Hoje, 07 de janeiro, comemoramos o dia do leitor, uma data perfeita
para aqueles que gostam de ler e tem, no livro, um grande amigo.
Ler não é uma atividade passiva. Através da leitura, o
leitor identifica e cria lugares, personagens e histórias, se projetando e inserindo-se no que está
lendo.
As palavras do autor não são definitivas. Elas são
flexíveis e permitem que cada pessoa interprete o texto de acordo com as suas
próprias histórias, convicções e experiências. O livro não é um objeto acabado, ele depende
do leitor para significar.
Dessa forma, um dos inúmeros benefícios proporcionados
pelo hábito da leitura é o prazer do leitor em se envolver
com o texto, criar situações, imaginar lugares e personagens.
O leitor é, portanto, sujeito ativo
e indispensável para dar vida ao amontoado de palavras do qual o livro se constitui.
Ler é viajar. Foi (é e será)
através da leitura que o homem passou a conhecer lugares onde nunca esteve, se
remeter ao passado e projetar o futuro. É importante lembrar que não se nasce leitor, o aprendizado da
leitura é um processo infinito de capacitação que é fomentado pelo contato com
livros.
Pouco a pouco, a prática da leitura nos faz buscar cada vez
livros mais complexos, literários ou não, o que indica nosso crescimento na
capacidade de interpretação e de abstração.
O dia do leitor é uma comemoração brasileira,
surgida a partir do aniversário do jornal cearense “O Povo”, que foi fundado em
7 de janeiro de 1928 pelo poeta e jornalista brasileiro Demócrito Rocha, dentista, funcionário dos Correios e telégrafos,
intelectual, deputado federal, jornalista combativo e também criador do Maracajá, a “revista literária do movimento modernista no
Ceará”.
Quando Demócrito Rocha fundou o jornal diário O Povo, que
se transformaria numa espécie de cartão de visita do Ceará, o Maracajá passou a
circular como um dos seus suplementos. Por um lado, O Povo combatia os
“desregramentos políticos da época”, e por outro, o Maracajá abrigava a
produção dos poetas e intelectuais da terra, onde o próprio Demócrito Rocha
publicou a maioria de seus poemas, curiosamente sempre assinados com o
pseudônimo de Antônio Garrido.
Poesia de forte cunho regionalista, para quem praticou tal arte pelo final da década de 20, a ousadia do poeta se
revela nos seus versos livres, com uma dicção discursiva e vocabulário numa
mistura de requinte e simplicidade.
É lamentável que a
obra poética de Demócrito Rocha que pertenceu à Academia Cearense de Letras não tenha sido recolhida em livro, em edição
sistemática e estudo analítico.
Pelo menos um de seus poemas, O Rio Jaguaribe,
ganhou foros de imortalidade, aparecendo em várias antologias.
Parabéns a todos nós leitores!
Abraços literários e até a próxima.
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