Queremos convidar você a fazer uma viagem, uma viagem mágica, por diversos países, culturas, hábitos, épocas, onde sua imaginação quiser e você se permitir...

Viajar pelas páginas de nossos livros, por vários gêneros, escritores anônimos e ilustradores e também os ilustres escritores: romances, aventuras, comédias, mistérios, épicos, auto-ajuda, poéticos, didáticos... toda leitura faz o ser humano conhecer, abranger, crescer...

Neste blog vamos divulgar, sugerir, incentivar, um espaço para interagir com você, que vai ser nosso seguidor ou dar apenas uma espiadinha, mas será sempre bem-vindo, como aquele amigo que senta para tomar um café e conversarmos sobre aquelas páginas de um livro que mais nos marcou, ou aquele que estamos lendo no momento, então fica aqui nosso convite, entre no nosso blog, tome um café, enquanto passeia pelos nossas postagens, interaja conosco sempre, estamos aqui na rede aguardando a sua chegada.


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domingo, 26 de março de 2017

A Arte das Capas #30: Capas Temáticas- Chocolate

                                                                              

Hoje é o Dia Mundial do Chocolate.
Originalmente consumido pelos astecas era conhecido como a bebida dos deuses.
Para alegria dos chocólatras, essa delícia pode trazer benefícios para a saúde como aliciar o estresse, combater a ansiedade, ajudar no raciocínio, melhorar o humor e ser fonte de energia.
Nenhum nutricionista terá sérias objeções a um pedacinho de chocolate, se você não tiver restrições alimentares por problemas de saúde como intolerância a lactose, diabetes ou colesterol.
Além do cacau encontramos proteínas, carboidratos, minerais como o magnésio e o fósforo além de algumas vitaminas.
Deve ser consumido com moderação.

Agora vocês podem exagerar no consumo dos livros abaixo que remetem ao tema!
                                                                                     
                                                                                 


O clube das chocólatras
Chocolate. Esta não é uma palavra tão simples quanto parece. Ela pode significar a cura para uma dor de cabeça e até determinar o perfil psicológico de uma pessoa - pelo menos para Lucy Lombard, protagonista do divertido O clube das chocólatras, de Carole Matthews. Lucy e três grandes amigas - Autumn, Nadia e Chantal - se unem para, com a ajuda de muito, muito chocolate, enfrentar difíceis problemas cotidianos: um namorado galinha, um chefe paquerador, um marido viciado em jogo, um casamento sem amor... Afinal, existe algo melhor para aliviar tensões, curar corações partidos e originar uma história tão doce e divertida como esta?



A fantástica fabrica de chocolate
Charlie Bucket adora chocolate. Sr. Willy Wonka, o mais incrível inventor no mundo, está abrindo os portões de sua Fantástica Fábrica de Chocolate a cinco crianças sortudas. É um prêmio de uma vida! Quebra-queixos, doces mexe-mexe e um rio de delícias de chocolate derretido os aguardam - Charlie precisa apenas de um Cupom Dourado, e essas guloseimas poderão ser todas dele.



Morango e Chocolate
Morango e chocolate ficou famoso na década de 90, quando transformou -se em filme  indicado para o Oscar. David, jovem revolucionário, conhece Diego, homossexual assumido, patriota e nacionalista. Surge então o dilema: o dever “patriótico” da denúncia ou a aceitação de uma amizade inesperada, que vai abrindo os olhos dos dois para outras concepções de vida e outros valores humanos, como o direito de ser plural e de manifestar-se livremente. A história, que transcorre numa Havana histórica e bela, é um canto à amizade e à tolerância, humanamente calorosa e cheia de espírito. Nesta e nas outras três histórias do livro Senel Paz fisga o leitor com seus personagens ora cômicos, ora líricos, daqueles que marcam para sempre as nossas vidas.



