Sinopse: Anna
Fox mora sozinha na casa que um dia abrigou sua família feliz.
Separada do marido e da filha e sofrendo de uma fobia que a mantém
reclusa, ela passa os dias bebendo (muito) vinho, assistindo filmes
antigos, conversando com estranhos na internet e…. espionando os
vizinhos. Quando os Russells – pai, mãe e o filho adolescente –
se mudam para a casa do outro lado do parque, Anna fica obcecada por
aquela família perfeita. Até que certa noite, bisbilhotando, ela vê
na casa deles algo que a deixa aterrorizada e faz seu mundo começar
a ruir.
Mas será que o
que testemunhou aconteceu mesmo? O que é realidade? O que é
imaginação? Existe realmente alguém em perigo? Neste thriller
viciante, ninguém – e nada – é o que parece.
Vocês se
lembraram de A Garota no trem?????? Que tem uma protagonista cujas
memórias estão comprometidas e, por isso, há dúvidas em relação
a ter ou não testemunhado um crime?
O thriller
psicológico sempre fez muito sucesso e A
Mulher na Janela da editora Arqueiro é o bonito
da vez.
Confunde o leitor
como um quebra-cabeças onde nenhuma peça se encaixa ali com
perfeição ou um labirinto onde percorremos os caminhos errados.
Tudo o que você acredita ser verdade não é.
Narrada de
maneira ágil pela protagonista Anna, que por conta de uma fobia fica
presa em casa, nos apresenta sua rotina diária: bisbilhotar a vida
alheia.
Quando uma
família se muda para a casa em frente a sua, ela fica obcecada por
eles até testemunhar algo que a deixa transtornada.
Porém, seu maior
desafio será diferenciar realidade da imaginação: só assim ela
poderá convencer os outros sobre o que ela viu.
Vocês se lembram
de Janela Indiscreta?????
A Mulher na
Janela é uma homenagem aos filmes da metade do
século XX e o livro é recheado de referências e citações de
algumas das principais obras do cinema.
O autor soube
muito bem mesclar o caráter introspectivo do livro com os elementos
externos à personagem tornando fácil visualizar as cenas, como se
estivesse assistindo a um filme e compartilhar com a protagonista
seus sentimentos e sensações deixando claro suas limitações de
saúde e problemas com bebida, cenário
perfeito para lançar as perguntas: Aconteceu mesmo algo? E, se
aconteceu, de quem é a culpa?
A partir daí, enquanto desfazemos nós e buscamos identificar o
que é verdade e o que não passa de imaginação de uma mente
perturbada, a leitura se torna viciante!
Os personagens
secundários cumprem bem seus papéis de complicadores do mistério.
Nada do que é
colocado na narrativa é por acaso, tudo tem um propósito para
conectar acontecimentos entre si e apresentar camadas
interpretativas à leitura.
O único senão
que eu faria são alguns flashbacks um tiquinho longos :p
O leitor consegue
desvendar os mistérios antes deles serem revelados, mas isso não
retira o mérito da obra nem diminui o prazer de ter passado horas
procurando por pistas.
As últimas
cinquenta páginas são eletrizantes e o plot twist final foi
surpreendente.
A.J.
Finn, formado
em Oxford, é ex-crítico literário e já escreveu para o Los
Angeles Times, The Washington Post e The Times Literary Supplement. A
Mulher Na Janela, seu primeiro romance, foi vendido para 36 países e
está sendo adaptado para as telonas pela
20th Century Fox.
Abraços
Literários e até a próxima.