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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Filhos da Guerra- Generation War


                                                                           

Para lembrar os 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial e com a intenção de mostrar a posição do alemão comum frente ao Nazismo, foi apresentada a série alemã Generation War (Filhos da Guerra), vencedora de 18 prêmios internacionais, inclusive o International Emmy de 2014 na categoria Melhor Minissérie.
Somos apresentados e acompanhamos a vida de cinco amigos, Greta, Viktor, Wilhelm, Friedhelm e Charlotte, os personagens centrais,  que em um último encontro antes do irem para  a guerra combinam de se reencontrar no Natal de 1939, sem imaginar que a guerra duraria até 1945. 
 Os jovens tem suas vidas alteradas tomando diferentes rumos durante esses anos todos o que torna o reencontro deles cada vez menos improvável.


Greta é uma jovem alemã que quer ser cantora e namora com Viktor, um alfaiate judeu. De personalidade interessante, ela nos é apresentada num primeiro momento como uma jovem fútil. No transcorrer da trama ela se torna amante de um agente da S.S. para ser famosa, mas principalmente para conseguir passagens e visto para ajudar seu namorado a fugir.
É uma personagem cujo amadurecimento durante a trama  é notável e emocionante.
Charlotte é a enfermeira de personalidade tímida e um tantinho insegura, que denuncia uma enfermeira quando descobre  que a outra é judia, não consegue conviver com esse ato e arrependida, se torna amante do médico-chefe com o intuito de ajudar os soldados feridos a voltarem para seus lares, não retornando ao front.
Charlotte é apaixonada pelo major Wilhelm, de personalidade forte e de caráter incorruptível que apresenta uma evolução durante a trama que envolve, instiga e emociona. Wilhelm  nos é apresentado como um oficial cumpridor de suas obrigações e por quem os subordinados tem adoração. Procurando sempre o melhor em termos de realização e também buscando ser justo ele passa a se questionar sobre a legitimidade da guerra até que num embate com a própria consciência se torna desertor.
Wilhelm tem um irmão mais novo também soldado, Friedhelm. Entre todos Friedhelm é o personagem que mais se transforma durante a narrativa. Poeta e sensível ele diz que a guerra despertará o que há de pior em cada um deles. Obviamente, até porque não tem como ser diferente, isto se cumpre e ele mesmo se torna uma máquina de matar.
Por fim, temos Viktor que foge de um trem que o estava levando para um campo de concentração e se envolve com uma guerrilha de poloneses, fingindo não ser judeu e ajudando-os a conseguir armas e alimentos para sobreviverem. Até que ...
No decorrer dos episódios, acompanhamos as transformações pelas quais os jovens passam e as escolhas que eles fazem gerando conflitos na trama e a percepção de que todos em algum momento se tornaram anti-herois.
Fica evidenciado durante o transcorrer da trama que a Alemanha tentou “dividir” a responsabilidade com outros países, apontando o dedo para a Rússia e transformando a Polônia e a Ucrânia em antissemitas persistentes.
A diplomacia russa considerou a série inaceitável e os poloneses ficaram indignados pela maneira como foram retratados no filme.
A minissérie não tira a responsabilidade da Alemanha, não a justifica e nem mesmo traz o ineditismo, mas mostra que os alemães além dos crimes de guerra, também são responsáveis pelos alemães que morreram vítimas do próprio governo, com a destruição de seus patrimônios e com o julgamento dado pelo mundo.

 Um roteiro interessante, com boas atuações e o final surpreendente de alguns dos personagens.
                                                   
Recomendado se há interesse em temas  que abordam os ocorridos durante a Segunda Guerra Mundial.


Abraços Literários.


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