O Beijo de Chocolate
Quem nunca sentiu algo tão forte que pensou que poderia estar enfeitiçado?
Na pequena Île Saint-Louis, no coração da romântica Paris, esconde-se uma casa de chá especial e mágica: La Maison des Sorcières. As tias Aja e Geneviève confiaram em sua jovem sobrinha Magalie para ajudá-las na empreitada de encantar os clientes com doces e bebidas que são literalmente feitiços – em especial, o inexplicável chocolate quente de Magalie.
A vida seguia tranquila até que o badalado pâtissier Philippe Lyonnais resolve abrir uma filial de sua loja a poucos metros dali. É então que começa uma batalha mais do que apimentada entre os dois doceiros: Magalie tenta punir (e instigar) Philippe com suas xícaras de chocolate quente, e ele a enlouquece com tentações inéditas e cheias de sabor.
Magalie, porém, nunca esteve pronta para sentir algo tão forte e, depois de tanto tempo isolada, ao conhecer Philippe vê que não pode mais fugir de quem é e dos seus desejos. Contudo, ele significa o risco de perder tanta coisa… Tudo aquilo que vale mais que um simples – ainda que absolutamente tentador – macaron.
Entre a teimosia e o desejo, o doce e o amargo descubram as emoções que só a paixão com uma boa dose de cacau e magia pode despertar.



O mistério do chocolate
Uma confeitaria, um assassinato, e alguns cookies de chocolate escandalosamente crocantes.
Hannah Swensen é uma confeiteira ruiva que cria sobremesas e cookies tão mordazes quanto suas respostas atrevidas na pequena cidade de Lake Eden. Quando Ron LaSalle, o entregador mais querido da cidade é encontrado morto atrás de sua confeitaria, tendo os famosos cookies de chocolate de Hannah espalhados ao seu redor, sua vida e seu negócio só pode piorar. Determinada a não permitir que seus cookies fiquem com má reputação, ela decide começar a investigar o crime, colocando também sua própria vida em risco. Acompanhado de uma boa dose de humor e uma deliciosa variedade de receitas de cookies de dar água na boca, O mistério do chocolate é um ótimo suspense culinário investigado por uma esperta aspirante a detetive que fará os leitores de mistério saboreá-lo do início ao fim.



Sabor de sangue e chocolate
É apenas mais um dia no colégio e na vida de um dos alunos, Alex. Tudo promete ser como sempre até que um acidente acontece e com isso uma reação inesperada. Com ela, vem à tona uma insana vontade de beber sangue. Desesperado, Alex acredita que está enlouquecendo. E a situação só piora quando a mãe o obriga a viajar para Nova Guanaja, uma cidadezinha próxima a Gramado e Canela, no Rio Grande do Sul. Lá, ele fica hospedado na casa de Miranda, dona da melhor chocolateria da cidade. A tranquilidade do lugar, porém, logo deixa de existir. Um rapaz é decapitado numa das praças da cidade. Uma jovem tem todo o sangue extraído de seu corpo. E novas mortes ocorrem sem que ninguém possa impedi-las. Alex acaba preso a uma trama cheia de mistérios e perigos, tecida por uma bruxa que não medirá esforços para saciar sua ambição.



Baunilha e chocolate
Um contraste de cores e de sabores que, no entanto, combinam muito bem. Como acontece, por vezes, no amor. Como aconteceu com Penelope e Andrea, duas pessoas de carácter e sensibilidade muito diferentes que, apesar disso, se amaram, casaram, tiveram três filhos e juntos partilharam os altos e baixos de um casamento que dura já há dezoito anos. Mas a certa altura a mágica alquimia quebra-se: Penelope, cansada das muitas traições do marido, desiludida com o seu comportamento egoísta, abandona-o para o deixar  com os mil e um problemas da família, que até àquele momento caíram apenas sobre os seus ombros. Agora é a vez de ele superar as dificuldades. Para Andrea é um choque, porque, no fundo, nunca deixou de considerar Penelope como a única mulher da sua vida, aquela com quem sempre pôde contar. Para ambos, a separação é a oportunidade para fazerem um balanço das respectivas existências, para olharem para dentro de si mesmos com uma sinceridade impiedosa e para reviver o próprio passado, tentando compreender a causa de tantos erros e de tantas escolhas mal feitas. Mas neste percurso penoso, emerge pouco a pouco aquilo que ambos sempre souberam: o amor que os uniu ainda está vivo. Ferido, maltratado, resistiu aos assaltos do tempo e pode ainda gerar alegria e felicidade.



