Doze Anos de Escravidão é antes de tudo um livro pelo qual se pode compreender um pouco mais sobre os EUA dos 1800. Embora o foco da narrativa esteja centrada no relato pessoal de Solomon Northup, pode-se ver claramente aspectos do norte e do sul dos EUA, que posteriormente culminariam na famosa Guerra de Secessão.
Em suma, a história real e trágica de Solomon Northup, negro livre, violinista e nortista se inicia em 1841, quando ao aceitar uma proposta emprego duvidosa, acaba sendo seqüestrado e vendido como escravo para o estado da Louisiana. Casado e pai de dois filhos, ele se vê longe de seus entes queridos por doze longos anos, quando em 1853 conseguirá sua liberdade de volta.
Sobre a escravidão,
não se pode esquecer o quanto o negro era visto como um “objeto” desprovido de
subjetividade e, por conseguinte, maltratado, torturado. Solomon não nega isso,
assim como não obscurece o fato de existirem senhores a quem chamava de “bons”,
evidenciando não apenas uma faceta do sistema escravagista.
Percebe-se na leitura o quanto ele tenta resgatar com fidelidade os fatos que lhe ocorreram durante o tempo em que fora escravizado, dando ao leitor a tarefa de tirar as próprias conclusões sobre o sistema escravagista, sobre o senhor e a senhora (bem diferente dos filmes fofos e românticos com as “sinhazinhas” e os filhos de senhores que lutavam ao lado dos oprimidos), os traficantes de escravos e os próprios escravos, personagens que não são simplesmente bons ou totalmente maus, mas, sobretudo seres humanos, homens e mulheres do seu tempo que agiam de acordo com os seus interesses, como protagonistas de sua história.
Relato autobiográfico e história de vida emocionante.
Percebe-se na leitura o quanto ele tenta resgatar com fidelidade os fatos que lhe ocorreram durante o tempo em que fora escravizado, dando ao leitor a tarefa de tirar as próprias conclusões sobre o sistema escravagista, sobre o senhor e a senhora (bem diferente dos filmes fofos e românticos com as “sinhazinhas” e os filhos de senhores que lutavam ao lado dos oprimidos), os traficantes de escravos e os próprios escravos, personagens que não são simplesmente bons ou totalmente maus, mas, sobretudo seres humanos, homens e mulheres do seu tempo que agiam de acordo com os seus interesses, como protagonistas de sua história.
Relato autobiográfico e história de vida emocionante.
O diretor Steve McQueen disse uma vez em
entrevista que a história era como “um roteiro de cinema, pronto para ser
filmado.” E quem já viu o filme percebe o quanto o diretor se esmera
em transpassar os detalhes presentes nos cenários, nas personagens e nas cenas
de horror.
Poucos retrataram tão bem o drama da escravidão, não só nos
Estados Unidos como no mundo todo, como o diretor Steve McQueen
O filme é baseado no livro e conta a história
real de Solomon
Northup (Chiwetel Ejiofor), um cavalheiro livre e letrado do norte,
de 1841, que vivia uma vida agradável com sua família até ser enganado por uma
oferta de trabalho, sendo vendido como escravo alguns anos antes da abolição da
escravidão nos EUA, sendo levado para o sul.
O cotidiano cruel dos escravos é mostrado com exatidão, com o enfoque em Northup e em sua amiga Patsey (Lupita Nyong'o atriz estreante que ganhou o Oscar de melhor atriz coadjuvante), que sofrem principalmente nas mãos do fazendeiro Edwin Epps (Michael Fassbender) e sua esposa, que constantemente apelam com violência contra os dois, tratando os negros como meros objetos de trabalho.
As cenas onde Patsey recebe chibatadas são dolorosamente reais e comoventes, retratando o preconceito e a crueldade do ser humano com seu próximo.
O protagonista depois de 12 anos na escravidão, conhece o construtor canadense Bass (Brad Pitt, em uma ponta no filme), que vai auxiliá-lo.
O cotidiano cruel dos escravos é mostrado com exatidão, com o enfoque em Northup e em sua amiga Patsey (Lupita Nyong'o atriz estreante que ganhou o Oscar de melhor atriz coadjuvante), que sofrem principalmente nas mãos do fazendeiro Edwin Epps (Michael Fassbender) e sua esposa, que constantemente apelam com violência contra os dois, tratando os negros como meros objetos de trabalho.
As cenas onde Patsey recebe chibatadas são dolorosamente reais e comoventes, retratando o preconceito e a crueldade do ser humano com seu próximo.
O protagonista depois de 12 anos na escravidão, conhece o construtor canadense Bass (Brad Pitt, em uma ponta no filme), que vai auxiliá-lo.
O canto de lamúria dos escravos nas fazendas também é lindo
e triste, lembrando que foi ele que inspirou a música blues e o rock,
posteriormente. Esta é a base da trilha sonora.
É, sem dúvida, Oscar (2014) de melhor filme mais merecido dos últimos anos.
É, sem dúvida, Oscar (2014) de melhor filme mais merecido dos últimos anos.
O filme também recebeu Oscar de melhor atriz
coadjuvante e melhor roteiro adaptado.
Chiwetel Ejiofor interpreta Salomon de maneira sensível,
sem recorrer ao dramalhão e as lágrimas para sustentar o desespero de seu personagem
por sua situação.
Michael Fassbender tem uma atuação digna de Oscar: De seu
sotaque a todos os detalhes de seu cruel vilão, Epps (Fassbender) conseguiu me
fazer odiá-lo.
Lupita Nyong'o interpreta a escrava chamada Patsey, por
quem Epps é completamente obcecado. Patsey é uma personagem muito sofrida sem
qualquer esperança de saída ou redenção, Lupita
mereceu todos os prêmios que ganhou por esse papel! Extraordinária atriz
numa interpretação majestosa.
Não é um filme fácil de assistir, no entanto,
é um daqueles filmes que todas as pessoas deveriam assistir. Não há catarse,
não há alívio: Há apenas a reflexão da enormidade do que foi a escravidão nos
Estados Unidos e na enormidade do dano causado.
Acredito que esse seja um dos motivos para que 12 Anos de Escravidão
seja tão comentado e elogiado. Para vocês terem uma ideia esse filme será
distribuído em escolas americanas, como material de estudo para os alunos. Essa
é a enormidade de '12 anos de escravidão': um filme que foi feito
comercialmente e que será utilizado como conteúdo em aulas de histórias, para
que a história real seja discutida em sala de aula.
É um filme com um assunto sobre o qual os americanos
ainda precisam falar e discutir embora não seja necessário ser um americano
para refletir sobre as consequências da escravidão para o mundo e para as
pessoas.
Um filme maior do que apenas um filme,
contextualizado, necessário, atemporal e reflexivo.
Recomendado.
Abraços Literários e até a próxima.
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