Com o “quem matou Gibson?” foi ao ar ontem, 11 de março, o capítulo de número 167, o último de A
Regra do Jogo, novela das 21h, da
Globo, denominado O Juízo Final.
Teve emoção e (poucas) surpresas, mas gostei do que vi.
Aliás quero começar dizendo que achei
bacanérrimo a abertura de cada capítulo trazer um título que vinha intimamente
relacionado ao conteúdo apresentado no dia.
Promessa de sucesso, A Regra do Jogo, enfrentou o fenômeno
Os Dez Mandamentos, da Record, e chegou a amargar 19 pontos em dezembro,
segundo o Ibope.
Após mudanças, no começo o público não entendeu muito bem a
história pelo fato de os personagens não estarem bem definidos entre mocinhos e
bandidos, e o fim da produção bíblica alavancou sua audiência para 33 pontos,
alcançando 39 na reta final.
Entre o bem e o mal, o amor e o ódio, a família e a facção,
enfim, descobrimos que o grande vilão da trama foi o tempo todo, Zé Maria, um
personagem desafiador, interpretado com maestria por Tony Ramos.
A novela reuniu grandes nomes da
teledramaturgia e esse foi sem dúvida um dos pontos altos de A Regra do Jogo.
O Romero de Alexandre Nero, construído com sutileza e
entrega, será lembrado. Sua sintonia com Giovanna Antonelli, a amoral Atena,
também, eles repetiram com sucesso a parceria na tv e o casal “Romena” vai ficar
na lembrança dos telespectadores.
Completando o trio do melhor núcleo da novela Tonico
Pereira nos apresentou Ascânio, personagem imoral, safado e com muito humor.
José de Abreu, Cássia Kis, Cauã Reymond e Vanessa Giácomo,
só para citar alguns, foram responsáveis por bons momentos. A “mãe judia”
Adisabeba de Susana Vieira e a infantilidade de Merlô, de Juliano Cazarré,
caíram na repetição, mas divertiram por muitos capítulos.
Porém, nem o bom elenco salvou o núcleo da cobertura de
Feliciano (Marcos Caruso). O que poderia ter sido um show de interpretação
composto por muitos atores na mesma casa, não funcionou e resultou em total
falta de graça que foi se agravando à medida que o lugar recebia mais e mais
personagens.
A trama policial que tinha tudo para ser tensa, rica,
moderna e atual, infelizmente foi bem
irregular. Talvez porque seja difícil manter o suspense durante seis
meses. Marco Pigossi teve a inglória tarefa de ser Dante, um dos piores policiais já visto na TV que com
sua ingenuidade e o péssimo timing vai entrar para a história, mesmo assim o
ator que é tudo de bom, não perdeu o foco, e mesmo nas situações mais
inusitadas teve bom desempenho.
A entrada da maravilhosa Deborah Evelyn, com sua personagem
Kiki, que foi seqüestrada pelo próprio pai e mantida em cativeiro por longos
anos trouxe novo fôlego ao enredo.
Só para constar foi Kiki quem matou Gibson.
Merecem elogios ainda a inspiração dos cenários e
figurinos, a câmera e a luz, e o talento da direção de Amora Mautner (diretora de Cordel Encantado e Avenida Brasil) que
inovou na forma de fazer novela utilizando “caixa cênica”, cenários fechados
com 8 câmeras que rodeiam os atores e os seguem pelo set de gravação, como em
um reality show.
No mais, a trama de João
Emanuel Carneiro sai do ar com números mais altos do que quando chegou e
mais qualidades que defeitos.
Fica a mensagem de que ninguém é só bom ou ruim, que temos
dois lados, mas que somos capazes de escolher em que lado queremos estar.
E é claro, a frase que vai ficar na cabeça dos telespectadores:
Vitória na guerra!
Abraços Literários e até a próxima.
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