Chocolate
Vianne Rocher chega a Lansquenet-sous-Tannes na terça-feira de Carnaval, onde facilmente se apercebe tratar-se de uma cidadezinha de província onde as pessoas são “cinzentas” e  “ tristes”. Possuem, não poucas vezes, um olhar “duro”. Vianne compreende, então ter chegado a uma povoação isolada, em cujo centro se ergue a torre branca da igreja, que domina todo o território, a partir da praça principal.
Depois de passar vários anos a viajar ao sabor do vento e a fugir dos seus fantasmas sente, de súbito, um forte desejo de estabilidade. E julga encontrar em Lansquenet o local ideal para criar raízes, um lugar perfeito para trazer à população local um pequeno toque de felicidade, através da magia alquímica das suas mãos especializadas em elaborar a poção mágico do…
…Chocolate!
Na adaptação para as telonas temos Juliette Binoche, Alfred Molina, Judi Dench e Johnny Deep.
Esse é um daqueles livros/filmes que possuem memória afetiva <3
É um dos meus favoritos da vida!


E aí qual desses livros vocês leram?
Qual gostariam de ler??
Que livro sobre o tema recomendam???


Abraços Literários, beijos achocolatados e até a próxima.



segunda-feira, 20 de março de 2017

Caneca Literária #40: Zootopia - Essa Cidade é o Bicho


A Caneca Literária de hoje traz a animação vencedora do Oscar 2017,
Zootopia - Essa Cidade é o Bicho.

                                                                                       


Sinopse:  A moderna metrópole Zootopia é uma cidade diferente de todas as outras. Composta de bairros-habitat como a elegante Sahara Square e a gelada Tundratown, é uma grande mistura onde animais de todos os ambientes vivem juntos — um lugar onde não importa o que você é, do maior elefante ao menor musaranho, você pode ser qualquer coisa.
Mas quando a otimista policial Judy Hopps chega, ela descobre que ser a primeira coelha numa força policial de animais grandes e fortes não é nada fácil. Determinada a provar seu valor, ela agarra a oportunidade de solucionar um caso, mesmo que isso signifique formar uma parceria com o raposo falante e vigarista Nick Wilde, para desvendar o mistério.

Esse filme é maravilhoso! Dirigido por Byron Howard (Bolt e Enrolados) e Rich Moore (Detona Ralph), o 55º filme da Walt Disney Animation mostra que o estúdio continua se atualizando, não só na tecnologia como nos temas que aborda em suas tramas.
Em Zootopia, os animais vivem em um mundo moderno criado por eles e não em um mundo humano ou selvagem, como na maioria das animações.
Predadores e presas convivem em harmonia, não possuindo mais comportamentos selvagens desmedidos.

                                                                                


Visualmente, uma das coisas que mais atraem a atenção são os cenários ricamente detalhados. Foram feitas várias pesquisas sobre o tipo de ambiente em que cada espécie vive e o estilo arquitetônico que mais faria sentido para esses animais.
A ideia era encontrar o equilíbrio entre humano e animal, sem a vibe de sci-fi para que houvesse identificação imediata por parte dos expectadores.
Também é admirável o trabalho da produtora em estudar os bichos que são inseridos  ao longo do filme, transformando-os em animais antropomórficos, mas sem mexer com suas dimensões. 

                                                                               


Assim, quando vemos a policial Judy em meio a um bando de rinocerontes temos a ideia de quão pequenina ela é naquele espaço de grandões. 

As produções da Disney estão se reinventando de tal maneira que é quase possível confundir seus produtos com os da Pixar?
É a pergunta que não quer calar se compararmos Zootopia (2016) com o fenômeno  Frozen (2013), um retorno aos contos de fadas com princesas e canções.
Os executivos arriscaram experimentar e essa reinvenção foi um sucesso que levou o Oscar de Melhor Animação nesse ano!
Uma animação interessante e ousada, que brinca com os filmes policiais hollywoodianos clássicos.

A trama principal no começo até pode parecer simples – envolve o desaparecimento de alguns habitantes da Zootopia –, mas quando somos levados à revelação do destino dos desaparecidos percebemos o aspecto ousado da narrativa.  
                                                                           

Judy e Nick  possuem apenas 48 horas para solucionar o caso, o que torna a participação das preguiças, por exemplo, extremamente engraçada.
 
