Em "Tá falando
grego?”, Hofstetter conta a história de Paulinho Acne, Leonardo e sua
grande paixão, Tatiana. Paulinho é um cara esquisito e não é muito bom em
nenhuma matéria do colégio (com exceção de história, em que misteriosamente só
tirava nota máxima). Seu apelido o definia com perfeição: “Acne, por causa das
milhares de espinhas que nasciam diariamente em sua cara”. Já Leonardo é o mais
esperto da turma, além de ser o único capaz de aturar o papo chato e as
estranhezas de Paulinho. No livro, Tatiana é “uma deusa morena, maravilhosa e
saudável” aos olhos de Leonardo. Juntos, os três amigos descobrem que um livro
de matemática, aparentemente comum, contém questões que ao serem solucionadas,
farão essa turma viajar no tempo e parar na Grécia Antiga.
O texto de Ricardo Hofstetter foi uma surpresa. Não
tinha lido nada do autor, mas conhecia sua colaboração em Malhação ID , novelinha
teen da Globo.
No livro, somos apresentados ao protagonista, Léo, por meio
de narrativa em primeira pessoa. Um primeiro encontro animado e engraçado onde
ele descreve de forma hilária um colega de classe que não vai bem na maioria das
matérias. Exceto em história ... Essa figura é Paulinho Acne e ele é que é o
detentor do segredo que leva à aventura no enredo: um livro de matemática que,
quando um problema é resolvido, dá propriedades que vão desde fazer chover até
viajar no tempo. Esse livro pertencia ao seu avô, que sumiu há muitos anos.
O mote da narrativa é interessante e bastante atraente,
embora não seja uma novidade. É uma
fórmula do tipo "Jumanji", só que sem a aventura fantástica que dá o tom
ao filme.
A proposta é viajar no tempo, e Paulinho, Léo e Tatiana,
voltam à Grécia Antiga. Em nenhum momento o autor tenta esconder o fato de que
essa parte é superdidática.
As aventuras do livro ajudam a dar uma engrenada na
narrativa, mas faltou uma melhor apresentação dos dilemas, mais base para os
personagens e uma carga dramática um pouco mais intensa. Coisas que mudam
completamente o cotidiano de uma pessoa não podem ser encaradas de forma
corriqueira.
É um livro focado no público infantojuvenil com enredo simples, mas que de certa forma cativa.
Poderia ter sido mais bem trabalhado, no entanto pode
conquistar leitores por conta da temática histórica que ele envolve.
Abraços Literários e até a próxima.
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