Todos os meses separo alguns livros para ler
e comentar aqui no bloguito.
Dentre esses livros escolho aquele que será “a
cereja do bolo”, aquele que vai estrelar na coluna Caneca Literária.
É bem verdade que tem meses em que nenhum
livro aparece na coluna L
Pois bem, esse mês literalmente três dos
livros que li mereciam (segundo meus critérios de preferência)
estar na Caneca Literária.
Foi dificílimo me decidir por um deles.
Fiquei em dúvida se postava três Canecas
Literárias ou guardava as fichas de leitura para os próximos meses.
Enfim, decidi que por hora vou continuar
postando entre os livros do mês uma Caneca Literária.
Mas carinhosamente vou postar Proteja-me com esse simbolozinho meigo
e fofo de Livro que me fez chorar.
Esse foi o primeiro livro que me fez
chorar em 2015!
Quatro meses após a morte do marido, Janie
LaMarche continua tomada pela dor e pela raiva. Seu luto é interrompido, no
entanto, pela chegada inesperada de um construtor com um contrato em mãos para
a obra de uma varanda em sua casa. Conforme Janie permite, que a construção
comece, ela se apega aos assuntos paralelos à sua tristeza: cuidando de seus
dois filhos de forma violentamente protetora, ignorando amigos e família e se
afundando em um sentimento de ira do qual não consegue se livrar. Quando a
varanda vai tomando forma, Janie descobre que o território desconhecido do
futuro fica melhor com a ajuda dos outros.
Até daqueles com os quais menos esperamos
contar.
''A força para recomeçar pode vir de onde
menos esperamos”.
Primeiro devo dizer que este não é só um livro de
entretenimento, seu drama mais do que emocionar te dá umas “sacudidas”, te faz
chorar, compreender, desesperar e sofrer com os personagens. Te dá uma lição!
Particularmente não sou muito fã de drama, por isso achei
que ia tirar de letra essa narrativa e que em “uma sentada” terminaria o livro,
mas não. O que me levou a devorar o livro foi a maneira instigante que a
leitura fluída proporcionou. Não conseguia parar de ler e assim fui devorando
cada página.
Janie é uma jovem viúva, seu marido Robby morre de forma abrupta em um
acidente de bicicleta e é claro dá para entender a raiva que ela sente, a
maneira como passa a se comportar entre sarcasmo, raiva, desesperança,
depressão e desespero.
Com um filho pequeno e uma filha recém nascida,
ficar viúva de forma inesperada é algo desesperador.
Ela opta pela raiva para poder lidar com sua dor e solidão.
As pessoas mais próximas a ela são sua tia Jude, tios e o primo
Cormac, um amável confeiteiro, muito simpático e fofinho, além da
vizinha e amiga Shelly que fazem de tudo para apoiá-la.
Já sua mãe, Noreen,
por ser muito “sensível” prefere manter distância nesse momento tão
difícil e delicado de sua vida e seu irmão gêmeo Mike com Síndrome de
Asperger não é uma pessoa que se possa considerar presente.
No entanto, apesar do amor, preocupação e afeto das pessoas que tentam de alguma forma ajudá-la, ela tudo desdenha, reclama, destila seu humor negro, pessimismo e revolta, destratando e afastando todos.
No entanto, apesar do amor, preocupação e afeto das pessoas que tentam de alguma forma ajudá-la, ela tudo desdenha, reclama, destila seu humor negro, pessimismo e revolta, destratando e afastando todos.
A narrativa nos contempla com várias camadas, umas mais sutis, outras mais explícitas, todas entretanto, absolutamente inseridas no contexto e muitíssimo bem costuradas na trama.
O Padre Jake, um homem maduro, bonito e misterioso que a
pedido da tia Jude frequenta regularmente as sextas-feiras a casa de Janie para
conversar, uma vez que ela se recusa a participar de grupos de apoio. Suas
visitas no começo tortuosas e cheia de farpas por parte de Janie, são responsáveis por criar a primeira “rachadura”
na armadura que ela compõe.
O empreiteiro Tug, que foi contratado por seu falecido marido para lhe fazer uma varanda também é um personagem enigmático, mais leve que o Padre Jake, mas não menos importante e também um personagem sofrido que se infiltra tão sorrateiramente na vida de Janie que nem nós leitores percebemos quando foi que ele se tornou tão essencial.