                                                                             

E ainda aborda com sutileza alguns problemas da sociedade moderna, como discriminação e preconceito.
Não é  só um filme que diz que você deve acreditar nos seus sonhos e em si mesmo.
É uma obra requintada  que faz críticas à sociedade e  às regras impostas. Fala  de problemas atuais (e atemporais) onde temos um modelo pré-estabelecido para tudo como se fossem regras que devessem ser cumpridas sem questionamentos.
No filme, isso é retratado com propriedade no caso da Judy, uma coelhinha pequena e fofiiiiiiiha que quer ser policial, mas que segundo as regras da sociedade, não poderia ser, já que aparentemente é indefesa e frágil, por isso "o mais correto e aceitável" seria ela se tornar uma fazendeira, assim como são todos os coelhos, e Nick, um raposo que queria ser escoteiro para ajudar o próximo, mas por ser um predador, devido à exclusão e desconfiança que a sociedade impunha à sua “categoria”, o que lhe restava fazer era viver de praticar pequenos delitos.
A narrativa torna-se ainda melhor porque o filme busca a reflexão ao invés da doutrinação.
O roteiro  mostra como nascem os preconceitos, passando pela cultura do medo e desconstruindo o papel de cada pessoa na sociedade.
Estas discussões são brilhantemente bem feitas, oferecendo uma mensagem inclusiva, rica e oportuna.

Um mundo fantástico e muitíssimo bem elaborado, com personagens bem construídos que em alguns momentos cria uma imersão tão grande, que você esquece que é uma animação!
Tudo funciona com uma sincronicidade singular!    

Recomendadíssimo para todas as idades!
Impossível não se apaixonar <3

Abraços Literários e até a próxima.



sexta-feira, 17 de março de 2017

Lenda Cherokee- Os dois lobos


Lenda Cherokee sobre os lobos 
Storytelling

Na mitologia estudamos os arquétipos e são muitas as fontes para pesquisa que se entrelaçam na composição dos estudos dos pesquisadores.
Aqui também se encontra a arte de contar histórias (storytelling) material rico e lúdico aliado da educação didática, pedagógica, ambiental,  literatura e cultura da paz.

Uma das mais conhecidas lendas da mitologia cherokee representa muito bem isso!
É a história da luta entre  dois lobos que todos temos dentro de nós.
Um deles sempre se sobressairá ao outro.
Qual dos dois será o mais forte?

Os anciões Cherokee estavam preocupados com um dos garotos da tribo que, por se sentir injustiçado, tornou-se agressivo.
O avô do menino o traz para perto de si e diz:
- Eu entendo sua raiva. Há uma batalha terrível entre dois lobos que vivem dentro de cada um de nós. Esses dois lobos tentam dominar o nosso espírito.
Um é mau. Seus dentes são fortes como a raiva, inveja, ciúme, tristeza, cobiça,
arrogância, culpa, ressentimento, inferioridade, orgulho, superioridade e ego.
O outro é bom. Seu olhar é iluminado pela alegria, esperança, serenidade, paz, humildade, empatia, bondade, generosidade, verdade, perdão, compaixão, harmonia e fé.
O neto pensou nessa luta e perguntou ao avô:
 - Qual lobo vence?
 O velho índio respondeu:
- Aquele que for alimentado!

 Esta história  tradicionalmente contada pelo povo Cherokee  se tornou uma parábola recontada em muitas culturas.
Existe uma versão mais curta que não fala sobre a agressividade do menino e  os predicados dos lobos.
Eu recontei aqui a versão mais longa, pois  acho poderosa a imagem de um adulto que entende os dilemas das crianças,  confessa que também tem fraquezas mas que dá pistas de como superá-las.

Cada vez que decidimos trilhar algum caminho, alimentamos um desses dois lobos.
Reflita e faça suas escolhas.
Qual deles irá vencer dentro de você?????


Namastê!
Abraços Literários e até a próxima.


segunda-feira, 13 de março de 2017

Vozes de Tchernóbil-

                                                                                


