Talvez você
nunca tenha lido um livro de Philip K. Dick, mas
certamente conhece alguma de suas obras. Filmes como O
vingador do futuro, O homem duplo
e Minority Report: A Nova Lei, entre
outros saíram das páginas de seus livros.
Assim como o cult
Blade Runner: O Caçador de Androides,
de 1982, dirigido por Ridley Scott e inspirado na obra “Androides
sonham com ovelhas elétricas?” que conta a história de Rick
Deckard, um caçador de recompensas que, em uma sociedade distópica,
coberta por poeira radioativa e devastada por uma guerra atômica,
sonha em substituir sua ovelha de estimação elétrica por um animal
de verdade – sonho de consumo que vai além de sua condição
financeira. Ele vê a chance de realizar esse desejo ao ser chamado
para um novo trabalho: perseguir e aposentar androides que estão
refugiados.
Em homenagem
ao aniversário deste clássico sci-fi, que completa 50 anos em 2018,
e aproveitando a hype da continuação Blade
Runner 2049, depois de 35 anos, a
editora Aleph preparou uma edição comemorativa com capa dura,
encartes coloridos e extras para enriquecer a leitura. A ideia foi
desenvolver um novo olhar sobre a história, recriando uma estética
que vai além da difundida pelo filme, abordando questões sobre a
natureza da vida, da tecnologia e da própria condição humana. O
livro em comparação com filme apresenta
aspectos da obra não explorados no cinema, como a preocupação
ambiental, além das questões religiosas presentes no texto.
Ao longo de sua
vida e de sua carreira, Dick nunca deixou de suspeitar do mundo a sua
volta, em aparência e em essência.
“Androides
sonham com ovelhas elétricas?” é uma obra
que questiona a condição humana, a
verdadeira natureza da realidade e como podemos definir
o que é humano.
Em Blade
Runner, O Caçador de Andróides, que teve lançamento em 25/12/1982,
no século 21, uma corporação desenvolve clones humanos para
serem usados como escravos em colônias fora da Terra, identificados
como replicantes. Em 2019, um ex-policial é acionado para caçar um
grupo fugitivo vivendo disfarçado em Los Angeles.
Em
Blade Runner 2049, lançado em 05/10/2017, após
descobrir um segredo enterrado há muito tempo, que ameaça a
sociedade, um novo policial embarca na busca de Rick Deckard, que
está desaparecido há 30 anos.
Com direção de
Dennis Villeneuve (do excelente A Chegada com resenha que vocês conferem aqui) é um estudo no mesmo universo, só que 30
anos após os acontecimentos do original, em que a humanidade está
novamente ameaçada, e dessa vez o perigo é ainda maior.
O oficial K (Ryan
Goslin(dooooooooooooo)g, desenterrou (literalmente) um segredo com
potencial para imergir a sociedade no caos.
A descoberta faz
com que ele parta numa incessante busca por Rick Deckard (Harrison
Ford), desaparecido nos 35 anos que separam as sequências.
Aliás nesses
anos que separam o original de sua sequência, foram produzidas
muitas distopias, cyberpunk e sci-fi, mas nenhuma (até aqui) com o
estilo tão específico imaginado por Ridley Scott láááá atrás.
O roteiro de uma
profundidade que eleva o blockbuster ao status cult não precisou
fazer uma releitura do mundo no qual a história está inserida e
apresenta com bastante propriedade reflexões sobre as relações
homem/máquina e como será possível no futuro distingui-los.
Os detalhes do
filme permitem que o público interprete como preferir (apesar
do óbvio das sociedades escravocratas) já que tudo é sutil.
O roteiro contém
conceitos filosóficos suficientes para nenhum spoiler estragar, (a
cena final é de uma delicadeza, poetice e sensibilidade absurdamente
cativantes), mas ao terminar o longa você vai sentir o choque da
realidade e perceber que não estamos tãooooo longe assim da
opressão que é retratada nele.
Blade Runner
2049 propõe indagações sobre a natureza da própria alma!
Imperdível.
Abraços
Literários e até a próxima.