Para lembrar os 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial e com a intenção de mostrar a posição do alemão comum frente ao Nazismo, foi apresentada a série alemã Generation War (Filhos da Guerra), vencedora de 18 prêmios internacionais, inclusive o International Emmy de 2014 na categoria Melhor Minissérie.
Somos apresentados e acompanhamos a vida de cinco amigos, Greta, Viktor, Wilhelm, Friedhelm e Charlotte, os personagens centrais, que em um último encontro antes do irem
para a guerra combinam de se reencontrar
no Natal de 1939, sem imaginar que a guerra duraria até 1945.
Os
jovens tem suas vidas alteradas tomando diferentes rumos durante esses anos
todos o que torna o reencontro deles cada vez menos improvável.
Greta é uma jovem alemã que quer ser cantora
e namora com Viktor, um
alfaiate judeu. De personalidade interessante, ela nos é apresentada num primeiro
momento como uma jovem fútil. No transcorrer da trama ela se torna amante de um
agente da S.S. para ser famosa, mas principalmente para conseguir passagens e
visto para ajudar seu namorado a fugir.
É uma personagem cujo amadurecimento durante a trama é notável e emocionante.
Charlotte é a enfermeira de personalidade tímida e um
tantinho insegura, que denuncia uma enfermeira quando descobre que a outra é judia, não consegue conviver com
esse ato e arrependida, se torna amante do médico-chefe com o intuito de ajudar
os soldados feridos a voltarem para seus lares, não retornando ao front.
Charlotte é apaixonada pelo major Wilhelm, de personalidade forte e de caráter incorruptível que
apresenta uma evolução durante a trama que envolve, instiga e emociona. Wilhelm nos é apresentado como um oficial cumpridor
de suas obrigações e por quem os subordinados tem adoração. Procurando sempre o
melhor em termos de realização e também buscando ser justo ele passa a se
questionar sobre a legitimidade da guerra até que num embate com a própria
consciência se torna desertor.
Wilhelm tem um irmão mais novo também soldado, Friedhelm. Entre todos Friedhelm é o
personagem que mais se transforma durante a narrativa. Poeta e sensível ele diz
que a guerra despertará o que há de pior em cada um deles. Obviamente, até
porque não tem como ser diferente, isto se cumpre e ele mesmo se torna uma
máquina de matar.
Por fim, temos Viktor
que foge de um trem que o estava levando para um campo de concentração e se
envolve com uma guerrilha de poloneses, fingindo não ser judeu e ajudando-os a
conseguir armas e alimentos para sobreviverem. Até que ...
No decorrer dos episódios, acompanhamos as
transformações pelas quais os jovens passam e as escolhas que eles fazem
gerando conflitos na trama e a percepção de que todos em algum momento se
tornaram anti-herois.
Fica evidenciado durante o transcorrer da trama que a Alemanha
tentou “dividir” a responsabilidade com outros países, apontando o dedo para a
Rússia e transformando a Polônia e a Ucrânia em antissemitas persistentes.
A diplomacia russa considerou a série inaceitável e os
poloneses ficaram indignados pela maneira como foram retratados no filme.
A minissérie não tira a responsabilidade da Alemanha, não a
justifica e nem mesmo traz o ineditismo, mas mostra que os alemães além dos
crimes de guerra, também são responsáveis pelos alemães que morreram vítimas do
próprio governo, com a destruição de seus patrimônios e com o julgamento dado
pelo mundo.
Um roteiro interessante, com boas atuações e o final surpreendente
de alguns dos personagens.
Recomendado se há interesse em temas que abordam os ocorridos durante a Segunda Guerra Mundial.
Abraços Literários.
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