Ao longo da história muitas foram as catástrofes, de causas naturais ou intencionais e algumas resultados de erro e negligência. Quando pensamos em acidentes nucleares, um dos que  permaneceu na lembrança, pela magnitude e efeitos até hoje impingidos aos bielorrussos, ucranianos e russos, foi o de Tchernóbil.
No dia 26 de abril de 1986 ocorreram uma série de explosões na usina nuclear de Tchernóbil, localizada em Prípiat, na Ucrânia, próximo à fronteira da Bielorrússia,  então parte da União Soviética. O acidente lançou grandes quantidades de partículas radioativas na atmosfera da URSS e de boa parte da Europa, transformando Prípiat em uma cidade fantasma, matando milhares de pessoas, plantas e animais.
O livro foge aos padrões de contar uma história com começo meio e fim. Também não segue o padrão de contar biografias, mas sim de contar na visão dos impactados o que eles viveram após o acidente. 
 "Vozes de Tchernóbil", da jornalista bielorrussa Svetlana Aleksiévitch vencedora do prêmio Nobel de Literatura 2015, traz relatos de ex-trabalhadores da central, soldados, cientistas, médicos, viúvas, evacuados, residentes ilegais em zonas proibidas e várias pessoas que sobreviveram ao maior acidente nuclear de toda a história.
Muito mais do que discorrer sobre os efeitos físicos da radiação, a obra retrata a vida da população local após o trágico incidente, cujos resultados físicos e emocionais foram como o envenenamento da própria alma. 
São muitos os pontos de vista e questionamentos que nos permitem refletir sobre diversos ângulos, inclusive a cultura e mentalidade do povo de um regime totalitário e patriotismo pontuado, e compreender porque os resultados foram ainda piores do que poderiam ter sido. Sobre causas e conseqüências, onde ninguém sabe quem é o culpado, e cujo número de vítimas continua incerto até hoje, quase 32 anos depois da tragédia.
As pessoas repetem que foi pior que a guerra, já que ninguém estava preparado para o que aconteceu, não recebiam informações, tudo era omitido ou então diminuída a importância do fato, os trabalhadores não tinham equipamentos de proteção adequados e se tinham não entendiam a necessidade de usar.
É evidente o trabalho que Svetlana teve ao longo dos anos para juntar os relatos e a maestria com que os alinhavou de forma a criar uma linha temporal e emocional coesa. Há relatos emocionantes como o da esposa do bombeiro que trabalhou tentando apagar o incêndio inicial na usina, sem maior proteção da que a usual e que se tornou uma das primeiras vítimas da tragédia. O do esvaziamento sem pressa e pouco efetivo das zonas atingidas; da família que optou por deixar a zona da guerra para morar na terra abandonada de Tchernóbil, o trabalho dos “liquidadores”, como ficaram conhecidos os homens que foram encarregados de minimizar as conseqüências do acidente lidando diretamente com a radiação, à qual nem mesmo os robôs resistiam,  dos pilotos dos helicópteros e dos mergulhadores que se ‘voluntariaram’ para impedir que o desastre fosse maior, descrições dos extermínios dos animais domésticos, e há o relato de Svetlana sobre sua experiência dos acontecimentos e como fiel depositária das muitas vozes que hoje já estão caladas para sempre.

O livro pode ser considerado literatura (ela ganhou o Nobel de Literatura em 2015)?
A própria Svetlana respondeu em seu discurso durante a entrega do Prêmio Nobel (adicionado à edição brasileira):
“Ouvi mais de uma vez e ainda ouço que isso não é literatura, que é documento. Mas o que é literatura hoje? Quem pode responder? Vivemos mais rápido que antes. O conteúdo rompe a forma. Ele quebra e modifica. Tudo extravasa das margens: a música, a pintura e, no documento, a palavra escapa aos limites do documento. Não há fronteiras entre o fato e a ficção, um transborda sobre o outro.”

O livro representa um texto jornalístico sem dúvida, mas é pleno de literatura.
É daqueles livros que escancaram a fragilidade humana e o sofrimento, expõe o egoísmo e o preconceito, mas também traz à tona a força e a resiliência de um povo.
É uma leitura cruel, sofrida e angustiante, e um alerta sobre o uso da energia atômica, mas é  também um livro reflexivo que emociona e faz compreender melhor sobre o nosso tempo.
É uma leitura de imersão para absorver todas as informações.
É preciso “ler” para “ouvir” as vozes de Tchernóbil.


Recomendado para quem quer se aventurar na não-ficção já que a realidade causa sim muito desconforto, mas deixa transparecer resiliência, humanismo e esperança.

Abraços Literários e até a próxima.

sexta-feira, 10 de março de 2017

Tag- Eu Nunca...

                                                                                   

  Olá bebês hoje é dia de Tag!

