A Caneca Literária de hoje leva VCS para uma divertida viagem pelas páginas do chick lit Aconteceu em Paris, na companhia da maluca Evie Dexter. Sirvam-se de uma taça de vinho e deem muitas risadas!
Aconteceu em Paris - Molly Hopkins
Evie Dexter quer fazer carreira como guia de turismo.
Determinada como é, e cheia de coragem por causa de um ou outro drink, ela logo
começa a “melhorar” seu currículo. E consegue um ótimo emprego: acompanhar
turistas por toda Paris. Agora é só uma questão de se firmar como profissional
demonstrando o seu melhor. Mas os vinhos franceses são tão gostosos... E seu
tutor, Rob, é bonito demais!
O primeiro romance de Molly Hopkins é um livro que todo
mundo gostaria de ler. É verdade que você pode se incomodar com o comportamento
de Evie quando ela descobre que Rob é muito rico, e pode até ser que você ache
que Rob é exageradamente controlador. Mas nada é maior que as gargalhadas que
você dará quanto mais conhecer a garota descomedida, apaixonada e com um imenso
coração que é Evie. Uma moça como muitas que conhecemos
Evie é uma moça de 26 anos, que tem uma enorme dívida no cartão de crédito, que
divide o apartamento com sua melhor e “desmiolada” amiga, Lulu, e está desempregada. Chegando a conclusão que
boa parte do seu dinheiro é empregada em roupas, makes, bebidas, comidas e
viagens ela tem uma idéia: tornar-se guia turística. Afinal, não seria ótimo fazer
todas essas coisas e ainda ser paga para isso?
O problema é que Evie não tem qualificação nenhuma para o
emprego, o que não a impede de mentir no
currículo e ser contratada. E é em sua primeira viagem para Paris que ela
conhece Rob, o motorista do ônibus de excursão.
Gostar do protagonista é meio caminho andado para se gostar do livro. Não gostar, especialmente quando o livro é narrado em primeira pessoa e precisamos conviver com as ações e também com os pensamentos do personagem é um problema.
Gostar do protagonista é meio caminho andado para se gostar do livro. Não gostar, especialmente quando o livro é narrado em primeira pessoa e precisamos conviver com as ações e também com os pensamentos do personagem é um problema.
E o meu problema com “Aconteceu em Paris” começou com Evie.
A contracapa do livro a descreve como sendo “destemida”, mas para mim ela não é
destemida e sim desajuizada. Isso não seria um problema, e poderia render
algumas risadas, se tudo o que ela faz não soasse tão absurdo.
Passa o tempo todo querendo emagrecer, mas não gosta de freqüentar a academia e se afoga bebendo vinho; viaja para um país estrangeiro e ao perceber que esqueceu em casa sua bolsa onde estão seus documentos, passaporte e dinheiro vê como maior problema a falta de maquiagem; arruma um emprego que exige ser responsável por outras pessoas quando não consegue nem ser responsável por si mesma; inventa mentiras sobre todos os pontos turísticos por onde passa e bebe até passar mal enquanto está trabalhando.
Passa o tempo todo querendo emagrecer, mas não gosta de freqüentar a academia e se afoga bebendo vinho; viaja para um país estrangeiro e ao perceber que esqueceu em casa sua bolsa onde estão seus documentos, passaporte e dinheiro vê como maior problema a falta de maquiagem; arruma um emprego que exige ser responsável por outras pessoas quando não consegue nem ser responsável por si mesma; inventa mentiras sobre todos os pontos turísticos por onde passa e bebe até passar mal enquanto está trabalhando.
Não bastasse a protagonista ser caricata, Rob – o homem com
quem ela se envolve – também tem atitudes incompreensíveis, alternando entre o
seu lado machista e o sedutor a cada virada de página.
E esse foi outro problema: Mesmo que o romance de Evie e Rob fosse para
ser apenas caso tórrido (o que não condiz com o transcorrer da narrativa e o
final do livro) o casal não passa química nenhuma. Não senti
clima, sentimento e nem mesmo atração de verdade entre eles, parecendo algo do
tipo “ame quem está próximo de você (e apenas porque está próximo de você)”.
O romance forçado, não sei dizer se foi porque tudo
aconteceu muito rápido, foi também bem confuso
Talvez o maior problema de “Aconteceu em Paris” é o erro de dosagem.
Talvez o maior problema de “Aconteceu em Paris” é o erro de dosagem.
Ao querer fazer uma personagem meio destrambelhada, a
autora abusou tanto de elementos que a fariam assim que a tornou caricata. Ao
querer fazer um romance arrebatador e sexy, fez um relacionamento vazio. Ao
querer fazer um livro engraçado, o fez completamente absurdo (o que poderia até
ser sinônimo de inusitado e divertido, o que não é o caso).
Talvez esse erro de dosagem ocorra porque este é o primeiro livro da autora, ou talvez isso tudo só tenha me incomodado porque realmente não consegui me identificar com a trama.
Talvez esse erro de dosagem ocorra porque este é o primeiro livro da autora, ou talvez isso tudo só tenha me incomodado porque realmente não consegui me identificar com a trama.
O enredo não é
elaborado, algumas partes são bem monótonas e chatas, não teve aquele
ápice que tanto se espera nos livros (ou talvez eu seja muito exigente)
O final foi inesperado, mas não de um jeito bom. Pelo menos
eu não gostei.
Não posso negar que o livro é divertido, dei boas risadas
com alguns dos personagens secundários, que foram melhor construídos, especialmente o núcleo
grego, a total sem noção da Lexie, irmã da Evie
e as sobrinhas gêmeas são encantadoras, sendo uma super fofa e a outra
que parece saída de um livro do Stephen King, adorável projetinho de gótica e
sinistra..
Enfim, não espere um romance arrebatador, coisa que a capa
pode facilmente induzir, nem crie
grandes expectativas ao ler o livro pelo fato de ser um chick lit.
No geral é só uma boa opção de leitura descompromissada
Abraços Literários e até a próxima..