Um novo verbete
entrou no dicionário Collins da língua inglesa. Trata-se da expressão mommy porn, cuja definição é "literatura erótica para mulheres
comuns, gente como a gente".
O termo foi consagrado pelo livro Cinquenta Tons de Cinza, livro que relata
o romance entre Christian Grey e Anastasia Steele. A trilogia escrita pela
inglesa E.L. James, bateu recordes de
venda ao misturar narrativas de cenas sexo recheadas de sadomasoquismo com uma
história de amor.
"Sabíamos que
o livro seria bem aceito. Ainda que a história seja picante e o sexo esteja
presente o tempo todo, trata-se de um grande romance", defende o editor da
Intrínseca, que publicou a obra por aqui. Tamanho sucesso levou outras editoras
do mundo todo a lançar os próprios romances do gênero na tentativa de
aproveitar o frisson.
Dezenas de títulos
surgem a cada semana. No Brasil, a editora Paralela, investiu na trilogia Crossfire, de Silvia Day; a
Jardim dos Livros apostou no picante Loucamente Sua, de Rachel Gibson; a Best Seller lançou Cinquenta
Tons de Prazer, de Marisa Benett — todas autoras americanas.
Entre os analistas
do fenômeno, há quem diga que o sucesso do mommy porn se deve à internet: os e-books garantem que as
senhoras leiam as histórias mais escabrosas em seus tablets sem que ninguém
saiba o que estão saboreando. Graças aos e-books também, a enorme demanda pelo
produto pode ser atendida — a primeira versão foi publicada por uma pequena
editora australiana, incapaz de imprimir cópias em grande escala. Também há
quem atribua a força das vendas ao fato de as mulheres estarem em maioria nos
grupos virtuais de leitura, onde o boca a boca corre rápido. Os estudiosos do
comportamento feminino argumentam, ainda, que a demanda feminina por produtos
pornôs estava represada e já dava há tempos sinais de que iria explodir. A literatura erótica seria, portanto, uma
espécie de reação natural de consumidoras já emancipadas depois de uma série de mudanças
comportamentais. Para entender todas as sutilezas desse fenômeno, especialistas
de diferentes áreas e países concordam
que vivemos um momento histórico singular, que deve ser comemorado: As mulheres
se libertaram de muitos tabus e estão buscando, em massa, caminhos individuais
para o prazer.
Mais um termo
devidamente explicado.
Até a próxima e
abraços literários.
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