Fui nomeada pela linda da Cecyyyy, lá do bloguito super mega fofis Mundo Literário da Cecy, para responder essa Book Tag beeeem fofiiiinha.
E como eu sou muito organizada e rápida (né Cecyyyy????) olha o post saindo quentinho do forno!
Vou tentar não dar respostas óbvias, mas aí o negócio complica então não contem muito com isso certinho??
E não se esqueçam de irem lá ao MLC conferir as respostas dela!




1 - "Eu nunca li isso" –
Um livro que você não leu, mas que aparentemente todo mundo já.
Não me lembro de algum livro que todo mundo leu menos eu :)
Mas eu tenho implicância com livro “modinha” então geralmente só leio séculos depois do lançamento que é para não me influenciar com as resenhas de amor e ódio.
Vou encaixar nesse quesito Como eu era antes de você.
Li (devia ter lido antes), amei e tenho até meia de abelhinha <3



2 - "Eu nunca li algo tão maravilhoso" –
O seu livro favorito.
Nossa eu tenho 200 livros favoritos da vida, mas se eu fosse escolher um hoje seria Manuscritos do Mar Morto, do Adam Blake.



3 - "Eu nunca imaginei que conseguiria terminar isso" –
Um livro ou uma série que você não curtiu, mas, foi até o fim.
A Garota do calendário, uma “boxxxxxxxxxxxta”



4 - "Eu nunca vou terminar isso" –
Um livro ou uma série que você abandonou.
Sou chatíssima, chatérrima com relação a isso, nunca, nunquinha deixei um livro inacabado, mas tive vontade de fazer isso algumas vezes, especialmente com relação a séries!
Então não abandonei, mas levei 234 anos, 38 meses, 29 semanas, 18 dias, 22 horas, 58 minutos e 33 segundos para terminar de ler O Espião do Clive Cussler.



5 - "Eu nunca vou me arrepender de ter lido isso" –
Um livro que você leu por recomendação de alguém e acabou gostando.
Não sou fã de sicklit, não porque não considere boa literatura, mas desidrato de tanto chorar, por isso acabo não lendo muitos livros com a temática doenças, no entanto A Menina que Semeava, recomendada pelo Gael, foi um livro com essa pegada que mesclou fantasia de uma maneira muito delicada e linda. 
Claro que me acabei de chorar :/ mas não me arrependo de ter lido, é inesquecível!




6 - "Eu nunca faria isso" –
Um personagem que tomou alguma decisão ou fez coisas que você não
concordaria/faria.
Mia de A Garota do Calendário.



7 - "Eu nunca quero ter que admitir que li isso" –
Um livro que você tem vergonha de ter lido ou de ler em locais públicos.
Não tenho vergonha, mas tem umas pessoas que olham esquisito quando lemos O Safado do 105, por exemplo, ou Os Sullivans, Maya Banks, Melissa Blue, Sylvya Day, nessas ocasiões  faço bom proveito dessas capas de tecido super lindonas.



8 - "Eu nunca li algo tão fofo" –
Um livro que tocou seu coração.
O amor mora ao lado, da Debbie Macomber, é de uma fofurice, fofurosa, fofa, fofis indescritível. Bem simples, a gente lê de uma sentada, tem as páginas amareladas, cada capítulo começa com um gatinho fofo e termina com receitas de biscoitos para pets numa overdose de fofiiiiiiiinho <3



9 - "Eu nunca ri tanto" –
Um livro que te fez rir alto.
Os chicklits quase sempre tem alguma maluquete aprontando, mas um que eu digo NÃO (assim em caixa alta) NÃO leiam em público vocês vão passar vergonha, às vezes tinha gente que até olhava feio, mas não dá para segurar as gargalhadas,  é A Pílula do Amor, da Drica Pinotti, gente é muito engraçado, é muito boooom,  vocês vão rir muitoooooo com a protagonista Amanda que é “maravilindivertida”



10 - "Eu nunca teria sobrevivido minha infância sem ter lido esse livro" –
Um livro favorito da sua infância.
O primeiro livro que li foi Chamado Selvagem, uma história contada e recontada muitas e muitas vezes, mas para mim, sempre vai ter a memória afetiva de ter aberto as portas do mundo encantado da literatura, muito amorzinho <3

Então meus amores é isso, espero que tenham gostado da Tag e deixem nos comentários se leram ou desejam ler alguns desses livros, combinado??

