A Caneca Literária de hoje é para VCS que assim
como nós amam romances!
Charlotte Street
Um romance engraçado e irreverente. Uma história de amor...
Tudo começa com uma garota... (porque sim, sempre há uma
garota...) Jason Priestley acabou de vê-la. Eles partilharam de um momento
incrível e rápido de profunda possibilidade, em algum lugar da Charlotte
Street. E então, em um piscar de olhos, ela partiu deixando-o, acidentalmente,
segurando sua câmera descartável, com o filme de fotos completo....
E agora Jason — ex-professor, ex-namorado, escritor e herói
relutante — se depara com um dilema. Deveria tentar seguir a garota? E se ela
for A Garota? Mas aquilo significaria utilizar suas únicas pistas, que estão
ainda intocáveis em seu poder...
É engraçado como as coisas algumas situações se
desenrolam...
Charlotte Strett foi uma agradabilíssima surpresa, um dos melhores livros que li nesse ano.
Fala sobre ser golpeado pela vida, dar o seu melhor,
agarrar o momento, perseguir seus sonhos, reinventar-se, fazer acontecer,
pertencimento e esperança.
Mostra que é possível sair da frustração não manifestada
que se transformada em foco e canalizada corretamente te faz ser surpreendido
com coisas boas.
Ensina que VC pode se curvar na vida ou VC pode se dobrar e
se desdobrar.
Fala sobre games, música e fotografias. Como são essas
fotos, quem está nelas e quais as histórias que elas contêm e apresentam pistas
para montar o grande quebra-cabeça que é o livro.
Principalmente descreve como as palavras-chave da nossa vida formam um conjunto de características único, mas que essas palavras podem ser outras.
Comecei a ler despretensiosamente e sem
nenhuma expectativa, depois de te lido
muitas resenhas falando o quanto o livro era maçante.
Vou começar essa resenha dizendo que talvez o equívoco esteja
no marketing da editora que fez muitos leitores esperarem uma coisa, e
encontrarem outra.
"Um romance engraçado e irreverente”, não se refere
a um relacionamento amoroso especificamente.
Romance neste contexto quer dizer livro, assim como romance policial, romance erótico,
romance distópico. No sentido literário da palavra, aquela lá do dicionário
onde se lê que romance é um substantivo masculino e cujo significado é
narrativa ou enredo. Romance aqui tem um significado mais
abrangente, não quer dizer apenas amor,
mas uma outra maneira de designar
livros. A editora quis deixar a frase
bonita, em vez de dizer livro, usou “romance”.
Em "Uma história de amor...” está o segundo engano. Existem vários tipos de amor, e ele não só
se refere a amor entre duas pessoas. No caso desse livro ouso dizer que amor está
mais para uma amizade super bacanérrima, tudo de bom e daquelas que todo mundo
deveria ter uma para chamar de sua.
As reticências ali
dão o sentido de continuidade, deixando algo oculto, pra chamar sua atenção.
VC vai ler o livro pensando encontrar um romance leve
e engraçado. #sóquenão
A história de Jason (Jase) Priestley é absurdamente
real, assim como a de alguém tão possível que parece alguém que conhecemos, que encontramos em
algum momento de nossas vidas.
Começa com nosso protagonista narrador infeliz e
fracassado.
Ele acaba de perder a namorada, e agora Sarah está
noiva e grávida de Gary, que é um homem bem-sucedido.
Jason (Jase) Priestley (não, não é o ator que interpretou Brandon Walsh da série Beverly Hills) ainda não
superou o término do seu namoro e isso o
faz parar de acreditar em
esperança. Ele
mora com seu melhor amigo nerd-gamer-geek-sem noção-super fofo da faculdade,
Dev Patel, e a vida dos dois é beeeem rotineira. Em meio a conversas papo(furado)
cabeça e filosofia de botequim, Jase e Dev discutem sobre como “
agarrar o momento”.
Quando Jase ajuda uma garota cheia de compras a entrar em
um táxi na Charlotte Street, e sem
querer, fica com sua câmera descartável 35 mm, de alguma forma pensa que deixou o
Momento passar. E se aquela fosse A Garota de sua vida?
Então, com a ajuda de seus amigos e de suas únicas pistas, 12 fotos e 12
momentos, parte em busca da Garota.
A premissa é boa, e o transcorrer da narrativa é tão intima
que te leva para dentro da trama e você se sente fazendo parte daquele momento,
ligada à história.
Muita gente não gostou porque simplesmente "esperava
mais”, mas você não pode reclamar se
encontrar algo diferente.
Charlotte Street não é um livro que fala sobre um
romance que surge de forma inusitada, onde o protagonista vai atrás da garota
-misteriosa, afim de lhe devolver a câmera, mas querendo conhecê-la.
Charlotte Street é mais do que isso. Está em suas
entrelinhas toda a mensagem que o autor quis passar.
"Acredito que realmente as coisas mudam, é claro. Mas,
na minha experiência, acredito que, frequentemente, as coisas mudam porque as
pessoas não mudam”.
Página 108
Eu amei o livro, tem personagens memoráveis, o protagonista
e os personagens secundários são tão bem construídos que você sente carinho por
eles, se torna amiga deles e sente falta deles quando termina a leitura.
Além de Dev, Sarah e Gary, temos Abbey, Matt, Zoey e Shona que é a garota.
Ao longo do livro vemos que através de pequenas coisas,
pequenos momentos, Jase vai se construindo e mudando de “fase”.
A narrativa é descontraída com Jase conversando com o
leitor de maneira informal e irônica.
Apesar de você não cair na gargalhada, alguns momentos são
bem divertidos assim como são inteligentes os diálogos e as tiradas são de
gênio!
Charlotte Strett mais do que me surpreender, me encantou!
Danny Wallace me encantou com sua narrativa direta e crua.
Da leitura reflexiva tirei diversas lições, a mensagem que
o livro passa é muito construtiva e possível.
É um livro que vale muito a pena ler, se divertir e
refletir.
Além do mote bem interessante, ainda tem dois
plus na minha opinião, começa com um prólogo
autoexplicativo e termina com um epílogo super bacanérrimo.
Quem me conhece e quem lê as resenhas aqui do bloguito
sabem que eu amo epílogos.
Abraços Literários e
até a próxima.