionar os
acontecimentos do filme para representar a essência de um mangá que teve 56
volumes.
Liberdades poéticas, soluções hollywoodianas
para colocar e amarrar todos os personagens estão presentes na trama, e
mudanças com relação a história original para formar uma história nova, são
necessárias numa adaptação, mas nada que comprometa a qualidade da produção.
A seguir disponibilizamos um pequeno dicionário com
expressões que aparecem no filme para auxiliar quem tiver interesse em assistir
o filme sem conhecer o mangá ou o anime:
Battousai - mestre no manejo de espada;
Dojo – local de treinamento de artes marciais;
Hitokiri – nome dado a assassinos que utilizam espadas como arma;
Katana – um dos estilos tradicionais de espadas japonesas;
“Meiji kenkaku roman tan” - Subtítulo do filme, em tradução livre “crônicas de um espadachim da Era Meiji”;
Rurouni – termo criado por Nobuhiro Watsuki, que pode ser entendido como “andarilho”;
Sakabatou – espada com a lâmina invertida;
Zambatou – espada que corta cavalos (o personagem “briguento” Sanosuke explica o termo no filme).
Hitokiri – nome dado a assassinos que utilizam espadas como arma;
Katana – um dos estilos tradicionais de espadas japonesas;
“Meiji kenkaku roman tan” - Subtítulo do filme, em tradução livre “crônicas de um espadachim da Era Meiji”;
Rurouni – termo criado por Nobuhiro Watsuki, que pode ser entendido como “andarilho”;
Sakabatou – espada com a lâmina invertida;
Zambatou – espada que corta cavalos (o personagem “briguento” Sanosuke explica o termo no filme).
Um “filmaço” para quem é mega fã de samurais.
Recomendadíssimo.
Abraços Literários.