Obrigada Cecyyyy, sua linda,  por me indicar pra responder essa TAG fofa!
Não vou indicar ninguém, mas fiquem super à vontade para responder e me avisem para que eu vá conferir os títulos de vocês, certinho???

Abraços Literários e até a próxima.

quarta-feira, 8 de março de 2017

Dia Internacional da Mulher-

São muitas ainda as conquistas a serem alcançadas e um longo caminho a percorrer em uma jornada muitas vezes com dificuldades, mas se há pouco o que comemorar , no Dia Internacional da Mulher e em todos os outros dias, merecemos ser parabenizadas!
Parabéns mulheres!


Ser sensível nesse mundo requer muita coragem.
Muita. Todo dia.
Esse jeito de ouvir além dos olhos, de ver além dos ouvidos,
de sentir a textura do sentimento alheio, tão clara no próprio coração
e tantas vezes até doer ou sorrir junto com toda sinceridade.
Essa sensação, de vez em quando, de ser estrangeiro e não saber falar o idioma local,
de ser meio ET, uma espécie de sobrevivente de uma civilização extinta.
Essa intensidade toda em tempo de ternura minguada.
Esse amor tão vívido em terra em que a maioria
parece se assustar mais com o afeto do que com a indelicadeza.
Esse cuidado espontâneo com os outros.
Essa vontade tão pura de que ninguém sofra por nada.
Esse melindre de ferir por saber, com nitidez, como dói se sentir ferido.
Ser sensível nesse mundo requer muita coragem. Muita. Todo dia.
Essa vontade de espalhar buquês de sorrisos por aí,
porque os sensíveis, por mais que chorem de vez em quando,
não deixam adormecer a ideia de um mundo que possa acordar sorrindo.
Pra toda gente. Pra todo ser. Pra toda vida.
Eu até já tentei ser diferente, por medo de doer,
mas não tem jeito: só consigo ser igual a mim.

(Ana Jácomo)


Cada uma de nós, à sua maneira, extrai da vida a poesia que nos cabe.

Abraços Literários e beijos poéticos.


terça-feira, 7 de março de 2017

A menina que navegou ao Reino Encantado no barco que ela mesma fez-

                                                                                    



A  menina que navegou ao Reino Encantado no barco que ela mesma fez é o livro com o nome mais longo que eu já  li.
Tem uma pegada de Nárnia com Alice no País das Maravilhas e um Q de Peter Pan com pequenos  toques de João e Maria e uma pitada de Coraline.

Foi no blog Mundo Literário da Cecy, da lindona da Cecy (clarooooo) que eu vi um post (aqui) com os títulos loooooongos de livros, daí fiquei louca pra fazer um também, fui procurar nos meus bonitinhos e aqui está ele!

Sinopse-  Setembro é uma menina que sonha com aventuras. Quando é convidada por um Vento Verde e um Leopardo para ir ao Reino Encantado, é claro que aceita.
Mas o Reino Encantado está em tumulto, e vai levar uma menina de doze anos, um dragão que adora livros, e um menino estranho e quase humano chamado Sábado, a tentarem derrotar a malvada Marquesa e restaurar a ordem.
Esse mundo fantástico criado por Catherynne M. Valente é uma divertida trama para os jovens, com leves inspirações como Alice no País das Maravilhas, Crônicas de Nárnia e Coraline. O texto decorre com uma simplicidade, leveza e humor surreais.
O livro que de fantástico começa no gigante título, passa pela incrível história e por fim encontra as lindíssimas ilustrações de Ana Juan.

Setembro é uma menina curiosa que adora fazer perguntas sobre tudo.
Apesar da nossa protagonista ter o  nome um tantinho  inusitado, o dos outros personagens  também não são exatamente familiares: os três bruxos, Oi, Muito Obrigado e  Até Logo, o dragão chamado A-até-L, um menino chamado Sábado, às irmãs Não/Nem Isto, e muito mais.
A diagramação do livro é linda!
As ilustrações feitas com lápis grafite dão um ar retrô são encantadoras e a capa, com acabamento de impressão fosca com verniz localizado na imagem,  foi construída com lindas artes e cores tendo cuidado nos pequenos detalhes como a cor vermelha com design de papel desgastado tipo assim um couro usado avermelhado com molduras que remetem a um livro mágico.
As páginas amareladas queridinhas não cansam a vista e tem aquele ar de pergaminho  rsrsrs

A história se passa no Reino Encantado, muitas coisas estranhas acontecem o decorrer da narrativa e o final é surpreendente!
Um livro muito interessante!
Recomendada a leitura se você se joga no lúdico das fantasias dos reinos encantados e pira nas loucuras surreais dos personagens estranhinhos.

