Esse é o livro que escolhemos para a nossa caneca literária de junho, nesse dia 21, que marca o início
do inverno.
Pura emoção!
Meredith e Nina Whiston são tão diferentes quanto duas irmãs podem ser. Uma ficou em casa para cuidar dos filhos e da família. A outra seguiu seus sonhos e viajou o mundo para tornar-se uma fotojornalista famosa. No entanto, com a doença de seu amado pai, as irmãs encontram-se novamente, agora ao lado de sua fria mãe, Anya, que, mesmo nesta situação, não consegue oferecer qualquer conforto às filhas. A verdade é que Anya tem um motivo muito forte para ser assim distante: uma comovente história de amor que se estende por mais de 65 anos entre a gelada Leningrado da Segunda Guerra e o não menos frio Alasca. Para cumprir uma promessa ao pai em seu leito de morte, as irmãs Whiston deverão se esforçar e fazer com que a mãe lhes conte esta extraordinária história. Meredith e Nina vão, finalmente, conhecer o passado secreto de sua mãe e descobrir uma verdade tão terrível que abalará o alicerce de sua família… E mudará tudo o que elas pensam que são.
“Difícil não rir um
tanto e chorar ainda mais com a história de mãe e filhas que se descobrem no
último momento.” – Publishers Weekly. A história que sua mãe conta é como
nenhuma outra já ouvida por elas antes — uma história de amor cativante e
misteriosa que dura mais de sessenta anos e parte da Leningrado congelada e
devastada pela guerra até o Alasca, nos dias atuais. A obsessão de Nina por descobrir
a verdade as levará a uma inesperada jornada ao passado de sua mãe, onde
descobrirão um segredo tão chocante, que abala a estrutura da família e muda
quem elas acreditam ser.
O livro começa em 1972
com Meredith e Nina ainda crianças encenando uma peça de teatro baseada em uma
das muitas histórias que a mãe lhes conta, com o único intuito de agradá-la,
mas Anya reage de modo inesperado e cruel.
Após esse episódio, as
meninas passam a evitar qualquer tipo de envolvimento emocional com a sua mãe,
passam a conviver sob o mesmo teto como estranhas.
"Mamãe havia mudado naquele dia, e Meredith também. Fiel à sua palavra, a irmã nunca mais ouvira os contos de fadas da mãe, mas essa fora uma promessa fácil de cumprir, já que mamãe jamais voltara a contar uma história.” (p. 55)
O momento dos "Contos de fadas” era o único momento em
que Anya demonstrava algum tipo de calor humano com relação
às filhas.
A história dá um pulo
para o ano de 2000 e observamos uma Meredith mãe de família, casada com o
melhor amigo Jeff. Com medo de se tornar fria emocionalmente como sua mãe, ela
se transforma numa dedicada e extremada mãe para Maddy e Jillian, tão dedicada
que abriu mão da própria vida e de seu relacionamento.
Já Nina tornou-se uma
fotógrafa internacional. Capaz de captar através de suas lentes momentos
preciosos, foge de relacionamentos
sérios, mas no momento está saindo com Danny, um atraente irlandês de 39 anos
que é correspondente de guerra.
Vivendo em mundos
diferentes, as duas vão ter que se reunir após vários anos quando seu pai fica doente. Cumprindo uma promessa
feita a ele, as garotas vão ter que se unirem, abrandarem as mágoas do passado,
para descobrirem o que realmente aconteceu com a sua mãe.
Anya é uma personagem
surpreendente. Conforme vamos conhecendo sua verdadeira história, nos deixamos
envolver e vivemos com ela através de
suas lembranças os horrores da guerra, as perdas, a insanidade e é impossível
não se emocionar. Ela é uma sobrevivente. Absolutamente tocante.
A capa é linda, delicada e está totalmente relacionada com a trama,
inclusive a borboleta. O livro certamente se
tornou um dos meus favoritos.
"Pelo que pareceu uma eternidade, nenhuma das duas disse nada. Por fim, mamãe falou:
- Seu pai pensa que não posso lidar com a morte dele.
- E você pode? - Nina perguntou com simplicidade.
- Você ficaria surpresa com o que o coração humano pode suportar.”
Em “Jardim de Inverno”, Kristin Hanna nos
apresenta a uma história emocionante do inicio ao fim. Já nas primeiras páginas
o jeito de narrar da autora chama a atenção, é uma escrita doce, que transmite
ao leitor todas as sensações referidas no livro. Conseguimos sentir as emoções
dos personagens. Hannah é uma autora que não tem pressa ao escrever, e constrói
seus personagens de forma única.
Meredith e Nina,
apresentam personalidades distintas. Anya num primeiro momento se mostra como
uma mulher fria emocionalmente, entretanto, ela tem uma história de vida. O
único momento que ela chegava a transparecer algum carinho com Nina e Mere era
quando lhe contava contos de fadas, esse era o momento que as filhas sentiam a
ternura na voz de sua mãe. Mas esse conto de fadas não estava completo, Anya
ainda não o contou por inteiro. E quando o marido falece, ele a faz prometer
que contará toda a história às filhas.
Assim através desse
conto, ela revive a própria vida. Somos levados à Segunda Guerra Mundial, e
vamos conhecer a história de uma mulher que foi obrigada a fazer muitas
escolhas, uma mais difícil que a outra.
A autora criou uma
obra que mescla contos de fadas, segunda guerra, personagens marcantes,
envolventes, reais, que carregam suas cruzes, e que possibilitam a
identificação do leitor com eles.
A narrativa viaja entre o passado e presente,
e na trama uma história dentro da outra se
mescla.
É admirável a forma como esse livro foi escrito, e ainda nos presenteia
com um epílogo surpreendente.
É um livro para se
emocionar e para aprender. Aprender que não há amor maior que o de uma mãe por
um filho e que o perdão (inclusive perdoar a si mesmo) é libertador.
Abraços literários e
até a próxima.
Olá tudo bem?
ResponderExcluirExcelente resenha, passou muitíssimo bem a essência do livro que é esplêndido, também para mim, um dos melhores que já li.
Escolha mais do que acertada para o mês de junho.
; *