Centenário
de Luiz Gonzaga-
O
sertão virou música e se espalhou pelo Brasil todo na voz, na sanfona, na
zabumba e no triângulo de Luiz Gonzaga. Ele era o Rei do Baião e estaria completando 100 anos.
Gonzaga
nasceu em 13 de Dezembro de 1912, na Fazenda Caiçara, em Exu, distante 603 Km da Capital
Pernambucana. Segundo dos nove filhos da união do casal Januário José dos
Santos e Ana Batista de Jesus (Santana), veio ao mundo dividido entre a enxada
e a sanfona. Foi observando seu pai animando bailes e consertando velhas
sanfonas, que lhe desperta a curiosidade por tal instrumento. Certa vez seu pai
encontrava-se na roça e sua mãe na beira do rio, o mesmo pegou uma velha
sanfona e começou a tocar. Santana, que não queria que o filho trilhasse o
mesmo caminho do pai, dava-lhe puxões de orelha que nada adiantavam. Luiz
seguia em frente, acompanhando seu pai em diversos forrós, revezando-se com ele
na sanfona e ganhando seus primeiros trocados.
Assim cresceu Gonzaga: ajudando o pai na roça
e na sanfona, acompanhando Santana às feiras do Exu, fazendo pequenos serviços
para os fazendeiros da região, sendo protegido pelo Cel. Manuel Aires de
Alencar, homem bondoso e respeitado até por seus inimigos. Gonzaga era bem
tratado pelos Aires de Alencar, tanto que suas primeiras escritas e leituras
foram ensinamentos das filhas do Coronel e foi o próprio Coronel Aires quem
realizou o grande sonho de Gonzaga: possuir sua primeira sanfona. Tal
instrumento custava a importância de cento e vinte mil réis, Gonzaga tinha só a
metade, a outra o próprio Coronel adiantou, quantia esta paga mais tarde com o
fruto do seu trabalho de sanfoneiro. O primeiro dinheiro ganho com a nova
sanfona foi no casamento de Seu Dezinho, na Ipueira, onde ganhou vinte mil
réis. Tal convite viera aumentar sua fama, começa ali a ser um respeitado
sanfoneiro na região.
O apogeu do Baião perpassou a segunda metade
da década de 40 até a primeira metade da década de 50, época na qual Gonzaga
consolida-se como um dos artistas mais populares em todo território nacional.
Tal sucesso é devido principalmente à genialidade musical da "Asa Branca" (composição dele com
Humberto Teixeira), um hino que narra toda trajetória do sofrido imigrante
nordestino.
Quando "oiei" a terra ardendo
Qual a fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
Qual a fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
Por que tamanha judiação
Que braseiro, que “fornaia”
Nem um pé de "prantação"
Por “farta” d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Nem um pé de "prantação"
Por “farta” d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Por “farta” d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Morreu de sede meu alazão
“Inté” mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
"Intonce" eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração
Bateu asas do sertão
"Intonce" eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração
"Intonce" eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração
Guarda contigo meu coração
Hoje longe, muitas léguas
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim “vortar” pro meu sertão
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim “vortar” pro meu sertão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim “vortar” pro meu sertão
Pra mim “vortar” pro meu sertão
Quando o verde dos teus "óio"
Se "espaiar" na “prantação”
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu “vortarei”, viu
Meu coração
Se "espaiar" na “prantação”
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu “vortarei”, viu
Meu coração
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu “vortarei”, viu
Meu coração.
Que eu “vortarei”, viu
Meu coração.
A partir de 1953 Gonzaga passou a
apresentar-se trajado com roupas típicas do Sertão Nordestino: chapéu
(inspirado no famoso cangaceiro Virgulino Ferreira, O Lampião, de quem era
admirador), gibão e outras peças características da indumentária do vaqueiro
nordestino. Alia-se a esta imagem a presença de sua inconfundível Sanfona
Branca - A Sanfona do Povo. Com o surgimento de novos padrões na música popular
brasileira, o apogeu do Baião começa a apresentar sinais de declínio, apesar
disso, Gonzaga não cai no esquecimento, pelo menos para o público do interior,
principalmente no Nordeste. Todavia, foi o próprio movimento musical juvenil da
Década de 60 - notadamente Gilberto Gil e Caetano Veloso, este último e depois Gonzaguinha
regravando ambos o sucesso Asa Branca, responsáveis pelo ressurgimento do nome
Gonzaga no cenário musical do país. Em março de 1972 em show realizado no
Teatro Tereza Rachel, no Rio de Janeiro, marca o reaparecimento de Gonzaga para
as platéias urbanas. Após longo período de atividade profissional, cerca de 35
anos, é chegada a hora de retornar a sua terra natal. Em Exu dá início à
construção do tão sonhado Museu do Gonzagão, localizado às margens da BR-122,
dentro do Parque Aza Branca (escrevia desta forma por pura superstição, embora
soubesse do erro ortográfico). Lá se encontra o maior acervo de peças
pertencentes ao Rei do Baião: suas principais sanfonas, inclusive a que tocou
para o Papa em Fortaleza; suas vestimentas; seus discos de ouro; troféus;
diplomas; títulos; fotos e presentes a ele ofertados ao longo de sua brilhante
carreira. Além do Museu, o Parque abriga também lanchonete, grande palco de
shows, várias suítes para acolhimento de visitantes, a casa de vovô Januário,
lojinha de souvenir e a casa grande de onde Gonzaga observava a sua pequena
Exu.
Vida de viajante
Minha vida é
andar
Por este país
“Prá” ver se um dia
Descanso feliz
Guardando a recordação
Das terras onde passei
Andando pelos sertões
Dos amigos que lá deixei
Chuva e sol
Poeira e carvão
Longe de casa
Sigo o roteiro
Mais uma estação
(Necunecuné!)
E a saudade no coração
Minha vida é andar
Por este país
"Prá" ver se um dia
Descanso feliz
Guardando a recordação
Das terras onde passei
Andando pelos sertões
Dos amigos que lá deixei...
Mar e terra
Inverno e verão
Mostro um sorriso
Mostro alegria
Mas eu mesmo não
(Necunecuné!)
E a saudade no coração ...
Por este país
“Prá” ver se um dia
Descanso feliz
Guardando a recordação
Das terras onde passei
Andando pelos sertões
Dos amigos que lá deixei
Chuva e sol
Poeira e carvão
Longe de casa
Sigo o roteiro
Mais uma estação
(Necunecuné!)
E a saudade no coração
Minha vida é andar
Por este país
"Prá" ver se um dia
Descanso feliz
Guardando a recordação
Das terras onde passei
Andando pelos sertões
Dos amigos que lá deixei...
Mar e terra
Inverno e verão
Mostro um sorriso
Mostro alegria
Mas eu mesmo não
(Necunecuné!)
E a saudade no coração ...
VCS já “viajaram” em Vida de viajante
???????
Já cantaram Asa Branca ?????
Composição musical Tb é leitura não é mesmo
????
Então vamos comemorar o centenário do rei do
baião com duas de suas músicas mais
conhecidas!
Abraços literários.
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