Agora a pergunta que não quer calar: qual o livro com título mais longoooo que vcs já leram????


Abraços Literários e até a próxima.

sexta-feira, 3 de março de 2017

A Chegada-


Um dos melhores filmes de sci-fi da década.
Uma investigação linguistica, matemática, física e psicanalítica.

Sinopse- Louise, uma linguista especializada, é chamada para decodificar sinais alienígenas deixados por extraterrestres na Terra e descobrir se são ou não de uma ameaça. As respostas, no entanto, podem colocar em risco a vida de Louise e a existência da humanidade.

Com direção de Denis Villeneuve, de “Incêndios” e “O Homem Duplicado”, A Chegada, uma narrativa sobre uma invasão alienígena nos presenteia com um “cinemão”.
Baseado no premiado conto Story of your life [História de Sua Vida, em tradução livre] do escritor americano Ted Chiang, A Chegada mostra a odisséia da linguista Louise (Amy Adams, que eu não entendi até agora porque não foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz 2017) e do físico Ian (Jeremy Renner) para se comunicarem com uma espécie alienígena que pousa naves em doze pontos da Terra.

                                                                                

(Olha o meu exemplar, foi uma história à parte conseguir ler antes de assistir o filme e só tinha com essa capa, fazer o que “né”?)

Louise que já trabalhou para as Forças Armadas dos EUA é convocada junto com Ian pelo Coronel Weber (Forest Whitaker) para a difícil tarefa de codificar os contatos.
Na aventura em decifrar os sinais a história de Louise e Ian se constrói de forma fascinante.
Assim como Sandra Bullock, em “Gravidade” há um paralelo de Louise com sua própria vida e ela procura a sobrevivência que está ao seu alcance diante de um universo desconhecido não se chocando e sim desenvolvendo uma história de entendimento de questões existenciais.
O roteiro de Eric Heisserer é perfeito e ele foi muito cuidadoso ao adaptar o livro inserindo-o em duas horas feitas de sutilezas como se fosse uma obra de arte, surreal, onde o centro é a família, perfeitamente estruturado nas memórias e o tempo atual , com montagem e edição requintadas sem deixar de lado os sons  catalisadores de emoções utilizados com  maestria.
Ao mesmo passo em que o mistério cresce ele vai se dissolvendo, não subestimando o espectador, faz com ele reflita com a percepção sobre o mundo e as situações extremas, trabalhando com a tensão numa narrativa muito bem contada.
Fotografia e efeitos visuais sem exageros, na medida exata.
Filme lindo em todos os níveis, daqueles que a gente leva junto quando termina.
Não é um sci-fi catástrofe de invasão alienígena, é mais sobre a linearidade do tempo no espaço com uma pegada “Interestelar”.
Na imersão nossa protagonista sofre o relativismo linguístico, como se sua mente e modo de ver o mundo se adaptasse à nova língua e a partir desse ponto questionamos a noção de tempo e percebemos que essas ideias já estavam lá desde a introdução, cortes do filme e as memórias de Louise.
A noção de tempo talvez seja um dos conceitos mais explorados na ficção, tanto na literatura como no cinema. 
A Chegada possui e nos presenteia com inesgotável fonte de assuntos e inúmeras possibilidades de análises psicológicas e metafísicas conduzindo pelo espaço e pelo tempo numa trajetória pessoal que leva a um plano maior.
É o ser humano sendo mais humano.
Diante da vastidão do tempo e da imensidão do universo, é um imenso prazer para eu dividir um planeta e uma época com você. ” 
(Citação do astrofísico Carl Sagan sobre a noção de tempo e espaço).

Ameeeei e super recomendo se vc gosta de ficção científica.

                                                                             
 À la Lari, a fofíssima e lindona da Lari, autora do Dramalhama, colunista do blog bacanérrimo Gnoma Leitora, da linda da Alice, de um a cinco, leva quatro lindos  fofiiiiinhos alienzinhos de avaliação.


Abraços Literários e até a próxima.