O empreiteiro Tug, que foi contratado por seu falecido marido para lhe fazer uma varanda também é um personagem enigmático, mais leve que o Padre Jake, mas não menos importante e também um personagem sofrido que se infiltra tão sorrateiramente na vida de Janie que nem nós leitores percebemos quando foi que ele se tornou tão essencial.
Temos ainda Heidi,
a mãe de um amigo de seu filho Dylan; Barb, anoiva de seu primo Cormac; Beryl e Malcolm sem tetos que tia Jude
auxilia, Katya do curso de
autodefesa, e Emmett e Fran dois
personagens secundários que se transformaram em ícones de redenção e perdão na
história de Janie.
Somos totalmente envolvidos na narrativa e nos tornamos parte do dia a dia de Janie através do diário que ela escreve e que nos leva a conhecer seus pensamentos mais íntimos, somos transportados à sua vida e assim se torna cada vez mais difícil nos mantermos neutros e firmar opiniões contrárias (ou a favor de) a alguém.
Durante a história somos envolvidos por dramas familiares, amorosos e espirituais, sofremos, torcemos e vamos aprendendo junto dos personagens o quanto pode ser difícil passar por isso tudo, e como é importante o apoio e os cuidados de quem nos ama.
Somos totalmente envolvidos na narrativa e nos tornamos parte do dia a dia de Janie através do diário que ela escreve e que nos leva a conhecer seus pensamentos mais íntimos, somos transportados à sua vida e assim se torna cada vez mais difícil nos mantermos neutros e firmar opiniões contrárias (ou a favor de) a alguém.
Durante a história somos envolvidos por dramas familiares, amorosos e espirituais, sofremos, torcemos e vamos aprendendo junto dos personagens o quanto pode ser difícil passar por isso tudo, e como é importante o apoio e os cuidados de quem nos ama.
A autora levanta a importante questão do porque quando mais
precisamos de ajuda é o momento em que mais nos fechamos em nós mesmos e nos “apegamos”
ao nosso sofrimento.
Uma das partes adoráveis do livro e a explicação para a tradição familiar do ''bolo de desculpas'”. Inclusive com a receita no final do livro!
Uma das partes adoráveis do livro e a explicação para a tradição familiar do ''bolo de desculpas'”. Inclusive com a receita no final do livro!
''Sábado, 5 de Maio
Tive de deixar um bolo na casa paroquial para o padre Jake. Era de limão com cobertura de creme de manteiga. Doce, mas não gosmento. Discreto sem ser abertamente humilhante. Diz que eu tinha razão, mas eu não tinha razão em dizer.
Espero que o padre Jake entenda bolonês”.
Os filhos de Janie, Dylan
de 6 anos é um elo com o pai falecido e Carly,
um bebê de 6 meses é a ponte entre o que aconteceu e a vida que acontece e nos
surpreende exatamente porque “continua”.
O enredo é complexo, mas de uma complexidade
que encanta, envolve, instiga. O fluxo de informações tem um tempo perfeito, liberando tudo aos poucos.
As folhas amareladas conferem conforto à leitura e as
letras são de bom tamanho.
Confesso que não gostei da capa, talvez porque na verdade,
não a entendi rs
Cheguei a traçar um paralelo entre Janie e sua filha Carly,
mas a bebê tem alguns meses e a criança da capa é maiorzinha. Talvez tenha a
ver com “ver” a vida na varanda onde tudo tem uma razão de ser ... ou olhar
para o futuro ...
E o final do livro ainda nos reserva boas surpresas! E no meu caso, muitas lágrimas!
E o final do livro ainda nos reserva boas surpresas! E no meu caso, muitas lágrimas!
Temos ainda alguns extras como uma entrevista com a autora,
perguntas sobre o livro para discussão, receitas culinárias, além de um bônus
sobre o manuscrito original.
Eu amei <3 a
história toda.
Eu amei <
Foi esplêndida, me acabei em lágrimas, quase desidratei de
tanto chorar, mas também dei boas risadas, suspirei bastante e aprendi muito.
Simplesmente perfeito!
Mais do que recomendado, imperdível.
Abraços Literários e até a próxima.
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