Inverno de 1820. O navio baleeiro Essex parte em busca de
óleo de baleia. O navio é liderado pelo inexperiente capitão George
Pollard (Benjamin Walker), que tem Owen Chase (Chris Hemsworth) como seu
primeiro oficial. Owen sonha em ser capitão e tem o objetivo de superar a meta
traçada por seu empregador. Eles navegam por meses em busca de baleias, mas
quando encontram, se deparam com uma
grande ameaça, uma gigantesca baleia branca que irá lutar por sua sobrevivência
e acabará atacando o navio e sua tripulação com sua determinação e “vingança”
quase humanas.
No Coração do Mar revela as terríveis consequências do encontro,
à medida que a tripulação sobrevivente do barco é levada aos seus limites e
forçada a fazer o impensável para permanecer viva. Enfrentando tempestades,
fome, pânico, desespero e sacrifício, os
homens são levados a questionar suas crenças mais profundas, do valor de suas
vidas à moralidade de sua atividade, enquanto o capitão busca orientação no mar
aberto e seu primeiro suboficial tenta derrotar a grande baleia.
Qual é o grande mérito do filme?
“No Coração do Mar”, dirigido pelo lendário Ron Howard (de
“Uma Mente Brilhante” e “O Código Da Vinci”) e estrelado por Chris Hemsworth (o
Thor no Universo Marvel), conta a
história verídica que inspirou parcialmente o livro “Moby Dick”.
Baseado no livro “No Coração do Mar: A
História Real”, do escritor americano Nathaniel Philbrick, autor que foi atrás
da real história que inspirou o clássico “Moby Dick”, escrito por Herman
Melville.
Philbrick reuniu informações e dados históricos para
relatar como barqueiros americanos enfrentaram uma gigantesca baleia com
instinto assassino.
A parte histórica do filme, fala da importância do óleo de
baleia para a iluminação pública, para a indústria e até para a construção
civil. Assim, a caça à baleia era um negócio altamente lucrativo durante o
século XIX.
Dá arrepios só de imaginar! É absolutamente inadmissível
para nós que amamos e defendemos os animais pensar que se estabeleciam metas de 2000 litros de óleo de
baleia!
Outro momento histórico está no embate entre o capitão do
Essex e seu primeiro imediato. Pollard só conseguiu o comando do baleeiro por
ser de família influente, em detrimento da competência.
Era prática corrente no Antigo Regime e, como pudemos
atestar ainda dava o ar de sua graça em
pleno século XIX numa sociedade liberal como a americana. Chase, por sua vez,
já tinha estado em alto mar e cumprido, inclusive com eficiência, metas de
produção de coleta de óleo de baleia. Mas como tinha origem humilde e
camponesa, perdeu o posto de capitão para o aristocrático Pollard.
O filme também faz uma crítica à ganância dos grandes
empresários que praticavam o lucro à qualquer custo, inclusive desvirtuando a
verdade sobre o naufrágio para que os negócios não fossem prejudicados.
Não é uma adaptação do clássico, mas sim da história que o
inspirou.
E o resultado da empreitada cinematográfica é um épico triunfal como não vemos há algum
tempo.
A trama acompanha Owen Chase (Chris Hemsworth,
de Thor), depois de uma promessa não cumprida de que iria comandar o seu
próprio barco baleeiro na próxima viagem que fizesse, e é obrigado a servir
como primeiro comandante para o inexperiente capitão George Pollard Jr
(Benjamin Walker, de Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros).
O filme começa com ele se despedindo da sua família para
mais uma jornada longa no mar, sem imaginar que encontraria “um monstro” no
meio do caminho.
Eles embarcam no Essex, que acaba afundando após encontrar a
gigantesca baleia branca. Anos depois, um dos sobreviventes da embarcação
(Brendan Gleeson, de No Limite do Amanhã) resolve contar esta história
para o homem que tornaria famoso o clássico Moby Dick, Herman Melville (Ben
Wishaw, de 007 Contra Spectre).
Atenção especial deve ser dada a Tom Holland (que será o
novo Homem-Aranha no Universo Marvel) e Cillian Murphy, simplesmente perfeito no papel de Matthew Joy!
“No Coração do Mar” não é exatamente um filme de ação como
foi “vendido”.
Ele é uma aventura sim, mas com um grande apelo dramático que
mantém o interesse do início ao fim, especialmente para os cinéfilos que querem
com paciência e com discernimento “ouvirem” uma boa história.
O filme tem relevância não é apenas uma mera refilmagem.
Não deixa de ser uma adaptação, mas certamente, é também um “blockbuster” com imagens incríveis e boas
atuações que merece ser visto.
Altamente recomendável.
Abraços Literários e até a próxima.
Nenhum comentário:
Postar um comentário