Dunkirk retrata
a evacuação de soldados ingleses de uma zona cercada por alemães
na Segunda Guerra Mundial, enaltecendo três diferentes
formas de sobreviver a essa batalha específica
que garantiu a vida de muitos soldados. É um filme de
guerra por excelência, mas sem o tom crítico.
Já
faz algum tempo que Nolan vem
sendo apontado como um dos autores do
industrial cinema americano (produção
em escala), sendo
comparado (com
algum exagero)
a Kubrick e Spielberg. Longe da
exaltação é necessário entender como o cineasta pensa Dunkirk e
do que é constituído esse cinema de Nolan que transborda nesse
longa.
Se
Nolan remete aos filmes do final da década de 40, Dunkirk é
um longa baseado em preceitos básicos do cinema. Em um primeiro
momento, a obra parece destituir o
cinema do diretor, filmes eloquentes,
pretensiosos e complexos. Aqui, até
mesmo em sua duração, o projeto se apresenta como uma obra mais
concisa que busca ser direta nas ideias que apresenta.
É
um filme sobre esforços, sobre como a sobrevivência é uma guerra
diária, inglória e sem nenhuma arma. O filme traz homens despidos
de qualquer esperança que apenas podem resistir. Nesse jogo, todos
os trajetos e atalhos são permitidos, a missão não é por um país
ou objetivo e sim por se manter humano, seja lá o que isso
signifique.
É
abordada a questão na guerra como uma luta incessante, num movimento
insistente contra a morte, os personagens praticamente não possuem
nomes, são soldados tentando sair do local.
Como
em qualquer
filme de guerra, aqui não se trata de
uma filosofia ou psicologia, mas de
tensão e do
ritmo frenético da
fuga. Dunkirk assume a
máxima do cinema narrativo que consiste na participação do público
cujo
objetivo é
j fazer
com que o espectador experimente o que é estar encurralado no
local.
Essa
identificação é o plot do filme
colocando a audiência nos convés dos navios, nos cockpits dos
aviões e nas caminhadas na praia encurralada.
Para
que isso seja alcançado são utilizados três elementos
cinematográficos básicos: a montagem paralela, a música e a
fotografia. A primeira colocando lado a lado três histórias que
ocorrem quase ao mesmo tempo e que sempre estão num mesmo ponto
narrativo – se uma está no clímax, a outra também estará. A
montagem paralela é a base do filme isso acontece mostrando
um controle absoluto da narrativa, unindo períodos de tempo
diferente em uma mesma linha narrativa – a trajetória de um
personagem é de uma semana, a do outro um dia e do terceiro de
apenas uma hora, mas fazem com que haja um
tempo único em Dunkirk. O segundo ponto traz a música como
forma de conduzir seu espectador a uma tensão crescente. E o
terceiro, a fotografia, aqui entra como um elemento que transforma
toda ação em algo extremamente realista colocando suas câmeras
acopladas nos atores e máquinas.
Nolan
tem obsessão pela singularidade
e uma
leitura em que Dunkirk seria
o estilo do diretor de maneira simplista
é equivocada. Há sempre, nesses três
pontos, uma motivação em se distanciar do “mais
do mesmo”.
Ás
vezes nas frases simples e
na gramática básica do
cinema gênero é dito muito sem dizer quase nada.
Quer
mais motivos para assistir??????
É
um filme de guerra diferente de qualquer outro que vocês já tenham
assistido, tem Kenneth Branagh, Harry
Stiles (éééééé o do One Direction)
e Tom Hardy, dá para arriscar a
estatueta do Oscar na direção/roteiro de Nolan e trilha sonora de
Hans Zimmer e tem best-seller recém-lançado pela Harper Collins.
Sinopse
do livro : Em 1940, no porto francês da cidade de Dunkirk, 300 mil
tropas Aliadas foram salvas da destruição pelas mãos da Alemanha
Nazista em uma extraordinária evacuação pelo mar. Esta é a
história de soldados, marinheiros, pilotos e civis envolvidos no
resgate de 90 dias que se tornou uma lenda. Agora, a história que o
primeiro-ministro britânico Winston Churchill descreveu como um
“milagre” é narrada pelo autor best-seller Joshua Levine,
incluindo entrevistas com veteranos e sobreviventes. Contada do ponto
de vista de quem estava na terra, no ar e no mar, o livro “Dunkirk”
é um relato dramático da derrota que levou à vitória da guerra e
preservou a liberdade de gerações por vir.
Recomendadíssimo.
Abraços
Literários e até a próxima.