Desejos de Victor
Hugo ou Os Votos de Sergio Jockymann?
Há uma divergência
sobre a autoria do referido poema.
“Desejos” não
seria da autoria de Victor Hugo, teria uma versão intitulada
“ Os Votos” de Sergio Jockymann publicado
originalmente em 1980.
Como não sei dizer
se é ou não lenda da “ internetês” publico dando os créditos
a quem for de direito, Victor Hugo ou Sergio
Jockymann, Desejos ou Os Votos, o poema é lindo!
“Pois desejo
primeiro que você ame e que amando, seja também amado.
E que se não o for,
seja breve em esquecer e esquecendo não guarde mágoa.
Desejo depois que
não seja só, mas que se for saiba ser sem desesperar.
Desejo também que
tenha amigos e que mesmo inconsequentes sejam corajosos e fiéis.
E que em pelo menos
um deles você possa confiar e que confiando não duvide de sua
confiança.
E porque a vida é
assim, desejo ainda que você tenha inimigos, nem muitos nem poucos,
mas na medida exata para que algumas vezes você interpele a respeito
de suas próprias certezas.
E que entre eles,
haja pelo menos um que seja justo para que você não se sinta
demasiadamente seguro.
Desejo depois que
você seja útil, não insubstituivelmente útil, mas razoavelmente
útil.
E que nos maus
momentos, quando não restar mais nada, essa utilidade seja
suficiente para manter você de pé.
Desejo ainda que
você seja tolerante, não com que os que erram pouco, porque isso é
fácil, mas com aqueles que erram muito e irremediavelmente.
E que essa
tolerância nem se transforme em aplauso nem em permissividade, para
que assim fazendo um bom uso dela, você dê também um exemplo para
os outros.
Desejo que você
sendo jovem não amadureça depressa demais,
e que sendo maduro não insista em rejuvenescer,
e que sendo velho não se dedique a desesperar.
e que sendo maduro não insista em rejuvenescer,
e que sendo velho não se dedique a desesperar.
Porque cada idade
tem o seu prazer e a sua dor e é preciso deixar que eles escorram
dentro de nós.
Desejo por sinal que
você seja triste, não o ano todo, nem um mês e muito menos uma
semana,
mas um dia.
mas um dia.
Mas que nesse dia de
tristeza, você descubra que o riso é bom.
Desejo que você
descubra com o máximo de urgência, acima e a despeito de tudo,
talvez agora mesmo, mas se for impossível amanhã de manhã, que
existem oprimidos, injustiçados e infelizes.
E que estão à sua
volta e que você pode fazer algo para começar a mudar isso.
Desejo ainda que
você afague um gato, que alimente um cão e ouça pelo menos um
João-de-barro erguer triunfante seu canto matinal.
Porque assim você
se sentirá bem por nada.
Desejo também que
você plante uma semente e acompanhe seu crescimento dia a dia, para
que você saiba de quantas muitas vidas é feita uma árvore.
Desejo que você
tenha dinheiro porque é preciso ser prático. E que pelo menos uma
vez por ano você ponha uma porção dele na sua frente e diga: Isto
é meu.
Só para que fique
claro quem é o dono de quem.
Desejo ainda que
você seja frugal, não inteiramente frugal, não obcecadamente
frugal, mas apenas usualmente frugal.
Mas que essa
frugalidade não impeça você de abusar.
Desejo também que
nenhum de seus afetos morra, por ele e por você. Mas que se morrer,
você possa chorar sem se culpar e sofrer sem se lamentar.
Desejo por fim que,
você tenha uma boa pessoa, alguém do bem.
E que se amem hoje,
amanhã, depois, no dia seguinte, mais uma vez e novamente de agora
até o próximo ano acabar.
E que quando
estiverem exaustos e sorridentes, ainda tenham amor pra recomeçar.
E se isso acontecer,
não tenho mais nada para desejar”
Fonte: Folha da
Tarde – Porto Alegre – 30 de Dezembro de 1978.
Observação: A
pontuação e formatação do texto foram mantidas o mais próximo do
original com algumas adaptações.
Agradeço a todos que por aqui estiveram, os bons amigos e os que chegaram agora.
Gratidão pela presença de vocês, pelo carinho e pela amizade.
O Café com Leitura na Rede deseja aos leitores e amigos um Feliz Ano Novo, cheinho de boas novis, amor, amizade, paz, saúde, alegrias, sucesso, café e muitos livros!
Feliz 2019!
Abraços Literários
e até a próxima.