Toque de Mestre chama a atenção
de qualquer espectador já que é um filme que se passa em um único cenário. É no mínimo corajoso esse ponto de
vista e merece ser dado a oportunidade
de assistir a todo cinéfilo.
Por Um Fio que se passa em um telefone público é exemplo de
um bom filme assim, funcionou e conseguiu prender a atenção do espectador.
Toque de Mestre
promove esse intuito e convence do risco eminente à um pianista, que
toca em um concerto musical.
A trama gira em torno de Tom Selznick (Elijah Wood) que
decide retornar aos palcos depois de uma pausa de cinco anos na carreira, por
conta de um trauma, um colapso que sofreu durante uma apresentação. Atendendo
aos pedidos de sua esposa Emma (Kerry Bishé), uma famosa atriz, ele aceita o desafio
de fazer parte de um importante evento para homenagear seu falecido mestre,
tocando em um raro e customizado piano
que pertencia ao seu mentor.
Logo no início de sua apresentação, Selznick descobre
que seu retorno aos palcos será mais complicado do que poderia imaginar, além de sua
insegurança ele se vê imerso em um jogo
psicológico, pois alguns recados deixados em suas partituras lhe informam
que ele e sua esposa estarão durante a apresentação sob o alvo de um atirador, e
não lhe é permitido errar uma nota sequer, mais ainda, lhe é exigido tocar a
“inexecutável” obra La
Cinquete , a mesma na qual ele “travou” cinco anos atrás.
A ideia dos roteiristas é
interessante e a direção do espanhol Eugenio Mira que tem como
referência Brian de Palma, consegue criar um ambiente
tenso que prende a atenção enquanto a trama se desenrola.
O filme de curta duração, aproximadamente 80 minutos, passa
rapidamente e cumpre o papel de entreter o espectador.
Alguns momentos criam um clímax bacana, como a interação
entre o assassino e o alvo através de um ponto de comunicação ou como a troca
de mensagem em meio ao toque de notas musicais.
Reparem também na quantidade de vermelho que compõe as
cenas e a preocupação em equilibrar conteúdo e forma
Há ainda alguns toques na direção que são no mínimo
interessantes, como uma cena que transmite a sensação de estarmos acompanhando
fatos consecutivos, quando na verdade se tratava de split screen, dois planos diferentes em uma tela dividida.
As atuações estão corretas. Elijah Wood não decepciona e John Cusack consegue fazer bem o
trabalho de voz.
O motivo e ambição do antagonista são interessantes, fogem
do clichê; a inserção é feita em um
plano maior que é jogado com critérios pré-estabelecidos.
Abraços Literários e até a próxima.
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